segunda-feira, 26 de julho de 2010

FÓRMULA 1 ► Cada vez mais patética, competição chega às raias do ridículo no GP da Alemanha

Não há muito que falar da Fórmula 1. Que dizer de uma categoria que, numa corrida, uma equipe tira o material de um piloto para beneficiar o outro (caso RBR-Webber-Vettel na Inglaterra), e na corrida seguinte, outra equipe determina a um piloto que deixe o outro passar? Nada, né?

E o que era só para ser mais uma chatíssima prova de Fórmula 1 num desses circuitos sem margem para ultrapassagens (agora, Hockenheim), Fernando Alonso venceu, Felipe Massa foi segundo e Sebastian Vettel completou o pódio, mas ninguém ligou muito para isso.

Rubens Barrichello teve um fim de semana muito bom... até o momento da tumultuada largada, quando caiu de oitavo para 12º lugar e de lá não saiu até o fim da prova.

Massa largou bem, pulando na frente, beneficiado por uma marcação carro a carro de Sebástian Vettel sobre Fernando Alonso. Vettel simplesmente bloqueou a passagem de Alonso, deixando pista limpa para Massa assumir a ponta.

Massa seguiu na frente, até Alonso decidir atacar. Eu reparei que isso correu no momento em que Vettel aproximava-se perigosamente de Alonso, que tinha seu ritmo limitado pelo carro de Massa, realmente mais lento àquela altura, mas o que faz parte da corrida.

Ao primeiro ataque rechaçado pelo brasileiro, porém, uma conversa de Alonso com seu engenheiro flagrou a palavra "ridículo". Para a transmissão nacional e a maior parte da nossa imprensa, Alonso queixava-se de Massa não deixá-lo passar. Para mim, poderia ser Alonso queixando-se após ser advertido pela equipe por causa da tentativa que poderia ter levado ao choque entre as duas Ferrari. Tanto que, logo depois, Alonso tirou o pé e manteve-se a alguma distância. Até resolver chegar junto de novo. Parecia querer mostrar que estava bem mais rápido que o colega de vermelho.

E aí veio aquela patética "informação" do engenheiro de Massa para ele: "Alonso está mais rápido." Mensagem codificada passada, interpretada e executada: Massa tirou o pé e Alonso passou. Massa acabou pagando pelo seu desempenho claramente inferior ao de Alonso no campeonato. E talvez tenha procurado ali garantir seu emprego na tradicional escuderia para a próxima temporada.

Foi a primeira vez? Não. Será a última? Também não. Essa mania de equipes de Fórmula 1 meterem o nariz na disputa entre seus pilotos na categoria é vergonhosa. E totalmente anticompetitiva. Foi assim na própria Ferrari com Michael Schumacher e Rubens Barrichello, na McLaren com Gerhard Berger e Ayrton Senna e em várias outras situações.

É ou não é para dar saudade dos tempos em que a Ferrari de Nigel Mansell fechou a Ferrari de Alain Prost, abrindo passagem para Ayrton Senna, que decidia o campeonato com Prost? Ou que Prost e Senna digladiavam-se na McLaren como se fossem pilotos das mais antagônicas equipes da História. Mas ambos defendiam os mesmos carros pintados de vermelho e branco.

Mas eram outros tempos. Principalmente, eram outros pilotos. Pilotos aos quais as equipes simplesmente não tinham coragem de sequer insinuar uma situação dessas que são tão corriqueiras na atual Fórmula 1.

