Tá, vá lá, um pouquinho de drama rolou, mas só quase no final, quando a Nova Zelândia descobriu que um golzinho a levaria adiante na Copa do Mundo. Mas ficou só na vontade. Jogando com um classudo uniforme todo negro, os neozelandeses seguraram o ataque paraguaio e saíram com uma inimaginável invencibilidade da maior competição de futebol do planeta. Um feito e tanto para um país que tem apenas 25 jogadores profissionais.
Já o Paraguai desapontou pela falta de confiança para partir com decisão para cima do adversário, nitidamente inferior. O time entrou para se classificar e isso conseguiu. Mas ficou devendo.
Para se ter ideia do desinteresse da partida, até os10' o momento de maior emoção foi a completa desolação do meio-campo Victor Caceres ao levar um cartão amarelo bem idiota, mas justo. O Paraguai cercava, tocava, mas não conseguia penetrar na defesa adversária. De preto, os All Whites (como é chamada a seleção neozelandesa de futebol) pareciam formar uma linha tão impenetrável quanto as formadas pelos All Blacks (o poderoso time de rúgbi do país).
A única coisa que acontecia eram as tentativas de Caniza marcar um gol no Mundial. Já que nãos e conseguia entrar na área, o zagueiro se aproximava e chutava: chutou torto aos 17' ao cair pela direita, do lado da área; chutou com perigo, próximo ao ângulo esquerdo de Paston, aos 18', após um rebote da zaga; e aos 28' bateu de longe, por cima, assustando um pouco o goleiro. Só aos 34' acertaram o gol de Paston: um chute de fora de Valdez que não deu muito trabalho ao bom goleiro.
As únicas vezes que a Nova Zelândia chegou com relativamente (muito relativamente) perigo foram aos 29 e aos 35', dois lances parecidos, com bolas cruzadas da ponta direita que obrigaram o goleiro Villar a algum esforço para pegar. Como a Nova Zelândia não queria muito, o Paraguai acabou cansando de brincar de procurar espaço e logo estava totalmente enredado no sistema defensivo adversário.
Logo aos 2' do segundo tempo, o primeiro lance de real perigo na partida, surpreendentemente da Nova Zelândia: Lochhead caiu pela esquerda e cruzou, a zaga rebateu mau e Elliott emendou de primeira, meios em jeito, mas com perigo, à direita do ângulo direito de Villar. Mas não era para ninguém se animar muito, porque o jogo seguiu bem em banho-maria.
E assim foi até os 16', quando o Paraguai finalmente teve uma chance decente: um escanteio cobrado curto da direita, bola levantada a meia altura e Riveros cabeceou para Paston fazer boa defesa. Com Lucas Barrios e Benitez no lugar dos ontem inoperantes Valdez e Cardozo etemendo sofrer um gol em um ataque esporádico do adversário, gol que o eliminaria da Copa, o Paraguai resolveu correr mais em busca da vitória. Aos 30', Benitez recebeu na área pela meia esquerda, cortou para a perna direita chutou cruzado, para difícil defesa de Paston, que ainda conseguiu tirar a bola dos pés de Barrios no rebote. Aos 35', Roque Santa Cruz cobrou bem uma falta da meia esquerda e obrigou Paston a grande defesa. Daí até o fim, nada mais de relevante aconteceu. A Nova Zelândia ameaçou tentar, mas não sabia como. Isso não fazia parte do plano original. E saíram todos satisfeitos do estádio: os paraguaios, com a classificação; os neozelandeses, com a certeza da missão cumprida muito além das expectativas.
Paston fez grandes intervenções no gol da Nova Zelândia e o veterano Nelsen mais uma vez comandou uma defesa sólida e difícil de ser batida. No Paraguai, fica o destaque para a classificação em primeiro do grupo e a certeza de que pode produzir mais. Bem mais.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 42: Paraguai 0 x 0 Nova Zelândia.
Blog que o jornalista David Telio Duarte utiliza como registro de memórias sobre assuntos de seu interesse, como esporte, política, cinema, escolas de samba ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 ► Drama italiano acaba em tragédia: Eslováquia vence, se classifica e elimina atuais campeões
A Itália não foi eliminada hoje. Aliás, não entendo a derrota para a Eslováquia no Ellis Park, em Johanesburgo, como um vexame ou algo parecido, como muitos querem crer. Foi um resultado normal entre equipes praticamente parelhas, embora com características diferentes. É preciso respeitar não só os times de menos nome como as limitações daqueles de maior tradição. A Itália fracassou, sim, na Copa do Mundo porque foi eliminada na primeira fase e fracassou porque não venceu a Nova Zelândia - aí um resultado que pode ser rotulado de vexame, com todo o respeito aos neozelandeses, porque o país adversário sequer tem futebol profissional. Hoje a Itália lutou, mas esbarrou nas suas próprias limitações (fez até mais do que eu imaginava) e no oponente, que fez uma partida surpreendentemente boa.
Sem uma das estrelas do time, o meia Weiss, o treinador lançou Stoch, jogador bem elogiado por suas atuações no campeonato holandês defendendo o Twente. Weiss é habilidoso, driblador, se mexe bem, mas peca pela falta de objetividade. Stoch entrou bem. O atacante Sestak foi sacado, entrando em seu lugar Jendrisek, jogador mais versátil. Na Itália, Iaquinta queria jogar pela esquerda, mas Marcello Lippi o manteve como centroavante e ainda levou Gattuso para campo.
No primeiro tempo, os times passaram boa parte do tempo bem preocupados em pontapetear (pontapetear pode? Sei lá, vai como neologismo...) um ao outro, deixando o jogo muito truncado. Na bola, a Itália era incapaz de armar uma jogada que fosse capaz de ameaçar o gol defendido por Mucha. Por sua vez, a Eslováquia aos poucos assumia o controle das ações, ora tramando pela esquerda, ora pela direita... E assim começava a cercar área italiana. Mas a Itália começou pregando uma pegadinha, fingindo que jogaria bem: logo de saída, Di Natale experimentou de longe, assustando Mucha; logo depois, Iaquinta recebeu na esquerda da área, mas chutou muito mal. E foi só por um longo tempo.
