terça-feira, 20 de abril de 2010

HISTÓRIA ► “Os Esquadrões do Holocausto”: há coisas que não podem ser esquecidas

Eu sou pela tolerância zero em praticamente tudo. Se não, é aquela coisa: você dá a mão, levam o braço, depois o tronco, a cabeça... e por aí vai. Foi assim que Hitler destruiu parte do mundo. Felizmente, só destruiu, não conquistou.

Por isso abomino e não relevo sob hipótese alguma o que as preconceituosas estrelinhas do Santos fizeram. Deveriam ser punidas, se não vivêssemos em um regime de impunidade social.

Neste fim de semana, tive a oportunidade de assistir no National Geographic Channel ao ótimo e trágico documentário “Os Esquadrões do Holocausto”. É de revirar o estômago. Sem entrar em maiores detalhes, esses esquadrões foram os precursores dos mais baixos métodos de execução da Solução Final de Hitler e seus demoníacos asseclas: grupos militares iam de vilarejo em vilarejo, especialmente na União Soviética, exterminando famílias inteiras de judeus. Ou qualquer judeu que encontrassem. Verdadeiras bestas humanas, esses esquadrões encarnavam a palavra horror em toda sua maléfica acepção.

O choque aumentava porque as vítimas eram parte do dia a dia dessas comunidades, algumas estabelecidas desde o século 14 nessas regiões. E o restante da população, sem entender o porquê de tudo aquilo, ainda era obrigada a participar, cavando valas e jogando corpos sobre corpos a toque de caixa para que a “produção” não diminuísse.
Mas os alemães chegaram à conclusão de que esse tipo de tarefa dava muito trabalho e prejuízo aos cofres do Reich. Afinal, havia um ”desperdício” imenso de munição e alguns soldados chocavam-se com a tarefa. Era preciso mais eficiência: matar mais, gastar menos, não ferir a moral da tropa. Daí  o surgimento dos campos de concentração, das câmeras de gás... E toda uma nação acabou entrando permanentemente pela porta dos fundos em uma sala de triste destaque na História.

Esses esquadrões, porém, não eram oficializados em registros pelo regime nazista. Por isso estima-se que ainda existam centenas de valas comuns ainda não encontradas. Inclusive, por não serem oficializados, os esquadrões continuaram a agir impunemente mesmo após o estabelecimento dos atrozes campos de concentração, até o momento da inexorável derrota final de Hitler.

Para quem quiser saber mais, a página do programa no site da NatGeo:
http://www.natgeo.com.br/br/synopsis/469/54971.

FÓRMULA INDY ► Brasileiros discretos no GP de Long Beach

No tradicional circuito de rua de Long Beach, o americano Ryan Hunter-Reay chegou em primeiro, com o inglês Justin Wilson e o australiano Will Power completando o pódio. Como sempre, tudo bem apertado: do 1º ao 10º colocado a diferença foi de apenas 20 segundos.

O melhor brasileiro foi Tony Kanaan, em 5º, seguido por Mario Moraes e Hélio Castroneves . Vitor Meira chegou em 11º, Raphael matos em 20º e Mario Romancini tirou Graham Rahal do sério e da prova na 59ª das 85 provas. Mas Romancini jura que Rahal é que freou cedo demais, tornando inevitável o choque. Vejam aí:



Não pude assistir direito porque estava conectado nos playoffs da NBA, deixei apenas uma janela para olhar de vez em quando, ainda bem que a qualidade do streaming estava ótima, parecia HD. Estranho que a transmissão estava sem crédito algum. Logo a Indy, cujas informações de tela costumam dispensar narração e internet. Mesmo na transmissão do Terra TV estava assim. Uma pena a Band não ter reprisado em um bom horário na TV aberta.

Segue o link para o ótimo site oficial da Fórmula Indy: 
http://www.indycar.com/.

FÓRMULA 1 ► Chuva garante diversão no GP da China

Eu, com certeza, nunca vi: houve carro fazendo até 6 pit-stops na etapa de Xangai da Fórmula 1, a última nas nossas madrugadas nesta temporada.

Assim, desde o início foi aquele negócio de põe pneu slick, tira pneu slick, coloca biscoito, intermediário, volta slick, agora esse, não, deve ser hora daquele... Diversão garantida em uma categoria que ameaça tornar-se uma “corrida de mocinhas”, tal o exagero do “não pode isso, não pode aquilo”. Querem acabar com a emoção da F1!

Imagine que qualquer disputa, qualquer toque, lá vem a advertência do narrador: “Os comissários vão colocar sob investigação.” Para com isso! Parece episódio de alguma das série C.S.I. Massa x Alonso na entrada dos boxes: nada! Vettel e Hamilton na saída do pit-stop: nada! Não houve nada nessas disputas, só pilotos disputando posição e ponto. Parece que ficaram tão desacostumados a isso na Fórmula 1 que começaram a achar estranho.