Colocação final do GP da Alemanha:

1. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1h28m38s866
2. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 4s196
3. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 5s121
4. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 26s896
5. Jenson Button (ING/McLaren), a 29s482
6. Mark Webber (AUS/Red Bull), a 43s606
7. Robert Kubica (POL/Renault), 66 voltas
8. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), 66 voltas
9. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), 66 voltas
10. Vitaly Petrov (RUS/Renault), 66 voltas
11. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber), 66 voltas
12. Rubens Barrichello (BRA/Williams), 66 voltas
13. Nico Hulkenberg (ALE/Williams), 66 voltas
14. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber), 66 voltas
15. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), 66 voltas
16. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force Índia), 65 voltas
17. Adrian Sutil (ALE/Force Índia), 65 voltas
18. Timo Glock (ALE/Virgin), 64 voltas
19. Bruno Senna (BRA/ Hispania-Cosworth), 63 voltas

Não chegaram:

20. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus), 56 voltas
21. Lucas di Grassi (BRA/Virgin), 50 voltas
22. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania-Cosworth) - 19 voltas
23. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth), 3 voltas
24. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1 volta

Classificação do Mundial de Pilotos após onze provas:

1º) Lewis Hamilton - 157
2º) Jenson Button - 143
3º) Mark Webber - 136
4º) Sebastian Vettel - 136
5º) Fernando Alonso - 123
6º) Nico Rosberg - 94
7º) Robert Kubica - 89
8º) Felipe Massa - 85
9º) Michael Schumacher - 38
10º) Adrian Sutil - 35
11º) Rubens Barrichello - 29
12º) Kamui Kobayashi - 15
13º) Vitantonio Liuzzi - 12
14º) Sebastien Buemi – 7
15º) Vitaly Petrov - 7
16ª) Jaime Alguersuari - 3
17ª) Nico Hulkenberg – 2

Classificação do Mundial de Construtores:

1º) McLaren -Mercedes - 300
2º) Red Bull -Renault - 272
3º) Ferrari - 208
4º) Mercedes - 132
5º) Renault - 96
6º) Force India-Mercedes - 47
7º) Williams -Cosworth - 31
8º) Sauber-Ferrari - 15
9º) STR-Ferrari - 10
10º) Lotus-Cosworth - 0
11º) VRT-Cosworth - 0
12º) Hispania-Cosworth - 0

FUTEBOL ► Os homens do apito, sempre eles

Lá no início campeonato brasileiro eu comecei a escrever um post intitulado "Abertura do Brasileirão mostra o de sempre: juízes manipulando resultados". E citaria três jogos para exemplificar: Ceará 1 x 0 Fluminense, Internacional 1 x 2 Cruzeiro e Corinthians 2 x 1 Atlético-PR. Mas logo vi que isso era meio que chover no molhado. E ainda pareceria choro em nome dos derrotados naquelas partidas.

Essa manipulação sempre ocorreu. Intencionalmente ou não, o fato é que juízes manipulam resultados desde sempre por aqui. E não necessariamente para beneficiar um clube ou prejudicar outro especificamente. Veja o caso do Ceará: beneficiado na estreia contra o Fluminense, foi absurdamente garfado no jogo seguinte contra o Santos, na Vila Belmiro. E os árbitros que cometem esses erros - ou não - que os fazem manipular resultados seguem impunes e apitando normalmente.

Mas não dá para deixar passar coisas absurdas que acontecem quando elas não impedem o bom resultado do clube prejudicado. Aí a queixa tem mais valor, não passa por simples chororô. Alguém me diz como enxergar credibilidade em um campeonato no qual um juiz como Gutemberg de Paula Fonseca (que tanto conhecemos aqui no Rio de Janeiro) segue apitando após inventar o pênalti que inventou a favor do Corinthians na partida contra o Atlético Goianiense neste meio de semana passado?

Não foi um lance duvidoso nem nada. Ele simplesmente achou de marcar um pênalti que poderia ter alterado o resultado da partida, só não o fazendo porque Chicão bateu e o goleiro Márcio defendeu. A pergunta que fica é: o que faz um juiz de futebol assinalar um pênalti daqueles?

Não considerando má intenção, pode ser por interpretação. Só que se ele interpreta alguma coisa naquela jogada como pênalti, jamais deveria estar apitando um jogo de futebol. Talvez intimidação, daí o inconsciente trabalhando para um melhor resultado do clube mais forte - bem mais forte - nos bastidores.

