sexta-feira, 18 de junho de 2010

NBA ► Decisão emocionante dá bicampeonato ao Los Angeles Lakers

Numa partida dramática, o Los Angeles Lakers derrotou o Boston Celtics por 83 x 79 no decisivo jogo 7 e sagrou-se bicampeão da NBA. Breve escreverei mais sobre mais essa final entre a maior rivalidade do esporte norte-americano e que agora já é História.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Gols discutíveis dão ao México vitória justa e repleta de marcas sobre a França

Bem, chamei de “discutíveis” os gols porque cada pessoa que acompanha futebol tem direito à própria opinião, lógico. E lances assim cabem discussões sem fim. Mas, para mim, ambos os gols que deram a bonita vitória ao México foram irregulares. Javier Hernandez estava impedido no primeiro e Pablo Barrera cavou um pênalti que jamais seria assinalado pela grande maioria dos árbitros da Copa. Curiosamente, a arbitragem do sul-africano Khalil Al Ghamdi praticamente sepultou as chances dos anfitriões de se classificarem para as oitavas de final.

Na partida que abriu a Copa do Mundo, contra a África do Sul, observei o México cansado no segundo tempo. Até comentei que isso poderia ter sido consequência do forte ritmo da reta final de sua preparação, com amistosos pegados contra seleções como Inglaterra e Holanda. Hoje reconheci a seleção que vi nessas partidas.

E a seleção mexicana tem uma característica muito interessante: ela não costuma baixar a crista para grandes adversários. Se tem o hábito de enrolar-se contra equipes mais fracas, como a África do Sul, não tem o menor acanhamento ao encarar Brasil, Argentina, França... Pode não vencer, mas é normalmente um time chato difícil de ser batido.

O jogo começou disputado, faltoso e com ambas as equipes interessadas. Houve uma boa troca de golpes, ataques fustigando dos dois lados. Parecia tudo em aberto. Mas aos poucos viu-se quem realmente estava interessado e, principalmente, quem estava organizado. Com Salcido se destacando e Giovani dos Santos se movimentando bem, assim como Carlos Vela (que se machucou cedo), o México aos poucos levava mais e mais perigo ao gol francês.

No segundo tempo, o técnico Javier Aguirre procurou tornar o time mais ofensivo em busca da vitória, ficou com três atacantes em campo e o interminável meia Blanco a alimentá-los. A ousadia foi recompensada aos 10’, quando Rafa Márquez lançou Hernandez (para mim, impedido), que driblou o goleiro Lloris e marcou um gol histórico ( mais abaixo falarei disso). Sem qualquer poder de reação, a França assistiu a outro jovem atacante, desta vez Barrera, entrar driblando na aérea e se atirar na chegada de Abidal, em pênalti que eu não marcaria, mas quem devia marcar - ou não - marcou. Blanco bateu e garantiu a vitória. E a ousadia foi tão recompensadora que, sem mais substituições a fazer e com um punhado de jogadores ofensivos em campo, o México não recuou, não chamou a França para sua área e administrou o resultado até o final sem maior esforço.

E vamos às marcas desse triunfo mexicano:

1 – Quase exatamente 56 anos depois, o jovem Javier Hernandez repetiu o feito do avô Tomas Balcazar e marcou um gol contra a França em uma partida de Copa do Mundo. Balcazar assinalou um dos tentos mexicanos na derrota de 3 x 2, em 19 de junho de 1954, no estádio Charmilles, em Genebra, pela Copa da Suíça.

2 – Aos 37 anos, Blanco igualou-se ao lendário goleiro Carbajal como o jogador com o maior número de partidas defendendo o México em Copas do Mundo, com 10 atuações, marca que deve bater ainda na África do Sul. Ele disputou os Mundiais de 1998 e 2002. Carbajal jogou os Mundiais de 1950, 1954, 1958, 1962 e 1966.

3 - Foi a primeira vitória mexicana sobre a França. A França havia vencido seis e empatado um dos sete confrontos entre essas seleções.

4 - Foi a primeira vitória do Máxico sobre um país campeão mundial em uma partida válida pela Copa do Mundo.

5 - Blanco tornou-se o primeiro mexicano a marcar gols em três Copas do Mundo.

Como diria nosso presidente, nunca antes na história do futebol do México...

