quinta-feira, 10 de junho de 2010

MUNDO ► Cortina de fumaça: causador de uma catástrofe ambiental sem precedentes na História, os EUA e seus capachos da ONU usam Irã para desviar olhar do mundo para o outro lado

Desde abril, um vazamento de petróleo no Golfo do México completamente fora de controle, tornou-se para muitos o maior desastre ecológico da História. A tragédia foi causada pela companhia petrolífera norte-americana British Petroleum (BP). São de 2 milhões a 3 milhões de litros de petróleo por dia jogados às águas do Golfo, provocando a morte de milhões de animais, entre aves e espécies marinhas nos Estados Unidos.

Momento patético: ontem, 9 de junho, dois meses depois, o governo americano deu à British Petroleum um ultimato de 72 horas para que apresente um plano detalhado sobre como vai interromper o vazamento, que está lá, ao vivo, todo dia nos canais, Bloomberg, CNN...


Enquanto isso, os EUA e seus capachos (ou cupinchas, tanto faz) do Conselho de Segurança da ONU decidem por novas sanções contra o Irã. Acham eles,os EUA e seus cupinchas (ou capachos...), que o programa nuclear iraniano vai acabar com o mundo – se o mundo resistir, claro, às tragédias causadas pelos EUA.


Assim desviam o olhar mundial, que deveria estar totalmente focado nessa catástrofe que afeta gravemente o planeta em que vivemos. E funciona, porque sua influência abrange todo mundo que lhe é subserviente, senão em nível de nações, mas em relação a grandes mídias. Hoje você acessa o portal do Uol, um dos maiores do país, e não há nada na capa sobre o vazamento. Justiça seja feita, no portal Globo.com há uma chamada para o desastre. Mas posso garantir que a erupção do vulcão islandês recebeu manchetes maiores por muito mais tempo.

F
açamos um exercício de imaginação: como seria a reação norte-americana e de seus capachos (ou cupinchas...) se o causador da tragédia ambiental fosse uma companhia petrolífera da Venezuela de Hugo Chavez? Não é preciso forçar muito os neurônios para supormos que os EUA e seus cupinchas (capachos?) no mínimo tentariam tomar posse do petróleo venezuelano alegando que o país não tem competência para lidar com tamanha responsabilidade. E o mesmo valeria se o assassino da natureza fosse uma companhia norte-coreana, cubana, chinesa...

Um desastre desses, infelizmente, pode acontecer em qualquer lugar. Mas óbvio que há “qualquer lugar” com direito a isso e “qualquer lugar” sem o mesmo direito. Na ordem imperialista mundial, os EUA, país maior consumidor de energia e maior poluidor de todo o planeta, são um “qualquer lugar” que pode assassinar a natureza impunemente, sem que seus capachos (cupinchas?) da ONU tomem qualquer providência ou decidam por qualquer sanção contra eles.

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