segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MÚSICA ► Há 33 anos partia Elvis Presley, o Rei do Rock'n'Roll

"Antes de Elvis, não havia nada." John Lennon.

Desde criança eu sou fã de Elvis Presley. Sei lá exatamente por quê. Meu pai gostava, mas não era fã. Minha mãe também, mas da mesma forma não era fã. Talvez por influência dos filmes da Sessão da Tarde. Mas sei que o álbum duplo "Elvis 40 Greatest Hits" que pedi para meu comprar para mim assim que passou o anúncio na TV, em 1975, durante muitos anos não saída da vitrola.

Depois eu fui crescendo e à idolatria infantil somou-se a admiração pelo incrível talento e versatilidade interpretativa de Elvis Presley, que foi muito mais do que "apenas" (como se fosse pouco) o Rei do Rock'n'Roll - uma marca registrada, inclusive.

Quando Elvis morreu, em 16 de agosto de 1977, lembro que eu estava assistindo, se não me engano (a memória infantil confunde-se um pouco com o tempo), ao Capitão Aza (assim, com Z), na extinta e saudosa TV Tupi. A edição especial, urgente, anunciava a morte de Elvis Presley. Só sei que fiquei chocado. E mais nada me recordo até o dia seguinte. Também sei, pelo que meus pais contam, que chorei muito e fiquei tão consternado que minha Tia Ester, beatlemaníaca e também admiradora de Elvis, veio com o saudoso tio Michel lá da Glória até a Ilha do Governador por pura preocupação.


Elvis é de um tempo em que um cantor ou intérprete efetivamente cantava, não dublava usando playback. Isso era totalmente inaceitável. Aliás, em se tratando de canto, mesmo, continua totalmente inaceitável. Hoje cantores dançarinos usam e abusam desse recurso, mas sendo avaliados e idolatrados mais pelo espetáculo que proporcionam do que por seu talento interpretativo.

Mas lá nos anos 1950 não era assim. E não foi até a morte de Elvis Presley. Tanto que, já doente e com dificuldade para recordar-se de letras de músicas que cantava já há décadas, jamais cogitou-se à sua volta o uso de playback. Como todo artista deve fazer, Elvis dava a cara ao subir ao palco. E mais vale um artista errar e seguir em frente do que fazer uma apresentação fake calcada em uma perfeita gravação dublada nem sempre com perfeição.

Se Elvis fisicamente morreu ou não, pode haver dúvida. Mas seu legado é eterno. Elvis Presley foi a marca do século 20. Sua obra influenciou as mais diferentes vertentes do rock, de Paul McCartney, John Lennon, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Bono Vox, Mick Jagger, Janis Joplin, Steven Tyler, Roberto Carlos...

Tornou-se um ícone tão impregnado na cultura americana que seu nome é comumente citado em filmes, músicas e mesmo no dia-a-dia das pessoas. "Elvis não morreu" é uma máxima aqui em nossa terra. "Elvis has left the bulding", como anunciado ao fim de cada apresentação, é uma frase das mais conhecidas na música. Seus sanduíches, seus extravagantes hábitos alimentares, sua personalidade resvalando para a bipolaridade, os presentes dados a desconhecidos (a velhinha negra que ganhou um cadillac zero porque apreciava um no mostruário da loja onde Elvis estava), os tiros na TV ... Tudo em Elvis foi superlativo e marcante.


Musicalmente, Elvis Presley foi pioneiro em um sem número de coisas. Uma espécie de "Cidadão Kane", a inigualável obra-prima de Orson Welles, da música. O primeiro show transmitido ao vivo para todo o mundo, o primeiro acústico, o uso de orquestra, de som quadrifônico...

Principalmente, seu carisma e incrível talento para interpretar com feeling inigualável rock, country, gospel, baladas ou o gênero musical que fosse o faz único. Como disse alguém cujo nome infelizmente não recordo (lembrando eu atualizo aqui), Elvis era desses raros intérpretes cuja interpretação transcendia a qualidade do material com que trabalhava.

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