sexta-feira, 30 de julho de 2010

IMPRENSA ► Em época de eleições, a manipulação da informação corre a todo vapor

Em época de eleições, a imprensa brasileira sempre fica na mira de quem cobra uma posição ética e profissional daqueles que detém o poder da informação, especialmente da informação de massa. Felizmente, nestes tempos de internet, principalmente de internet livre, esse poder diluiu-se bastante e o que sai nos jornais, revistas ou mesmo páginas da rede não é mais recebido como verdade absoluta. Há diversas fontes a se consultar a fim de saber o que realmente procede ou não e assim termos mais base para formar nossa própria opinião.

Sendo assim, imagina-se utopicamente - eu imagino - que o tempo do jornalismo panfletário fique relegado a órgãos específicos de divulgação, que honestamente assumam ser veículo oficial de um partido, um sindicato, um grupo político, empresarial...

Mas não, ainda hoje vemos a chamada grande imprensa se comportar de forma patética, brega até, em defesa dos interesses de seus patrões.

Outro dia, o portal Globo.com mostrou um baita exemplo de como não se fazer jornalismo - ou como fazer "jornalismo" (assim, com aspas, de mentirinha) em defesa de interesses particulares.

Lembro que abri o computador e quando passei pelo Globo.com levei um susto com o destaque da manchete: "Dilma declara patrimônio de 1 milhão e vai gastar 157 milhões em campanha." Uau! Dilma Rousseff, claro, candidata do PT à sucessão presidencial.

Fosse um site que eu levasse a sério, poderia ter pensado em algum instante: "Puxa, deve ser muito mais que todos os adversários juntos, deve ser um absurdo de gastos, senão não estaria em destaque assim..."

Bobagem. Sendo um veículo das Organizações Globo, sempre suspeito que haja algo por trás de qualquer manchete negativa em relação a um governo e a partidos à esquerda. Na verdade, sempre acho que há algo por trás de qualquer manchete de veículos desse grupo, nunca acho que seus critérios sejam apenas jornalísticos. A História ensina isso.

Então o que pensei foi mesmo: "Tá bom. E o Serra, vai gastar quanto?" José Serra, candidato do PSDB claramente apoiado pelas Organizações Globo, Abril e afins. Queria conhecer (eu e qualquer pessoa interessada) os gastos de Serra para saber se realmente a manchete era cabível ou não. Ou apenas para efeito de comparação. Pois essa manchete negativa em relação à candidata do atual governo ficou a tarde inteira no ar. E boa parte da noite também. Enquanto isso, a campanha de José Serra ainda não divulgara sua previsão de gastos, pois estava atrasada, não conseguira fazê-lo a tempo.

Já à noite, finalmente os números do candidato do PSDB foram divulgados: 1,3 milhão de patrimônio e gastos de 180 milhões na campanha.

Ora essa, números bem superiores ao da candidatura Dilma, não? Poderíamos imaginar então uma manchete com um destaque maior ainda... Brincadeirinha. Não havia chance disso acontecer. O Globo.com não destacou em manchete nem tocou mais no assunto em sua capa (não me dei ao trabalho de procurar "lá dentro"). Uma pergunta bem estilo tatibitate: "Por que será, hein?"

E ainda há quem queira comentar qualquer coisa a sério com base no "saiu no O Globo". Se saiu no O Globo, saiu mal...

Fosse um jornalismo sério, o Globo.com não destacaria os gastos de uma campanha numa eleição polarizada como esta sem ter as informações relativas à outra. Daí já sabermos que não é um jornalismo sério, não é competente.

Fosse um jornalismo apenas sensacionalista, da mesma forma que destacou os gastos da primeira campanha, o Globo.com destacaria os da segunda mais ainda, inclusive por serem superiores. Mas também não é o caso.

O jornalismo feito pelo Globo.com foi apenas panfletário mesmo, pelego, cujo trabalho está a serviço dos patrões. E só.

Eventualmente, um jornalismo assim pode até convergir com a verdade e o interesse social. Mas isso é raríssimo.

Não acho absolutamente nada demais um veículo de imprensa apoiar um candidato ou outro. Acho que isso faz parte do jogo democrático. Mas isso tem que ser feito de forma honesta. Como grandes veículos da imprensa norte-americana há muito fazem: assumem em seus editoriais suas preferências e recomendam seus candidatos aos leitores, mas sem deixar de fazer uma cobertura ética da campanha, imparcial.

Mas a imprensa brasileira pouco tem desse hábito. Há exceções, claro, como a Carta Capital, mas apenas para comprovar a regra. Em geral, a imprensa brasileira prefere - como O Globo sempre faz - fingir seriedade e fazer um descarado e covarde jornalismo panfletário. Tão panfletário ao ponto de chegar a publicar oito manchetes negativas em relação ao atual governo na capa de uma mesma edição. Parece que vivemos uma imensa depressão...

Acho que o problema desse tipo de imprensa não é nem assumir seus candidatos, mas assumir a ética e a imparcialidade na cobertura que esse ato acarretaria. Ética e imparcialidade são palavras que realmente nada têm a ver com muitos veículos desses veículos de comunicação.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

RIO DE JANEIRO ► Justiça fora de foco: "propinar" dá cana imediata; matar, não

A recente tragédia que envolve que enluta a família da atriz Cissa Guimarães deixa exposto um certo desvio de foco da Justiça que me incomoda. Sem entrar em maiores detalhes, até porque eles estão em inúmeras páginas de jornal e sites da internet, houve mais ou menos o seguinte: um túnel interditado, um grupo de jovens praticando skate, dois carros disputando pega, um atropelamento fatal, intervenção policial e liberação do automóvel do atropelador.

O atropelador, no caso, que fique bem claro, o assassino. Sua conduta não lhe dá atenuante. Quer dizer, não em qualquer parte do mundo, no Brasil nunca se sabe.

Pois vai daí que os policiais que abordaram o assassino ao volante o liberaram e ao veículo mediante propina cobrada ou oferecida. E as manchetes passam a dar espaço à conduta policial em detrimento ao assassino e seus cúmplices - afinal, não estava sozinho.

A família do assassino passou a ser vítima na história, devido à possível extorsão policial. Mas será que são santos? Se houve a propina (e houve), tanto policiais quanto familiares do assassino estão incorrendo em grave crime. A família pagou para acobertar um assassinato. É pouca coisa isso?

Não me detenho muito à leitura de mais esse doloroso caso de tragédia carioca. Mas não dá para deixar de falar em hipocrisia social ao saber que os policiais foram previamente detidos para investigações, enquanto o assassino, após se apresentar e confessar o crime, segue em liberdade - e assim ficará durante todo o desenrolar do processo. E provavelmente depois dele também.

Só no Brasil um assassino confesso vai para casa. Não foi a primeira vez nem a décima ou centésima, nem será a última.

E, claro, as famílias dos envolvidos no crime são da chamada elite carioca...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

CINEMA ► "Guerra ao Terror": um atentado cinematográfico

Sabe aquela história do "quem procura acha"? Pois é, há coisas na vida que acontecem que só nos resta dizer: "Eu mereço." Tipo ficar em casa sábado à noite e achar que vai encontrar algum filme bom para assistir nas TVs por assinatura. Porque todo mundo sabe que as TVs por assinatura têm um certo esquema maquiavélico para, em conjunto, punir os infelizes que ousam ficar em casa num sábado à noite.

Numa dessas noites de sábado em que minha esposa e eu decidimos desafiar o sistema e ficar em casa, arriscamos assistir ao "oscarizado" filme "Guerra ao Terror" ("The Hurt Locker") num desses canais especializados em blockbusters (ou "blockbombas"...). Acho que foi no Telecine Premium. A película (será película mesmo?), teoricamente antibelicista, é uma bomba, verdadeiro atentado à inteligência e à paciência do espectador que já leva algumas dezenas de filmes do gênero nas costas.

"Guerra ao Terror" tem um protagonista pra lá de caricato, com ações inverossímeis, daquelas que nos fazem pensar que as tropas americanas no Iraque sofrem um sério problema de QI . Estereotipado, pretensioso, ruim como filme de guerra (porque estereotipado, então nenhuma ação surpreende), raso como piscina vazia como suspense psicológico.

Pior: o filme inteiro tem aquele jeito déjà vu de quem já viu isso desde "Apocalypse Now", passando até por "Memphis Belle - A Fortaleza Voadora". "Memphis Belle..." (um ótimo filme, por sinal) retrata a 25ª missão de um bombardeiro na 2ª Guerra Mundial, um fato verídico. E toda tripulação que conseguisse completar 25 missões voltava para casa. "Guerra ao Terror" mostra um grupo de soldados no fim de seu tempo de serviço no Iraque. Mas tudo fazendo com que você a cada cinco minutos pense "já vi isso antes" ou "já sei o que vai acontecer". Só faltava a gente exibir aquela tradicional faixa durante a exibição: "Eu já sabia!"

Agora, "Guerra ao Terror" o filme ganhou um monte de Oscar, né? Seis ao todo. O que, na verdade, atesta seu duvidoso valor. Afinal, conforme vamos crescendo, aprendemos que o Oscar é parâmetro para tudo na indústria cinematográfica, menos para atestar a qualidade dos filmes.

Dentre os prêmios recebidos por "Guerra ao Terror" está o de Melhor Direção para Kathryn Bigelow, a primeira mulher a ganhar a estatueta nessa categoria. Pobres mulheres, tanta coisa bonita feita por diretoras talentosas... Kathryn Bigelow é ex-esposa de James Cameron e abusa daquele visual moderninho de câmera em movimento e caprichada fotografia para esconder o vazio da trama. Mas a moça deve ser bem relacionada, bastante influente. Isso explicaria nomes como Guy Pearce e Ralph Fiennes praticamente fazendo pontas, entrando e saindo de cena quase sem que se perceba. Aí eu aqui começo a maliciar as coisas e a supor que bons relacionamentos e bons contatos em Hollywood são prova de força e meio caminho andado para o sucesso. Como se não fosse assim...

Vale ressaltar a maldade do cartaz de divulgação do filme (clique na imagem para ver maior), que destaca Fiennes e Pearce, que mal aparecem em cena. Propaganda enganosa mesmo.