As chances eslovacas começaram a aparecer logo aos 5', quando Vittek ajeitou de cabeça e Hamsik, da marca do pênalti, finalizou mal, à direita de Marchetti. Aos 12', Zabavnik chutou por cima depois que Marchetti cortou cobrança de falta de Stoch do lado da área. Aos 15', Hamsik recebeu na esquerda e procurou Vittek, mas Marchetti salvou de novo. Até que, aos 25', De Rossi saiu jogando errado, Kucka roubou e fez ótima enfiada para Vittek, que bateu da entrada da área no cantinho de Marchetti e abriu o placar.
O panorama não mudou muito com o gol e a Eslováquia quase ampliou aos 35', quando Strba arriscou da intermediária e acertou ângulo superior, para mais uma boa defesa de Marchetti. Aos 40' o melhor ataque italiano durante todo o primeiro tempo, quando o zagueirão Skrtel por muito pouco não jogou para dentro da própria meta um despretensioso levantamento de bola feito da intermediária. No finzinho, Kucka quase fez um golaço, batendo de primeira da meia-direita um passe alto que recebeu de Vittek, com a bola passando muito perto do poste direito de Marchetti.
No segundo tempo, a Eslováquia preferiu esperar um pouco mais a Itália, que simplesmente não sabia como atacar, mas as entradas de Maggio, do baleado Pirlo e do atacante Quagliarella (que parece bem mais jogador que seus pares da posição), somadas ao desespero, acabaram levando o time à frente na base da raça mesmo - isso nunca faltou à Squadra Azurra.
Logo aos 5', Iaquinta não achou a bola no tempo certo e cabeceou mal bom cruzamento de De Rossi. Aos 10', Maggio deu grande passe por trás da linha da zaga para Di Natale, que, livre no lado direito da área, bateu muito mal para fora na saída de Mucha, quando tinha opções no meio. A Eslováquia começava a perceber que sua estratégia de recuar à espera do contra-ataque levou a Itália para muito perto de seu gol. Aos 17', Di Natale colocou da meia-lua no canto esquerdo de Mucha, que foi lá e pegou. Aos 21, Pirlo abriu na direita para Pepe, que centrou. Mucha tirou com um tapa da cabeça de Iaquinta, mas a bola caiu nos pés de Quagliarella, que do bico esquerdo da pequena área, bateu forte de voleio para a rede, mas encontrou exatamente em cima da linha a perna de Skrtel, que salvou quase milagrosamente (não houve uma intervenção divina...), num lance muito difícil para a arbitragem, que acho que mandou bem.
Finalmente começaram a surgir os espaços que a seleção eslovaca sonhava para tentar matar o jogo. Aos 24', Stoch recebeu livre pela esquerda, avançou para cima de Chiellini, cortou para o meio e da meia-lua quase acertou o ângulo esquerdo de Marchetti. Aos 27', Hamsik (que finalmente jogou bem) cobrou escanteio para a área e o rebote caiu em seus pés. O meia do Nápoli tocou baixo e Vittek se antecipou a Chiellini para ampliar: Eslováquia 2 x 0.
Parecia que tudo ia ficar por aí, mas a Itália não se entregava e aos 35' marcou seu primeiro gol. Quagliarella riscou da meia- direita para o centro, tabelou com Iaquinta, recebeu na frente e chutou. Mucha fez grande defesa, mas a bola caiu nos pés de Di Natale, que não teve dificuldade para fazer.
Aí a partida que começava bem meia-boca ganhava contornos dramáticos, com a Itália partindo com o que tinha (que era pouco) e o que não tinha (que era muito) em busca do empate, que, com combinação de resultados, já bastaria para lhe dar a classificação. Aos 39', mais um lance dificílimo para a arbitragem. Iaquinta levantou da direita (ele queria jogar na esquerda, o técnico o manteve no centro, mas na hora do desespero...), a zaga rebateu como pôde e a bola caiu de novo com Di Natale na esquerda. O atacante da Udinese cortou para a perna esquerda e centrou, para Quagliarella se antecipar a Durica e marcar, mas estava poucos centímetros adiantado. O gol foi anulado, como poderia não ser. Tanto que nenhum defensor eslovaco fez qualquer menção de questionar a validade do gol, aquele tradicional levantar de braços pedindo impedimento. Todos apenas desesperaram-se.
A Itália não desistia e, aos 42', Mucha teve que cortar um cruzamento na cabeça de Iaquinta. Num contra-ataque aos 44', a Eslováquia ganhou um lateral pelo lado direito. Hamsik cobrou rápido e pegou a defesa italiana desatenta. Kopunek, que havia acabado de entrar, deu seu primeiro toque na bola, jogando-a por cima de Marchetti, que nada pôde fazer e fazendo o gol que parecia matar a partida.
Parecia, mas não matou, afinal, onde há italiano sempre pode haver um bom drama. Um minuto depois, Quagliarella pegou uma bola espirrada pouco além da meia-lua e colocou por cobertura no ângulo esquerdo de Mucha, que não teve qualquer chance de defesa. Um golaço! Fazer um gol desses com o time vencendo por 5 x 0, fazendo festa, é fácil. Agora, numa situação dessas... Golaço! E surge a pergunta JFK: "Marcelo Lippi, onde você estava com a cabeça ao manter Quagliarella no banco a Copa quase toda?"
No finalzinho do tempo de acréscimo, aos 49', a Itália ainda teve uma grande oportunidade de empatar, quando Chiellini jogou um lateral do lado direito na área e a bola espirrou no segundo pau para Pepe, livre, chutar mal de perna esquerda. Àquela altura a Itália já até fazia por merecer o empate, devido à alma com que buscou o resultado. Mas uma seleção não pode pensar em seguir adiante numa Copa do Mundo apenas com um bom segundo tempo.
Os melhores na despedida italiana foram o goleirão Marchetti, que realizou grandes defesas, e o atacante Quagliarella, cuja falta de oportunidades nas partidas anteriores é injustificável, pois é superior a todos os demais da posição escalados por Marcello Lippi. Fará falta a seleção italiana à Copa? Bem, depende. Qual seleção italiana? A que nada, absolutamente nada fez até o fim do primeiro tempo de hoje ou a que partiu com a cara e coragem em busca de um empate redentor no segundo tempo? Esta última, sim, fará muita falta. Mas a outra... já vai tarde.
A Eslováquia segue em frente, finalmente apresentando um bom futebol. Cabe ao esquentadinho técnico Vladimir Weiss saber extrair o que de melhor seus bons jogadores podem oferecer. Quando exigido, Mucha apareceu muito bem e Vittek foi decisivo.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 41: Eslováquia 3 x 2 Itália.
