quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FUTEBOL ► Estreita relação entre Corinthians e CBF põe em xeque a credibilidade de mais um Brasileirão

Domingo passado, campeonato brasileiro, clássico entre Palmeiras e Corinthians e o atacante Kleber e todo o palmeiras saem bufando contra a arbitragem de Paulo Cesar Oliveira. E parece não ter sido choro de perdedor, até porque o jogo terminou empatado. A frase seguinte foi pinçada do blog do jornalista José Roberto Torero (blogdotorero.blog.uol.com.br), em post de 2 de agosto: "Corinthians: Não jogou bem mas também não foi mal. E teve mais um gol em impedimento validado no Pacaembu."

Pois é, essa palavra "mais" tem sido redundante em referência ao Corinthians e erros da arbitragem a seu favor. É comum até aqui no Brasileirão. O que mais Kleber reclamou foi o fato de todos os erros ou bolas duvidosas terem sido a favor do Timão. O meu Fluminense foi vítima disso lá no início da competição, sendo derrotado no Pacaembu com um gol na cobrança de uma falta inexistente, num jogo em que, coincidentemente (para quem acredita em coincidências...), nós tricolores reclamamos o mesmo que os palmeirenses: o superestimado juiz gaúcho Leonardo Gaciba errar vá lá, é humano e pode acontecer. Mas errar sempre a favor do mesmo lado? Sempre a favor do Corinthians? Essa situação foi patente tanto no clássico paulista como no confronto interestadual.

Vale registrar que até na derrota para o lanterninha Atlético Goianiense no Serra Dourada o Corinthians foi agraciado pelo péssimo carioca Gutemberg de Paula Fonseca com a marcação de um pênalti inacreditável, num lance em que se fica até em dúvida sobre onde o juiz encontrou pretexto para assinalar a infração máxima. Custa crer que um pênalti assim seja marcado numa partida de futebol profissional de um país cinco vezes campeão mundial do esporte. Não foi um lance sequer duvidoso. O placar apontava 2 x 1 para os anfitriões e se a cobrança fosse convertida alteraria o resultado da partida, que terminou 3 x 1 para o Atlético.

Esses sequentes erros (tomara que sejam erros mesmo...) a favor do Corinthians começam a tornar a situação constrangedora, mesmo os colunistas paulistas sublinham isso em seus textos. E o clima de desconfiança nos papos de botequins da vida aumenta por causa da estreitíssima relação entre Corinthians e CBF, na figura de seus presidentes, Andrés Sanches e Ricardo Teixeira, respectivamente.

Não bastasse o exemplo da mal administrada sucessão de Dunga no comando da seleção brasileira, quando Sanches facilitou toda a vida de Teixeira após a recusa de Muricy e do Fluminense, agora a CBF resolveu rasgar a tabela do campeonato para que o clube paulista possa ter o dia livre para comemorar seu centenário. Assim, a partida contra o Vasco marcada para o dia 1º de setembro em São Januário foi adiada para o dia 13... de outubro! E o Fluminense x Palmeiras do dia 2 de setembro foi antecipado para a véspera para preencher o buraco da televisão.

Falando bem sério: pode um presidente de federação dar mais uma prova clara de que não respeita a maior competição de futebol do país? Isso de data é para ser visto antes da bola rolar na primeira rodada. E pronto. Alguém é capaz de imaginar algo assim no campeonato alemão, italiano, inglês, espanhol ou "conchichinês"?

E Vasco, Fluminense e Palmeiras? Como ficam? E os demais clubes que participam do campeonato? Todos estão à disposição da CBF para atender à vontade corintiana? Agora o Corinthians, que no momento disputa a liderança, fará uma partida isolada e provavelmente em um momento mais agudo da competição, sabendo o resultado que precisa?

Acho que o Corinthians não precisa disso. Mas parece que a CBF precisa do Corinthians e, especificamente, de seu presidente, pois dizem por aí ser Sanches o homem que Teixeira quer indicar à sua sucessão. Isso no bendito dia que o mandatário maior do futebol brasileiro decidir largar o osso de seu quase vitalício mandato, já que as federações estaduais não demonstram muito interesse nisso.

E acho mais: além do Corinthians, talvez o maior beneficiado seja o grupo que comanda aquela tal máfia de apostas de que fazia parte o árbitro Edilson Pereira de Carvalho. Ou alguém acredita que só Edilson trabalhava pela fabricação de resultados? Eu, não.

Enfim: assim caminha o Brasileirão, sempre com fatores complicadores para que seja levado a sério. E um campeonato cuja credibilidade ainda está sob suspeita pelo ocorrido nos últimos anos (Edilson, alterações de tabela, decisões estapafúrdias do STJD...) acaba novamente em xeque. Praticamente um xeque-mate. Seria um novo 2005 à vista? Sinceramente, não creio. Ou melhor: prefiro não crer.

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