No fim de todo aquele “chove-não-molha-tá-molhando-agora”, Jenson Button e Nico Rosberg, que arriscaram com pneus lisos com a pista ainda molhada, saíram na frente. Apesar do melhor rendimento, Button só ultrapassou mesmo o filho de Keke no pit-stop. Com mais uma daquelas incríveis corridas dde recuperação que só o Galvão mesmo para tentar jogar para baixo, Lewis Hamilton acabou superando Nico e chegando em 2º.

Fernando Alonso também foi extremamente agressivo e fechou em 4º, com sua Ferrari quase engavetada na Mercedes de Rosberg. Massa não foi bem e seria bom dar uma recuperada já na próxima prova, em Barcelona (que, aliás, os especialistas já predizem uma chatice só, a não ser que chova...), pois tem sido sistematicamente mais lento que o espanhol.

Os carrinhos amarelinhos da Renault fizeram bonito. Kubica fez outra corrida em que quase ninguém o viu na pista. Faz sentido: o destaque era todo para rodadas, saídas de pista e disputas de posição. O polonês não teve muito com quem disputar e mais uma vez, mesmo sob as condições terríveis que a corrida apresentava, não cometeu erros, recebendo a bandeirada em 5º. Seu companheiro, o impetuoso estreante russo Vitaly Petrov, não teve essa preocupação: saiu da pista aqui, foi na grama ali, deu uma incrível rodada de 360º no entrada de uma reta, segurou o carro, deixou para trás Schumacher, Massa e Webber e somou seus primeiro pontos na categoria, chegando em 7º. Há esperanças de emoção na Fórmula 1! Vejam as diabruras do russo dentro e fora da pista aí:


No mais, Vettel, discretíssimo em 6º, e Webber, somando mais uma barbeiragenzinha para o currículo (não quer dizer que seja mau piloto, mas deu mole de novo) em 8º parecem mostrar que as RBR não estavam bem acertadas para a chuva. Bruno Senna conseguiu levar o seu Hispania até o fim, a apenas duas voltas do líder (parece pouca coisa, mas neste caso não é, não) e duas voltas à frente de seu companheiro, o indiano Karun Chandhok. Os engenheiros da Hispania devem ter ficado felizes da vida com o volume de dados que desta vez conseguiram reunir sobre o carro.

Rubinho fez mais uma corrida daquelas que eu esperava, na particular categoria autista na qual a Williams deve permanecer até acertar seus carros, o que pode levar a temporada inteira. Chegou em 11º. Seu companheiro, o alemão Nico Hulkenberg, foi o 15
º, uma volta atrás do brasileiro. Di Grassi só conseguiu completar 4 voltas e o rápido italiano Vitantonio Liuzzi deveria rasgar as páginas deste fim de semana de sua agenda: pagou o mico de ficar fora do Q2 no treino de classificação e não completou uma volta sequer na prova. Coisas que acontecem aos melhores pilotos, principalmente na chuva.

Link para o site oficial da Fórmula 1:
http://www.formula1.com/.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

FUTEBOL ► Há jogadores campeões de verdade

Fim de papo no Campeonato Carioca. Depois de muitos pênaltis pra cá, pênaltis pra lá, juízes querendo aparecer aqui, outros ali, acabou dando Botafogo, que leva, com justiça, a faixa no ano do centenário de sua primeira conquista, em 1910, como o hino não nos deixa esquecer – mesmo torcedores de outros clubes.

Aqui registro uma pequena homenagem ao muito bom goleiro Jefferson. Há muitos goleiros de mídia no futebol brasileiro. E há goleiros que são apenas bons embaixo da trave, que trabalham duro sem favorecimentos e que nunca são cogitados para a seleção brasileira – enquanto alguns “gargantas” sempre são cotados -, mas que são respeitados por todos os torcedores, mesmo que não sejam do time que ele esteja defendendo. Entendo que Jefferson seja assim.

Na final contra o Flamengo, enquanto o goleiro rubro-negro, muito endeusado pela mídia, mostrava o seu tradicional destempero, Jefferson era um esteio de tranquilidade e segurança para os jogadores e a torcida alvinegra em um jogo tenso como toda decisão costuma ser.

Consistente em suas atuações, sóbrio, dotado de ótimos fundamentos, excelente profissional e – não menos importante - bom caráter, foi figura de destaque durante toda a campanha botafoguense, do mesmo modo que havia sido ano passado, quando foi o grande responsável pela permanência do Botafogo na primeira divisão do campeonato Brasileiro.

Na verdade, um jogador como Jefferson já é um campeão por si só. Por sua atitude, nem precisa de faixas. Porque são esses jogadores que deixam bons exemplos a serem seguidos na profissão e na vida.

Palavra de tricolor.

