segunda-feira, 1 de março de 2010

VANCOUVER 2010 ► Um gol para entrar na História

Canadá x EUA no hóquei é como Brasil x Argentina no futebol. A decisão pela medalha de ouro sobre o gelo tinha algumas peculiaridades que tornavam o jogo ainda mais atraente.

Não que eu seja particularmente um grande fã de hóquei. Acho as federações muito benevolentes com a violência do jogo. Parece que umas bordoadas aqui, uma tacada ali, socos e cotoveladas passaram a fazer parte do folclore do esporte e situações que no futebol ou no basquete, por exemplo, renderiam ganchos imensos aos protagonistas, no hóquei ficam quase que "por isso mesmo".

Mas, como fã de esporte, não há como ficar indiferente a competições de "alto rendimento", como campeonatos mundiais e olímpicos.

Todos os jogadores canadenses atuam na poderosa NHL, a liga profissional de hóquei dos EUA. E, na primeira fase, os favoritos canadenses foram surpreendidos em casa pelos estadunidenses por 5 x 3. Uma derrota que explodiu o meio da América do Norte e deixou engasgada a parte mais gelada acima. De quebra, os EUA queriam devolver aos canadenses a derrota na final dos Jogos Olímpicos de Salt Lake City, em Utah, em 2002. Naquela oportunidade, o Canadá venceu a decisão na casa do adversário e levou a medalha de ouro.

E o jogo cumpriu o que prometeu. Uma decisão de arrepiar os cabelos - como se o gelo por si só não o fizesse. O Canadá entrou no terceiro e último tempo vencendo por 2 x 1 e defendia-se com unhas e dentes. Talvez tivesse recuado e defendido-se até demais, permitindo aos EUA uma pressão que só aumentava com o passar dos minutos.

Faltando pouco mais de um minuto para o fim, em um contra-ataque, o Canadá desperdiçou a chance de matar o jogo. E a apenas 24 segundos para tudo acabar os EUA tiveram sua persistência coroada e empataram a partida, levando a decisão para a prorrogação, que seria decidida na morte súbita: 20 minutos de jogo, quem marcasse um gol primeiro levaria o ouro. Em caso de empate, pênaltis... e haja coração!

Interessante notar que no hóquei a uma mudança nas prorrogações. Jogado normalmente com seis jogadores, cinco na linha e um no gol, numa prorrogação os times entram com um atleta a menos, aumentando o espaço no rinque e tornando o jogo mais aberto.

E a prorrogação foi ainda mais emocionante. O Canadá tinha a iniciativa, atacava, perdia gols, mas sempre que os EUA chegavam também era com muito perigo. Até que o jovem astro Sidney Crosby, de quem muito exigiam e pouco fizera na competição até então, decide tudo com um golaço. O gol de ouro.



Foi demais! Que bom poder acompanhar mais um momento que entrou para a história dos esportes olímpicos, como a vitória da Polônia sobre a URSS no vôlei masculino por 3 x 2, em 1976 (a partida de vôlei mais longa da História), a eternamente discutida vitória soviética sobre os norte-americanos na final do basquete masculino de Munique, em 1972 (uma partida que ainda não acabou), e tantos outros mais...

2 comentários:

Fabio Duarte disse...

Pelo que você descreveu, eu me arrependi de não ter visto o jogo. Fiquei sem saber o horário da partida.

David Telio Duarte disse...

Pois é, também quase perdi, afinal estava assistindo ao grande clássico carioca Flu x Fri...