sexta-feira, 4 de junho de 2010

NBA ► Defesa garante vitória do Los Angeles Lakers sobre Boston Celtics na abertura da final da NBA

Boston Celtics 89 x 102 Los Angeles Lakers
Final
(0 x 1)

É, o título do post não saiu truncado. Não foi a defesa do Boston Celtics ou o ataque do Los Angeles Lakers. O destaque da abertura do playoff decisivo da NBA foi a defesa do time da Califórnia. Domingo os times voltam a se encontrar na segunda partida da série, ainda no Staples Center.

A partida em si foi um misto de playoff da Conferência Leste com futebol brasileiro. Foi como uma partida decisiva da Conferência Leste por ter sido extremamente física, não parecendo estar em quadra – e em sua quadra - um time mais adepto ao showtime como o Lakers, legítimo representante do tipo de basquete praticado na Conferência Oeste. E também parecia futebol brasileiro porque qualquer flatulência soltada próximo ao adversário os juízes interpretavam como falta.

Creio que o exagero na marcação das faltas foi uma opção covarde dos árbitros, que podem ter usado esse recurso para evitar que o jogo físico descambasse para... violência física. Assim a partida foi um tanto descaracterizada. Logo ambos os times ficaram pendurados, com praticamente todos os titulares se carregando em faltas.


A primeira consequência disso é que a todo instante o jogo era interrompido, jamais pegando embalo, e sempre havia alguém cobrando lance livre. A segunda é que os reservas acabaram ganhando mais tempo de quadra. E foi aí, no final do primeiro quarto, com infiltrações consecutivas dos bancos Jordan Farmar e Shannon Brown, que o Lakers conseguiu finalizar o período com cinco pontos de vantagem e usar essa margem (que no segundo período ainda caiu durante um breve momento para dois pontos e no último quarto chegou a 19) para sustentar-se à frente o resto da partida.

Enfim, não achei nada lindo de se ver. Acho que nem os adeptos de um bom basquete de defesa ficaram muito satisfeitos, porque muitas das faltas marcadas eram simplesmente patéticas. Estava difícil qualquer contato sem que isso fizesse soar um apito. O resultado óbvio é que, após pendurarem os times, os árbitros depois tiveram que fazer uma “conta de chegar” para decidir quando apitar as faltas seguintes, evitando tirar cedo peças importantes do jogo para que o mundo não caísse sobre eles.


O melhor em quadra foi Kobe Bryant, usando muito bem a forte marcação que sofreu para abrir espaços para seus companheiros. Mais uma vez anotou 30 pontos nestes playoffs e ainda pegou sete rebotes e fez seis assistências. De quebra, exerceu boa marcação sobre Rajon Rondo, impedindo que o emergente astro adversário explodisse na partida. Ron Artest também realizou ótimo trabalho defensivo e ainda anotou 14 pontos. Pau Gasol conseguiu 14 rebotes no garrafão e marcou 23 pontos. Na verdade, todo o time do Lakers (inclusive seu banco!) fez uma partida coletivamente muito correta e concentrada, sem ninguém destoar. Não é padrão “lakerniano” manter o mesmo ritmo durante os 48 minutos de jogo, como ontem.

No Boston, briga não faltou, mas o time pareceu surpreendido ao ver o Lakers tão firme no estilo de jogo que eles deveriam dominar. Não que esperassem um Lakers soft, mas acho que não imaginavam um adversário tão hard. O próprio treinador Doc Rivers disse que seu time foi superado em força e vontade. Apesar da forte marcação e do problema com faltas, Paul Pierce mostrou que segue sendo um pesadelo hollywoodiano, anotando 24 pontos e pegando nove rebotes. Rondo ainda conseguiu números bem decentes, apesar de insuficientes para a necessidade do time (13 pts, 8 ast, 6 reb). Ray Allen atrapalhou-se com as faltas e rendeu pouco e Kevin Garnett... Bem, Garnett fez 16 pontos, mas pegou ínfimos quatro rebotes e protagonizou uma cena um tanto ridícula para um supercraque como ele, um lance que parecia tirado do filme “Space Jam – O Jogo do Século”, onde pequenos alienígenas roubavam o talento dos astros da NBA. Parecia que o talento de Garnett havia sido roubado:



Para o Celtics, acendeu uma luz de alerta: o Lakers está aprendendo a jogar o basquete físico, o estilo de jogo que o arrasou nas finais de 2008. E isso pode ser um problema sério para o tradicional time verde de Boston, pois se o Lakers conseguir se adaptar durante toda a série a um jogo mais físico, concentrado na defesa, terá um grande trunfo em mãos, já que dificilmente o Celtics conseguirá se igualar ofensivamente ao time californiano. Assim, o Celtics perderia a vantagem do jogo físico e, pela lógica, o Lakers tiraria proveito de seu maior arsenal ofensivo, como fez neste jogo 1. Garnett e companhia precisam de todas as maneiras prevalecer quando o jogo estiver sendo jogado no estilo deles. Se não...

Fechando, o recap do jogo 1 distribuído pelo site da NBA (por problemas técnicos, via YouTube):


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