terça-feira, 29 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Brasil passa fácil pelo Chile e encara a Holanda nas quartas de final

Foi fácil, mais ou menos como se esperava. O Brasil derrotou o velho freguês Chile por 3 x 0 no Ellis Park, em Johanesburgo, e agora enfrenta a Holanda na batalha pela vaga em uma das semifinais do Mundial. Sem alterar seu padrão de jogo seguro na defesa, paciente, aguardando que o adversário oferecesse espaço para agredir e com ótimo aproveitamento ofensivo, a seleção brasileira só permitiu ao Chile criar oportunidades de verdade para marcar após a vitória estar praticamente selada.

Sem Felipe Melo, Ramires deu mais fluidez às saídas rápidas para os contra-ataques, mas o volante reserva não se contentou em suprir a ausência do titular apenas tática e tecnicamente (neste caso, com evidente vantagem). Talvez achando que assim estivesse mais à altura de Felipe Melo, Ramires deu uma entrada violenta em um adversário já com a partida decidida, recebeu seu segundo cartão amarelo na competição (havia feito o mesmo contra a Coreia do Norte) e não será uma opção para Dunga caso o titular não se recupere para as quartas de final.

Apesar de no início o Chile ter esboçado alguma resistência, com algumas razoáveis ações ofensivas, logo ficava clara a superioridade brasileira, cujo jogo, mesmo sem ser brilhantes, tem se mostrado bastante eficiente em explorar falhas dos adversários para decidir as partidas. A insegura defesa chilena estava ainda mais frágil com a ausência de vários titulares e a bola alta brasileira era uma arma muito perigosa contra o gol defendido por Bravo. Além de já há algum tempo ser uma jogada muito forte da seleção canarinho, a baixa estatura chilena ajudava muito.

Assim, apesar de aparentemente enroscado, o jogo estava à feição do Brasil e o gol seria apenas uma questão de paciência e de tempo. E ele surgiu aos 35', quando Juan acertou uma linda cabeçada após um escanteio cobrado da ponta direita. A partir daí, o Chile sentiu o golpe e não mais ofereceu resistência. Logo três minutos depois, Kaká recebeu na entrada da área para, com um único toque, deixar Luís Fabiano cara a cara com o goleiro. Com tranquilidade, o avante brasileiro driblou Bravo e tocou para a rede.

O segundo tempo voltou no mesmo diapasão... É, diapasão é muito ruim, vou mudar... O panorama não se alterou no segundo tempo. O Chile tocava a bola sem conseguir absolutamente nada e o Brasil aguardava, entre acomodado e seguro, o momento certo de contra-atacar e chegar à área adversária. Na primeira vez que encaixou a jogada, aos 14', fez o terceiro gol, após ótima arrancada de Ramires, que deixou para Robinho ter só o trabalho de finalizar. E mais nada aconteceu além de tímidas e infrutíferas tentativas do Chile de ao menos conseguir um gol de honra. Não foi desta vez.

Segue o Brasil, sem encantar, mas consistente e forte na competição. Falta um óbvio plano B para enfrentar defesas fechadas, como até a amadora Coreia do Norte mostrou. É um time de uma nota só, mas que pode sempre se fiar na qualidade individual de seus jogadores e nas bolas paradas para decidir. Quanto ao Chile, acho que o técnico Marcelo Bielsa pecou ou por falta de humildade ou por pura resignação. O Chile não atacou como de costume, mas também não se defendeu além do normal. Creio que uma retranquinha básica teria tornado o jogo ao menos mais equilibrado.

Juan foi o melhor do Brasil. Calado, apenas jogando, Kaká é um jogador que sobra no elenco e que pode decidir em uma ou duas jogadas, mesmo não marcando gols, apenas servindo. Ramires é bem melhor que Felipe Melo (em minha opinião, há pouca gente na posição em clubes de ponta no país que não seja), mas cometeu uma bobagem e assiste às quartas de final da arquibancada. Júlio Cesar foi bem quando exigido, especialmente no final, quando a seleção brasileira já havia encerrado seu expediente. E Maicon fez mais um bom jogo. Lúcio fez boas subidas ao ataque, mas novamente deixou-se ser driblado perigosamente dentro da área.

No Chile, pouco a destacar, foi uma presa fácil. Apesar de ter o costume de marcar contra o Brasil, Suazo foi mal e estragou alguns ataques antes da partida se definir que, se não alterassem o final da história, ao menos poderia fazê-la ser contada de modo diferente. Achei Sanchez o mais empenhado e quem mais trabalho deu à zaga adversária, caindo quase sempre pela direita. Por outro lado, o habilidoso Beausejour pouco se aventurou ao lado esquerdo do campo, atuando muito mais recuado do que vimos nas partidas anteriores do onze chileno.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 54: Brasil 3 x 0 Chile.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Holanda derrota Eslováquia e avança para as quartas de final

Jogando bem e de forma convincente, a Holanda derrotou a Eslováquia em Durban e se classificou para as quartas de final do Mundial. O resultado foi justo e até um pouco enganoso, pois o pênalti convertido pelos eslovacos já além dos acréscimos fez a partida parecer mais equilibrada do que realmente foi. Um placar de 3 x 1, por exemplo, estaria em um tamanho mais exato.