É isso. Estou esquecendo alguma coisa? A França? Não vi. Ninguém viu. Fala sério, não vale a tecla perder muito tempo com uma seleção que tem no comando um louco incompetente como Raymond Domenech. Se Zinedine Zidane, o último grande craque a pisar nos gramados futebolísticos, disse que o homem não é um técnico, é apenas um escalador de jogadores, quem sou eu para dizer algo no sentido contrário?

O que não entendo é como a França jogou fora tantos anos do futebol de sua seleção com Domenech, um técnico, digo, escalador que tira o horóscopo como base para suas decisões e que não tem qualquer comando sobre o grupo. Um homem que verdadeiramente comete crimes lesa pátria futebolística francesa.

Em 2006 ele já aprontara muito, mas havia um tal de Zidane em campo para dar jeito. Agora ele seguiu mostrando sua grande incapacidade, não convocando o melhor jogador francês da atualidade, o ótimo e jovem atacante Karim Benzema, e escalando na posição dele Govou, um jogador fraco, que desde 2002 nada faz pela seleção. E depois colocando em campo numa partida decisiva os famosos quem? Valbuena e Gignac, deixando no banco nomes como Cissé e Thierry Henry, jogadores, como costuma-se dizer nos games Championship Manager, de provas dadas. Com isso tudo, a gente começa a entender como um jogador do naipe de Gallas atrasa mal uma bola aqui, dá uma furada bisonha ali... Jogadas totalmente fora de seu repertório.

Para não dizer que não falei das flores, faço duas ressalvas em relação à França: o discreto goleiro Lloris, que fez o que pôde; e a emoção do lateral Evra, às lágrimas no momento da execução da “Marselhesa” antes da partida de hoje. E acabei gastando teclas de mais para futebol francês de menos...

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 20: França 0 x 2 México.

COPA DO MUNDO 2010 ► Grécia surpreende Nigéria e consegue vitória histórica

O que até os 33 minutos do primeiro tempo parecia inimaginável aconteceu: a Grécia marcou seu primeiro gol em uma Copa do Mundo. E o que até os 33 minutos do primeiro tempo parecia mais inimaginável ainda aconteceu com o apito final do juiz: a Grécia obteve sua primeira vitória numa partida de Copa do Mundo. Mas o que então aconteceu aos 33 minutos do primeiro tempo? Com vantagem no placar e a partida sob controle, o meio-campo nigeriano Kaita achou de tentar acertar um chute em um grego com a bola já fora de jogo após sair pela lateral. O juiz colombiano Oscar Ruiz achou de mais e aplicou o cartão vermelho direto. O resto agora é História.

Até esse momento, a Nigéria vencia com um gol de falta de Uche, aos 16’, com a bola passando por um mar de gente antes de vencer o goleiro Tzorvas. A partir daí, a Nigéria cadenciava o jogo, sem ser ameaçada pela Grécia, que fazia seu joguinho habitual, aquele do tipo “o-que-eu-estou-fazendo-aqui-se-eu-preferia-estar-numa-biblioteca-lendo-tratados-filosófico?”. Sem qualquer criatividade, jogava bolas na área sem resultado algum.

Surpreendida com a expulsão de Kaita, os gregos, agora com um a mais em campo, viram-se diante de um dilema que poderia cair bem nos tempos socráticos: “ E agora, o que fazer com a bola?” Ainda no susto, logo após a expulsão, conseguiu uma rara jogada no chão que só não terminou em gol porque o goleiro nigeriano Enyeama fez a primeira de uma série de grandes defesas. Talvez isso tenha dado uma ideia aos pensadores-atletas gregos, pois no fim da etapa uma nova tabela deixou Salpingidis em boa condição de finalizar de fora da área. Ele bateu forte, a bola desviou na zaga e caiu na rede, o primeiro gol da Grécia em uma Copa do Mundo. Até chegar a essa conclusão de que o chão pode ser um caminhoo, a Grécia já havia levantado 14 bolas sobre a área nigeriana.

Para a alegria de quem estava assistindo, o segundo tempo da partida foi muito legal. Logo na saída de bola, o nigeriano Haruna tentou encobrir o goleiro grego lá do meio campo mesmo. Assustou. A Grécia saía para o jogo e a Nigéria encontrava espaços para dar suas estocadas. Assim, aos 12, Uche quase ampliou ao cruzar de pé trocado da esquerda e a bola descair com perigo, só não entrando porque Tzorvas estava muito atento. Com três atacantes, dois abertos, a Grécia passou a pressionar mais, fazendo um bombardeio aéreo de fazer inveja às famigeradas blitzkriegs alemães. Foram quase 40 no total.