Mas nessa não caio de novo, apesar de sempre repetir isso a mim mesmo. Bem, vou tentar não cair de novo. Eu tenho meus parâmetros para priorizar filmes a assistir. Um deles é o Oscar: quanto mais "oscarizado", menos valor. É preconceito, eu sei, mas a história cinematográfica está ao meu lado. "Cidadão Kane", provavelmente o melhor filme de todos os tempos pelo conjunto da obra (qualquer dia posto aqui uma versão de um texto dos tempos da faculdade), foi indicado em oito categorias, mas ganhou apenas em Melhor Roteiro Original. O bom, mas convencional, "Como Era Verde o Meu vale" foi o vencedor daquele ano, com cinco estatuetas.

De todo modo, vou é dar mais valor ao meu gosto pessoal e pouco sociável por filmes fora do esquema das superproduções hollywoodianas, de preferência por cinema independente norte-americano, europeu, asiático... Ou então evitar ficar em casa sábados à noite. E, se o fizer, optar por DVDs ou pelos sempre a postos para nos socorrer canais de documentários.

terça-feira, 27 de julho de 2010

NBA ► Momento Phil Jackson

Esta gracinha de post aqui deixei passar do ponto porque quando a NBA acabou a Copa do Mundo de futebol já rolava solta e eu estava bem sem tempo, como quase sempre. Mas resolvi registrar assim mesmo, uns dois meses depois, meio como que para tentar entender o jeito de pensar de um sujeito pra lá de vitorioso. Da série "bobagens pseudo-engraçadas que a gente pensa do nada num momento de tensão"...

Todos conhecemos o estilo zen do supercampeão treinador do Los Angeles Lakers, Phil Jackson. Mas houve um momento crucial no decisivo jogo 7 contra o Boston Celtics que mostra bem a frieza de Phil.

Com o jogo mais que equilibrado, enquanto Doc Rivers tentava colocar mais fogo nas ventas de seus jogadores , Phil era flagrado numa frieza “dalailamesca”. Em vez de bradar, incentivar, se exaltar, conversava ao pé do ouvido, falava discretamente e até apenas ficara sentado em um pedido de tempo obsevando Ron Artest (!) orientando os companheiros.

Jogo vai, jogo vem, corações infartando em Los Angeles, Boston e mundo afora, Rondo acaba de reduzir a diferença para dois pontos, tempo e posse de bola para o Lakers a 13 segundos do fim. Phil tira Artest e faz entrar em quadra Sasha Vujacic, que até o momento jogara 5 minutos e fizera... 0 pontos, errando os dois chutes que tentara.

Apesar da noite ruim, toda a atenção do Celtics priorizava Kobe, além de Fisher e ainda Gasol. Odom faz a reposição de bola em quem obviamente ficaria livre: Sasha Vujacic, que imediatamente é colocado na linha de lance livre pela defesa do Boston, que precisava parar o cronômetro o mais rápido possível.

Completamente frio àquela altura da partida, já que há 10 minutos estava sentadinho no banco, Sasha pega a bola, se prepara, arremessa e... cesta. A diferença vai para três pontos. A cesta seguinte seria fundamental para colocar a vantagem em duas posses de bola. Sasha vai e.. cesta! Vitória e título praticamente garantidos.

Fiquei pensando cá com meus botões. Que frieza do Phil, hein? Ele sabia que com Artest em quadra a opção do Boston seria deixar o ala livre para depois colocá-lo na linha de lance livre. O treinador pensou rápido.

E quanta personalidade de Sasha. Fez valer cada centavo de seu salário de 5 milhões de dólares.

E em cima disso, fiquei pensando nessa coisa da responsabilidade. De um certo ponto de vista, Phil Jackson teria tirado a responsabilidade de quem tinha mais a perder. Comentei brincando com meu amigo Gustavo Thomé: “Se Fisher erra, se aposenta; se Gasol erra, volta para a Espanha; se Kobe erra, desiste da NBA e vai jogar na Europa; se Artest erra... Com esse cara nunca se sabe.” Aí foi chutar o Sasha Vujacic, exímio arremessador da linha de lance livre, que, sem tanta pressão, poderia se concentrar apenas em acertar os chutes, certo? Mas... e se errasse? Não estariam, de repente, as bolas do campeonato nas mãos de quem realmente nada teria a perder? Alguém poderia dizer que, se ele erra, Kobe agora matava ele mesmo (vide aquela bobagem que fez no jogo 6 em Phoenix) ou ele estaria fora do Lakers.

Mas foi o que comentei com meu camarada: “Gustavo, foi um risco muito grande. O Sasha tinha responsabilidade de menos. O pior que aconteceria com ele, se errasse os dois lances livres e Allen ou Pierce encestasse uma de 3 e levasse o título para Boston seria... chorar nos braços da namorada Maria Sharapova!”

O sujeito era capaz de ficar arrasado mesmo, inconsolável, sem motivação para nada, de repente até encerrava a carreira...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

BRASIL ► Deu na internet: torturador condenado... no Camboja

Veja aí a reprodução da matéria publicada no site da Rádio Vaticano sobre a condenação de um torturador no Camboja durante o sanguinário regime do Khmer Vermelho:
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26/07/2010 17.12.23
CAMBOJA: CONDENADO EX-CHEFE CARCERÁRIO DO KHMER VERMELHO


Phnom Penh, 26 jul (RV) – Condenado a 35 anos de prisão o ex-chefe carcerário do Khmer Vermelho, Kaing Guek Eav, conhecido como Duch. O veredicto foi anunciado nesta segunda-feira, 26 de julho. O tribunal de crimes de guerra do Camboja, que tem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), o considerou culpado por crimes contra a humanidade.

O Khmer Vermelho foi o partido comunista do Camboja, formado a partir de uma dissidência do Partido Comunista da Indochina, o mesmo que deu origem ao Vietminh.

Em 1975, com o fim da Guerra do Vietnã, o Khmer Vermelho assumiu o poder no Camboja através da conquista de Phnom Penh, capital do país, em 17 de abril, dando fim ao governo de Lon Nol, apoiado pelos norte-americanos.

No governo do Khmer Vermelho, liderado principalmente por Pol Pot, as cidades foram evacuadas e os cambojanos levados ao campo para o trabalho no cultivo de arroz. O partido é acusado de desrespeitar os direitos humanos nesse período, promovendo o massacre de opositores, intelectuais e pessoas suspeitas de se relacionar com o governo anterior.

Entre os crimes cometidos pelo Khmer Vermelho, estima-se a morte de 15 a 20 mil professores, 90% dos monges budistas e 1 em cada 5 médicos. As estimativas de assassinatos totais no período, por motivos políticos, vão de 1 milhão a 3 milhões de pessoas, num país de 7 milhões de habitantes.

Duch, de 67 anos, admitiu ter condenado à tortura e à execução milhares de homens, mulheres e crianças na conhecida prisão de Tuol Sleng, e pediu perdão por seus atos. Esse é o primeiro veredicto emitido pelo tribunal. (ED)
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Enquanto isso, num certo país latino-americano, o maior da América do Sul...

FÓRMULA INDY ► Punido por bloquear Will Power na última relargada, Hélio Castroneves vence, mas não leva no GP de Edmonton

Pois é. Segundo os juízes da prova realizada no circuito de rua de Edmonton, no Canadá, Helio Castroneves bloqueou o companheiro Will Power na última relargada e aí a vitória caiu no colo do neozelandês Scott Dixon. Will Power e Dario Franchitti completaram o pódio. Helinho ficou nervoso, chamou os comissários para a briga, mas depois desculpou-se pelo mau comportamento, apesar de jurar que nada fez de errado na pista.

A decisão foi controversa. E a equipe Penske, de Helinho e Power, protestou veementemente. Ao contrário da Fórmula 1, não existe o hábito de se privilegiar piloto nas escuderias da Fórmula Indy. Mesmo com Helinho bem distante da pontuação do líder do campeonato Will Power, a Penske não concordou nem um pouco com a decisão dos comissários, ams não teve jeito e Helinho acabou com a décima colocação.

Os demais brasileiros foram apenas discretos, com Mario Moraes sendo o melhor da turma, chegando na sétima posição.

Aí vai o compacto que a Indy Car distribui via YouTube:


A classificação da corrida (em negrito, os pilotos brasileiros):

1º) Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi) - 71 voltas
2º) Will Power (AUS/Penske) - a 2s6688
3º) Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi) - a 3s2831
4º) Ryan Briscoe (AUS/Penske) - a 8s8652
5º) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti) - a 11s1482
6º) Paul Tracy (CAN/ Dreyer-Reinbold) - a 11s9091
7º) Mário Moraes (BRA/KV) - a 16s9015
8º) E.J. Viso (VEN/KV) - a 18s2206
9º) Takuma Sato (JAP/KV) - a 21s5880
10º) Hélio Castroneves (BRA/Penske) - a 42s6011
11º) Marco Andretti (EUA/Andretti) - 94 voltas
12º) Tony Kanaan (BRA/Andretti) - 94 voltas
13º) Raphael Matos (BRA/Luczo Dragon) - 94 voltas
14º) Bertrand Baguette (BEL/Conquest) - 94 voltas
15º) Danica Patrick (EUA/Andretti) - 94 voltas
16º) Vitor Meira (BRA/AJ Foyt) - 93 voltas
17) Hideki Mutoh (JAP/Newman-Haas) - 93 voltas
18º) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne) – 92 voltas
19º) Tomas Scheckter (AFS/Dreyer-Reinbold) - 90 voltas
20º) Dan Wheldon (ING/Panther) - 90 voltas
21º) Justin Wilson (ING/Dreyer-Reinbold)– 88 voltas

Não completaram:

22º) Simona de Silvestro (SUI/HVM) – 87 voltas
23º) Alex Tagliani (CAN/FAZZT)- 52 voltas
24º) Mario Romancini (BRA/Conquest) - 52 voltas
26º) Milka Duno (VEN/Dale Coyne Racing) - 4 voltas

Link para a classificação completa do campeonato na página oficial da Fórmula Indy: http://www.indycar.com/schedule/standings/.

Além da pontuação pela ordem de chegada ao encerramento de uma corrida, cada piloto da Fórmula Indy que liderar o maior número de voltas em cada prova receberá um bônus de 2 pontos, somados à pontuação normal. Além disso, há um ponto extra para quem conquistar a pole-position. Com isso, é possível que um piloto some 53 pontos em uma corrida. (Fonte:http://www.band.com.br/esporte/formula-indy/classificacao.asp)

FÓRMULA 1 ► Cada vez mais patética, competição chega às raias do ridículo no GP da Alemanha

Não há muito que falar da Fórmula 1. Que dizer de uma categoria que, numa corrida, uma equipe tira o material de um piloto para beneficiar o outro (caso RBR-Webber-Vettel na Inglaterra), e na corrida seguinte, outra equipe determina a um piloto que deixe o outro passar? Nada, né?

