quarta-feira, 16 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Nervosa, África do Sul é presa fácil do Uruguai

E não deu para os Bafana Bafana. Abrindo a segunda rodada, os anfitriões praticamente deram adeus ao Mundial ao serem inapelavelmente derrotados pela seleção uruguaia por 3 x 0. Muito mais nervosos que na estreia, eram incapazes de trocar três passes certos e foram dominados praticamente do início ao fim pelo time adversário.

Antes de tudo, vale lembrar que, ao contrário de outras seleções africanas, inclusive algumas que não estão na Copa, a maioria dos atletas da Àfrica do Sul joga em seu próprio país, com apenas sete deles atuando em ligas ou equipes menores da Europa. O capitão Makoena e o meia Pienaar seriam os de maior projeção, defendendo os ingleses Portsmouth e Everton, respectivamente. Assim, realmente falta muita experiência ao time para enfrentar, por exemplo, toda a expectativa de uma torcida como anfitrião de uma Copa do Mundo. O técnico uruguaio Oscar Tabarez declarara antes da partida que seu time não sentiria nem um pouco a pressão do estádio lotado e do barulho das vuvuzelas, alegando que estavam acostumados a jogar na Bombonera e no Maracanã cheios.

E ele tinha razão. Essa experiência internacional fez muita falta aos Bafana Bafana, ainda mais se considerarmos que o jogo foi realizado em Pretória numa data nacional de grande significado emocional. Hoje é o Dia da Juventude, 16 de junho, aniversário da morte do ativista Hector Peterson, assassinado pela polícia segregacionista durante um protesto de estudantes em 1976, na mesma cidade onde jogaram há pouco África do Sul e Uruguai.

Além do visível nervosismo, a equipe dirigida por Carlos Alberto Parreira sofreu, principalmente, com a péssima atuação de seus meias Tshabalala, Modise e Pienaar. Piennar repetiu a apagada atuação da estreia. Modise simplesmente não apareceu. E Tshabalala, que começou animado e até egoísta, prejudicando dois dos raros bons momentos da equipe no ataque, simplesmente desapareceu depois do primeiro gol uruguaio. E o som das vuvuzelas diminuía à medida que ficava clara a falta de reação dos jogadores. A única chance real dos anfitriões ocorreu aos 20’ da etapa final, quando uma cabeçada de Mphela (muito pouco acionado), após um cruzamento de Gaxa, poderia ter empatado o jogo, não fosse a providencial intervenção do goleiro uruguaio Muslera. Do meu ponto de vista, salvaram-se apenas o goleiro Khune, traído miseravelmente por um desvio no primeiro gol de Diego Forlan e expulso no fim num lance maroto de Luís Suarez, e... Difícil. O lateral Gaxa, porém, tentou o jogo inteiro, sem jamais se omitir, mas não recebeu muita ajuda.

No Uruguai, Oscar Tabarez deixou a covardia de lado e armou com mais competência a equipe, recuando Diego Forlan da área para uma posição outrora conhecida como ponta-de-lança e que hoje chamam de 1, ganhando assim qualidade no passe para os homens de frente e mais um homem de frente propriamente dito, que, no caso, foi Cavani. Desse modo, além do próprio Forlan ter encontrado mais espaço para jogar, apareceu o futebol de Suarez e a dupla foi um tormento para a defesa sul-africana.

A impressão que se tinha era de que a qualquer momento o Uruguai chegaria às redes e os gols efetivamente foram surgindo naturalmente. De fora da área, Forlan chutou forte aos 24’ do primeiro tempo, a bola desviou na cabeça de um defensor e descaiu em velocidade, caprichosamente batendo no travessão antes de entrar. Aos 35’ da segunda fase, o mesmo Forlan ampliou, cobrando um de pênalti meio cavado por Suarez, que deu a tradicional jogada de perna para trás a fim de facilitar o contato da chuteira de Khune. No fim, já aos 50’, Álvaro Pereira completou o placar..

Gosto e hoje gostei muito de Diego Forlan, o nome do jogo. Suarez também foi bem, apesar de exagerar nas fitas e mergulhos a cada contato. Os volantes Diego e Arévalo, mais uma vez, fizeram excelente trabalho de proteção à zaga, onde Godin também jogou muito bem. Tomara que o Uruguai volte a entrar em campo com a mesma postura nesta Copa, pois tem jogadores para isso, sem precisar recorrer à pífia atitude habitual quando enfrenta seleções de mais peso, como fez contra a França na estreia, quando coprotagonizou um jogo horripilante.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 17: África do Sul 0 x 3 Uruguai.

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