Com a volta do filho do treinador, o meia ofensivo e driblador Weiss, a Eslováquia entrou com uma equipe bem ousada, ao menos em sua armação. Jendriseck começou no lugar do suspenso Sestak, fazendo dupla de ataque com Vittek. No meio também saiu jogando outro meia ofensivo, Stoch, fazendo com que Hamsik fosse recuado para uma função praticamente de segundo volante. Marcando mesmo, apenas o botinudo Kucka, que só terminou os 90 minutos em campo graças à obra e graça de sua excelência Alberto Undiano, o mesmo juiz espanhol que deixou a Costa do Marfim bater à vontade na seleção brasileira e Luís Fabiano marcar um gol tocando duas vezes com o braço na bola no confronto entre as duas equipes.

Com Robben finalmente entrando de saída, a Holanda fez aquilo a que tem se habituado nos últimos tempos e dado certo - afinal, já são 23 partidas sem derrota e vaga garantida nas quartas de final de um Campeonato Mundial: movimentação de seus homens de meio e frente (Van Bommel, De Jong, Sneijder, Kuyt, Van Persie e Robben), toques rápidos, habilidade e chegada para encontrar espaços e criar situações de gol.

Como a Holanda gosta de jogar e a Eslováquia se propôs a isso, em seis minutos de bola rolando, meia dúzia de finalizações já haviam sido feitas, três para cada lado. A primeira foi eslovaca, logo a 1', com Stoch chutando forte de fora da área por cima da baliza. A última dessas foi a primeira grande oportunidade da partida, com Van Persie cabeceando errado de dentro da pequena área um centro da esquerda.

A partir daí, com o jogo ao seu estilo, a Holanda foi impondo sua natural superioridade, inclusive tática, e passou a ameaçar com mais frequência a meta defendida por Mucha. Van Persie já poderia ter aberto o placar aos 10', ao desperdiçar nova grande oportunidade, chutando fraco de dentro da área nas mãos do goleiro. Mas foi Robben o autor do primeiro gol, um gol desenhado, uma jogada que todo mundo sabia como seria feita, mas que não foi possível impedir: quase da lateral esquerda de sua própria intermediária, Sneijder fez um preciso lançamento na diagonal que pegou Robben à frente da linha da defesa; Van Persie riscou sem a bola para a ponta-direita e o 11 holandês cortou a zaga para o meio, batendo forte com a canhota no cantinho esquerdo de Mucha.

A partir do gol, a Holanda foi dominando totalmente as ações. A Eslováquia não encontrava mais espaços para ameaçar, porque os jogadores holandeses congestionavam o campo em sua intermediária e saía tocando para o contra-ataque, à espera de um encaixe perfeito para ampliar. E o teria conseguido ainda na primeira etapa, se Van Persie estivesse mais feliz nas finalizações. O atacante do Arsenal ainda perdeu mais duas ótimas chances antes do intervalo.

No segundo tempo, a Eslováquia continuou enredada em campo, enquanto a Holanda partia para decidir a partida, criando e desperdiçando grandes chances de gol, fazendo aparecer bem na fita o goleiro Mucha, com ótimas intervenções. Como aos 4', quando Robben riscou da direita para o meio e chutou rasteirinho cruzado para o goleiro espalmar a escanteio. Após a cobrança, Robben deixou o zagueiro Mathijsen cara a cara com Mucha, que fez excelente defesa. Apenas aos 18' a Eslováquia conseguiu ameaçar pela primeira vez nessa etapa, mesmo assim com um chute quase do meio do campo de Kucka que passou à direta de Stekelenburg.

Mas aos 21' os eslovacos encontraram duas excelentes oportunidades para empatar o jogo. Primeiro, Stoch recebeu de Hamsik na esquerda da área, entrou cortando para o meio e soltou a bomba para Stekelenburg espalmar por cima do travessão. Na cobrança do escanteio, Heitinga ficou quando a zaga se adiantou, deixando Vittek sozinho, com a bola dominada, de frente para o gol, mas Stekelenburg salvou novamente com uma defesa sensacional.

O lance serviu de aviso e a Holanda, talvez literalmente cansada de desperdiçar chances de matar a partida, se segurou mais um pouco, substituindo pernas que já se arrastavam, como as de Robben e Van Persie (entraram Elia e Huntelaar) para manter o ritmo até o fim. Até que aos 39' matou o jogo. O zagueiro Skrtel foi no meio de campo quase arrancar a cabeça de um adversário por trás. O horrível juiz acertadamente assinalou jogo perigoso. Skrtel não gostou e foi cara a cara tirar satisfações com Alberto Undiano, deixando seu setor desguarnecido atrás. Van Bommel cobrou às suas costas, Mucha saiu desesperado e foi encoberto de cabeça por Kuyt, que dominou com o gol vazio e apenas rolou para a chegada de Sneijder: 2 x 0.

