segunda-feira, 15 de março de 2010

AUTOMOBILISMO ► Fórmula 1 x Fórmula Indy: estilo x emoção

Neste fim de semana começou a temporada 2010 de Fórmula 1 e em São Paulo foi realizada a etapa brasileira da Fórmula Indy. Bem, não vou entrar em maiores detalhes sobre as provas, para isso recomendo o blog do Márcio Arruda (http://jblog.com.br/formula1.php), especialista no assunto. Só gostaria de registrar diferenças básicas entre essas duas categorias do automobilismo  internacional que eu percebo como mero fã.

Acho a F1 uma categoria extremamente glamourosa, cheia de estilo e marcada pela beleza de seus circuitos. A prova do Bahrein, por exemplo. Achando que o novo regulamente traria mais competitividade à categoria (e até ainda acho) e considerando ser a primeira do ano, com novos pilotos e pilotos em novas casas, mesmo dormindo tarde, cedinho estava lá acordado para acompanhar a  corrida.

A corrida, em si, achei chata como têm sido as corridas de F1 desde o final do século passado. Muita influência tecnológica para pouco fator humano. Costumo brincar dizendo que hoje você forma um piloto de F1 deixando uma criança brincar desde cedo com o PlayStation. Mas fica difícil tirar o olho daquele visual hipnotizante do lindo circuito no deserto aliado às cores dos carros e ao ronco dos motores.

Então fiquei ali, durante quase duas horas em que pouca coisa aconteceu, a ponto do narrador quase exultar de alegria ao menor indício de uma disputa por posição. Qualquer posição. Mais ou menos assim: “É isso que vamos ver este ano, é para isso que o regulamento mudou, vamos ver provas com muitas ultrapassagens e disputas por posição!”

Bem, tudo isso ficou para a próxima. Até creio que possa se chegar a esse ponto ideal, mas a F1 precisa deixar de ser refém da disparidade de forças entre as equipes. Pode ser que as mudanças no regulamento ajudem. Mas se acabar com a bobagem do reabastecimento é um passo a frente, exigir o uso de pneus liso e biscoito na mesma prova é uma corrente de aço presa aos boxes.

Estilo não é o forte da Indy, apesar das legendárias 500 milhas de Indianápolis. Aquele monte de circuitos ovais mesclados a circuitos de ruas simplesmente feios e desprovidos de qualquer charme não são propriamente atraentes. Bonito, na categoria, só os carros mesmo. A corrida em São Paulo é prova disso. Mas o que falta em visual a Indy compensa em competitividade e emoção.

Há um maior equilíbrio entre os carros e as provas ficam abertas a um maior número de pilotos. Muitas vezes a vitória e as primeiras posições dependem mais do acerto do carro para aquele circuito e do braço de quem está atrás do volante do que do poderio da escuderia em si.

Tá certo, às vezes o excesso de bandeiras amarelas cansa, mas cada vez que a bandeira verde é dada em uma nova largada, você se esquece disso. E ao contrário de Bahrein, não faltou emoção em São Paulo.

Houve sol, chuva, as primeiras posições foram disputadas até as últimas voltas e, no fim, apenas quatro segundos separavam o quarto do 10º colocado. Muito legal!

Como sou fã de F1 desde os tempos em que havia corridas aos sábados na Europa (é, um dia já teve disso...), torço para que as mudanças façam a categoria voltar a ser ao menos um pouco como nos tempos em que o braço valia mais que os dedos.

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