NBA ► Baixou o espírito da Conferência Leste na abertura dos playoffs da NBA

Todo mundo que acompanha o basquete norte-americano sabe que a Conferência Leste caracteriza-se pela defesa forte e agressiva dos times, o que resulta em placares baixos. Quem quiser ver espetáculo deve voltar-se para a Conferência Oeste – não é por acaso que Hollywood e suas estrelas estão lá, inclusive na quadra do Staples Center, onde o Los Angeles Lakers manda seus jogos. Nem nos tempos de Michael Jordan havia espetáculo no Leste. Havia Jordan, por si só um espetáculo, mas, no mais, “defesa, defesa, defesa”... Hoje o Leste continua na base do “defesa, defesa, defesa”, mas sem MJ. Mesmo LeBron James, com seus números arrasadores, não pratica um basquete vistoso. Seu talento é mais à base de sua incrível condição atlética que da  elegância de seus movimentos. Um dia vou escrever mais sobre isso.

Enfim, placar centenário é muito mais comum na Conferência Oeste. Mas na abertura dos playoffs da temporada, o estilo leste predominou. Muita briga, muita defesa, placares baixos e apenas uma surpresa, já no fim da noite de domingo, no último jogo da primeira rodada, com o incrível exército Brancaleone de Portland superando o Suns no calor desértico de Phoenix, quebrando assim a vantagem de mando de quadra do time do nosso Leandrinho Barbosa.

O time do Portland Trail Blazers é “aquele que não devia estar ali”. Não faz qualquer sentido ter se classificado para os playoffs. Não pela falta de talento, mas pela incrível série de lesões que afetou a equipe ao longo da temporada. Houve jogo – e eu, por acaso, até vi – que seu banco era mais de figuração do que de reservas, já que quase todos os jogadores estavam sem condições de entrar em quadra. No momento, inclusive, está sem sua maior estrela, Brandon Roy. Mas qual o exército Brancaleone do filme de Mário Monicelli, o Trail Blazers finge que não é com ele e vai em frente, comandado pelos veteranos Andre Miller (na foto à esquerda) e Marcus Camby.

Nos demais jogos, prevaleceu o mando de quadra. Cavaliers e Lakers trataram de focar a defesa e manter Bulls e Thunder, respectivamente, a uma distância segura no placar, com mais facilidade para o Cavs de LeBron, que jogou melhor e enfrentou um time já em seu limite. O campeão Lakers de Kobe Bryant teve mais trabalho. O Oklahoma City Thundercats é um time de jovens brilhantes e Kobe parece estar com seu dedo quebrado em condições cada vez piores. Mas a marcação de Ron Artest sobre o excelente garoto Kevin Durant (na foto aí à direita Artest é o do cabelinho...) funcionou e Pau Gasol no garrafão fez o resto. O Thunders até segurou o Lakers, um dos melhores ataques da NBA, em parcos 87 pontos, mas não conseguiu ir além de 79.

O único jogo de placar elevado mesmo veio do Oeste, como deve-se esperar. Nuggets e Jazz acertaram cerca de 55% de seus arremessos. Apesar da ótima atuação da dupla Deron Williams e Carlos Boozer, não deu para o Jazz. Carmelo Anthony foi um dos destaques da rodada, jogou muito e despejou 42 pontos na cesta adversária, sendo bem coadjuvado por muita gente, inclusive nosso Nenê. A primeira foto do post, inclusive, tem Nenê no "bola ao alto" do início do duelo.

O outro grande destaque individual do fim de semana foi o alemão Dirk Nowitzki, que comandou seu Mavericks a uma dura vitória sobre o sempre difícil de ser batido na hora do “vamos ver” San Antono Spurs. A estrela do Magic Dwight Howard não precisou aparecer – e não apareceu mesmo – na vitória do time de Orlando sobre os garotos do Bobcats. E o Atlanta Hawks manteve a primeira partida contra o Milwaukee Bucks sob controle.

O “pau cantou” da rodada foi, como não podia deixar de ser, entre Boston Celtics e Miami Heat, valendo muita força física para o Celtics fazer prevalecer seu mando, o que acabou custando uma suspensão de um jogo ao seu maior astro, o ala de força Kevin Garnett (o gigante ao lado), que deixou sobrar um cotovelo no rosto de um adversário durante um bafafá (“bafafá” pode?) no último quarto da partida.

Resultados (mando de quadra sempre do segundo time e entre parênteses o placar da série):

Chicago Bulls 83 x 96 Cleveland Cavaliers (0 x 1)
Milwaukee Bucks 92 x 102 Atlanta Hawks (0 x 1)
Miami Heat 76 x 85 Boston Celtics (0 x 1)
Utah Jazz 113 x 126 Denver Nuggets (0 x 1)
Oklahoma City Thundercats 79 x 87 Los Angeles Lakers (0 x 1)
Charlotte Bobcats 89 x 98 Orlando Magic (0 x 1)
San Antonio Spurs 94 x 100 Dallas Mavericks (0 x 1)
Portland Trail Blazers 105 x 100 Phoenix Suns (1 x 0)

Link para a página da NBA no site da ESPN:
http://espn.go.com/nba/.