E o que era só para ser mais uma chatíssima prova de Fórmula 1 num desses circuitos sem margem para ultrapassagens (agora, Hockenheim), Fernando Alonso venceu, Felipe Massa foi segundo e Sebastian Vettel completou o pódio, mas ninguém ligou muito para isso.

Rubens Barrichello teve um fim de semana muito bom... até o momento da tumultuada largada, quando caiu de oitavo para 12º lugar e de lá não saiu até o fim da prova.

Massa largou bem, pulando na frente, beneficiado por uma marcação carro a carro de Sebástian Vettel sobre Fernando Alonso. Vettel simplesmente bloqueou a passagem de Alonso, deixando pista limpa para Massa assumir a ponta.

Massa seguiu na frente, até Alonso decidir atacar. Eu reparei que isso correu no momento em que Vettel aproximava-se perigosamente de Alonso, que tinha seu ritmo limitado pelo carro de Massa, realmente mais lento àquela altura, mas o que faz parte da corrida.

Ao primeiro ataque rechaçado pelo brasileiro, porém, uma conversa de Alonso com seu engenheiro flagrou a palavra "ridículo". Para a transmissão nacional e a maior parte da nossa imprensa, Alonso queixava-se de Massa não deixá-lo passar. Para mim, poderia ser Alonso queixando-se após ser advertido pela equipe por causa da tentativa que poderia ter levado ao choque entre as duas Ferrari. Tanto que, logo depois, Alonso tirou o pé e manteve-se a alguma distância. Até resolver chegar junto de novo. Parecia querer mostrar que estava bem mais rápido que o colega de vermelho.

E aí veio aquela patética "informação" do engenheiro de Massa para ele: "Alonso está mais rápido." Mensagem codificada passada, interpretada e executada: Massa tirou o pé e Alonso passou. Massa acabou pagando pelo seu desempenho claramente inferior ao de Alonso no campeonato. E talvez tenha procurado ali garantir seu emprego na tradicional escuderia para a próxima temporada.

Foi a primeira vez? Não. Será a última? Também não. Essa mania de equipes de Fórmula 1 meterem o nariz na disputa entre seus pilotos na categoria é vergonhosa. E totalmente anticompetitiva. Foi assim na própria Ferrari com Michael Schumacher e Rubens Barrichello, na McLaren com Gerhard Berger e Ayrton Senna e em várias outras situações.

É ou não é para dar saudade dos tempos em que a Ferrari de Nigel Mansell fechou a Ferrari de Alain Prost, abrindo passagem para Ayrton Senna, que decidia o campeonato com Prost? Ou que Prost e Senna digladiavam-se na McLaren como se fossem pilotos das mais antagônicas equipes da História. Mas ambos defendiam os mesmos carros pintados de vermelho e branco.

Mas eram outros tempos. Principalmente, eram outros pilotos. Pilotos aos quais as equipes simplesmente não tinham coragem de sequer insinuar uma situação dessas que são tão corriqueiras na atual Fórmula 1.

Colocação final do GP da Alemanha:

1. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1h28m38s866
2. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 4s196
3. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 5s121
4. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 26s896
5. Jenson Button (ING/McLaren), a 29s482
6. Mark Webber (AUS/Red Bull), a 43s606
7. Robert Kubica (POL/Renault), 66 voltas
8. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), 66 voltas
9. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), 66 voltas
10. Vitaly Petrov (RUS/Renault), 66 voltas
11. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber), 66 voltas
12. Rubens Barrichello (BRA/Williams), 66 voltas
13. Nico Hulkenberg (ALE/Williams), 66 voltas
14. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber), 66 voltas
15. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), 66 voltas
16. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force Índia), 65 voltas
17. Adrian Sutil (ALE/Force Índia), 65 voltas
18. Timo Glock (ALE/Virgin), 64 voltas
19. Bruno Senna (BRA/ Hispania-Cosworth), 63 voltas

Não chegaram:

20. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus), 56 voltas
21. Lucas di Grassi (BRA/Virgin), 50 voltas
22. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania-Cosworth) - 19 voltas
23. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth), 3 voltas
24. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1 volta

Classificação do Mundial de Pilotos após onze provas:

1º) Lewis Hamilton - 157
2º) Jenson Button - 143
3º) Mark Webber - 136
4º) Sebastian Vettel - 136
5º) Fernando Alonso - 123
6º) Nico Rosberg - 94
7º) Robert Kubica - 89
8º) Felipe Massa - 85
9º) Michael Schumacher - 38
10º) Adrian Sutil - 35
11º) Rubens Barrichello - 29
12º) Kamui Kobayashi - 15
13º) Vitantonio Liuzzi - 12
14º) Sebastien Buemi – 7
15º) Vitaly Petrov - 7
16ª) Jaime Alguersuari - 3
17ª) Nico Hulkenberg – 2

Classificação do Mundial de Construtores:

1º) McLaren -Mercedes - 300
2º) Red Bull -Renault - 272
3º) Ferrari - 208
4º) Mercedes - 132
5º) Renault - 96
6º) Force India-Mercedes - 47
7º) Williams -Cosworth - 31
8º) Sauber-Ferrari - 15
9º) STR-Ferrari - 10
10º) Lotus-Cosworth - 0
11º) VRT-Cosworth - 0
12º) Hispania-Cosworth - 0

FUTEBOL ► Os homens do apito, sempre eles

Lá no início campeonato brasileiro eu comecei a escrever um post intitulado "Abertura do Brasileirão mostra o de sempre: juízes manipulando resultados". E citaria três jogos para exemplificar: Ceará 1 x 0 Fluminense, Internacional 1 x 2 Cruzeiro e Corinthians 2 x 1 Atlético-PR. Mas logo vi que isso era meio que chover no molhado. E ainda pareceria choro em nome dos derrotados naquelas partidas.

Essa manipulação sempre ocorreu. Intencionalmente ou não, o fato é que juízes manipulam resultados desde sempre por aqui. E não necessariamente para beneficiar um clube ou prejudicar outro especificamente. Veja o caso do Ceará: beneficiado na estreia contra o Fluminense, foi absurdamente garfado no jogo seguinte contra o Santos, na Vila Belmiro. E os árbitros que cometem esses erros - ou não - que os fazem manipular resultados seguem impunes e apitando normalmente.

Mas não dá para deixar passar coisas absurdas que acontecem quando elas não impedem o bom resultado do clube prejudicado. Aí a queixa tem mais valor, não passa por simples chororô. Alguém me diz como enxergar credibilidade em um campeonato no qual um juiz como Gutemberg de Paula Fonseca (que tanto conhecemos aqui no Rio de Janeiro) segue apitando após inventar o pênalti que inventou a favor do Corinthians na partida contra o Atlético Goianiense neste meio de semana passado?

Não foi um lance duvidoso nem nada. Ele simplesmente achou de marcar um pênalti que poderia ter alterado o resultado da partida, só não o fazendo porque Chicão bateu e o goleiro Márcio defendeu. A pergunta que fica é: o que faz um juiz de futebol assinalar um pênalti daqueles?

Não considerando má intenção, pode ser por interpretação. Só que se ele interpreta alguma coisa naquela jogada como pênalti, jamais deveria estar apitando um jogo de futebol. Talvez intimidação, daí o inconsciente trabalhando para um melhor resultado do clube mais forte - bem mais forte - nos bastidores.

Não lembro se era João Saldanha ou Sandro Moreira quem dizia que o time de mais torcida, especialmente nos tempos dos estádios mais acanhados, não precisava se dar ao trabalho de subornar árbitros. A própria torcida intimidava os homens de preto, que, instintivamente, na dúvida ou até sem dúvida, acabavam se deixando influenciar pela massa arfando no seu cangote. Hoje isso pode estar acontecendo em relação à força nos bastidores. O que faz sentido por "n" fatores.

Agora, considerando-se má intenção, ele poderia estar fazendo o trabalho a favor de quem tem mais força mesmo - ou trabalhando para aquela máfia de apostas que tinha em seus quadros Edilson Pereira de Carvalho. Ou alguém aqui acha que SÓ Edílson Pereira de Carvalho fabricava resultados para tal máfia?

São hipóteses. Apenas hipóteses.

O fato é que segue o campeonato com arbitragens que nos fazem morrer de saudade dos piores juízes que vimos na Copa do Mundo recém-finda. É um tal de apitar com o apito na boca, soprando para assinalar falta ao menor espirro...

E para completar, juízes abusando de um critério totalmente sem critério, de tal forma que a expressão "dois pesos e duas medidas" torna-se insuficiente para ilustrar o modo como esses homens de preto, amarelo, rosa, verde e que tais dirigem uma partida de futebol.

Daí que não é difícil entender como jogos como o Fluminense x Botafogo de ontem no Engenhão (o que era aquilo que deveria ser o gramado daquele campo?) quase terminam em pancadaria. Não há equilíbrio emocional de jogador que resista a um juiz como o carioca Rodrigo Nunes de Sá (socorro!). Difícil entender mesmo é como o jogo NÃO acabou em pancadaria.

Enfim, não vale a pena se estender mais no assunto. Haveria linhas sem fim para escrever. São mazelas de nosso futebol. E não vai ser na administração Ricardo Teixeira que isso vai mudar.

FUTEBOL ► Amigo é para essas coisas: aliado e candidato à sucessão de Ricardo Teixeira abre as portas da seleção brasileira para Mano Menezes

Quem acompanha os bastidores do futebol, procurando ler diversas fontes, sabe que Andrés Sanches é um dos principais braços - senão o principal - de Ricardo Teixeira no Clube dos Treze. Tão aliado que se especula ser o presidente do Corinthians o candidato de Teixeira à sua sucessão.

Eu, particularmente, nem me posiciono contra ou a favor de Sanches. Acho que ele tem umas ideias que acho interessantes, enquanto outras, não. Principalmente, ele sabe defender o clube dele - e muito bem, por sinal. Basta ver os enganos cometidos pela arbitragem a favor do Corinthians neste Brasileirão, por exemplo. Trabalho de bastidor é assim: sendo forte, na dúvida, o árbitro decide que a bola é "nossa". Ou melhor, "deles".

Mas o fato é que o plano B de Ricardo Teixeira após a recusa de Muricy Ramalho foi correr atrás de Sanches e valer-se da ótima relação entre os dois para conseguir uma liberação sem qualquer problema do treinador mano Menezes para preencher o não tão cobiçado no momento cargo de técnico da seleção brasileira de futebol. E assim evitar um constrangimento maior que aquele provocado por sua arrogância e prepotência no caso Muricy Ramalho & Fluminense.