Daí até o apito final, a Holanda ainda perderia ótimas chances de gol e nada mais além disso aconteceria se o árbitro não caísse numa cavada de Kopunek, que se viu livre na área após uma bola espirrada (em mais um saída da defesa em que alguém ficou dando condição), tentou driblar Stekelenburg e achou mais fácil se atirar largando o pé direito nos braços do goleiro, que ainda recebeu cartão amarelo com a marcação do pênalti. Vittek cobrou e fez seu quarto gol na Copa (é o atual artilheiro), desta vez, o de despedida, pois não havia tempo para mais nada, de verdade: foi a bola entrar e o juiz apitar o fim, pois já havia estourado o tempo de acréscimo.

Os melhores na Holanda, para mim, foram Kuyt, que criou um sem número de boas jogadas, especialmente pela direita, Sneijder e Robben, mesmo ainda fora de ritmo, ainda um jogador diferenciado. Stekelenburg foi muito bem quando exigido. Na Eslováquia, apesar da saída afobada no segundo gol, Mucha realizou grandes defesas e foi uma pena Vittek ter desperdiçado uma chance que costuma aproveitar, pois foi quem mais incomodou a zaga holandesa. Hamsik jogou muito recuado e nas poucas vezes que chegou à frente mostrou como o treinador errou em seu posicionamento.

Não dá para deixar de escrever um parágrafo rápido sobre o juiz espanhol Alberto Undiano. Ele absurdamente deixou o volante Kucka terminar a partida sem um cartão vermelho. Ainda no início Kucka fez dura falta em Sneijder. Mais tarde, nova entrada fortíssima, aí sim recebendo ao menos o amarelo. No segundo tempo, nova entrada violenta aos 17' e outra por trás aos 23', mas nada de vermelho. Enquanto isso, o ainda jovem (tem só 26!) com mais jeito de senhor do futebol, Robben, tocou a mão na bola num lance vadio próximo a uma lateral do campo e foi imediatamente amarelado. E depois Undiano ainda caiu na cavada de Kopunek no fim do jogo. Vá explicar como esse árbitro segue na Copa e apita uma oitavas de final. No mínimo, acaba premiado com uma semifinal pela frente. Ai de nós e do futebol.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 53: Holanda 2 x 1 Eslováquia.

COPA DO MUNDO 2010 ► Apito amigo ajuda de novo e Argentina passa pelo México

Antes de mais nada, devemos sempre lembrar que a Fifa mente. Muito, conforme sua conveniência.Um exemplo fácil e atual: vá lá no link da Fifa sobre o jogo Inglaterra x Alemanha que coloquei no post anterior e veja o “lance a lance”. Em qualquer língua. Procure a jogada da bola que entrou e a arbitragem disse que não, aos 26′. Viu? Não diz que a bola entrou. Por que mentir sobre o óbvio? Somos todos cegos? E burros, idiotas, que a Fifa acha que pode manipular?

Enfim, a Fifa não é uma instituição exatamente idônea. Muito em relação a isso pode ser lido no livro “Como Eles Roubaram o Jogo”, escrito pelo inglês David A. Yallop. Apesar da visão meio preconceituosa em relação ao futebol sul-americano, vale a leitura. Há muitas acusações e informações desabonadoras em relação à Fifa e seus prepostos. Quando o livro foi lançado, muita gente estrilou, esperneou, reaclamou, ameaçou… Mas até onde sei, algum tempo atrás, o autor jamais foi vítima de qualquer processo e adianta ter provas de tudo que publicou. Por essas e outras, tenho o direito, como torcedor que acompanha futebol há tantos anos, de desconfiar de tudo que acontece numa Copa do Mundo, por exemplo.

Aí chegamos a México x Argentina. As equipes latinas faziam um jogo equilibrado. O México, melhor organizado, abrindo espaços com o toque e a aproximação de seus jogadores de meio ao ataque, forçando a marcação para não dar liberdade ao talentoso adversário. A Argentina, com mais dificuldade de sair de trás e fazer a bola chegar ao ataque, mas, quando chegava, fazia valer a habilidade individual de seus homens de frente. Então, até os 26′, três finalizações para cada lado, mas as finalizações mexicanas mais perigosas. Promessa de jogo bom.