Aos 19’, o estádio quase veio a baixo. Numa rara jogada no chão, pela direita, em um momento em que a Nigéria estava com nove, pois Taiwo se contundiu e Odemwingie (que depois também teria que sair, que dia!) aguardava a bola parar para entrar, Karagounis ficou na cara do gol e Enyeama fez outra grande defesa. No contra-ataque rápido, a Nigéria teve a grande chance da partida para ficar novamente á frente do placar: Obasi deixou Yakubu na cara a cara com Tzorvas, que fez ótima defesa. Mas a bola sobrou para Obasi que, com o gol vazio, deu uma canelada para fora. Foi a última grande oportunidade nigeriana.

Aos 23’, o caneleiro centroavante Samaras acertou ótima cabeçada para uma espetacular (não é exagero, foi espetacular mesmo) defesa de Enyeama. A pressão grega intensificou-se tanto que nem o goleirão aguentou: aos 26’, Tziolis, livre de marcação, bateu forte de fora da área rente à grama. Traído pela curva da Jabulani (incrível a imagem de uma câmera de frente para a meta), Enyeama deu rebote e Torosidis chegou mais rápido para dar a histórica vitória ao seu país. A Nigéria ainda lutaria pelo empate, mas na verdade a Grécia é que esteve mais perto de ampliar, só não fazendo mais porque Enyeama não se abateu e ainda faria mais duas difíceis defesas até o apito final.

Como se vê, apesar da discutível qualidade técnica, acabou sendo um jogo muito movimentado e bom de assistir, além de histórico.

Na Grécia, o barbudo e voluntarioso Salpingidis, melhor atacante do time e provavelmente o melhor jogador, acabou recompensado com o gol que entra para os anais gregos. Depois de um início nervoso, Tzorvas fez importantes intervenções. No mais, muito esforço... e só. O time é bem fraquinho. O jovem meio-campista, Ninis, que entrou no fim, parecia ter uma habilidade diferenciada em relação a seus colegas..

Na Nigéria, destaque absoluto para o goleiro Enyeama, melhor jogador em campo, com a flha e tudo no segundo gol adversário. Assim como no jogo contra a Argentina, só não fechou o gol literalmente, mas ficou perto disso. Uma defesa em cada tempo, ao menos, foram realmente espetaculares. Uche bate bem na bola, marcou o gol e fez o que pôde enquanto teve pernas. E Kaita, efetivamente, afundou o time com sua atitude infantil, sendo responsável direto pela derrota que complicou muito a sua equipe na competição.

Com a vitória argentina sobre a Coreia do Sul, a Nigéria buscava uma vitória que lhe daria a vantagem do empate contra os sul-coreanos para passar de fase. Agora, precisam vencer e torcer por nova vitória dos comandados de Maradona, agora sobre a Grécia. A Grécia com uma muito improvável vitória se classifica, mas pode passar até mesmo com um empate – pena que este seja u, resultado também improvável.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 19: Grécia 2 x 1 Nigéria.

COPA DO MUNDO 2010 ► Coreia do Sul erra muito, Argentina agradece e goleia: 4 x 1

Em um jogo marcado por muitos erros, especialmente da seleção asiática, a Argentina não precisou ser espetacular, mas eficiente, para golear a Coreia do Sul por 4 x 1 e praticamente garantir vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo 2010.

O início do jogo deu a tônica de todo o primeiro tempo: a Argentina com a posse da bola, mas sem conseguir criar diante da fechada defesa sul-coreana. A bola rondava a área do goleiro Jung Sung-Ryong, mas jamais se apresentava em condições claras de finalização a um atacante argentino.

A Coreia do Seul, entretanto, fez uma partida tecnicamente muito ruim, cometendo muitas faltas e errando passes além da conta, o que jogou por terra a estratégia traçada pelo treinador Huh Jung Moo, que marcou Maradona à base de pancada na Copa de 1986, no México. Jung Moo acreditava que a experiência internacional de boa parte de seu time o impediria de se enervar e apelar para faltas, pois sabia da força argentina na bola parada. Pois seus comandados fizeram justamente o contrário.