Sem uma das estrelas do time, o meia Weiss, o treinador lançou Stoch, jogador bem elogiado por suas atuações no campeonato holandês defendendo o Twente. Weiss é habilidoso, driblador, se mexe bem, mas peca pela falta de objetividade. Stoch entrou bem. O atacante Sestak foi sacado, entrando em seu lugar Jendrisek, jogador mais versátil. Na Itália, Iaquinta queria jogar pela esquerda, mas Marcello Lippi o manteve como centroavante e ainda levou Gattuso para campo.
No primeiro tempo, os times passaram boa parte do tempo bem preocupados em pontapetear (pontapetear pode? Sei lá, vai como neologismo...) um ao outro, deixando o jogo muito truncado. Na bola, a Itália era incapaz de armar uma jogada que fosse capaz de ameaçar o gol defendido por Mucha. Por sua vez, a Eslováquia aos poucos assumia o controle das ações, ora tramando pela esquerda, ora pela direita... E assim começava a cercar área italiana. Mas a Itália começou pregando uma pegadinha, fingindo que jogaria bem: logo de saída, Di Natale experimentou de longe, assustando Mucha; logo depois, Iaquinta recebeu na esquerda da área, mas chutou muito mal. E foi só por um longo tempo.
As chances eslovacas começaram a aparecer logo aos 5', quando Vittek ajeitou de cabeça e Hamsik, da marca do pênalti, finalizou mal, à direita de Marchetti. Aos 12', Zabavnik chutou por cima depois que Marchetti cortou cobrança de falta de Stoch do lado da área. Aos 15', Hamsik recebeu na esquerda e procurou Vittek, mas Marchetti salvou de novo. Até que, aos 25', De Rossi saiu jogando errado, Kucka roubou e fez ótima enfiada para Vittek, que bateu da entrada da área no cantinho de Marchetti e abriu o placar.
O panorama não mudou muito com o gol e a Eslováquia quase ampliou aos 35', quando Strba arriscou da intermediária e acertou ângulo superior, para mais uma boa defesa de Marchetti. Aos 40' o melhor ataque italiano durante todo o primeiro tempo, quando o zagueirão Skrtel por muito pouco não jogou para dentro da própria meta um despretensioso levantamento de bola feito da intermediária. No finzinho, Kucka quase fez um golaço, batendo de primeira da meia-direita um passe alto que recebeu de Vittek, com a bola passando muito perto do poste direito de Marchetti.
No segundo tempo, a Eslováquia preferiu esperar um pouco mais a Itália, que simplesmente não sabia como atacar, mas as entradas de Maggio, do baleado Pirlo e do atacante Quagliarella (que parece bem mais jogador que seus pares da posição), somadas ao desespero, acabaram levando o time à frente na base da raça mesmo - isso nunca faltou à Squadra Azurra.
Logo aos 5', Iaquinta não achou a bola no tempo certo e cabeceou mal bom cruzamento de De Rossi. Aos 10', Maggio deu grande passe por trás da linha da zaga para Di Natale, que, livre no lado direito da área, bateu muito mal para fora na saída de Mucha, quando tinha opções no meio. A Eslováquia começava a perceber que sua estratégia de recuar à espera do contra-ataque levou a Itália para muito perto de seu gol. Aos 17', Di Natale colocou da meia-lua no canto esquerdo de Mucha, que foi lá e pegou. Aos 21, Pirlo abriu na direita para Pepe, que centrou. Mucha tirou com um tapa da cabeça de Iaquinta, mas a bola caiu nos pés de Quagliarella, que do bico esquerdo da pequena área, bateu forte de voleio para a rede, mas encontrou exatamente em cima da linha a perna de Skrtel, que salvou quase milagrosamente (não houve uma intervenção divina...), num lance muito difícil para a arbitragem, que acho que mandou bem.
Finalmente começaram a surgir os espaços que a seleção eslovaca sonhava para tentar matar o jogo. Aos 24', Stoch recebeu livre pela esquerda, avançou para cima de Chiellini, cortou para o meio e da meia-lua quase acertou o ângulo esquerdo de Marchetti. Aos 27', Hamsik (que finalmente jogou bem) cobrou escanteio para a área e o rebote caiu em seus pés. O meia do Nápoli tocou baixo e Vittek se antecipou a Chiellini para ampliar: Eslováquia 2 x 0.
Parecia que tudo ia ficar por aí, mas a Itália não se entregava e aos 35' marcou seu primeiro gol. Quagliarella riscou da meia- direita para o centro, tabelou com Iaquinta, recebeu na frente e chutou. Mucha fez grande defesa, mas a bola caiu nos pés de Di Natale, que não teve dificuldade para fazer.
Aí a partida que começava bem meia-boca ganhava contornos dramáticos, com a Itália partindo com o que tinha (que era pouco) e o que não tinha (que era muito) em busca do empate, que, com combinação de resultados, já bastaria para lhe dar a classificação. Aos 39', mais um lance dificílimo para a arbitragem. Iaquinta levantou da direita (ele queria jogar na esquerda, o técnico o manteve no centro, mas na hora do desespero...), a zaga rebateu como pôde e a bola caiu de novo com Di Natale na esquerda. O atacante da Udinese cortou para a perna esquerda e centrou, para Quagliarella se antecipar a Durica e marcar, mas estava poucos centímetros adiantado. O gol foi anulado, como poderia não ser. Tanto que nenhum defensor eslovaco fez qualquer menção de questionar a validade do gol, aquele tradicional levantar de braços pedindo impedimento. Todos apenas desesperaram-se.
A Itália não desistia e, aos 42', Mucha teve que cortar um cruzamento na cabeça de Iaquinta. Num contra-ataque aos 44', a Eslováquia ganhou um lateral pelo lado direito. Hamsik cobrou rápido e pegou a defesa italiana desatenta. Kopunek, que havia acabado de entrar, deu seu primeiro toque na bola, jogando-a por cima de Marchetti, que nada pôde fazer e fazendo o gol que parecia matar a partida.
Parecia, mas não matou, afinal, onde há italiano sempre pode haver um bom drama. Um minuto depois, Quagliarella pegou uma bola espirrada pouco além da meia-lua e colocou por cobertura no ângulo esquerdo de Mucha, que não teve qualquer chance de defesa. Um golaço! Fazer um gol desses com o time vencendo por 5 x 0, fazendo festa, é fácil. Agora, numa situação dessas... Golaço! E surge a pergunta JFK: "Marcelo Lippi, onde você estava com a cabeça ao manter Quagliarella no banco a Copa quase toda?"