Foi quando uma ação da dupla italiana formada pelo juiz Roberto Rosetti e pelo auxiliar Stefano Ayrold decidiu a partida, de tão escandalosa que foi. A essa altura, qualquer pessoa que acompanha futebol e por acaso tenha caído aqui nos meus rabiscos já decorou a jogada: Messi lança Tevez entre os zagueiros (em posição duvidosa, porém legal) e o goleiro Perez abafa a jogada. Na sequência, Tevez fica à frente da linha de gol, dentro da pequena área, sozinho, sem ninguém dando condição de jogo, quando Messi lhe passa a bola. A bola encobre o goleiro e os zagueiros e vai até Tevez, que cabeceia para a rede e, ato contínuo, primeira reação, olha para o bandeira, pois sabe que estava completamente impedido. Como nada é marcado, a vergonha é consumada, mas ainda iria piorar.

Como é possível piorar? Por causa de uma distração de quem cuida do telão do estádio (que na Copa do Mundo nunca mostra lances duvidosos, a não ser que a arbitragem esteja correta – por quê, hein?), que, enquanto os argentinos comemoravam e os mexicanos reclamavam, exibiu a jogada da forma como vemos em nossas casas, com direito a tira-teima e tudo. O bandeira Stefano Ayrold (numa prova de que realmente ele só cometeu um erro idiota, patético, mas sem dolo, sem intenção), ao ver a imagem no telão imediatamente chamou sua senhoria, Roberto Rosetti, e disse que cometera um erro e que o gol fora ilegal. Roberto Rosetti, sabe-se lá exatamente por quê, ignorou e ordenou nova saída do meio do campo. Nesse instante, o que poderíamos ingenuamente entender como um erro, passou a ser um roubo, pois o juiz, responsável pela legalidade do jogo, deliberadamente decide validar uma situação ilegal, que fere as regras do esporte.

Temos aí então um bandeira ruim ou distraído, de toda forma incompetente, mas que eu não chamaria de desonesto. E um ladrão, o juiz Roberto Rosetti.

Ouvi algumas pessoas dizerem coisas tipo “o árbitro foi traído pelo auxiliar”. Discordo, covardia. Num lance desses, o juiz é tão incompetente quanto o bandeira. Nenhum juiz precisa de auxiliar numa jogada tão clara. Um jogador de azul e branco cai na área e fica adiantado, sozinho, frente ao gol, sem ninguém de verde nem o goleiro de amarelo à sua frente. De qualquer lugar do campo seria possível um juiz assinalar a infração sem precisar olhar para um auxiliar. Qual a dificuldade que o lance impunha?

Veja que, na comparação, o lance do gol não assinalado da Inglaterra, em que a bola entrou quase um metro, seria impossível de se condenar. Juiz e bandeira sempre podem dar a desculpa de que foi um lance rápido, não foi possível reparar na linha do gol, havia gente na frente tapando a visão e coisa e tal. Justo. A gente pode engolir uma justificativa dessas e dormir com isso.

E o fato do juiz Roberto Rosetti logo ter tomado ciência da irregularidade, antes da nova saída de bola, e ter mantido a decisão equivocada, para mim, denota dolo, intenção de fraudar o jogo. E ponto. É minha opinião. E uma opinião fácil de dar, porque o juiz não tinha argumentos para não anular o gol. “O chute de Messi entrou direto.” Ridículo, só sendo deficiente visual para alegar isso. “Não vi impedimento.” Deficiência visual e desconhecimento da regra de jogo. “A Fifa não usa recurso eletrônico.” Mentira! A Copa da Alemanha em 2006 foi praticamente decidida graças às imagens da televisão, que mostraram a cabeçada de Zidane em Materazzi que nem árbitro nem auxiliares viram em campo. Mas alguém viu na TV e o quarto árbitro chamou o árbitro, que expulsou Zidane. Logo, a mentira tem pernas curtas (essa é bem velha, eu sei).

E toda a situação torna-se mais estranha quando lembramos que logo na estreia a Argentina venceu beneficiada por um “erro” (a essa altura, sei lá se foi erro ou “erro”) da arbitragem. Escanteio cobrado da direita e o argentino Samuel agarra o nigeriano Obasi escandalosamente, impedindo o jogador nigeriano de interceptar a cabeçada de Heinze, que assim marcou o único gol da partida. Um erro, azar. Contra a Coreia do Sul, jogo enroscado, Argentina vencendo por 2 x1, Coreia do Sul pressionando e com chances de empatar… E Messi chuta da esquerda, a bola bate na trave e se oferece no segundo pau para Higuain, impedido, marcar o terceiro gol e decidir a partida. Dois erros? Coincidência, acontece. E agora, Argentina x México… Três erros? Aí já temos um suspeito padrão. Principalmente se pensarmos quem são as figuras de maior destaque da Copa do Mundo, que mais chamam a atenção da mídia e da torcida, dentro e fora de campo. Dentro? Lionel Messi. Fora? Diego Maradona.