Acho mesmo que Sanches se surpreendeu com o fato de Mano não ter sido escolhido antes, por isso já tinha a saída do treinador engatilhada, assim como conversas com possíveis substitutos. Adílson Batista era um deles e logo foi contratado para a vaga.

Vamos seguir a vida, então. E de olho nas arbitragens (vai valer um post rápido já, já) dos jogos de aliados e desafetos de Ricardo Teixeira no campeonato brasileiro.

sábado, 24 de julho de 2010

BRASIL ► Por que as Organizações Globo e a chamada "grande mídia" só repercutem pesquisas do Ibope e do Datafolha?

Nesta sexta-feira foram divulgadas nova rodada de pesquisas eleitorais sobre a próxima eleição presidencial realizadas por dois institutos, Datafolha e Vox Populi. Com resultados bem diferentes. O Datafolha aponta empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O Vox Populi aponta a candidata do governo com oito pontos à frente.

Mas a "grande mídia", também conhecida como "Pig" (Partido da Imprensa Golpista, ver mais no link do Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, aí ao lado nos meus favoritos), só repercute pesquisas Datafolha e Ibope. Lá no Jornal Nacional fica bonitinho, com gráficos e tudo. Aquele mesmo Jornal Nacional de tantos podres na nossa História.

Será porque seus candidatos (da Globo e de colegas do Pig) se saem melhor sempre nas pesquisas desses institutos? Por que não divulgar pesquisas dos institutos CNT/Sensus e Vox Populi? Será pelo motivo oposto? O bom jornalismo não mandaria isso, divulgar pesquisas dos diferentes institutos? Ah, desculpe a piada, coloquei no mesmo parágrafo a palavra "Globo" e a expressão "bom jornalismo".

Bem, vamos ver o que a História nos diz.

Qual o instituto de pesquisa visto com eterna desconfiança e mais de uma vez acusado de forjar resultados? Ibope, não?

Qual instituto tem tamanha credibilidade que a última pesquisa sobre futebol no Brasil que realizou apontou a torcida do Corinthians empatada tecnicamente com a do Flamengo? Datafolha, certo?

Para bom entendedor, meia palavra basta.

É a minha opinião.

FUTEBOL ► Arrogância e prepotência de Ricardo Teixeira sofrem segunda derrota na mesma semana

A escolha do novo treinador da seleção brasileira de futebol mostrou bem - mais uma vez - o jeito de agir do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O mau jeito.

Veja só: o homem anuncia que na sexta-feira (ontem) divulgaria o nome do novo treinador, que logo no fim de semana esse nome faria a convocação para um dos inúteis amistosos que o Brasil realizará até o fim do ano e que renovação é a palavra chave do novo trabalho...

Qualquer cidadão sensato imagina então que o dirigente maior do nosso futebol estava em negociações já há algum tempo com esse futuro treinador e que provavelmente faltaria acertar apenas um detalhe ou outro para que, na tal sexta-feira, fosse feito o anúncio.

Enquanto isso não ocorria, todos os ditos prováveis candidatos negavam, via imprensa, qualquer convite. E não é que realmente não houvera qualquer convite?

Vai que quinta-feira à noite, no estacionamento do Maracanã, após a vitória do Fluminense sobre o Cruzeiro, Muricy Ramalho é abordado por um homem da CBF. O motivo: um convite de Ricardo Teixeira para encontrá-lo na manhã seguinte no Itanhangá Golf Club, um exclusivista reduto da elite carioca.

Muricy comparece e recebe o tão sonhado convite, objeto de desejo de qualquer treinador nacional. Mas algo não ocorre como o treinador gostaria. As imagens captadas pela ESPN Brasil, no clube para a cobertura de um torneio de golfe, mostram claramente o desconforto na mesa onde se reúnem Ricardo Teixeira, o assessor da CBF Rodrigo Paiva e Muricy. Desconforto que culmina com o constrangedor desdém com que Teixeira ignora o cumprimento de mão de Muricy. Uma cena para entrar na História:


Se um sujeito fizesse isso com você, como você reagiria? Só se realmente eu precisasse desesperadamente de um emprego para aceitar trabalhar com alguém assim...

Muricy saiu dali para o clube com o qual está sob contrato sem um sorriso no rosto e deixando no ar duas frases soltas para a repórter Patrícia Lopes: "Tenho que conversar com o Fluminense" e, perguntado se gostaria de dirigir a seleção, "Quem não gostaria?".

Muricy deixou a cena e Ricardo Teixeira, através do órgão oficial de divulgação da CBF, a Rede Globo de Televisão (voltaram às boas com a saída de Dunga), anuncia que a seleção brasileira tem um novo técnico, que renovação é a palavra chave, que segunda-feira será anunciada a lista de convocados para o amistoso contra os EUA... E espera aí! Está faltando algo nesse enredo. E o Muricy? Já deu o sim? E o Fluminense?

Muricy não recebeu qualquer garantia de permanência até 2014 ("vai depender dos resultados..."). Não gostou de sua decisão ter sido antecipada. O agente do treinador entrou em contato com o clube e seu patrocinador e confirmou o que haviam acertado no início da semana: a prorrogação do contrato assinado até dezembro deste ano até o fim de 2012. E ponto.

Há quem diga que o Fluminense bateu o pé. Provavelmente. O que faz muito bem, por sinal, pois Ricardo Teixeira ignorou totalmente o clube. Um clube que é seu filiado. Um clube que disputa a liderança do Campeonato Brasileiro, a maior competição promovida pela CBF, o que deveria ter alguma importância para Teixeira. Assim ele deveria cuidar dos interesses de seu filiado também. Fosse um dirigente ético e preocupado com nosso futebol, teria costurado a negociação primeiro com o clube, depois com o treinador.

Mas o Fluminense votou contra Kléber Leite, candidato de Teixeira à sucessão no Clube dos 13. Assim como o São Paulo, de quem Teixeira tenta de todo modo tirar a honra de ver o Morumbi como sede e palco da abertura do Mundial de 2014.

Acabaram sendo duas derrotas numa semana, pois além do "não" de Muricy, o governo de São Paulo negou qualquer hipótese da construção de um novo estádio apenas para a Copa. Até o presidente Lula alfinetou as ameaças de Teixeira: "Não estou entendendo essa discussão sobre São Paulo ficar fora da Copa." Não vai ficar. E Teixeira vai engolir o Morumbi. Vejam que ele conseguiu a façanha de PSDB e PT ficarem do mesmo lado. Mas o post não é exatamente sobre isso.

Voltando: então Teixeira não estava nem aí para o Fluminense. Pior: não estava nem aí para Muricy ou qualquer que fosse o treinador escolhido.

Do alto de sua presunção, Teixeira pensa assim: "Sexta de manhã, tomo café no meu clube, chamo alguém e o nomeio técnico da seleção." Simples assim. Tratando a todos como capachos e submissos. Todos aos seus pés. É como a arrogância de Ricardo Teixeira vê o nosso futebol.

Fosse eu Muricy ramalho e me sentiria humilhado. Talvez Muricy tenha sentido algo parecido. E daí o "não". Há quem diga que "o Fluminense bateu o pé" e por isso Muricy não foi. Fala sério! Santa ingenuidade. Se Muricy quisesse, ia. Não há como um clube segurar um treinador que queira sair. Desesperado com o vislumbre do fracasso, Teixeira ainda comunicou que pagaria a multa para Muricy deixar o Fluminense. Mas não era esse o problema.

Muricy pôde usar o louvável pretexto de dizer que jamais traiu com sua palavra ou que "tenho que dar o exemplo para minhas filhas", como Paulo Vinícius Coelho postara em seu blog às 14h30min. Em meio à disseminação da notícia de que "a seleção brasileira já tem um novo técnico", mesmo sem o "sim" de Muricy, PVC advertia que a situação poderia mudar. E mudou.

Foi bom para todos - menos a CBF e Ricardo Teixeira. Não faltavam argumentos relevantes para Muricy e o Flu darem o "não".

parece meio óbvio para mim que Ricardo Teixeira quer, neste momento, apenas um técnico tampão. Esse técnico até pode dar certo, mas o plano não é esse. É só ocupar o cargo para que lá na frente um eventual tropeço ou outro facilite a demissão e um convite provavelmente a Luís Felipe Scolari (que, se chamado agora, responderia com o mesmo "não" de Muricy) para dirigir a seleção brasileira na Copa do Mundo.

Mas o quase eterno presidente da CBF não precisa ficar desesperado. Um chinelo velho sempre encontra um bom capacho. E não é nem no mau sentido que digo isso. Para alguns treinadores o valor da aposta vale o risco. Não valia para Muricy Ramalho.

Quem também perdeu nessa história toda foi a imprensa como um todo. Péssimo trabalho, salvo exceções. Mas isso não chega a ser novidade. Nenhuma novidade.

É a minha opinião.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

MUNDO ► Não é uma ameaça ao planeta que os EUA continuem a explorar petróleo?

Os fatos recentes dizem que não. Mas o “mundo” parece preocupado em impedir que o Irã eleve o enriquecimento de urânio: “Eles não são confiáveis, não são responsáveis.”

Esse “mundo” capacho dos EUA acha que o Irã pode desenvolver a bomba atômica e atacar Israel, EUA e ameaçar o planeta inteiro.

Ora, mas a tragédia ambiental provocada pela irresponsabilidade norte-americana na exploração petrolífera, usando material de quinta categoria para economizar alguns cents, não é tão ameaçadora ao planeta quanto uma guerra atômica? Foi só a maior catástrofe ambiental da História. Mas isso não rendeu tanta manchete quanto a importância do fato faz supor.

E por que os EUA e seus asseclas se recusam a sentar à mesa com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad?

Me parecem bem radicais dirigentes que recusam o diálogo. Ah, como é? Radicalismo é coisa de terrorista? Pois é. Parece lógico, então, supor a intenção beligerante do governo norte-americano e de seus colegas “mais chegados”.

Assim volto à pergunta que deu título ao post: “Os EUA são responsáveis para explorar petróleo?”

Os fatos e eu achamos que não.

