segunda-feira, 21 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Espanha derrota facilmente Honduras, mas economiza no placar

A Espanha não teve a menor dificuldade para derrotar Honduras no mais antigo estádio sul-africano, o tradicional Ellis Park, onde o time de rúgbi nacional conquistou o histórico campeonato mundial de 1995. Melhor dizendo, a Espanha encontrou uma "menor dificuldade", sim: a pontaria de seus jogadores. Assim como na estreia, quando foi batida pela Suíça por 1 x 0, a seleção espanhola desperdiçou um caminhão de chances de gol. Para Honduras, menos mal que não saiu goleada de campo, recompensando em parte o esforço de seus jogadores, que não deixaram de correr e até se adiantar em busca de um golzinho o tempo inteiro.

Sem Iniesta, David Villa jogou aberto pela esquerda, com Fernando Torres entrando no meio e Jesus Navas como autêntico ponta-direita. E bastou a bola rolar para a Espanha começar a criar - e a desperdiçar - oportunidades de gol. Antes do primeiro minuto, David Villa já cruzava com perigo para Torres, com a zaga salvando antes da finalização. Em seguida, num lance confuso, os espanhóis pediram pênalti no toque com a mão na bola de um defensor hondurenho. Até agora não cheguei a uma conclusão, então o juiz japonês Yuichi Nishimura está absolvido por unanimidade - ou seja, meu voto. No ataque seguinte, Torres recebeu na esquerda, mas chutou fraco para Valladares defender. Aos 6', David Villa acertou de fora da área um balaço no travessão. Aos 8', Sérgio Ramos foi empurrado por Mendoza dentro da área, mas o juiz nada marcou. Como foi naquela muvuca, o absolvo novamente. Aos 10', Xavi cruzou da esquerda para Sérgio Ramos sozinho no segundo pau cabecear para fora.

A pressão era total. David Villa jogava fácil pela esquerda, como aos 13', quando cortou para dentro e bateu com muito perigo. Aos 14' Casillas saiu estranho para interceptar um cruzamento de Martinez para Wilson Palacios e deu de joelhos na bola, que caiu nos pés de Suazo, que não aproveitou o gol vazio para finalizar. Logo em seguida, contra-ataque bom hondurenho: Suazo entrou tabelando com Martinez e quase ficou na cara do gol, mas Casillas dessa vez saiu bem e salvou.

Apesar desses raros ataques de Honduras, o gol espanhol era questão de tempo - ou questão de acertar o pé. E ele saiu aos 17', um golaço: David Villa foi mais uma vez acionado na esquerda, partiu para cima da marcação, passou entre Guevara e Mendoza, invadiu a área, driblou Chavez para dentro e bateu cruzado no ângulo superior esquerdo de Valladares.

Daí para frente, a Espanha só fez desperdiçar novas chances, como aos 23', quando Navas driblou seu marcador e centrou para Xavi furar a cabeçada. Visivelmente fora de forma, Fernando Torres perdeu duas oportunidades consecutivas, aos 32' e aos 33'. Na primeira, Sérgio Ramos deu um drible da vaca em seu marcador e cruzou para Torres cabecear muito mal para o chão, quando estava na cara do gol. Na sequência, Valladares saiu errado, Torres recuperou a bola e chutou por cima, novamente livre para marcar.

A única coisa que se alterou no segundo tempo foi a baliza na qual a Espanha continuaria a perder gols. Mas logo aos 5' a Fúria conseguiria ampliar o placar. Em um rápido contra-ataque, David Villa armou a jogada para Navas na direita e pediu de volta, na altura da meia-lua, de onde bateu forte. A bola desviou na zaga e entrou sem chance de defesa para Valladares. Logo no reinício de jogo, Sérgio Ramos avançou livre pelo meio e chutou forte da entrada da área, com a bola saindo à esquerda do gol. Aos 15', Navas invadiu a área e foi derrubado por Izaguirre. Pênalti que David Villa cobrou rasteiro no canto esquerdo de Valladares, que caiu para o lado oposto. Mas a bola foi fora, tirando tinta do poste direito.

Aos 19', a única chance realmente boa de gol para os hondurenhos sequer foi bem finalizada, porque Suazo matou um ataque de quatro contra três cortando para a perna esquerda e chutando para fora, quando a melhor opção teria sido enfiar para alguns de seus colegas que se deslocavam à frente. Fábregas entrou no lugar de Xavi aos 20' e aos 20' mesmo perdeu um gol feito, ao receber na área , driblar o goleiro e chutar para a meta, mas Chávez salvou para escanteio.

A Espanha tirou um pouco o pé, mas não deixou de perder gols. Aos 41' David Villa ainda desperdiçou mais uma chance incrível, após nova investida pela direita de Jesus Navas. O ponta deixou o artilheiro do jogo na cara do gol, mas Villa demorou a chutar e Mendoza foi quem salvou desta vez.

David Villa seria meu maior destaque espanhol. Jogou muito bem, principalmente na primeira etapa, mas perdeu a chance de sair de campo como o maior artilheiro da seleção espanhola de todos os tempos. Ele está a quatro gols de Raul e com certeza teve ótimas chances de alcançar essa marca nesta partida mesmo. Assim, ele cai para o segundo posto, deixando a honra de melhor em campo para Jesus Navas, que cansou de criar jogadas de gol para seus companheiros, do início ao fim do jogo. O lateral Sérgio Ramos também teve atuação destacada, chegando várias vezes ao ataque em condições de finalizar com perigo.

Honduras até tentou sair mais para o jogo na segunda etapa, em busca ao menos de um golzinho de honra, mas suas limitações só fizeram dar espaços para a Espanha contra-atacar. Em minha opinião, o zagueiro Figueroa foi o melhor da defesa e o bom goleiro Valladares foi bastante seguro em suas intervenções, apesar de não ter sido tão exigido quanto o volume de jogo adversário faz supor. O que prova que a seleção espanhola bem merecia ouvir aquele grito histérico do torcedor vindo lá do alto da arquibancada: "Bota o pé na forma!"

Tomara para os espanhóis que esses gols perdidos não façam falta mais adiante.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 32: Espanha 2 x 0 Honduras.

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