Eu acredito em bruxas. Em se tratando de Fifa, então…

Daí em diante, o jogo (principalmente a graça dele) acabou, porque os mexicanos ficaram totalmente desequilibrados emocionalmente, tanto que logo depois Osório quase que literalmente esqueceu a bola dentro da área nos pés de Higuain, que não teve dificuldades para ampliar. A Argentina ainda teve algumas chances, mas no segundo tempo foi o México que tentou alguma coisa e criou algumas situações de perigo. Tevez faria o terceiro numa jogada individual, uma bomba de fora da área no ângulo esquerdo de Perez. E Hernandez descontaria girando bonito e fácil em cima de Demichelis, antes de fuzilar Romero. A Argentina se segurou mais atrás, até com certo juízo, para garantir sua integridade física, enquanto os mexicanos não tinham mais forças para reagir, apenas para entrar forte nos adversários, sabendo que a consciência do juiz o impediria de tomar uma providência decente.

Para não dizer que não lembrei de ninguém com a bola rolando, Tevez fez um golaço e Hernandez, outro. Ficam como destaques por obras tão bonitas numa noite bem feia.

Tudo o que eu – e qualquer torcedor – gostaria é de ter certeza de que as lambanças da arbitragem, ao menos numa Copa do Mundo, sejam frutos apenas de incompetência dos homens de preto – ou azul, amarelo, rosa, sei lá.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 52: Argentina 3 x 1 México.

domingo, 27 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Goleada histórica classifica Alemanha com direito a peculiar vingança contra a Inglaterra

Assim que sentei para escrever me vieram duas ideias para começar o post sobre a partida desde já histórica em que a Alemanha goleou a Inglaterra por 4 x 1, na despedida da Copa do Mundo do estádio Free State, em Bloemfontein. Os ingleses também se despediram e a Alemanha avança, como de costume, às quartas de final da competição.

Pensei em começar com a frase que Muricy Ramalho, então treinador do São Paulo, soltou em uma coletiva: "A bola pune." Não referia-se às circunstâncias de hoje, mas dá para ser adaptada e se encaixar perfeitamente. Se em 1966 a Inglaterra fez o gol que lhe deu vantagem na prorrogação que decidiu a Copa do Mundo de forma irregular (ou melhor, não fez), quando o chute de Hurst estourou no travessão, quicou fora, mas o bandeira e o juiz correram para o meio, hoje o péssimo uruguaio Jorge Larrionda e seu auxiliar mandaram seguir um chute de Lampard que daqui, do Rio de Janeiro, vi na hora que a bola entrou e disse: "Gol.". E não entrou pouco, entrou muito, coisa quase de metro. Daí vem também aquela história de que os deuses do futebol não jogam, mas fiscalizam, mesmo que às vezes com muito atraso. Neste caso, 44 anos de atraso.

Outra maneira que pensei de começar era dizendo que esse negócio de analisar ou comentar em cima de (ou influenciado por) resultados, sem levar em conta o que se passa em campo, é algo muito cômodo, mas que pode causar certos embaraços. Quando a Alemanha perdeu da Sérvia, quase todo mundo deitou falação de que o time era fogo de palha, que havia goleado na estreia porque a Austrália é fraquinha, que isso e que aquilo. Poucos ressaltaram que a Alemanha dominava a partida, quando teve Klose injustamente expulso e, num momento de desacerto imediatamente após a expulsão, na cobrança daquela falta, a Sérvia chegou ao gol que lhe daria a vitória. Dali para frente, mesmo em desvantagem numérica em campo e no placar, a Alemanha impôs o mesmo jogo da primeira rodada, com fluidez na saída de bola e aproximação entre os homens de trás e da frente nas chegadas à área adversária. E o time desperdiçou um caminhão de gols, numa noite especialmente infeliz de Podolski, que até pênalti perdeu. A quem me perguntava, eu seguia dizendo que estava gostando muito da Alemanha, com seus garotos Muller e Oezil na armação e o apoio dos volantes Schweinsteiger e Khedira, que desarmam e saem para o jogo, todos chegando em Podolski, que ora é meia, ora é atacante, e em Klose, a referência na frente. Para o confronto contra o tradicional rival britânico, cravei nos bolões 2 x 1 Alemanha. Achava que os meninos podiam sentir a pressão de um mata-mata. Por isso e por ser um clássico, o placar apertado. Não achava que, apesar de ter nomes consagrados, a Inglaterra pudesse ser melhor na bola. E não foi.

Logo aos 4', Oezil já recebia nas costas da zaga, invadia a área pela direita e chutava sem muito ângulo para James salvar. Uma prévia do que viria adiante. A Inglaterra sempre procurou adiantar a marcação para abafar a saída de bola adversária, recuperá-la e assim ter espaço para criar jogadas de gol. Só que raramente conseguia isso, porque a Alemanha é muito bem distribuída taticamente em campo, raramente apela para chutões e seus jogadores costumam se aproximar para avançar com tabelas e toques de primeira, além de dribles inteligentes: o jogador passa por um adversário e tenta a tabela nas costas de quem vem na cobertura. Assim os espaços vão surgindo e, acertando os passes, pode-se acabar na cara do gol. O maior problema inglês era que, não conseguindo roubar a bola naquela abafada, não tinha jogo para criar saindo com ela dominada da defesa para o ataque. E aí, com todos os seus craques e em pleno século 21, apelava para aquela jogada aérea manjada desde o século 19.