No finalzinho do tempo de acréscimo, aos 49', a Itália ainda teve uma grande oportunidade de empatar, quando Chiellini jogou um lateral do lado direito na área e a bola espirrou no segundo pau para Pepe, livre, chutar mal de perna esquerda. Àquela altura a Itália já até fazia por merecer o empate, devido à alma com que buscou o resultado. Mas uma seleção não pode pensar em seguir adiante numa Copa do Mundo apenas com um bom segundo tempo.
Os melhores na despedida italiana foram o goleirão Marchetti, que realizou grandes defesas, e o atacante Quagliarella, cuja falta de oportunidades nas partidas anteriores é injustificável, pois é superior a todos os demais da posição escalados por Marcello Lippi. Fará falta a seleção italiana à Copa? Bem, depende. Qual seleção italiana? A que nada, absolutamente nada fez até o fim do primeiro tempo de hoje ou a que partiu com a cara e coragem em busca de um empate redentor no segundo tempo? Esta última, sim, fará muita falta. Mas a outra... já vai tarde.
A Eslováquia segue em frente, finalmente apresentando um bom futebol. Cabe ao esquentadinho técnico Vladimir Weiss saber extrair o que de melhor seus bons jogadores podem oferecer. Quando exigido, Mucha apareceu muito bem e Vittek foi decisivo.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 41: Eslováquia 3 x 2 Itália.
TÊNIS ► Set de 70 x 68 decide a partida mais longa da história do tênis
A Copa do Mundo capitaliza o maior espaço na mídia de todo os continentes, mas, simultaneamente, seguem correndo competições de muitos outros esportes. Entre eles, o tênis, cujo mais tradicional torneio começou nesta semana e obrigou este blogueiro, fã de diversos esportes e tenista amador quando mais jovem, a desviar seu olhar da África para o Velho Continente.
Depois de 11h05min, 980 pontos, 183 games, 215 aces, uma pane no placar (que não conseguia acompanhar a contagem de games) e três dias de disputa, o norte-americano John Isner conseguiu finalmente derrotar o francês Nicolas Mahut na maior epopeia que o tênis presenciou em toda sua história.
Foi um feito tamanho que logo após o jogo ambos os tenistas foram homenageados pela organização do torneio, fora a ovação recebida do público, a essa altura completamente ensandecido.
O confronto valeu pela primeira rodada do supertradicional Torneio de Wimbledon e o placar final foi 4-6, 6-3, 7-6, 6-7, 70-68. Tudo começou na segunda-feira, quando o jogo foi duas vezes interrompido por falta de luz. Na terça-feira, só foi possível jogar mais 7h06min (o "só" ali foi ótimo, hein?). A continuação foi realizada nesta manhã e foram batidos, com muita folga, todos os recordes possíveis e imaginários de duração de uma partida de tênis.
Abaixo, alguns deles, tirados do site GloboEsporte.com:
PARTIDAS MAIS LONGAS DA HISTÓRIA
11h06m - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase
6h33m - fabrice Santoro x Arnaud Clément - Roland Garros 2004, 1ª fase
6h22m - John McEnroe x Mats Wilander – Copa Davis, 1982 - Quartas de Final
6h21m - Boris Becker x John McEnroe – Copa Davis, 1987 - Playoffs do Grupo Mundial
6h04m - Horst Skoff x Mats Wilander - Copa Davis, 1989 - Quartas de Final
PARTIDA MAIS LONGA DE SIMPLES EM NÚMERO DE GAMES
183 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
112 - Pancho Gonzales x Charlie Pasarell - Wimbledon 1969, 1ª fase - 22/24 1/6, 16/14, 6/3 e 11/9
PARTIDA MAIS LONGA DA HISTÓRIA EM NÚMERO DE GAMES
183 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
122 – Smith/Van Dillen (EUA) x Cornejo/Fillol (CHI) - Copa Davis, 1973 - 7/9, 37/39, 8/6, 6/1e 6/3
QUINTO SET MAIS LONGO DA HISTÓRIA EM SIMPLES EM NÚMERO DE GAMES
70/68 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
21/19 - Andy Roddick x Younes El Aynaoui - Austalian Open, 2003 - 4/6, 7/6, 4/6, 6/4 e 21/19
QUINTO SET MAIS LONGO DE SIMPLES EM WIMBLEDON EM NÚMERO DE GAMES
70/68 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
20/18 - Mark Philippoussis x Sjeng Schalken - Wimbledon 2000, 3ª fase - 4/6, 6/3, 6/7, 7/6 e 20/18
SET MAIS LONGO DA HISTÓRIA EM UM GRAND SLAM EM NÚMERO DE GAMES
70/68 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
25/23 - John Newcombe x Marty Reissen - US Open 1969, oitavas de final - 4/6, 6/3, 6/4 e 25-23
ACES DISPARADOS COMBINADOS EM UM JOGO
215 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
96 - Radek Stepanek x Ivo Karlovic - Copa Davis 2009 - 6/7, 7/6, 7/6, 6/7 e 16/14
84 - Daniele Bracciali x Ivo Karlovic - Wimbledon 2005, 1ª fase - 6/7, 7/6, 3/6, 7/6 e 12/10
Depois de 11h05min, 980 pontos, 183 games, 215 aces, uma pane no placar (que não conseguia acompanhar a contagem de games) e três dias de disputa, o norte-americano John Isner conseguiu finalmente derrotar o francês Nicolas Mahut na maior epopeia que o tênis presenciou em toda sua história.
Foi um feito tamanho que logo após o jogo ambos os tenistas foram homenageados pela organização do torneio, fora a ovação recebida do público, a essa altura completamente ensandecido.
O confronto valeu pela primeira rodada do supertradicional Torneio de Wimbledon e o placar final foi 4-6, 6-3, 7-6, 6-7, 70-68. Tudo começou na segunda-feira, quando o jogo foi duas vezes interrompido por falta de luz. Na terça-feira, só foi possível jogar mais 7h06min (o "só" ali foi ótimo, hein?). A continuação foi realizada nesta manhã e foram batidos, com muita folga, todos os recordes possíveis e imaginários de duração de uma partida de tênis.