Não lembro se era João Saldanha ou Sandro Moreira quem dizia que o time de mais torcida, especialmente nos tempos dos estádios mais acanhados, não precisava se dar ao trabalho de subornar árbitros. A própria torcida intimidava os homens de preto, que, instintivamente, na dúvida ou até sem dúvida, acabavam se deixando influenciar pela massa arfando no seu cangote. Hoje isso pode estar acontecendo em relação à força nos bastidores. O que faz sentido por "n" fatores.

Agora, considerando-se má intenção, ele poderia estar fazendo o trabalho a favor de quem tem mais força mesmo - ou trabalhando para aquela máfia de apostas que tinha em seus quadros Edilson Pereira de Carvalho. Ou alguém aqui acha que SÓ Edílson Pereira de Carvalho fabricava resultados para tal máfia?

São hipóteses. Apenas hipóteses.

O fato é que segue o campeonato com arbitragens que nos fazem morrer de saudade dos piores juízes que vimos na Copa do Mundo recém-finda. É um tal de apitar com o apito na boca, soprando para assinalar falta ao menor espirro...

E para completar, juízes abusando de um critério totalmente sem critério, de tal forma que a expressão "dois pesos e duas medidas" torna-se insuficiente para ilustrar o modo como esses homens de preto, amarelo, rosa, verde e que tais dirigem uma partida de futebol.

Daí que não é difícil entender como jogos como o Fluminense x Botafogo de ontem no Engenhão (o que era aquilo que deveria ser o gramado daquele campo?) quase terminam em pancadaria. Não há equilíbrio emocional de jogador que resista a um juiz como o carioca Rodrigo Nunes de Sá (socorro!). Difícil entender mesmo é como o jogo NÃO acabou em pancadaria.

Enfim, não vale a pena se estender mais no assunto. Haveria linhas sem fim para escrever. São mazelas de nosso futebol. E não vai ser na administração Ricardo Teixeira que isso vai mudar.

FUTEBOL ► Amigo é para essas coisas: aliado e candidato à sucessão de Ricardo Teixeira abre as portas da seleção brasileira para Mano Menezes

Quem acompanha os bastidores do futebol, procurando ler diversas fontes, sabe que Andrés Sanches é um dos principais braços - senão o principal - de Ricardo Teixeira no Clube dos Treze. Tão aliado que se especula ser o presidente do Corinthians o candidato de Teixeira à sua sucessão.

Eu, particularmente, nem me posiciono contra ou a favor de Sanches. Acho que ele tem umas ideias que acho interessantes, enquanto outras, não. Principalmente, ele sabe defender o clube dele - e muito bem, por sinal. Basta ver os enganos cometidos pela arbitragem a favor do Corinthians neste Brasileirão, por exemplo. Trabalho de bastidor é assim: sendo forte, na dúvida, o árbitro decide que a bola é "nossa". Ou melhor, "deles".

Mas o fato é que o plano B de Ricardo Teixeira após a recusa de Muricy Ramalho foi correr atrás de Sanches e valer-se da ótima relação entre os dois para conseguir uma liberação sem qualquer problema do treinador mano Menezes para preencher o não tão cobiçado no momento cargo de técnico da seleção brasileira de futebol. E assim evitar um constrangimento maior que aquele provocado por sua arrogância e prepotência no caso Muricy Ramalho & Fluminense.

Acho mesmo que Sanches se surpreendeu com o fato de Mano não ter sido escolhido antes, por isso já tinha a saída do treinador engatilhada, assim como conversas com possíveis substitutos. Adílson Batista era um deles e logo foi contratado para a vaga.

Vamos seguir a vida, então. E de olho nas arbitragens (vai valer um post rápido já, já) dos jogos de aliados e desafetos de Ricardo Teixeira no campeonato brasileiro.

sábado, 24 de julho de 2010

BRASIL ► Por que as Organizações Globo e a chamada "grande mídia" só repercutem pesquisas do Ibope e do Datafolha?