Mas lógico que o futebol sempre apresenta fatores imponderáveis. O gol que abriu a goleada germânica nada teve a ver com táticas ou coisas afins. O goleiro Neuer cobrou um tiro de meta e a Jabulani voou até a intermediária adversária, pegando a zaga em linha e desatenta. O sempre útil Klose ganhou no corpo de Upson e tocou na saída de James. O oportunismo do artilheiro fazia a diferença.

A Inglaterra tentou reagir, mas nenhum de seus astros jogava bem. Lampard não aparecia, Gerrard também não e Rooney tentava se movimentar, se apresentava muito e errava tudo. Sem a bola chegar, o atacante Defoe nada podia fazer para ameaçar a meta de Neuer, que só fez uma defesa de verdade, mas nada difícil, aos 25', quando o volante Barry veio de trás e chutou de longe.

Por isso não foi surpresa o segundo gol alemão, que já havia se desenhado aos 30', numa tabelinha em que Muller tocou para Khedira, recebeu de volta de calcanhar e deixou, de novo nas costas da zaga (esses alemães adoram pegar uma defesa em linha), Klose sozinho com James, que fez grande defesa. No minuto seguinte, não teve jeito: nova tabela, Oezil na meia direita para Klose, que tocou de primeira mais no meio para Muller, que deu um tapa na esquerda para pegar Podolski entrando livre na área. O camisa 10 chutou cruzado e ampliou.

Para a Inglaterra seria fundamental diminuir ainda no primeiro tempo - e não levar mais, claro. Assim, superando suas incríveis limitações táticas, criou sua primeira chance aos 34', quando Milner avançou pela direita e fez ótimo cruzamento baixo na pequena área, onde Defoe se esticou todo para tocar, mas Neuer fez ótima defesa com o braço direito. E era por ali, pela direita, que a Inglaterra conseguia alguma coisa, com a caída de Milner e a voluntariedade do limitado lateral Johnson. Como no lance do gol inglês, aos 37'. Um escanteio foi cobrado curto para Lampard, que levantou para a área. O zagueiro Upson subiu mais que todos e cabeceou para o gol, numa saída meio desastrada de Neuer.

Logo no reinício, a Inglaterra chegou novamente ao ataque e Lampard limpou uma bola que sobrou na entrada da área e chutou, da altura da meia-lua. A Jabulani encobriu Neuer e quicou dentro do gol, no tal lance com o qual comecei o post e deve ser o mais falado na internet nos próximos dias. Teria mudado o destino dos times na partida? Quem sabe? Pela maneira como se portaram o tempo todo, acho que não, mas não há como garantir. De todo modo, a qualquer reclamação inglesa, os alemães poderão sempre responder: "E 1966?"

No segundo tempo, a Inglaterra entrou querendo pressionar mais. Milner e Johnson seguiam insistindo pela direita, com alguma ajuda de Lampard, enquanto Ashley Cole mostrava-se estranhamente discreto do outro lado. Gerrard aparecia mais e Rooney continuava errando, mas não parava de tentar, sempre trabalhando da meia-esquerda para dentro. Aos 6', mais um sinal de que o mar não estava para peixes do lado inglês: da intermediaria, Lampard cobrou uma falta no travessão, com Neuer fazendo um estranho golpe de vista. Mas antes disso, aos 5', eu anotava no meu bloco: "A Alemanha não sai de suas características." A Inglaterra pressionava, adiantava mais ainda a marcação, e os alemães seguiam fazendo seu jogo, saindo no toque, mantendo a mesma distribuição tática desde o apito inicial. E continuava ameaçando a meta guarnecida por James. Era só encaixar o passe certo na hora certa, pois o jogo estava mais para um terceiro gol alemão do que para um empate inglês.

E isso aconteceu aos 21', quando Lampard cobrou uma falta na barreira e detonou um mortal contra-ataque. Muller avançou pelo campo adversário e acionou Schweinsteiger. Oezil fez a o facão do meio para a esquerda e abriu o corredor na direita por onde Muller entrou e recebeu de Schweinsteiger, chutando forte na cara de James para fazer 3 x 1. Aí a porteira abriu de vez. Muller já havia perdido outra chance, quando um novo contra-ataque acabou de vez com as esperanças inglesas. Um lateral cobrado por Johnson no ataque foi recuperado pela defesa alemã e Podoslki, recuado na ajuda à marcação, lançou Oezil na esquerda e aí nem teve graça - para os ingleses. O habilidoso meia canhoto ganhou de Barry na corrida e avançou sozinho pela esquerda. Com toda a tranquilidade do mundo, entrou na área, esperou a chegada desesperada de Ashley Cole na cobertura e rolou macio para o meio, onde Muller chegava para marcar mais um e definir a goleada histórica.