Abaixo, alguns deles, tirados do site GloboEsporte.com:
PARTIDAS MAIS LONGAS DA HISTÓRIA
11h06m - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase
6h33m - fabrice Santoro x Arnaud Clément - Roland Garros 2004, 1ª fase
6h22m - John McEnroe x Mats Wilander – Copa Davis, 1982 - Quartas de Final
6h21m - Boris Becker x John McEnroe – Copa Davis, 1987 - Playoffs do Grupo Mundial
6h04m - Horst Skoff x Mats Wilander - Copa Davis, 1989 - Quartas de Final
PARTIDA MAIS LONGA DE SIMPLES EM NÚMERO DE GAMES
183 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
112 - Pancho Gonzales x Charlie Pasarell - Wimbledon 1969, 1ª fase - 22/24 1/6, 16/14, 6/3 e 11/9
PARTIDA MAIS LONGA DA HISTÓRIA EM NÚMERO DE GAMES
183 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
122 – Smith/Van Dillen (EUA) x Cornejo/Fillol (CHI) - Copa Davis, 1973 - 7/9, 37/39, 8/6, 6/1e 6/3
QUINTO SET MAIS LONGO DA HISTÓRIA EM SIMPLES EM NÚMERO DE GAMES
70/68 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
21/19 - Andy Roddick x Younes El Aynaoui - Austalian Open, 2003 - 4/6, 7/6, 4/6, 6/4 e 21/19
QUINTO SET MAIS LONGO DE SIMPLES EM WIMBLEDON EM NÚMERO DE GAMES
70/68 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
20/18 - Mark Philippoussis x Sjeng Schalken - Wimbledon 2000, 3ª fase - 4/6, 6/3, 6/7, 7/6 e 20/18
SET MAIS LONGO DA HISTÓRIA EM UM GRAND SLAM EM NÚMERO DE GAMES
70/68 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
25/23 - John Newcombe x Marty Reissen - US Open 1969, oitavas de final - 4/6, 6/3, 6/4 e 25-23
ACES DISPARADOS COMBINADOS EM UM JOGO
215 - John Isner x Nicolas Mahut - Wimbledon 2010, 1ª fase - 6/4, 3/6, 6/7, 7/6 e 70/68
96 - Radek Stepanek x Ivo Karlovic - Copa Davis 2009 - 6/7, 7/6, 7/6, 6/7 e 16/14
84 - Daniele Bracciali x Ivo Karlovic - Wimbledon 2005, 1ª fase - 6/7, 7/6, 3/6, 7/6 e 12/10
quarta-feira, 23 de junho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 ► Austrália vence e se despede de cabeça erguida, Sérvia perde e sai mal
Confesso que não esperava do confronto entre Austrália e Sérvia, em Nelspruit. Primeiro, porque, apesar de nunca faltar vontade, sempre falta futebol aos australianos. Segundo, porque a seleção da Sérvia não me convencera em nada até aqui - e depois também. Tanto que nos bolões que participei cravei 1 x 0 para os Aussies. Mas depois de uma etapa inicial um tanto insossa, a Austrália voltou com muita vontade de vencer e colocou fogo na partida, saindo de campo com uma justa vitória e até tendo visto por alguns momentos tornar-se viável o sonho da classificação. Já a Sérvia... Bem, diria que não me decepcionou. Acho um time amorfo (acho que é a melhor palavra), meio sem alma e muito burocrático, apesar de ter jogadores habilidosos e um centroavante gigante que poderia ser bem explorado por uma equipe competente.
Logo aos 5', Krasic, um dos habilidosos jogadores sérvios, entrou driblando na área pela direita e chutou forte para Schwarzer colocar a escanteio. Aos 11', Nikovic puxou contra-ataque e enfiou para Krasic que invadiu a área, driblou Schwarzer e tocou para fora, perdendo chance incrível. E o jogo ia assim, com a Sérvia aproveitando-se de sua superior qualidade individual para chegar mais ao ataque, mas sem objetividade, e a Austrália ainda sem saber como ameaçar o gol adversário. Aos 22', o zagueiro Ivanovic apareceu de surpresa no ataque, recebeu lançamento no bico direito da pequena área e chutou bem, mas o goleiro Schwarzer fez excelente defesa com a mão esquerda.
Desse modo, a Sérvia atacava mesmo sem muita vontade, enquanto a Austrália queria, sem saber como. Mas resolveu adiantar-se de qualquer jeito, apostando nas bolas altas, inclusive a partir de arremessos laterais. Aos 32', Cahill já aprecia na área e cabeceava com perigo. E aos 45', Emerton levantou da direita para o esforçado Kennedy cabecear nas mãos do goleiro. O aviso estava dado.
Mas aos 7' do segundo tempo, quem chegava era a Sérvia, com Ivanovic na ponta esquerda cruzando para o grandalhão Zigic dominar com a cabeça e fuzilar por cima, com muito perigo. Aos 13', Bresciano cobrou falta de longe para o goleiro Stojkovic espalmar com certa dificuldade para escanteio, já que a Jabulani deu aquela quicada básica e traiçoeira à sua frente. Aos poucos, foi crescendo o volume de jogo australiano, que forçava de um lado, do outro e jogava bola na área sempre que podia. Aos 18', Bresciano bateu forte de novo, agora da meia-esquerda, para nova defesa de Stojkovic.
Pensando sei lá o quê, talvez meio desesperado por saber que sua seleção só dependia de uma vitória simples para se classificar, o treinador sérvio substituiu seu ataque titular, tanto o astro Drasic como o centroavante Zigic, perdendo uma opção pela ponta e a jogada aérea que, aliás, nunca soube explorar. Se as opções fossem melhores, tudo bem, mas não era o caso.
E não parece ter dado muito certo. A Austrália não parava de correr atrás da vitória e acabou chegando ao gol aos 24', através do veterano Cahill, que cabeceou para baixo e no canto direito do goleiro a bola centrada da direita pelo meia Wilkishire. Foi a segunda Copa do Mundo que Cahill deixa sua marca.
Sem a Austrália recuar, o jogo abriu, porque não restava à Sérvia outra opção que não se lançar à frente. E ela fez isso com uma desorganização exemplar. O resultado é que quatro minutos depois o cabeludo atacante Hollman recebeu uma bola roubada no meio-campo, puxou o contra-ataque e, pouco depois da intermediária, soltou a bomba. A bola quicou e morreu no fundo da rede do canto direito de Stojkovic.
