Quando digo que a Argélia conseguiu perder é porque a Eslovênia nada fez para vencer. E quando falo em festival de horrores, quero dizer que foi horrível mesmo. Não me lembro de alguma vez ter visto algo tão ruim numa Copa do Mundo, mesmo nessas últimas décadas em que a qualidade do futebol foi caindo á medida que a Fifa inchava a competição. Sem as vuvuzelas, seria impossível manter-se acordado.
E o pior é que o futebol covarde e conformado das duas equipes não tinha lógica alguma. O empate entre EUA e Inglaterra abriu uma janela única para os dois: se tivessem qualquer pretensão nesta copa, teriam que partir para a vitória no jogo de hoje. Ou eles esperavam que, empatando, poderiam vencer americanos e ingleses para seguir na competição?
Os eslovenos são de uma limitação técnica deprimente. Custa a crer que deixaram pelo caminho República Tcheca e Rússia. É um time, quadrado, mecânico e sem talento. Apenas esforçado.
A Argélia foi ainda mais irritante porque seus jogadores têm bem mais talento que os da Eslovênia. Os argelinos sabem jogar. Mas sua equipe padece de um mal comum às seleções africanas em geral: a má influência europeia, que faz com que seus treinadores optem quase sempre por um futebol precavido em vez de aproveitar a habilidade de seus jogadores para atacar e buscar resultados.
Ter saído um gol foi um verdadeiro acaso. Literalmente aconteceu um gol para a Eslovênia, após um chute até despretensioso do meia Robert Koren, que joga no futebol inglês. A bola só entrou graças ao goleiro Chaouchi. Pensando bem, o retrospecto do goleiro indica que o gol não surgiu tão por acaso assim...
A arbitragem poderia ser uma ameaça ao jogo, se o jogo tivesse qualquer qualidade para ser ameaçado. O trio centro-americano comandado pelo guatemalteco Carlos Batres não me passou a menor segurança. O juiz apitou faltinhas “brasileiras” e não mostrou ter muito pulso. Fossem adversários mais renhidos e a partida poderia ter saído de controle. Não é preciso haver grandes lambanças para avaliar-se a qualidade de um árbitro. Pelo contrário, precisamos ficar de olho nessas partidas onde felizmente a arbitragem não influi no resultado para uma observação mais calma. O importante é prevenir, já que remediar, após o fato consumado e o jogo encerrado, não dá.
Destaques do jogo? Fácil: as vuvuzelas e Zinedine Zidane, o último grande craque do futebol mundial, que testemunhou essa verdadeira tragédia futebolística protagonizada pela Eslovênia e por seu país de nascença, a Argélia.
Jogo 6 - Grupo C - 13 de junho
Polokwane - Estádio Peter Mokaba
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