Daí para frente, a Alemanha, depois de desperdiçar mais uma chance ou duas de ampliar, tocou bola, tocou bola, tocou bola... E estaria tocando até agora se Larrionda não apitasse o fim da partida. Para não dizer que nada aconteceu, nos últimos cinco minutos a Inglaterra se esforçou para diminuir o placar, mas só conseguiu fazer Neuer trabalhar um pouco para ganhar mais moral depois da saída em falso no gol de Upson.

Na Alemanha muita gente foi muito bem. Vou colocar á frente de todos Muller, que, segundo o comentarista Gerd Wenzel, da ESPN Brasil, há um ano jogava no time B do Bayer de Munique na terceira divisão de um campeonato regional da Bavária. Ponto para o treinador Joachim Loew.

De bom na Inglaterra, só mesmo o uniforme, a luta e a disciplina, pois em nenhum momento o time apelou em qualquer sentido. O pior de todos foi treinador Fábio Capello, que não conseguiu fazer o time jogar um tostão furado e insistiu em deixar fora centroavante inglês mais capaz de marcar gols, o grandalhão Peter Grouch, o que inclusive validaria aquela desesperada jogada área..

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 51: Alemanha 4 x 1 Inglaterra.

sábado, 26 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Na prorrogação, Gana bate EUA e põe a África na quartas de final

Em mais um bom jogo das oitavas de final, Gana derrotou os EUA com um gol de Asamoah Gyan no início da prorrogação (1 x 1 no tempo normal) e assim o único país africano na competição alcança as quartas de final. A partida realizada no Royal Bafokeng Stadium, em Rustemburgo, foi equilibrada e acabou decidida num lance de desatenção da defesa norte-americana e oportunismo do atacante ganês, que converteu em gol uma oportunidade semelhante a outras que os EUA tiveram no segundo tempo e não foram capazes de converter.

A primeira desatenção da defesa norte-americana, aliás, ocorreu logo no início do jogo, aos 4', quando Clark errou no meio-campo, foi desarmado por Kwadwo Asamoah e Prince Boateng avançou com a bola dominada pela meia-esquerda até a entrada da área, de onde chutou forte, rasteiro, no canto direito do goleiro Howard, fazendo 1 x 0. Nervoso, Clark, que não jogara contra Eslovênia e Argélia, perdeu os nervos depois disso, quase foi expulso dois minutos depois ao atingir Boateng e acabou substituído ainda aos 31' da etapa inicial.

Gana trocava bem a bola e, mesmo sem criar muito, envolvia os americanos, que erravam passes e só foram se equilibrar mesmo em campo com a saída de Clark e a entrada de Maurice Edu. Nesse final dos primeiros 45 minutos, os EUA já reagiam e dividiam a posse de bola com os adversários. Uma das grandes virtudes do time foi não afobar-se atrás do empate enquanto estava desacertado em campo, procurando tocar a bola em busca de espaços, o que ficou mais fácil após a já mencionada substituição de Clark.

Aos 22', os EUA mostravam qual seria uma de suas armas durante a reação: a movimentação de seus homens de meio-campo. Nesse lance, Dempsey caiu pela esquerda e tocou dentro da área para o volante Bradley, que foi ao fundo e cruzou para o meio, mas Kingson defendeu na pequena área antes da bola chegar aos pés de Findley. Aos 34', a melhor oportunidade no primeiro tempo, quando novamente Dempsey lançou, desta vez na diagonal, da meia-esquerda para a direita, onde Findley recebeu, penetrou sozinho na grande área e finalizou para ótima defesa de pé esquerdo de Kingson, que começava a se destacar.

Aos 36', um lance que foi o prenúncio do gol que derrubaria os EUA na prorrogação: Kingson cobrou um tiro de meta, Gyan raspou de cabeça e Asamoah apareceu dentro da área nas costas de DeMerit para chutar rasteiro e Howard salvar com o pé direito. Um lance para guardar.

No segundo tempo, o panorama mudou um pouco. Dempsey se bandeou mais para o lado direito, Donovan alternava pelos dois lados e Bradley chegava com maior frequência para colaborar na criação de jogadas. Sempre organizadamente e jogando com muita técnica, os EUA passaram a dominar o meio e abriram um buraco no time africano. Mesmo sem ter a intenção de recuar exageradamente, passou a existir um grande espaço entre a linha defensiva e os meias ganeses em relação aos homens de frente. Assim, os contra-ataques existiam, mas eram erráticos, sem a arrumação tática do primeiro tempo.