FUTEBOL ► Globalização do futebol descaracteriza a Copa do Mundo

Antigamente, podemos dizer assim, a Copa do Mundo era uma verdadeira festa do futebol. Ou melhor dizendo: uma verdadeira feira. Não no mau sentido. Uma feira porque apresentava seleções com um jeito de jogar característico do futebol de seu país. Tipo a Feira da Providência no Rio de Janeiro, com barracas apresentando coisas típicas da cultura de cada nação, de alimentação a souvenires. Mas isso foi nesses tais tempos de antigamente. Porque hoje a Copa do Mundo está muito mais para o mais do mesmo do que para o diferente. Efeitos da globalização. O futebol não poderia passar ao largo disso.

Hoje todo mundo vê todo o mundo jogar e todo mundo joga em todo o mundo. Assim, aos poucos as características peculiares a cada país vão desaparecendo e você é capaz de ver o mesmo jogo sendo jogado da mesma maneira em praticamente qualquer canto do planeta.

Um exemplo? Outro dia estava acompanhando uma partida do campeonato russo. Se você tirar o som e ignorar os créditos da transmissão, prestar atenção apenas na armação das equipes e na movimentação e habilidade dos jogadores, tem como não dizer que aquela seja uma partida do campeonato italiano? Ou espanhol? Turco? Pouca coisa anda diferenciando o futebol de um país para outro.

E onde mais notamos essa globalização é na Copa do Mundo, a maior festa desse esporte. Mais uma Copa se passou e vimos praticamente todos os times jogando da mesmíssima maneira. Fosse europeu, sul-americano, africano, asiático ou até da Oceania, não havia muito que diferenciar no futebol mostrado pelas seleções que estiveram na África do Sul.

Não há mais, em especial ao nível de selecionados nacionais, o futebol que represente o estilo de jogar de um país. O maior exemplo disso é a completa descaracterização das seleções africanas. Todos sabemos como o africano gosta de jogar um futebol feito de dribles, divertyido, para frente, alegre mesmo... Ou gostava? Pelo futebol que Gana, África do Sul, Camarões, Costa do Marfim e Argélia mostraram, gostavam, não gostam mais. Totalmente europeizadas, não há nada no futebol mostrado por essas equipes que lembrem a cultura de jogar de seu povo.


Acho tudo isso uma pena. Até a Holanda, uma das raras seleções a manter um padrão algo diferenciado, sempre escalando três atacantes, submeteu-se ao establishment atual e puxou seus homens de frente para ajudar na marcação, optando por jogar no erro no adversário em vez de buscar o resultado, como sempre fez.

Uma ou outra coisa ainda se pôde observar que nos lembrasse de que uma seleção era diferente da outra. Como os tais três atacantes de sempre da seleção holandesa. Ou a objetividade alemã, que parece eterna. Quem vê seu campeonato nacional sabe disso. Os alemães praticam o futebol mais objetivo do planeta, dificilmente deixam de finalizar quando têm a posse de bola. E sua seleção ainda mostra isso.

A campeã Espanha fugiu um pouco da mesmice, mas não necessariamente mostrando um futebol que representasse o seu futebol. Muito pelo contrário. A seleção espanhola atuou de forma mais semelhante a uma equipe de décadas passadas que gostasse de jogar sempre com a bola no pé: muito toque de bola, muita habilidade para manter a redonda (no caso, a Jabulani) sob controle. Isso foi bom porque foi diferente em relação às demais.

Este post é apenas uma reflexão. No momento, nem vem muita coisa à cabeça no sentido de uma conclusão sobre o assunto. Claro que eu preferia ver em cada seleção - ou ao menos em seleções de cada continente - um futebol que a diferenciasse das demais. Isso tornaria a Copa do Mundo muito mais atraente, como um dia já foi. Mas não creio que isso tenha volta, apesar de torcer muito pelo contrário. Nesse sentido, a vitória da Fúria foi um sopro de esperança. Ao menos seu futebol foi bem diferente do apresentado pelas demais seleções.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

MUNDO ► A vida passa, o tempo voa e os EUA continuam matando numa boa

O Campeonato Mundial de Futebol da África do Sul ia ocupando as atenções de quase todo mundo, inclusive a minha, mas lá nas notas pequenas dava para saber o que acontecia no resto do planeta. E não é que nesse meio tempo os EUA executaram mais um homem condenado à morte? E pelo moderno e humano método do... pelotão de fuzilamento.

Não, não estou falando de nada que tenha lido num velho livro de História. Foi há duas ou três semanas. 2010. Século 21.

Repare quem estiver lendo em um detalhe do texto acima que saiu de forma completamente espontânea: lá nas notas pequenas.

É, nas notas pequenas, porque alguém acha que "O Globo", "Folha de São Paulo" e coleguinhas afins iam dar primeira página ou destacar mais uma violação aos direitos humanos vinda lá da terra do Tio Sam? Não, né?

Essa turminha reacionária aí, sempre curiosamente de acordo com interesses norte-americanos (santa coincidência, Batman!), está muito mais preocupada com a falta de liberdade na China, com a energia nuclear no Irã, com o nacionalismo de Hugo Chavez, com Fidel Castro insistindo em não morrer...

Enquanto isso, longe das manchetes, os EUA, tão preocupados com direitos humanos no quintal dos outros, segue matando através de pelotões de fuzilamento e permitindo que ainda exista - e até recrudesça - uma coisa abjeta chamada Ku Klux Klan.

Um dia isso acaba. Não deve ser no meu tempo, claro, mas acaba. A humanidade, por incrível que pareça e por mais que alguns fatos deponham em contrário, caminha para frente. E evolui. Sempre. E aí chegará o dia em que os meios de comunicação brasileiros ao menos tratarão a todos de maneira equidistante.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

FUTEBOL ► Fluminense, 108 anos

Hoje é aniversário do meu Fluminense. São 108 anos de glórias e venturas que sobreviveram a algumas administrações catastróficas no final dos anos 80 e nos anos 90. O Fluminense sobreviveu e está cada vez mais forte no coração de sua torcida. Mas não vou derramar loas sem fim aqui porque, literalmente, seriam sem fim mesmo...

Para celebrar o aniversário, posto aí embaixo a bonita matéria que o SporTV fez sobre os 80 anos de Escurinho, um dos maiores ícones de nossa história. Escurinho foi um ponta-esquerda veloz e artilheiro que marcou 111 gols com a camisa tricolor (e com a branca também, claro) e conquistou os campeonatos cariocas de 1959 e 1964, além do Rio-São Paulo de 1957 (único campeão invicto da história da competição) e de 1960. Ele jogou ao lado de outras figuras lendárias nas Laranjeiras, como Telê Santana, Castilho, Pinheiro, Altair, Jair Marinho, Valdo… Alguns deles aparecem na matéria.

terça-feira, 20 de julho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Algumas curiosidades do Mundial da África do Sul

Algumas curiosidades sobre o recém-findo Mundial da África do Sul eu não gostaria de esquecer, por isso vou fazer o registro aqui.

- Uma coisa me incomodava no início da competição e não sabia exatamente o quê. Depois me toquei: todo mundo comentava do frio que fazia na Àfrica do Sul, mas as crianças que entravam uniformizadas como jogadores de futebol ao lado dos atletas a cada jogo estavam sempre desagasalhadas! Nos últimos dias de bola rolando alguém se tocou e as crianças passaram a entrar em campo com vistosos e, provavelmente, quentes agasalhos.

- Na estreia da seleção da Sérvia contra Gana (vitória de Gana por 1 x 0), o meia Dejan Stankovic tornou-se o primeiro jogador a disputar três Copas do Mundo defendendo três países diferentes. Sua jornada histórica começou em 1998, na França, com o uniforme da seleção da Iugoslávia. Depois, em 2006, ele voltaria a uma Copa do Mundo, dessa vez com a seleção da Sérvia e Montenegro.

- Essa partida Gana 1 x 0 Sérvia também registrou outro fato curioso e inédito: foi a primeira vez que dois goleiros do mesmo time se enfrentaram em uma Copa do Mundo. Tanto o ganês Kingson quanto o sérvio Stojkovic defendem o Wigan Athletic, da primeira divisão do futebol inglês.

- Por falar em goleiros, os três goleiros nigerianos convocados para o Mundial na África do Sul jogam profissionalmente em Israel. O titular Enyeama é do Hapoel Tel-Aviv, enquanto Ejide e Aiyenugba defendem o Hapoel Petah Tikva e o Bnei Yehuda, respectivamente.

- O treinador hondurenho, Edgar Alvarez, mostrou uma tremenda falta de senso de oportunidade. Se com a bola nos pés não havia muita esperança de sua seleção fazer história, ainda assim havia uma chance boa do país escrever seu nome nos anais dos Mundiais. Para isto, bastaria que Alvarez tivesse colocado juntos em campo os irmãos Wilson Palacios, Jerry Palacios e Jhony Palacios. Wilson e Jerry ainda entraram como titulares contra a Suíça, mas Johny sequer jogou durante a Copa. Seria a primeira vez que três irmãos defenderiam seu país em uma partida de Copa do Mundo. A história que Honduras acabou fazendo foi a de sair da África do Sul sem marcar um gol sequer.

- No quesito irmãos, a partida Alemanha x Gana apresentou o inusitado e inédito duelo entre os irmãos Boateng. Enquanto o irmão mais velho Kevin Prince-Boateng era um dos destaques de Gana, o caçula Jerome Boateng se firmava na lateral esquerda da Alemanha. Os dois nasceram em Berlim, mas têm ascendência ganesa. Prince Boateng chegou a jogar em seleções de base germânicas, mas optou por defender o país africano como profissional.

FÓRMULA INDY ► Muitos acidentes, muitas bandeiras amarelas e mais uma vitória de Will Power, agora em Toronto

A 11ª prova da temporada 2010 de Fórmula Indy, realizada no circuito de rua de Toronto, no Canadá, no domingo passado, foi marcada por muitos acidentes, muitas bandeiras amarelas e nova vitória do australiano Will Power, líder do campeonato.

Infelizmente, não vi a corrida, estava na casa de meus pais para um almoço. E me dei mal, porque, pelo que diz meu amigo Márcio Arruda em seu blog, foi uma das corridas mais legais do ano.

Tony Kannan foi o melhor brasileiro na prova, chegando em 4º lugar. Agora ele está em 7º na classificação geral, com 273 pontos, uma posição atrás de Hélio Castroneves, que soma 285. Os dois ainda podem sonhar com o título, mas Power está na dianteira com 377 pontos.

Segue aí aquele compacto legal que a Indy Car distribui via YouTube:


Aliás, lá neste link aqui do YouTube, a Indy disponibiliza a corrida inteira para quem quiser assistir.