Agora a Austrália já via mais próximo seu sonho de classificação. Pena que, aos 30', o bom goleiro Schwarzer não segurou um chute da meia-direita de Tosic e Pantelic não teve qualquer trabalho para marcar e diminuir o placar. Daí para frente aconteceu de tudo, menos gol, o que custo a acreditar, porque a Sérvia finalmente deu mostras de que havia vida dentro daquele uniforme e a Austrália seguiu aberta em busca de mais gols. E, nesse momento, um empate em dois gols daria a classificação aos sérvios. Mas faltava tranquilidade aos dois times.
Aos 41', Kennedy recebeu lançamento na área, ganhou do zagueiro e bateu meio desequilibrado de canhota à direita do gol defendido por Schwarzer, jogando fora mais uma boa chance de marcar. E aos 47', a grande chance de classificação da Sérvia, quando Tosic recebeu na direita e da entrada da área tocou para Pantelic à frente da zaga (à frente mesmo, estava em posição impedido, que foi marcado), mas o atacante da fitinha na cabeça jogou por cima, reclamando do passe alto que fez a Jabulani quicar antes. Poderia reclamar também de Tosic não ter feito o passe no melhor momento ou, principalmente, dele mesmo, que se colocou mal para receber a bola.
Fim de jogo, fim de festa. A Sérvia ainda reclamou do péssimo árbitro uruguaio Jorge Larrionda (que assistiu impassível a algumas entradas bem violentas e jogadores sérvios) de um possível pênalti aos 44', quando uma bola cabeceada na área australiana bateu na mão de Cahill, num lance totalmente involuntário, já que Cahill saltara para cabecear e estava até de costas, sem qualquer intenção de ampliar a área de ação de seu corpo.
Na Sérvia... Sei lá, não vou destacar nada. Apenas o treinador Radomir Antic, negativamente, claro. Ele tinha ovos para fazer uma boa omelete. Por outro lado, o holandês treinador da Austrália Pim Verbeek, sem ovos, talvez com tomates ou pepinos, fez seu time fazer bonito e sair bem da Copa. Corrigiu o equivocado sistema defensivo suado na estreia contra a Alemanha e quase levou seu país às oitavas de final. O goleiro Schwarzer fez ótimas defesas, mas falhou no gol sérvio, talvez a bola mais fácil que tenha ido em direção ao seu gol. E o resto do time foi um exemplo de dedicação. Aliás, parece característica das seleções da Oceania: compensar a deficiência técnica com muita determinação.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 40: Austrália 2 x 1 Sérvia.
Logo aos 5', Krasic, um dos habilidosos jogadores sérvios, entrou driblando na área pela direita e chutou forte para Schwarzer colocar a escanteio. Aos 11', Nikovic puxou contra-ataque e enfiou para Krasic que invadiu a área, driblou Schwarzer e tocou para fora, perdendo chance incrível. E o jogo ia assim, com a Sérvia aproveitando-se de sua superior qualidade individual para chegar mais ao ataque, mas sem objetividade, e a Austrália ainda sem saber como ameaçar o gol adversário. Aos 22', o zagueiro Ivanovic apareceu de surpresa no ataque, recebeu lançamento no bico direito da pequena área e chutou bem, mas o goleiro Schwarzer fez excelente defesa com a mão esquerda.
Desse modo, a Sérvia atacava mesmo sem muita vontade, enquanto a Austrália queria, sem saber como. Mas resolveu adiantar-se de qualquer jeito, apostando nas bolas altas, inclusive a partir de arremessos laterais. Aos 32', Cahill já aprecia na área e cabeceava com perigo. E aos 45', Emerton levantou da direita para o esforçado Kennedy cabecear nas mãos do goleiro. O aviso estava dado.
Mas aos 7' do segundo tempo, quem chegava era a Sérvia, com Ivanovic na ponta esquerda cruzando para o grandalhão Zigic dominar com a cabeça e fuzilar por cima, com muito perigo. Aos 13', Bresciano cobrou falta de longe para o goleiro Stojkovic espalmar com certa dificuldade para escanteio, já que a Jabulani deu aquela quicada básica e traiçoeira à sua frente. Aos poucos, foi crescendo o volume de jogo australiano, que forçava de um lado, do outro e jogava bola na área sempre que podia. Aos 18', Bresciano bateu forte de novo, agora da meia-esquerda, para nova defesa de Stojkovic.
Pensando sei lá o quê, talvez meio desesperado por saber que sua seleção só dependia de uma vitória simples para se classificar, o treinador sérvio substituiu seu ataque titular, tanto o astro Drasic como o centroavante Zigic, perdendo uma opção pela ponta e a jogada aérea que, aliás, nunca soube explorar. Se as opções fossem melhores, tudo bem, mas não era o caso.
E não parece ter dado muito certo. A Austrália não parava de correr atrás da vitória e acabou chegando ao gol aos 24', através do veterano Cahill, que cabeceou para baixo e no canto direito do goleiro a bola centrada da direita pelo meia Wilkishire. Foi a segunda Copa do Mundo que Cahill deixa sua marca.
Sem a Austrália recuar, o jogo abriu, porque não restava à Sérvia outra opção que não se lançar à frente. E ela fez isso com uma desorganização exemplar. O resultado é que quatro minutos depois o cabeludo atacante Hollman recebeu uma bola roubada no meio-campo, puxou o contra-ataque e, pouco depois da intermediária, soltou a bomba. A bola quicou e morreu no fundo da rede do canto direito de Stojkovic.
Agora a Austrália já via mais próximo seu sonho de classificação. Pena que, aos 30', o bom goleiro Schwarzer não segurou um chute da meia-direita de Tosic e Pantelic não teve qualquer trabalho para marcar e diminuir o placar. Daí para frente aconteceu de tudo, menos gol, o que custo a acreditar, porque a Sérvia finalmente deu mostras de que havia vida dentro daquele uniforme e a Austrália seguiu aberta em busca de mais gols. E, nesse momento, um empate em dois gols daria a classificação aos sérvios. Mas faltava tranquilidade aos dois times.
Aos 41', Kennedy recebeu lançamento na área, ganhou do zagueiro e bateu meio desequilibrado de canhota à direita do gol defendido por Schwarzer, jogando fora mais uma boa chance de marcar. E aos 47', a grande chance de classificação da Sérvia, quando Tosic recebeu na direita e da entrada da área tocou para Pantelic à frente da zaga (à frente mesmo, estava em posição impedido, que foi marcado), mas o atacante da fitinha na cabeça jogou por cima, reclamando do passe alto que fez a Jabulani quicar antes. Poderia reclamar também de Tosic não ter feito o passe no melhor momento ou, principalmente, dele mesmo, que se colocou mal para receber a bola.