Logo no minuto inicial, Dempsey desceu pela direita e esticou para Donovan, que centrou rasteiro. Altidore dominou de costas para a meta e ajeitou para Feilhaber (substituiu Findley no intervalo), que riscou da marca do pênalti para a esquerda e quase da pequena área tentou tocar por cima, mas Kingson saiu muito bem e defendeu com a mão esquerda.

Gana ainda tentou confundir a marcação adversária, passando Ayew da esquerda para a direita (onde passou mais tempo nas partidas anteriores), com Inkoom ocupando o outro lado. Mas nesse momento os EUA pressionavam bastante. Até que, aos 15, Feilhaber tocou na meia-direita para Donovan, que apenas escorou para Dempsey dominar e invadir a área, onde foi derrubado por Jonathan Mensah. Pênalti que Donovan cobrou secamente no canto esquerda, à meia altura, com a bola ainda batendo na trave antes de entrar, enquanto Kingson caía para outro lado. Foi bom para o juiz húngaro Viktor Kassai, que um minuto antes deixara de marcar a infração máxima quando o mesmo Jonathan derrubou Feilhaber dentro da área.

O gol não tirou o ímpeto ofensivo dos EUA, que tinha na frente um Altidore muito participativo, mas mau finalizador - e que não teve velocidade para aproveitar excelente lançamento de Donovan aos 21', permitindo a Kingson abafar a jogada. Gana também ameaçava reagir, adiantando a marcação para forçar os americanos a não sair trocando passes. Mas isso não adiantou o suficiente para impedir que as grandes oportunidades continuassem a surgir apenas de um lado do campo. Como aos 30', quando Altidore enfiou para Bradley nas costas da defesa e o bom volante penetrou na área pela esquerda e bateu cruzado, rasteiro, para mais uma ótima defesa de Kingson. Aos 35', Altidore recebeu outro lançamento no ataque, ganhou no corpo de Jonathan e na saída de Kingson tocou para fora, ao lado do poste direito.

Como se vê, os norte-americanos desperdiçaram muitas chances para um jogo decisivo só. E o castigo veio logo no início da prorrogação. Sabe aquele lance lá em cima que disse que era para guardar? Pois é. Um chutão despretensioso da defesa pegou Gyan em condições de ganhar no corpo de DeMerit e Bocanegra e soltar uma bomba no meio do gol, sem qualquer chance para Howard.

Se parecia, durante o segundo tempo, que os jogadores de Gana estavam sentindo mais cansaço, fica-se a impressão - ou a certeza - de que um gol tem um poder de mil vitaminas. Os ganeses se recompuseram e posicionaram-se bem à espera do adversário, procurando segurar a bola o máximo que pudessem. Por outro lado, psicologicamente a nova desvantagem abateu bastante o time dos EUA, que pela primeira vez na Copa, provavelmente exausto de tanto correr atrás (foi assim contra Eslovênia, Argélia e hoje), apelou para a ligação direta da defesa para o ataque, chuveirando bolas e mais bolas, o que não é de seu padrão de jogo.

E apesar de todo o esforço, os EUA não conseguiram empatar novamente a partida, criando poucas chances na base do abafa, inclusive com o goleiro Howard indo para a área em um escanteio e nem voltando, para tentar aproveitar um novo cruzamento. A última chance americana ocorreu no penúltimo minuto, quando Dempsey conseguiu finalizar forte, mas Jonathan salvou no meio do caminho o gol que seria o de empate.

Na seleção de Gana, Ayew segue fazendo uma grande Copa e agora é um dos artilheiros da competição. Mas Kingson foi um monstro, só não pegando mesmo o pênalti. Bem armado e muito forte fisicamente, o time carece de maior tranquilidade nos momentos adversos e de se preocupar com a maneira como divide certas bolas, o que o deixa sempre a um passo da tragédia, que pode vir sob a forma de um pênalti ou de uma tola expulsão. Boateng poderia ter sido expulso e Jonathan já tinha entrado de maneira afoita e derrubado um adversário na área um minuto antes de fazer o mesmo no lance que o juiz assinalou o pênalti.

Nos EUA, destaque para Lando Donovan, cuja falta de pernas na prorrogação foi praticamente fatal para a equipe. Dempsey também fez um grande jogo, com ótimos passes deixando companheiros em condições de marcar. O filho do técnico, Bradley, mostrou muita versatilidade, desarmando firme e ainda saindo com qualidade para o apoio. É uma seleção que, apesar de não possuir muita habilidade, exibe uma técnica bastante apurada e é extremamente disciplinada taticamente. Mérito também do treinador Bob Bradley, para mim, um dos melhores desta Copa do Mundo - na verdade, até aqui o melhor. Pena que deu o azar de substituir Altidore (morto) na prorrogação e colocar em seu lugar o centroavante Gomez, que nada fez.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 50: Estados Unidos 1 x 2 Gana.