terça-feira, 8 de junho de 2010

NBA ► Bolas de 3 de Ray Allen garantem vitória e Boston Celtics empata série final da NBA contra Los Angeles Lakers

Boston Celtics 103 x 94 Los Angeles Lakers
Final
(1 x 1)

A dura vida de trabalhador me impediu de ver com a atenção que gostaria o jogo 2 da final da NBA entre Los Angeles Lakers e Boston Celtics. Foi tudo à base de uma olhada aqui, outra ali, uma lida nas resenhas, uns vídeos na rede...

Mas pelo que percebi disso tudo, assim como o jogo 1, foi uma partida bem tecnicamente fraquinha na parte ofensiva e mais uma vez carregada de faltas, desfigurando os times e descaracterizando o forte jogo de contato que costuma marcar os playoffs decisivos. Comparando ao futebol, digamos que a arbitragem anda definitivamente mais para o estilo brasileiro do que para o jeito europeu de se apitar.

Na bola, fizeram a diferença as incríveis bolas de 3 de Ray Allen. Tão discreto na primeira partida, o veterano armador bater recorde de bolas de 3 convertidas numa série final da NBA, acertando oito tiros. Numa partida tão equilibrada e com os pontos custando a sair, pode-se dizer que foi o fator decisivo para a importante vitória do Celtics na quadra adversária.
 
E foi um jogo bem estranho, com atuações bem irregulares. Andrew Bynum foi ótimo para o Lakers, Com mais tempo de quadra por causa do cedo problema de Lamar Odom com faltas, o gigante de joelho baleado foi muito bem no garrafão. Se não pegou tantos rebotes assim (foram seis), marcou 21 pontos e distribuiu incríveis sete tocos (na foto, um deles, sobre Paul Pierce). Em compensação, Ron Artest foi uma tragédia ofensiva (acertou um em 10 arremessos!) e prematuramente também se pendurou em faltas. Gasol foi bem, ao lado de Bynum, marcando 25 pontos, pegando oito rebotes e ainda distribuindo seis tocos. Mas Odom foi mal: além das faltas, quase nada produziu na frente (apenas três arremessos) e atrás (cinco rebotes). Kobe Bryant foi bem meia-boca: também limitado pelo número de faltas, chuto acima do par (comparando ao golfe), acertando apenas oito de 20 arremessos. Em compensação anotou razoáveis cinco rebotes e seis assistências, além de expressivas cinco roubadas de bola. Derek Fisher foi ainda uma boca a menos, arremessando mal, apesar de esdruxulamente conseguir sete rebotes, número ótimo para um armador com sua estatura (ou a falta dela). Alguma coisa está errada na ordem universal quando o melhor fundamento de um armador veterano e baixo com Fisher é o número de rebotes.

Fica claro pelos números que em uma partida truncada como essa, o Lakers deveria ter apostado tudo na dominância que Gasol e Bynum exerceram no garrafão. Um desperdício.
 
Apesar de vencedor, o Celtics também apresentou atuações bastante díspares. Ray Allen terminou com 32 pontos e valeu-se bem do problema com faltas de seus marcadores para encontrar espaços para chutar com mais liberdade (veja na foto a liberdade de um de seus arremessos). Rajon Rondo também foi ótimo, conseguiu um triplo-duplo, com 19 pontos, 12 rebotes e 10 assistências. Mas alguém deve ter dito que Glen Davis devia chutar mais e ele chutou – e mal: acerou quatro chutes em 13. Kevin Garnett ainda não teve seu talento devolvido pelos alienígenas e fez outra partida bem fraquinha, mas parece meio óbvio a essa altura da temporada que o líder do Celtics está totalmente fora de suas melhores condições de jogo. Paul Pierce... Difícil acreditar que o Celtics tenha conseguido roubar uma vitória em Los Angeles com Pierce tão apagado, acertando apenas dois de 11 arremessos de quadra.

Como se vê, as bolas de 3 de Allen foram absoluta e totalmente decisivas para a vitória do Celtics.

Enfim, foi uma partida tão errática que fica difícil um prognóstico para os próximos três confrontos em Boston. Contra Cavaliers e Magic, Garnett deixou claro que seu time não podia voltar à quadra adversária para um decisivo jogo 7. Do mesmo modo, o pensamento único no Celtics é esse: fechar a série em casa e não voltar ao Staples Center.

Mas como prever alguma coisa? A partida de Ray Allen foi uns dois graus acima da curva do ótimo chutador de 3. Oito bolas é muito. Em compensação, Paul Pierce e Garnett (mesmo sem totais condições) podem fazer muito mais. No lado californiano, os gigantes Gasol e Bynum foram dominantes de uma forma rara: sozinhos fizeram 13 tocos, contra três de todo o time adversário, e ainda anotaram mais de 20 pontos. Não é muito simples de se repetir, assim como as pífias atuações de Odom e Fisher. Além de Kobe, que provavelmente não deve ter problemas com faltas nos próximos jogos, já que os árbitros andam apitando como em nosso futebol: uma pra cá, outra pra lá, e assim vão levando a coisa.
 
Eu disse antes da série começar que, se o Celtics quisesse sonhar com o título, deveria obrigatoriamente vencer uma das primeiras partidas em Los Angeles. Agora joga três em casa. Como os jogos estão muito físicos e equilibrados, não dá para dizer que isso fará a mesma diferença que fez em 2008, quando o time do Lakers atuava de maneira nitidamente mais soft.

Vamos aguardar logo mais para ver que rumo toma a série. Uma vitória do Lakers coloca novamente os atuais campeões no caminho de uma nova conquista, assim como um convincente triunfo do Celtics pode abalar a confiança adversária e colocar um novo anel à vista de Kevin Garnett e seus comandados.


Fechando, o vídeo que a NBA divulgou sobre o jogo 2:

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