sábado, 1 de maio de 2010

NBA ► O que é um pontinho solitário amarelo pipocando num mar azul? Um solitário torcedor do Lakers comemorando o final da série contra o Thunder no abarrotado ginásio adversário

Los Angeles Lakers 95 x 94 Oklahoma City Thundercats (4 x 2)
 
Em um duelo emocionante, o Los Angeles Lakers derrotou o Oklahoma City Thundercats em um ginásio lotado por uma torcida ensandecida com uma cesta de Pau Gasol quando restava apenas meio segundo para zerar o cronômetro.

A torcida de Oklahoma realmente impressionou. O som ambiente superava fácil os 110 decibéis. E o impressionante é que, ao contrário do que ocorre em praticamente todos os ginásios da NBA, pouco se conseguia avistar uma camisa do Los Angeles Lakers entre o público. 



Mas o time do Lakers foi muito focado para a partida e tentou ao máximo controlar as ações para que o Thunder não explodisse em velocidade.  Kobe Bryant novamente se encarregou de limitar Russell Westbrook e Ron Artest, mesmo com o ombro contundido, fez uma soberba marcação sobre Kevin Durant (foto), que, apesar dos 26 pontos, acertou apenas cinco de 23 arremessos de quadra, errando 17 de suas 20 primeiras tentativas.

Na verdade, apesar de toda a empolgação, atleticismo e talento do Thunder, talvez o jogo só tenha sido dramático até o fim devido ao desequilibrado número de faltas concedidas pela arbitragem. Novamente o Thundercats teve mais que o dobro de lances livres a seu favor. Kevin Durant, sozinho, arremessou mais que todo o time do Lakers: 15 x 14! Para efeito de comparação, Kobe Bryant, sobre quem a marcação normalmente dobrava e muitas vezes até triplicava na hora do chute, teve apenas quatro faltas assinaladas a seu favor. Em contrapartida, ainda no terceiro quarto, período em que dominava o jogo e assinalara 16 pontos, o astro de Los Angeles já estava pendurado com quatro faltas.

Com Kobe e Derek Fisher pendurados, o Lakers voltou para último quarto com apenas Bynum dentre os titulares em quadra, tentando segurar alguma vantagem o máximo possível até ser necessário voltar com seus principais jogadores. O plano funcionou e o time conseguiu manter entre os cinco e sete pontos de vantagem. Tudo ia bem para os amarelinhos, até faltar 5 minutos para o fim, quando o Thundercats finalmente escapou do ritmo imposto pelo adversário e velozmente (literalmente) transformou um placar desfavorável de 84 x 91 em um 94 x 91 a seu favor a 2min30seg do fim, quase colocando o ginásio a baixo. Mas aquela cesta de Kevin Durant seria a última do jovem time na temporada.



Kobe reduziu para um ponto a diferença com um daqueles jumpers supermarcados faltando 2min11seg.  Os times desperdiçaram as posses de bola seguintes, com destaque para um incrível toco de Lamar Odom sobre Nick Collison, que subia embaixo da cesta, até que Westbrook errou um arremesso e Kobe pegou o rebote a 17 segundos do fim. 

Phil Jackson ainda tinha direito a um pedido de tempo, mas não era necessário. A bola estava dominada nas mãos de Kobe, que fazia uma grande partida e naquele momento recebia a marcação direta de Westbrook, em vez de Durant, que, mais alto e de maior envergadura, se saía muito bem marcando Kobe.

Era um script conhecido. O time do Lakers levou o Thunder para a esquerda do ataque e isolou o lado direito para Kobe e Westbrook. Fala sério: Kobe já fizera aquilo dezenas de vezes. O astro segurou a bola, contou o temo e, no momento certo, partiu para a lateral do garrafão para fazer a cesta vitória ao zerar do cronometro. Simples assim – ou quase. 



Mesmo com o ótimo campo de visão e sendo um dos arremessos menos marcados que fez na partida, a bola de Kobe não entrou, deu aro e, caprichosamente, caiu nas mãos de Pau Gasol (foto), que colocou bola na cesta a apenas meio segundo do fim. Mas espera aí: Pau quem?

Apesar de pegar nada menos que 19 rebotes, Pau Gasol desaparecera do ataque do Lakers no segundo tempo, não havia feito um pontinho sequer. Omisso, refugou em momentos que poderiam ter sido decisivos quando Kobe ainda estava fora e errou pouco antes um gancho até fácil de converter. Enfim, Gasol estava sendo amaldiçoado por torcedores do Lakers de todos os cantos do mundo em diversas línguas – talvez até em espanhol. Até a sorte cair em suas mãos, diga-se de passagem, ajudada por excelente movimentação no momento em que Kobe saiu para o chute.

Como li em algum lugar (acho que no site da ESPN), parece que nem os jogadores do Thundercats acreditavam que Kobe erraria aquela bola e por isso acabaram dando mole no rebote. Uma lição para não esquecer. Westbrook ainda tentou um desesperado arremesso de três. Deu aro. Venceu quem jogou melhor. O Lakers acertou quase 47% de seus arremessos, contra menos de 37% de aproveitamento do adversário.

Ficam de consolo para o Thundercats as palavras de Kobe ao final da partida, de que esse é um time que veio para ficar e que vai dar o que falar por muito tempo na NBA.

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