A classificação da corrida (em negrito, os pilotos brasileiros):

1º) Will Power (AUS/Penske) - 60 voltas - 1h47min15s2554
2º) Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi) - a 1s2757
3º) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti) - a 1s7605
4º) Tony Kanaan (BRA/Andretti) - a 3s5382
5º) Graham Rahal (EUA/Newman-Haas) - a 9s7349
6º) Danica Patrick (EUA/Andretti) - a 11s9439
7º) Justin Wilson (ING/Dreyer-Reinbold)– a 12s3783
8º) Marco Andretti (EUA/Andretti) - a 16s3360
9º) Simona de Silvestro (SUI/HVM) – a 21s5321
10º) Dan Wheldon (ING/Panther) - a 23s1537
11º) Vitor Meira (BRA/AJ Foyt) - a 25s8960
12º) Hideki Mutoh (JAP/Newman-Haas) - a 26s2878
13º) Paul Tracy (CAN/ Dreyer & Reinbold) - 84 voltas
14º) Mário Moraes (BRA/KV) - 84 voltas
15º) Tomas Scheckter (AFS/Dreyer-Reinbold) - 84 voltas
16º) Bertrand Baguette (BEL/Conquest) - 84 voltas
17) Alex Tagliani (CAN/FAZZT)- 84 voltas
18º) Ryan Briscoe (AUS/Penske) - 83 voltas
19º) E.J. Viso (VEN/KV) - 82 voltas

Não completaram:

20º) Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi) - 71 voltas
21º) Raphael Matos (BRA/Luczo Dragon) - 64 voltas
22º) Mario Romancini (BRA/Conquest) - 31 voltas
23º) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne) – 26 voltas
24º) Hélio Castroneves (BRA/Penske) - 21 voltas
25º) Takuma Sato (JAP/KV) - 15 voltas
26º) Milka Duno (VEN/Dale Coyne Racing) - 8 voltas

Link para a classificação completa do campeonato na página oficial da Fórmula Indy: http://www.indycar.com/schedule/standings/.

Além da pontuação pela ordem de chegada ao encerramento de uma corrida, cada piloto da Fórmula Indy que liderar o maior número de voltas em cada prova receberá um bônus de 2 pontos, somados à pontuação normal. Além disso, há um ponto extra para quem conquistar a pole-position. Com isso, é possível que um piloto some 53 pontos em uma corrida. (Fonte:http://www.band.com.br/esporte/formula-indy/classificacao.asp)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Minha seleção da África do Sul

No gol, Neuer (Alemanha), extremamente regular. Na lateral direita, o espanhol Sérgio Ramos voou a Copa inteira. Algumas duplas de zaga brilharam e resolvi escolher assim, optando pelos alemães Friedrich e Mertesacker. A lateral esquerda não foi muito exatamente uma posição privilegiada na África do Sul. Estava gostando de Fernando Coentrão, mas Portugal jogou tão atrás contra Espanha que ele não pôde aparecer na hora do "vamos ver". Vou ficar então com o uruguaio Fucile, que jogou com extrema valentia e correção tática.

Meu esquema titular será o 4-5-1, para poder aproveitar o máximo de meio-campistas possível. Felizmente, o setor pensador do futebol foi o que apresentou os principais destaques do Mundial. Meus cinco titulares seriam Schweinsteiger (Alemanha), Xavi (Espanha), Iniesta (Espanha), Thomas Müller (Alemanha) e Sneijder (Holanda).

Meu atacante isolado, ao menos no papel, pois na prática teria a companhia dos talentosos meias vindos de trás, é Diego Forlán (Uruguai), eleito o melhor da Copa pela Fifa.

Então minha seleção da Copa do Mundo 2010 seria:

Neuer (Alemanha)

Sérgio Ramos (Espanha)
Mertesacker (Alemanha)
Friedrich (Alemanha)
Fucile (Uruguai)

Schweinsteiger (Alemanha)
Xavi (Espanha)
Iniesta (Espanha)
Thomas Muller (Alemanha)
Sneijder (Holanda)


Diego Forlán (Uruguai)

Meu craque da Copa: Thomas Muller (Alemanha)
Meu técnico: Vicente del Bosque (Espanha)
Minha revelação: Oezil (Alemanha)

Meu time reserva atuaria num 4-3-3, em homenagem à vice-campeã Holanda. No gol, Casillas, que salvou a pátria em momentos decisivos, apesar de algumas intervenções estranhas (como aquele gol que ia levando do campo adversário na final) e o beijo que aplicou na sua namorada durante entrevista após a conquista do título, colocando a moça numa tremenda saia justa. A lateral direita vai para o jovem veterano (tem apenas 26 anos) capitão alemão Philipp Lahm. Como estou optando por duplas para a zaga, faço uma escolha improvável: os japoneses Nakazawa e Túlio Tanaka, que pouco falharam e foram particularmente muito bem o jogo aéreo, mesmo contra seleções tradicionalmente fortes na bola alta. Na lateral esquerda, fico com o paraguaio Claudio Morel, melhor válvula de escape lateral do time, apesar de ter sido impedido de apoiar contra a Espanha.

Meu meio-campo fica com dois volantes talentosos, Xabi Alonso e a outra revelação alemã, Khedira, sendo completado pelo meia ofensivo Oezil.

Na frente, três atacantes. Mais enfiado, o ganês Asamoah Gyan, vítima daquele dramático momento nas quartas de final contra o Uruguai, mas que foi bem a competição inteira. Movimentando-se mais e voltando um pouco para buscar jogo quando necessário, o arisco e habilidoso uruguaio Luís Suárez e o artilheiro campeão David Villa, caindo pela esquerda como tanto fez e como tanto se deu bem.

Então seria esta minha seleção B do primeiro Mundial realizado em solo africano:

Casillas (Espanha)

Philipp Lahm (Alemanha)
Nakazawa (Japão)
Túlio Tanaka (Japão)
Claudio Morel (Paraguai)

Xabi Alonso (Espanha)
Khedira (Alemanha)
Oezil (Alemanha)


Luís Suárez (Uruguai)
Asamoah Gyan
(Gana)
David Villa
(Espanha)

COPA DO MUNDO 2010 ► Meus outros sete melhores momentos: 64 jogos depois, para sempre na memória

Ainda durante a Copa do Mundo, fiz um post com meus três melhores momentos da primeira fase da competição (tem ele aqui). Agora, uma semana após a conquista espanhola, vou completar uma lista com "os meus 10 mais" com outros sete momentos. Desta vez, em ordem cronológica.

7 - O copioso choro do atacante Jong Tae-Se durante a execução do hino da Coreia do Norte antes do jogo contra o Brasil

Filho de pais sul-coreanos, Jong Tae-Se nasceu no Japão, mas sempre estudou em escolas ligadas ao regime comunista da Coreia do Norte e decidiu naturalizar-se por opção ideológica. Ele muito insistiu para que fosse convocado e não resistiu à emoção ao ouvir o hino do país que escolheu como pátria. Algo que emocionou a todos, especialmente nestes tempos em que a Copa do Mundo parece apenas só mais uma obrigação para estrelas do mundo todo que faturam milhões com o futebol.

6 - O desespero de Asamoah Gyan após a eliminação de Gana nas quartas de final contra o Uruguai

Todo mundo que acompanhou a Copa com certeza ainda está com esse jogo na cabeça. No último minuto do segundo tempo da prorrogação, o atacante uruguaio Luís Suárez evitou com as mãos, em cima da linha, aquele que seria o gol da classificação da seleção africana e da eliminação de seu país. Suárez foi expulso e deixou o campo aos prantos. Gyan, artilheiro e melhor jogador ganês, inclusive naquela noite, quando foi um verdadeiro guerreiro, cobrou no travessão. Na disputa de pênaltis, o Uruguai converteu a primeira cobrança. Em seguida, Gyan pegou a bola, caminhou para a marca de cal e chutou para igualar a série, com uma personalidade poucas vezes vista. Mas não deu para Gana, o Uruguai venceu e, após Loco Abreu converter o gol da classificação com aquela incrível cavadinha, Asamoah Gyan simplesmente quase sofreu um colapso nervoso, mal se aguentando de pé, completamente inconsolável. Definitivamente, para ele defender seu país numa Copa do mundo não era uma mera obrigação profissional.

5 - As históricas goleadas da Alemanha sobre Inglaterra e Argentina

O melhor futebol de toda a Copa da África do Sul apareceu pelos pés germânicos em duas já antológicas goleadas sobre Inglaterra e Argentina, pelos inapeláveis placares de 4 x 1 e 4 x 0, respectivamente. Não bastasse o fato de Inglaterra e Argentina serem duas das potências atuais da bola e duas das candidatas ao título, são ambos os países provavelmente os maiores rivais alemães no futebol, talvez só comparados aos holandeses. Foram atuações de encher os olhos de um meio-campo formado por Khedira, Schweinsteiger, Muller e Oezil, muito bem acompanhado por um mais aberto e avançado Podolski e pelo artilheiro Klose. Para se ter ideia do feito, nunca uma seleção goleou duas rivais numa mesma Copa do mundo, em sequência, no espaço de uma semana. Sensacional.

4 - O futebol bola-no-pé da campeã Espanha

Não embarco no entusiasmo exagerado em relação à campeã Espanha. Acho que falta, efetivamente, um bom centroavante para que possa ser comparada às maiores campeãs mundiais ou mesmo a equipes que não venceram, mas jogaram futebol que marcaram, como a Hungria de 54, a Alemanha de 74 ou o Brasil de 82. Talvez Fernando torres, se estivesse bem ou em forma ou se jogasse o que se supõe que ele joga (a Copa serviu também para colocar na berlinda todos esses craques mercadológicos, mas isso é outra história...). Mas evidentemente que todo mundo que é apaixonado por futebol deve mesmo jogar as mãos aos céus por ter como campeã mundial uma equipe que valoriza a posse de bola, o toque e a habilidade, sem espaço para botinudos brucutus em sua meia-cancha. O título espanhol fará um grande bem aos próximos anos do esporte. Assim como o vice da Holanda, que, se foi mal na final, é um país que insiste, veja só, em pleno século 21, em jogar sempre com três atacantes, sendo dois abertos pelas extremas! Ou seja: como verdadeiros pontas, uma posição cujo fim foi vaticinado especialmente nos anos negros do futebol, aqueles malfadados anos 90.

