sexta-feira, 18 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Irreconhecível, Inglaterra não sai do zero com modesta Argélia e se complica

Em uma partida mais adequada a um duelo das divisões regionais britânicas do que a uma Copa do Mundo, Inglaterra e Argélia não saíram do zero nesta noite na Cidade do Cabo. Para a Argélia, mais um resultado para o currículo, ao lado da vitória de 2 x 1 sobre a Alemanha em 1982 e a derrota de apenas 1 x 0 para o Brasil em 1986. Já para a Inglaterra...

Outro dia escrevendo sobre a NBA, disse que os alienígenas de “Space Jam” haviam roubado o talento do Kevin Garnett e depois do Ray Allen em determinados jogos das finais. Pois agora já acho que os baixinhos deixaram o basquete de lado e deram uma passadinha em Londres antes da seleção embarcar para a África e pegar emprestado o talento de craques ingleses. Rooney (vindo de parado), Lampard (só pode ser um clone às avessas), Gerrad (o menos ruim dele hoje em relação à estreia ainda é inaceitável)... Ninguém joga!

No primeiro tempo, a Inglaterra simplesmente perdeu a posse de bola para a Argélia de tal maneira que nem após o segundo tempo, quando a seleção africana fez uma óbvia opção por não correr qualquer risco e os ingleses tentaram de tudo para empatar, conseguiu se recuperar nesse item. A Argélia terminou com 53% de posse de bola. Francamente...

Não há muito o que falar sobre o jogo, que foi bem fraquinho e com poucas oportunidades de gol. No primeiro tempo a Argélia ainda arriscou mais. No segundo, deu uma cansada básica e recuou bastante, satisfeitíssima com o empate. Poderia ter tentado um pouquinho mais, porque a Inglaterra raramente levava efetivo perigo ao gol de M’Bohli, que pouco trabalhou substituindo Gaouaqui,que falhara feio na estreia. Ainda assim quase aproveita uma bola muito mal atrasada por Terry, com o goleiro David James salvando ao chegar primeiro que Matmour na bola. Na ESPN Brasil, Paulo Vinícius Coelho destacou os meias Yebda e Ziani, especialmente este, enquanto teve pernas.Eu destacaria a personalidade com que o time encarou a Inglaterra desde o início (ao contrário do que ocorrera contra a Eslovênia) e a precisão de seu sistema defensivo, com seus jogadores pouco errando e não dando chances ao adversário.

A rigor, a Inglaterra teve apenas uma grande chance, no segundo tempo, quando uma triangulação entre Gerrad e Heskey deixou Wright-Phillips em condições de marcar, mas a bola desviou na zaga e caprichosamente encobriu o gol defendido por M’Bolhi. O time apenas deu pequena - mas insuficiente - melhorada (até porque pior não dava para ficar), quando Fabio Capello mexeu tentando tornar o time mais ágil, colocando Wright-Phillips no lugar de Lennon (podia ter saído outro, Lennon ao menos corria bastante) e Defoe no lugar de Heskey, o incrível centroavante que não faz gol. Eu optaria pelo magrelão Peter Crouh, de menor força física, mas melhor toque, excelente no jogo aéreo e mais artilheiro.

Para mim, o único destaque inglês foi o veterano goleiro David James, que se tornou o primeiro goleiro negro a defender a Inglaterra numa Copa do Mundo e o mais velho a estrear na competição (39 anos). James esteve seguro nas poucas, mas precisas intervenções, em especial nas saídas de gol. Não é nada, não é nada, ao menos não atrapalhou.

A arbitragem de Ravshan Irmatov, do Uzbequistão, foi discreta, o que quer dizer que foi legal. Ou não. Na verdade, não reparei muito, o que reforça a primeira hipótese. Mas o jogo foi tão ruim, alguns jogadores ingleses erravam tanto, que eventuais erros da arbitragem poderiam passar completamente despercebidos.

Agora a Inglaterra precisa vencer a Eslovênia para continuar na competição. A Argélia também joga por vitória contra o bem armado time norte-americano, mas a viagem á África do Sul, com certeza, já está ganha.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 23: Inglaterra 0 x 0 Argélia.

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