terça-feira, 27 de julho de 2010

NBA ► Momento Phil Jackson

Esta gracinha de post aqui deixei passar do ponto porque quando a NBA acabou a Copa do Mundo de futebol já rolava solta e eu estava bem sem tempo, como quase sempre. Mas resolvi registrar assim mesmo, uns dois meses depois, meio como que para tentar entender o jeito de pensar de um sujeito pra lá de vitorioso. Da série "bobagens pseudo-engraçadas que a gente pensa do nada num momento de tensão"...

Todos conhecemos o estilo zen do supercampeão treinador do Los Angeles Lakers, Phil Jackson. Mas houve um momento crucial no decisivo jogo 7 contra o Boston Celtics que mostra bem a frieza de Phil.

Com o jogo mais que equilibrado, enquanto Doc Rivers tentava colocar mais fogo nas ventas de seus jogadores , Phil era flagrado numa frieza “dalailamesca”. Em vez de bradar, incentivar, se exaltar, conversava ao pé do ouvido, falava discretamente e até apenas ficara sentado em um pedido de tempo obsevando Ron Artest (!) orientando os companheiros.

Jogo vai, jogo vem, corações infartando em Los Angeles, Boston e mundo afora, Rondo acaba de reduzir a diferença para dois pontos, tempo e posse de bola para o Lakers a 13 segundos do fim. Phil tira Artest e faz entrar em quadra Sasha Vujacic, que até o momento jogara 5 minutos e fizera... 0 pontos, errando os dois chutes que tentara.

Apesar da noite ruim, toda a atenção do Celtics priorizava Kobe, além de Fisher e ainda Gasol. Odom faz a reposição de bola em quem obviamente ficaria livre: Sasha Vujacic, que imediatamente é colocado na linha de lance livre pela defesa do Boston, que precisava parar o cronômetro o mais rápido possível.

Completamente frio àquela altura da partida, já que há 10 minutos estava sentadinho no banco, Sasha pega a bola, se prepara, arremessa e... cesta. A diferença vai para três pontos. A cesta seguinte seria fundamental para colocar a vantagem em duas posses de bola. Sasha vai e.. cesta! Vitória e título praticamente garantidos.

Fiquei pensando cá com meus botões. Que frieza do Phil, hein? Ele sabia que com Artest em quadra a opção do Boston seria deixar o ala livre para depois colocá-lo na linha de lance livre. O treinador pensou rápido.

E quanta personalidade de Sasha. Fez valer cada centavo de seu salário de 5 milhões de dólares.

E em cima disso, fiquei pensando nessa coisa da responsabilidade. De um certo ponto de vista, Phil Jackson teria tirado a responsabilidade de quem tinha mais a perder. Comentei brincando com meu amigo Gustavo Thomé: “Se Fisher erra, se aposenta; se Gasol erra, volta para a Espanha; se Kobe erra, desiste da NBA e vai jogar na Europa; se Artest erra... Com esse cara nunca se sabe.” Aí foi chutar o Sasha Vujacic, exímio arremessador da linha de lance livre, que, sem tanta pressão, poderia se concentrar apenas em acertar os chutes, certo? Mas... e se errasse? Não estariam, de repente, as bolas do campeonato nas mãos de quem realmente nada teria a perder? Alguém poderia dizer que, se ele erra, Kobe agora matava ele mesmo (vide aquela bobagem que fez no jogo 6 em Phoenix) ou ele estaria fora do Lakers.

Mas foi o que comentei com meu camarada: “Gustavo, foi um risco muito grande. O Sasha tinha responsabilidade de menos. O pior que aconteceria com ele, se errasse os dois lances livres e Allen ou Pierce encestasse uma de 3 e levasse o título para Boston seria... chorar nos braços da namorada Maria Sharapova!”

O sujeito era capaz de ficar arrasado mesmo, inconsolável, sem motivação para nada, de repente até encerrava a carreira...

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