3 - A torcida africana e suas vuvuzelas

Tem quem não goste, mas faço parte do time que gostou - e muito - das vuvuzelas. Tenho a minha e venci o desafio de aprender a tocar. Não, não basta apenas soprar, rola uma técnica... Acho que a itinerância da Copa do Mundo e de outros megaeventos eventos esportivos tem sua principal relevância no apresentar a todo o mundo não só uma capacidade exemplar de realização do evento (como única, exclusiva e estupidamente entendem a Fifa e o COI), mas os hábitos de seu povo, as características de seus torcedores, mostrar como pulsam seus estádios e demais palcos esportivos. E os estádios africanos pulsam ao ritmo das vuvuzelas e do canto e da dança de seus torcedores - para desgosto da Fifa, que sonha com um público de ópera em palco de TV, sentado e apenas manifestando-se de acordo com as orientações do placar eletrônico; FAZER SILÊNCIO, APLAUDIR, MANIFESTAR ESPANTO... Como, aliás, também defende o preconceituoso técnico campeão mundial pela Argentina em 1978, quando trabalhou a serviço do regime militar que desgovernava o país na época, Cesar Luís Menotti, que teve a cara de pau de dizer que a Fifa só deveria promover a Copa do Mundo em países onde o torcedor entendesse de futebol e não ficasse fazendo barulho infernal durante as partidas. Dá para acreditar nisso?

2 - As imagens da TV geradora do evento

Jamais, em tempo algum, viu-se no futebol uma qualidade de transmissão como a vista na África do Sul. Mesmo os jogos mais chatos eram visualmente irresistíveis com aquele show que as câmeras nos proporcionaram. E olha que o blogueiro aqui não tem TV full HD, LCD , plasma, 3D ou afins.

1 - A Copa do Mundo da África do Sul como um todo

Eu há muito tempo tenho a opinião de que eventos esportivos globais devem fugir de grandes e tradicionais centros urbanos, muitas vezes envoltos em tensões de diversos tipos, e ir à busca de regiões mais periféricas, digamos assim. Copa na Alemanha? Olimpíada na Grécia? Uma chatice, sem sal algum. Tá, vá lá que a Grécia tem um valor olímpico histórico, mas que só justificaria uma nova competição lá em 1996, centenário dos Jogos, mas esse ano foi, após uma eleição fraudulenta, para Atlanta, que realizou provavelmente a pior Olimpíada das era moderna, com direito a caos no transporte, atentado a bomba e tudo. Fora isso... A gente, ou melhor, eu fico daqui preocupado o tempo todo com a possibilidade de atentados terroristas ou quaisquer manifestações sociais e/ou políticas que possam gerar violência. Quando se parte para áreas mais distantes do grande fluxo de transporte global ou de mais difícil acesso, mais fácil se torna controlar o ir e vir do público e organizar a segurança do evento. Assim foi na Coreia do Sul e no Japão em 2002, do mesmo modo que em Sydney em 2000. A África do Sul acabou sendo assim também, felizmente. Um povo tremendamente receptivo e um ambiente mais leve para todos. Foi tão light a coisa que muitos jornalistas espantaram-se como havia um aparente relaxamento em algumas ocasiões. Claro, assim como o Brasil, o país tem problemas sociais que geram violência e há áreas perigosas, onde você pode ser vítima de furtos ou roubos sem surpresa alguma. Mas são problemas internos e controláveis com uma ação mais eficaz da segurança, que, se feita de modo apropriado, ainda pode deixar um legado positivo no pós-Copa. Esportivamente, ainda na primeira fase ouvi muita gente dizer que a Copa era fraca, muito ruim, uma das piores da História etc. Aos poucos as opiniões foram mudando, o que reforça o exagero daquelas primeiras impressões. Até, porque quem as fez não acompanhou, com certeza, aquele atentado ao futebol que foi a Copa de 1990 na Itália, por exemplo. No frigir dos ovos, mesmo 1986, 1998, 2002 e 2006 perdem na comparação com o primeiro Mundial africano, que, ao meu ver, fica ali pau a pau com o de 1994 nos EUA, perdendo para todos os anteriores, sem demérito algum. Desde que a Fifa começou a inchar a competição, em 1982, passando de 16 para 24 seleções e depois para as atuais 32, o nível técnico, obviamente, só tenderia a cair mesmo. Mas este ano houve a Alemanha, a Espanha, mesmo a Holanda também jogava com a bola no pé, houve a emoção norte-americana, o inesquecível Gana x Uruguai, a surreal épica campanha invicta dos neozelandeses, as vuvuzelas... Muita coisa para lembrar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

CINEMA ► "Apenas Uma Vez" - Um pequeno drama musical delicado, econômico e irresistível

O blogueiro tentou encaixar um "bom, bonito e barato" no título do post, mas não faria justiça ao que é o filme. Então troquei bonito por curto e inverti a ordem de modo que mais se adequasse ao que realmente achei de "Apenas Uma Vez". Ficou "Curto, barato e bom, muito bom". Não gostei. Acabei com o título aí de cima. Não achei muito inspirado, não era bem isso que eu queria, me fugiram as palavras, mas ao menos me pareceu fiel ao que quero escrever.

O lance aqui é registrar a ótima surpresa que foi zapear com o controle remoto e encontrar esse pequeno grande filme à disposição, ali, bem na hora em que eu procurava alguma coisa legal para assistir. Caí no Cinemax, onde se consegue encontrar filmes de fora da em geral medíocre produção hollywoodiana.

"Apenas Uma Vez" retrata o casual encontro entre um compositor que toca nas ruas de Dublin nas horas de vagas de seu trabalho na loja de conserto de aspiradores de pó do pai viúvo e uma imigrante tcheca, pianista, que faz o que pode para sustentar a filha e a mãe: vende flores nas ruas, faz faxina em residências etc.

O clima irlandês ajuda - e muito. Não é uma realidade maquiada. Passa a ideia que costumo ter de um povo operário, que precisa lutar muito para conseguir as coisas. Definitivamente, nada a ver com o glamour de regiões europeias mais abastadas. A fotografia, sem estúdio, toda em locações, talvez até pela rudeza da realidade, é muito bem adequada. A interpretação dos protagonistas, o cantor e compositor irlandês Glen Hansard (vocalista e guitarrista da banda The Frames) e a jovem compositora e multi-instrumentista tcheca Markéta Irglová, é outro ponto alto. Por não serem atores de formação, passam - a mim, ao menos, passaram - uma credibilidade aos personagens que facilmente poderia ser perdida por profissionais que tendem a superatuar em papéis que pedem o oposto: discrição e comedimento para que o personagem sobressaia. Hansard e Irglová atuam no tom certo. E a química entre os dois é excelente. O roteiro é comedido, sensato, não há exageros (há algumas tentações que o diretor John Carney consegue evitar). A direção é discreta e o uso da câmera movendo-se como em documentários (aquelas imagens em que a câmera move-se daqui para ali, engatando com um zoom dando close em alguém) gera maior identificação e empatia com a história. Fica parecendo mais real.

Aí você pega os ingredientes acima, bate no liquidificador e tempera com uma grande dose de música de alta qualidade e pronto: temos um filme envolvente, que chamei de pequeno grande filme porque tem apenas uma hora e meia, custou módicos 150 mil dólares para ser feito e é muito bom. Prova de que não é preciso gastar dezenas de milhões de dólares e três horas de material editado para exibir algo que preste no cinema - muito pelo contrário: normalmente, muito dinheiro e longa duração costumam ser maquiagem para cobrir falta de roteiro, de história, de interpretação... de tudo. Com sua quase média metragem, "Apenas Uma Vez" acaba deixando aquele gostinho de "quero mais", de "já acabou?", algo que o carnavalesco Fernando Pamplona sacou nos seus tempos de Salgueiro e implantou nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro nos anos 1960.

Pequena digressão carnavalesca: até Pamplona, as escolas passavam, passavam, passavam... E quanto mais tempo na pista, melhor, porque isso até servia para prejudicar a escola seguinte. Pamplona impôs no Salgueiro um desfile mais rápido, quase no ritmo de um bloco de embalo, passando rápido pela avenida para deixar saudade, o tal gostinho de "quero mais", em oposição a um eventual "ainda não acabou?". Ou talvez como diz o trecho de um poema de Ferreira Gullar: "E a escola passa e me leva e me deixa. / E dá vontade de chorar: / chorar porque passou linda / e chorar porque já passou."

Voltando ao cinema, a trilha sonora é irresistível. As cenas musicais são de extremo bom gosto e atraentes. O entrosamento de Hansard e Irglová também aqui é ótimo. Depois de ver o filme, a primeira vontade que tive foi de sair atrás do CD.

Uma curiosidade: eu tinha certeza que a cara do Glen Hansard não me era estranha. A cara e alguns trejeitos lembravam um pouco o Bryan Adams, mas não era isso. Uma pesquisa básica no Google ajudou: Glen Hansard é o cabeludo guitarrista Outspan Foster, recrutado por Alan Parker para o elenco musical quase amador do excelente "The Commitments - Loucos pela Fama". Como são as coisas: sábado passado, estava num shopping com minha esposa quando insisti para passarmos nas lojas de DVDs porque estava com desejo de comprar o filme... "The Commitments"! Do nada me deu essa vontade. Eu disse bem assim: "Estou com desejo de comprar o DVD de "The Commitments."

Não achei o DVD de "The Commitments" (acabei comprando o clássico eterno e sempre ótimo "Cantando na Chuva"), mas acabei encontrando essa agradável surpresa, "Apenas Uma Vez", que saciou minha vontade de assistir a um filme musical de conteúdo e qualidade. Muito boa qualidade. Adoro quando isso acontece: achar um filme assim quase que por acaso. Faz valer a fortuna que a gente paga por uma assinatura de TV a cabo com todos os canais de cinema.

A propósito: recomendo também o CD com a trilha de "The Commitments". Felizmente, esse já tenho há muito tempo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

TELEVISÃO ► Socorro! Alguém nos salve das sinopses de filmes nos canais por assinatura!

De antemão, vai o aviso: este post contém aquilo que é chamado de spoiler, ou seja, revelações sobre o desenrolar ou final de filmes. E não é minha culpa.

A minha esposa já há muito é traumatizada. Eu mesmo não consigo evitar o espanto. Alguém precisa nos socorrer de certos canais de televisão por assinatura que parecem não saber que há uma grande diferença entre sinopse e resumo de um filme! Quem tem Net Digital ou Sky chega a - ou deveria - pensar duas vezes antes de acessar a sinopse de algum título.

Resumo é uma condensação em poucas palavras. Sinopse é uma descrição abreviada. Em relação a filmes, a sinopse diz do que se trata a história, enquanto o resumo conta a história.