Errando demais, os coreanos apelaram e foi através das faltas que a Argentina fez o placar no primeiro tempo. Primeiro, após uma cobrança de Messi, a Jubalani fez questão de procurar a perna do artilheiro Park Chu-Young, que colocou a bola na rede errada. Isso aos 17’. Aos 33’, nova bola parada levantada na área espirrou e encontrou Higuaín livre no segundo pau para cumprimentar para baixo e ampliar.

A Argentina vencia, mas não fazia um bom jogo. Esporadicamente, luzia o talento de Messi, mas sempre impreciso nas finalizações, como aos 43’, quando limpou na frente da área e tentou, como de hábito, colocar por cobertura, com a bola saindo à esquerda da baliza de Jung Sung-Ryong. Acho que uma pancada teria sido uma melhor opção. O problema dos hermanos é que eles precisam sempre manter a ofensiva, porque seu sistema defensivo – se é que exista algum – é muito frágil. E o final do primeiro tempo mostrou isso, quando uma bobagem de Demichelis na saída de bola permitiu a Lee CHung-Young se antecipar ao goleiro Romero e diminuir.

Para a etapa final, a Coreia conseguiu ter mais a bola nos pés, mas seguia errando muitos passes, do que tentava se aproveitar a Argentina, já menos presente no campo adversário, para encontrar mais espaços para contra-atacar e fazer valer a categoria individual de seus jogadores. Assim, vez por outra, a Argentina estocava com perigo, normalmente aproveitando erros nas saídas de bola coreanas.

Mas a Coreia do Sul teve a bola do jogo aos 21’, aquele lance que poderia ter mudado a história da partida. Num raro encaixe de contra-ataque, o canhoto Yeom Ki-Hun recebeu ótimo passe de Park Ji-Sung pela direita da área e, livre na frente de Romero, jogou na rede, mas pelo lado de fora, enganando muita gente no estádio e na TV – como o blogueiro que aqui escreve.

Daí em diante, a Coreia do Sul tentou pressionar mais em busca do empate, com a Argentina esperando no próprio campo em busca de espaços, até definir a vitória aos 31’, quando Aguero, que entrou muito bem, deixou Messi na cara do gol. O craque errou duas vezes na finalização: a primeira foi no goleiro, mas o toque sutil no rebote foi no pé da trave direita e se ofereceu caprichosamente para Higuaín, completamente impedido, marcar mais um. Vale lembrar que foi a segunda vitória argentina com decisiva influência da arbitragem, independente de seus méritos. Na estreia, o gol único da vitória sobre a Nigéria surgiu muito em função da clara falta de Samuel, agarrando um zagueiro adversário e o impedindo de chegar para bloquear a cabeçada fatal de Heinze.

Pouco depois, Higuaín marcou seu terceiro gol na partida, dando números finais ao placar, após ótimo passe de Messi para Armero, que fez a assistência para o agora artilheiro da Copa concluir sem problemas.

Artilheiro é artilheiro, o homem marcou três gols, então obviamente Higuaín foi o maior nome em campo. Messi teve dificuldades com a forte marcação, mas quando teve espaços realizou algumas belas jogadas. E Aguero, o genro de Maradona, entrou muito bem, participando diretamente dos dois gols decisivos e ainda quase deixando o seu no último lance da partida. Na Coreia do Sul, o goleiro Sung-Ryong foi muito bem. O único real destaque da equipe cometeu apenas uma falha, ainda no primeiro tempo, ao soltar um cruzamento até despretensioso da direta para a frente da área, mas compensando com uma grande defesa na sequência.

Segue muito viva, então a Argentina, mesmo sem apresentar um padrão de jogo definido, mas escorada no talento individual de seus jogadores, comandados por Lieonel Messi. Já a Coreia do Sul decepcionou e a goleada ainda complicou seu saldo na luta por uma classificação para a próxima fase.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 18: Argentina 4 x 1 Coreia do Sul.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Nervosa, África do Sul é presa fácil do Uruguai

E não deu para os Bafana Bafana. Abrindo a segunda rodada, os anfitriões praticamente deram adeus ao Mundial ao serem inapelavelmente derrotados pela seleção uruguaia por 3 x 0. Muito mais nervosos que na estreia, eram incapazes de trocar três passes certos e foram dominados praticamente do início ao fim pelo time adversário.