Fim de jogo, fim de festa. A Sérvia ainda reclamou do péssimo árbitro uruguaio Jorge Larrionda (que assistiu impassível a algumas entradas bem violentas e jogadores sérvios) de um possível pênalti aos 44', quando uma bola cabeceada na área australiana bateu na mão de Cahill, num lance totalmente involuntário, já que Cahill saltara para cabecear e estava até de costas, sem qualquer intenção de ampliar a área de ação de seu corpo.
Na Sérvia... Sei lá, não vou destacar nada. Apenas o treinador Radomir Antic, negativamente, claro. Ele tinha ovos para fazer uma boa omelete. Por outro lado, o holandês treinador da Austrália Pim Verbeek, sem ovos, talvez com tomates ou pepinos, fez seu time fazer bonito e sair bem da Copa. Corrigiu o equivocado sistema defensivo suado na estreia contra a Alemanha e quase levou seu país às oitavas de final. O goleiro Schwarzer fez ótimas defesas, mas falhou no gol sérvio, talvez a bola mais fácil que tenha ido em direção ao seu gol. E o resto do time foi um exemplo de dedicação. Aliás, parece característica das seleções da Oceania: compensar a deficiência técnica com muita determinação.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 40: Austrália 2 x 1 Sérvia.
COPA DO MUNDO 2010 ► Alemanha vence e Gana sofre, mas ambas saem com uma vaga nas oitavas de final
Acabou dando tudo certo no Soccer City. A Alemanha derrotou Gana por 1 x 0 e garantiu não só a classificação, como o primeiro lugar no grupo. Enquanto isso, Gana, graças à vitória por apenas 2 x 1 da Austrália sobre a favorita Sérvia (não para este blogueiro, que cravou 1 x 0 nos bolões para o time australiano), ficou com a segunda vaga e assim evitou a imensa frustração que seria a ausência de uma seleção africana nas oitavas de final da primeira Copa do Mundo realizada no continente.
Vale registrar o inédito duelo entre dois irmãos numa partida de Copa do Mundo: o atacante Prince Boateng, de Gana, e o zagueiro Jerome Boateng, da Alemanha.
Não foi maravilhoso, mas foi um jogo disputado em bom nível entre duas seleções bem armadas e que se respeitaram bastante, mas que careceram de artilheiros em campo. Cacau começou jogando na Alemanha, substituindo o para mim injustamente suspenso centroavante Klose. Como de hábito, o time procurava chegar á área adversária tocando a bola e procurando as tabelas iniciadas por Muller e Oezil, que contavam principalmente com o auxílio de Podolski e do recuo de Cacau na procura por espaços. Já a equipe ganesa apostava muito na movimentação ofensiva do trio formado por Asamoah (caindo pela esquerda), o canhoto Ayew (de pé trocado pela direita) e Gyan (mais centralizado). Ambos os ataques, porém, pecavam pela falta de objetividade, o que era agravado pelo empenho das duas defesas.
A Alemanha tinha maior posse bola e encontrava algum espaço pelas laterais, como aconteceu logo na saída de jogo, com Cacau arrancando pela direita e batendo forte, mas em cima de Kingson. Aos 8', era Podolski quem caía pelo lado do campo, desta vez o esquerdo. Ele recebeu no fundo e centrou, Jonathan meteu o pé e quase jogou para dentro, mas Kingson salvou. Aos 13', um exemplo da maior arma ganesa, quando Asamoah avançou pela esquerda, achou Ayew na área e o filho de Abedi Pelé ajeitou para Gyan, que só não marcou porque foi travado no último instante.
Gana tentava adiantar a marcação e aos 23' a Alemanha errou na saída de bola, Gyan enfiou para Boateng na área e o meia não chutou de primeira, perdendo grande chance. Na resposta, Cacau explorou bem a linha de impedimento da defesa de Gana e deu ótimo passe para Oezil, que entrou sozinho pela meia direita, entrou na área, ajeitou para a perna esquerda e chutou para excelente defesa de Kingson, que saía aos seus pés. Logo em seguida, Ayew cobrou escanteio da direita de pé trocado e Gyan entrou no primeiro pau, cabeceando enviesado e vencendo Neur, mas Lahm salvou em cima da linha, bem junto ao poste direito. Aos 29', Muller avançou pela direita e enfiou dentro da área para Khedira, que ajeitou de calcanhar para Cacau chutar no canto esquerdo e Kingson pegar. Aos 32', Ayew entrou driblando pela direita e centrou para Gyan cabecear para fora. Aos 40', Schweinsteiger cobrou falta da meia esquerda e Kingson fez grande defesa, salvando mesmo com Mertesacker passando à sua frente na tentativa do cabeceio.
Como se vê, o primeiro tempo teve lances bastante alternados em ambas as áreas, apesar do problema da falta de objetividade das equipes. A essa altura, Gana e Alemanha estavam se classificando, mas um gol no jogo entre Sérvia e Austrália tiraria um dos dois da Copa. Sob essa circunstância, a partida ficou bem mais nervosa na etapa final.
Aos 5', Gana desperdiçou sua melhor oportunidade em todos os 90 minutos, quando Asamoah recebeu na esquerda nas costas da zaga, invadiu a área e tentou encobrir Neuer, que fez ótima defesa. Aos 15', a Alemanha marcou aquele que seria o gol da vitória: Muller armou pela direita e passou para Oezil na meia-lua. O habilidoso canhoto apenas deu um toque para ajeitar o corpo e bater de curva no ângulo superior esquerdo de Kingson, fazendo o gol que Messi tanto tem tentado sem sucesso nesta Copa. Na saída, Ayew foi no fundo pela esquerda e cruzou de pé direito (gosta de jogar com o pé trocado, hein?) no segundo pau, onde Gyan cabeceou para baixo e Boateng evitou o empate. Aos 20, Gyan recebeu dentro da área e retribuiu de calcanhar para Ayew, que ficou de frente para o gol e chutou forte, mas Lahm colocou o pé na frente e a bola encobriu o travessão.
A partir daí, o jogo deu uma esfriada, imagino que por Gana viver um impasse: partir em busca do empate e se arriscar a levar mais ou se segurar na desvantagem mínima e contar que a Austrália, que vencia por 2 x 0, não marcasse mais dois ou ainda que a Sérvia não reagisse. Ficando tudo como estava, Gana se classificaria. Com Gana travada, a Alemanha preocupou-se em fazer o seu, ou seja, segurar a vitória que lhe garantia a vaga e o primeiro lugar, sabendo que um empate poderia até eliminá-la, dependendo do que ocorreria em Nelspruit.