Há canais que apresentam "sinopses" que simplesmente tornam desnecessário assistir ao filme, pois até o final já está revelado. Outras "sinopses" revelam clímax que o espectador só deveria descobrir lá no meio da trama, quando estivesse absorto por ela.

Veja os exemplos abaixo, lembrando mais uma vez que são sinopses-spoilers, estão disponíveis ao apertar de teclas do controle remoto.

A Namorada Perfeita (Telecine) - "O filme conta a história de um jovem rapaz que namora uma menina, mas resolve terminar com ela para encontrar a mulher perfeita; ele sai com várias só que, no final, acaba percebendo que a mulher da sua vida era a sua namorada."

- Então, tá, né? Economizei duas horas de filme em 15 segundos de leitura. O filme inteiro está resumido nessas poucas palavras acima - muito bem, resumido, por sinal. Não há qualquer dúvida sobre seu final.

Um Certo Olhar (Cinemax) - "Em viagem para encontrar a mãe de seu filho falecido, um homem aceita dar carona a uma jovem. Porém um acidente acaba matando-a, o que faz com que ele procure pela mãe dela."

- A sinopse mesmo seria algo assim: "Homem viajando sozinho dá carona a extrovertida jovem, sem saber que isso mudará o destino de ambos." Quando comecei a ver, acreditei que era uma sinopse (quanta ingenuidade...). Imaginei que a morte da garota seria logo na abertura e que o filme tratasse da alteração da jornada do motorista e seus conflitos internos, psicológicos, quanto a isso. Mas que nada... Primeiro que só depois da metade do filme é que começamos a saber o motivo da viagem, que vai aos poucos se revelando. Depois, a morte da garota não é logo no início e é um momento de grande impacto. Como pode ser revelada numa sinopse? O pior de tudo é que trata-se de um bom filme, com ótimas interpretações de Alan Rickman e Sigourney Weaver.

Rota Mortal: Não Olhe para Trás (Max Prime) - "Há um ano, Nicole e Jesse desapareceram na área de descanso numa antiga estrada, esquartejados pelo assassino da rota mortal. Três corajosos jovens decidem procurá-lo sem imaginar que o assassino está à espreita."

- Esta "sinopse" aqui é absurda. Claro que mereço, quem manda assistir a um filme desses? Na verdade, a história é de três pessoas (no caso, os "corajosos jovens") que saem em busca do casal de amigos desaparecido. Eles NÃO sabem o que aconteceu com os amigos e também NÃO sabem que há um assassino na estrada - até porque, se soubessem, avisariam a polícia, provavelmente, sei lá o que se passa na cabeça desses roteiristas....

O Primeiro Amor Nunca Acaba (A & E) - "Halley, uma adolescente desiludida com os fracassos amorosos, recusa-se a acreditar que o verdadeiro amor existe (sic). Até que, devido a um acidente, Macon entra na sua vida e ela descobre o grande amor."

- Da série "Então, tá, obrigado, agora que já li o filme, vou procurar algum para ver".

Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro (HBO) - "Três funcionárias do Tesouro Federal Americano, armam plano para roubar uma enorme quantidade de dinheiro, prestes a ser destruída."

- Esta aqui é daquelas que saem truncadas e que você chega até a perder o filme tentando entender - no caso, o que está prestes a ser destruída.

Os exemplos acima são aleatórios. Infelizmente, canais que assisto com frequência, como Cinemax, Max Prime e Telecine Light são vítimas do mesmo mal.

Enfim, cuidado quando acessar sinopses na sua TV por assinatura, para não ter a desagradável surpresa de ter o fim da história revelado antes mesmo do filme começar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

FÓRMULA 1 ► "Nada mau para um segundo piloto, hein?", disse o canguru para o touro

A frase com a qual intitulei o post saiu da boca de Mark Webber, vencedor do Grande Prêmio da Inglaterra, disputado no tradicional circuito de Silverstone, logo após receber a bandeirada. O australiano ainda estava justamente inconformado com a decisão de sua equipe, a Red Bull (touro vermelho...), durante o treino classificatório, quando tirou a nova asa de seu carro para colocar no carro do companheiro de equipe Sebastian Vettel, que havia detonado a dele.

Ficou clara a predileção da Red Bull e a opção por Vettel como primeiro piloto, apesar de ambos disputarem as primeiras colocações na classificação do Mundial. Vettel é um piloto mais rápido, mas ainda muito bandalha, enquanto Webber, mesmo com uma barbeiragem aqui, outra lá mais adiante, é bem mais consistente. Na prova de domingo, novamente isso ficou provado. Vettel era pole, mas Webber largou na frente, os dois se tocaram e o australiano foi embora. Afobado para recuperar a posição, Vettel acabou saindo da pista na segunda curva, voltou, quase foi tocado outra vez, deu novo passeio na área de escape e acabou no boxe com um pneu furado e voltando atrás de todo mundo. Enquanto isso, Webber, que costuma ser muito seguro quando sai na frente, administrou o primeiro lugar e o assédio de Lewis Hamilton para vencer.

Quem fica muito feliz com essa falta de habilidade da Red Bull para administrar dois pilotos em condições de disputar o título é a McLaren. Com o segundo lugar de Hamilton e o quarto de Jenson Button (ótima corrida de recuperação), os dois lideram o campeonato, assim como a equipe está na frente na competição de construtores.

Nico Rosberg completou o pódio. O filho de Keke tem feito uma temporada muito consistente e poderia ter obtido melhores resultados se a Mercedes dedicasse a ele as atenções que dispensa a Michael Schumacher, que ainda segue pouco competitivo nesta sua volta à Fórmula 1. Um problema no motor impediu o bom polonês Robert Kubica de completar a prova e Rubens Barrichello fez outra prova muito boa. Rubinho está literalmente fazendo da Williams um carro de corrida. O japonês Kamui Kobayashi foi outro destaque, arriscando com acerto atrasar sua parada obrigatória para troca de pneus e terminando numa ótima sexta posição.

Já na Ferrari, Felipe Massa teve mais um mau desempenho. Classificou-se novamente atrás de Fernando Alonso no grid de largada, teve um pneu furado pela asa do carro de Hamilton na largada, voltou atrás, saiu duas ou três vezes da pista... Enfim, um fim de semana para esquecer. Mais um.

Fernando Alonso, por sua vez, foi vítima do incrível esforço da Federação Internacional de Automobilismo de fazer da Fórmula 1 uma competição menos emocionante que um duelo de xadrez. O que chega a ser uma ofensa ao xadrez, que tem em sua história desafios realmente de mexer com os nervos.

O que não deve acontecer na F1 sem que haja o imediato risco de uma investigação. O espanhol fazia uma boa corrida, quando dividiu uma chicana com Kubica, a quem tentava ultrapassar. Kubica obviamente fechou a porta. Alonso não teve alternativa a não ser cortar a chicana e acabou voltando na frente do polonês. Manobra de corrida de Fórmula 1. Não é isso que todos queremos? Bem, pelo menos eu e, garanto, todos os fãs do esporte. Mas não as autoridades... Logo veio na tela aquela cada vez mais patética informação de que a manobra estava "sob investigação". Depois de um sem número de voltas, decidiram mandar Alonso para os boxes, para uma parada de penalização.

Ridículo. Primeiro, Kubica havia sido o único prejudicado e já estava fora da prova. Parar Alonso apenas beneficiou a todos os outros pilotos e prejudicou o espanhol. Os comissários (acabei de ler na internet) se defendem dizendo que na hora do "incidente" se comunicaram com a Ferrari e pediram para avisar a Alonso para devolver a posição e que fizeram isso três vezes. Como a Ferrari não se mobilizou (a equipe achou tudo normal), veio a punição, aparentemente com atraso. Nessa altura, uma punição mais ridícula ainda. Como a manobra não envolveu ou influiu no desempenho de qualquer outro piloto, as autoridades deviam se preocupar em punir a Ferrari, se fosse o caso, com uma multa decente ou coisa que o valha, mas nunca o piloto.

Será que os atuais dirigentes da categoria ignoram mesmo a história da Fórmula 1? Como os mitos foram criados? Será que eles acham que foi através de estratégias mirabolantes para reabastecimento e troca de pneus? Ou teria sido pelo arrojo de pilotos que pisavam fundo e disputavam cada curva como se fosse um prato de comida? Fala sério...


Colocação final do GP da Inglaterra:

1. Mark Webber (AUS/Red Bull), 1h24m38s200
2. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 1s360
3. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 21s307
4. Jenson Button (ING/McLaren), a 21s986
5. Rubens Barrichello (BRA/Williams), a 31s456
6. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber), a 32s171
7. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 36s734
8. Adrian Sutil (ALE/Force Índia), a 40s932
9. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 41s599
10. Nico Hulkenberg (ALE/Williams), a 42s012
11. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force Índia), a 42s459
12. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 47s627
13. Vitaly Petrov (RUS/Renault), a 59s374
14. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), a 1m02s385
15. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 1m07s489
16. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth), 51 voltas
17. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus), 51 voltas
18. Timo Glock (ALE/Virgin), 51 voltas
19. Karun Chandhok (IND/Hispania), 50 voltas
20. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania) Bruno Senna (BRA/HRT), 50 voltas

Não chegaram:

21. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), 44 voltas
22. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber), 29 voltas
23. Robert Kubica (POL/Renault), 19 voltas
24. Lucas di Grassi (BRA/Virgin), 9 voltas


Classificação do Mundial de Pilotos após dez provas:

1º) Lewis Hamilton - 145
2º) Jenson Button - 133
3º) Sebastian Vettel - 121
4º) Mark Webber - 128
5º) Fernando Alonso - 98
6º) Nico Rosberg - 90
7º) Robert Kubica - 83
8º) Felipe Massa - 67
9º) Michael Schumacher - 36
10º) Adrian Sutil - 35
11º) Rubens Barrichello - 29
12º) Vitantonio Liuzzi - 12
13º) Sebastien Buemi – 7
14º) Kamui Kobayashi - 15
15º) Vitaly Petrov - 6
16ª) Jaime Alguersuari - 3
17ª) Nico Hulkenberg – 2


Classificação do Mundial de Construtores:

1º) McLaren -Mercedes - 278
2º) Red Bull -Renault - 249
3º) Ferrari - 165
4º) Mercedes - 126
5º) Renault - 89
6º) Force India-Mercedes - 47
7º) Williams -Cosworth - 31
8º) Sauber-Ferrari - 15
9º) STR-Ferrari - 10
10º) Lotus-Cosworth - 0
11º) VRT-Cosworth - 0
12º) Hispania-Cosworth - 0