Antes de tudo, vale lembrar que, ao contrário de outras seleções africanas, inclusive algumas que não estão na Copa, a maioria dos atletas da Àfrica do Sul joga em seu próprio país, com apenas sete deles atuando em ligas ou equipes menores da Europa. O capitão Makoena e o meia Pienaar seriam os de maior projeção, defendendo os ingleses Portsmouth e Everton, respectivamente. Assim, realmente falta muita experiência ao time para enfrentar, por exemplo, toda a expectativa de uma torcida como anfitrião de uma Copa do Mundo. O técnico uruguaio Oscar Tabarez declarara antes da partida que seu time não sentiria nem um pouco a pressão do estádio lotado e do barulho das vuvuzelas, alegando que estavam acostumados a jogar na Bombonera e no Maracanã cheios.

E ele tinha razão. Essa experiência internacional fez muita falta aos Bafana Bafana, ainda mais se considerarmos que o jogo foi realizado em Pretória numa data nacional de grande significado emocional. Hoje é o Dia da Juventude, 16 de junho, aniversário da morte do ativista Hector Peterson, assassinado pela polícia segregacionista durante um protesto de estudantes em 1976, na mesma cidade onde jogaram há pouco África do Sul e Uruguai.

Além do visível nervosismo, a equipe dirigida por Carlos Alberto Parreira sofreu, principalmente, com a péssima atuação de seus meias Tshabalala, Modise e Pienaar. Piennar repetiu a apagada atuação da estreia. Modise simplesmente não apareceu. E Tshabalala, que começou animado e até egoísta, prejudicando dois dos raros bons momentos da equipe no ataque, simplesmente desapareceu depois do primeiro gol uruguaio. E o som das vuvuzelas diminuía à medida que ficava clara a falta de reação dos jogadores. A única chance real dos anfitriões ocorreu aos 20’ da etapa final, quando uma cabeçada de Mphela (muito pouco acionado), após um cruzamento de Gaxa, poderia ter empatado o jogo, não fosse a providencial intervenção do goleiro uruguaio Muslera. Do meu ponto de vista, salvaram-se apenas o goleiro Khune, traído miseravelmente por um desvio no primeiro gol de Diego Forlan e expulso no fim num lance maroto de Luís Suarez, e... Difícil. O lateral Gaxa, porém, tentou o jogo inteiro, sem jamais se omitir, mas não recebeu muita ajuda.

No Uruguai, Oscar Tabarez deixou a covardia de lado e armou com mais competência a equipe, recuando Diego Forlan da área para uma posição outrora conhecida como ponta-de-lança e que hoje chamam de 1, ganhando assim qualidade no passe para os homens de frente e mais um homem de frente propriamente dito, que, no caso, foi Cavani. Desse modo, além do próprio Forlan ter encontrado mais espaço para jogar, apareceu o futebol de Suarez e a dupla foi um tormento para a defesa sul-africana.

A impressão que se tinha era de que a qualquer momento o Uruguai chegaria às redes e os gols efetivamente foram surgindo naturalmente. De fora da área, Forlan chutou forte aos 24’ do primeiro tempo, a bola desviou na cabeça de um defensor e descaiu em velocidade, caprichosamente batendo no travessão antes de entrar. Aos 35’ da segunda fase, o mesmo Forlan ampliou, cobrando um de pênalti meio cavado por Suarez, que deu a tradicional jogada de perna para trás a fim de facilitar o contato da chuteira de Khune. No fim, já aos 50’, Álvaro Pereira completou o placar..

Gosto e hoje gostei muito de Diego Forlan, o nome do jogo. Suarez também foi bem, apesar de exagerar nas fitas e mergulhos a cada contato. Os volantes Diego e Arévalo, mais uma vez, fizeram excelente trabalho de proteção à zaga, onde Godin também jogou muito bem. Tomara que o Uruguai volte a entrar em campo com a mesma postura nesta Copa, pois tem jogadores para isso, sem precisar recorrer à pífia atitude habitual quando enfrenta seleções de mais peso, como fez contra a França na estreia, quando coprotagonizou um jogo horripilante.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 17: África do Sul 0 x 3 Uruguai.