Assim pouco mais aconteceu e no fim da história todos saíram de campo felizes para sempre - ao menos até as oitavas de final.
O capitão Lahm fez mais uma boa partida pela seleção alemã, inclusive salvando dois gols praticamente certos. Neuer foi muito bem e, sem brilhar, os jovens Muller e Oezil mostraram em alguns poucos lances que podem vir a comandar uma equipe muito forte no futuro. Numa única jogada entre os dois, a Alemanha venceu o jogo. Kingson foi mais uma vez um bom destaque da seleção de Gana. O trio Asamoah, Ayew e Gyan só precisava ter um centroavante artilheiro ao lado, já que marcar gols não parece muito a deles e assim acabam jogando fora um punhado de situações que criam.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 39: Gana 0 x 1 Alemanha.
Vale registrar o inédito duelo entre dois irmãos numa partida de Copa do Mundo: o atacante Prince Boateng, de Gana, e o zagueiro Jerome Boateng, da Alemanha.
Não foi maravilhoso, mas foi um jogo disputado em bom nível entre duas seleções bem armadas e que se respeitaram bastante, mas que careceram de artilheiros em campo. Cacau começou jogando na Alemanha, substituindo o para mim injustamente suspenso centroavante Klose. Como de hábito, o time procurava chegar á área adversária tocando a bola e procurando as tabelas iniciadas por Muller e Oezil, que contavam principalmente com o auxílio de Podolski e do recuo de Cacau na procura por espaços. Já a equipe ganesa apostava muito na movimentação ofensiva do trio formado por Asamoah (caindo pela esquerda), o canhoto Ayew (de pé trocado pela direita) e Gyan (mais centralizado). Ambos os ataques, porém, pecavam pela falta de objetividade, o que era agravado pelo empenho das duas defesas.
A Alemanha tinha maior posse bola e encontrava algum espaço pelas laterais, como aconteceu logo na saída de jogo, com Cacau arrancando pela direita e batendo forte, mas em cima de Kingson. Aos 8', era Podolski quem caía pelo lado do campo, desta vez o esquerdo. Ele recebeu no fundo e centrou, Jonathan meteu o pé e quase jogou para dentro, mas Kingson salvou. Aos 13', um exemplo da maior arma ganesa, quando Asamoah avançou pela esquerda, achou Ayew na área e o filho de Abedi Pelé ajeitou para Gyan, que só não marcou porque foi travado no último instante.
Gana tentava adiantar a marcação e aos 23' a Alemanha errou na saída de bola, Gyan enfiou para Boateng na área e o meia não chutou de primeira, perdendo grande chance. Na resposta, Cacau explorou bem a linha de impedimento da defesa de Gana e deu ótimo passe para Oezil, que entrou sozinho pela meia direita, entrou na área, ajeitou para a perna esquerda e chutou para excelente defesa de Kingson, que saía aos seus pés. Logo em seguida, Ayew cobrou escanteio da direita de pé trocado e Gyan entrou no primeiro pau, cabeceando enviesado e vencendo Neur, mas Lahm salvou em cima da linha, bem junto ao poste direito. Aos 29', Muller avançou pela direita e enfiou dentro da área para Khedira, que ajeitou de calcanhar para Cacau chutar no canto esquerdo e Kingson pegar. Aos 32', Ayew entrou driblando pela direita e centrou para Gyan cabecear para fora. Aos 40', Schweinsteiger cobrou falta da meia esquerda e Kingson fez grande defesa, salvando mesmo com Mertesacker passando à sua frente na tentativa do cabeceio.
Como se vê, o primeiro tempo teve lances bastante alternados em ambas as áreas, apesar do problema da falta de objetividade das equipes. A essa altura, Gana e Alemanha estavam se classificando, mas um gol no jogo entre Sérvia e Austrália tiraria um dos dois da Copa. Sob essa circunstância, a partida ficou bem mais nervosa na etapa final.
Aos 5', Gana desperdiçou sua melhor oportunidade em todos os 90 minutos, quando Asamoah recebeu na esquerda nas costas da zaga, invadiu a área e tentou encobrir Neuer, que fez ótima defesa. Aos 15', a Alemanha marcou aquele que seria o gol da vitória: Muller armou pela direita e passou para Oezil na meia-lua. O habilidoso canhoto apenas deu um toque para ajeitar o corpo e bater de curva no ângulo superior esquerdo de Kingson, fazendo o gol que Messi tanto tem tentado sem sucesso nesta Copa. Na saída, Ayew foi no fundo pela esquerda e cruzou de pé direito (gosta de jogar com o pé trocado, hein?) no segundo pau, onde Gyan cabeceou para baixo e Boateng evitou o empate. Aos 20, Gyan recebeu dentro da área e retribuiu de calcanhar para Ayew, que ficou de frente para o gol e chutou forte, mas Lahm colocou o pé na frente e a bola encobriu o travessão.
A partir daí, o jogo deu uma esfriada, imagino que por Gana viver um impasse: partir em busca do empate e se arriscar a levar mais ou se segurar na desvantagem mínima e contar que a Austrália, que vencia por 2 x 0, não marcasse mais dois ou ainda que a Sérvia não reagisse. Ficando tudo como estava, Gana se classificaria. Com Gana travada, a Alemanha preocupou-se em fazer o seu, ou seja, segurar a vitória que lhe garantia a vaga e o primeiro lugar, sabendo que um empate poderia até eliminá-la, dependendo do que ocorreria em Nelspruit.
Assim pouco mais aconteceu e no fim da história todos saíram de campo felizes para sempre - ao menos até as oitavas de final.
O capitão Lahm fez mais uma boa partida pela seleção alemã, inclusive salvando dois gols praticamente certos. Neuer foi muito bem e, sem brilhar, os jovens Muller e Oezil mostraram em alguns poucos lances que podem vir a comandar uma equipe muito forte no futuro. Numa única jogada entre os dois, a Alemanha venceu o jogo. Kingson foi mais uma vez um bom destaque da seleção de Gana. O trio Asamoah, Ayew e Gyan só precisava ter um centroavante artilheiro ao lado, já que marcar gols não parece muito a deles e assim acabam jogando fora um punhado de situações que criam.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 39: Gana 0 x 1 Alemanha.
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