Nesta sexta-feira foram divulgadas nova rodada de pesquisas eleitorais sobre a próxima eleição presidencial realizadas por dois institutos, Datafolha e Vox Populi. Com resultados bem diferentes. O Datafolha aponta empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O Vox Populi aponta a candidata do governo com oito pontos à frente.

Mas a "grande mídia", também conhecida como "Pig" (Partido da Imprensa Golpista, ver mais no link do Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, aí ao lado nos meus favoritos), só repercute pesquisas Datafolha e Ibope. Lá no Jornal Nacional fica bonitinho, com gráficos e tudo. Aquele mesmo Jornal Nacional de tantos podres na nossa História.

Será porque seus candidatos (da Globo e de colegas do Pig) se saem melhor sempre nas pesquisas desses institutos? Por que não divulgar pesquisas dos institutos CNT/Sensus e Vox Populi? Será pelo motivo oposto? O bom jornalismo não mandaria isso, divulgar pesquisas dos diferentes institutos? Ah, desculpe a piada, coloquei no mesmo parágrafo a palavra "Globo" e a expressão "bom jornalismo".

Bem, vamos ver o que a História nos diz.

Qual o instituto de pesquisa visto com eterna desconfiança e mais de uma vez acusado de forjar resultados? Ibope, não?

Qual instituto tem tamanha credibilidade que a última pesquisa sobre futebol no Brasil que realizou apontou a torcida do Corinthians empatada tecnicamente com a do Flamengo? Datafolha, certo?

Para bom entendedor, meia palavra basta.

É a minha opinião.

FUTEBOL ► Arrogância e prepotência de Ricardo Teixeira sofrem segunda derrota na mesma semana

A escolha do novo treinador da seleção brasileira de futebol mostrou bem - mais uma vez - o jeito de agir do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O mau jeito.

Veja só: o homem anuncia que na sexta-feira (ontem) divulgaria o nome do novo treinador, que logo no fim de semana esse nome faria a convocação para um dos inúteis amistosos que o Brasil realizará até o fim do ano e que renovação é a palavra chave do novo trabalho...

Qualquer cidadão sensato imagina então que o dirigente maior do nosso futebol estava em negociações já há algum tempo com esse futuro treinador e que provavelmente faltaria acertar apenas um detalhe ou outro para que, na tal sexta-feira, fosse feito o anúncio.

Enquanto isso não ocorria, todos os ditos prováveis candidatos negavam, via imprensa, qualquer convite. E não é que realmente não houvera qualquer convite?

Vai que quinta-feira à noite, no estacionamento do Maracanã, após a vitória do Fluminense sobre o Cruzeiro, Muricy Ramalho é abordado por um homem da CBF. O motivo: um convite de Ricardo Teixeira para encontrá-lo na manhã seguinte no Itanhangá Golf Club, um exclusivista reduto da elite carioca.

Muricy comparece e recebe o tão sonhado convite, objeto de desejo de qualquer treinador nacional. Mas algo não ocorre como o treinador gostaria. As imagens captadas pela ESPN Brasil, no clube para a cobertura de um torneio de golfe, mostram claramente o desconforto na mesa onde se reúnem Ricardo Teixeira, o assessor da CBF Rodrigo Paiva e Muricy. Desconforto que culmina com o constrangedor desdém com que Teixeira ignora o cumprimento de mão de Muricy. Uma cena para entrar na História:


Se um sujeito fizesse isso com você, como você reagiria? Só se realmente eu precisasse desesperadamente de um emprego para aceitar trabalhar com alguém assim...

Muricy saiu dali para o clube com o qual está sob contrato sem um sorriso no rosto e deixando no ar duas frases soltas para a repórter Patrícia Lopes: "Tenho que conversar com o Fluminense" e, perguntado se gostaria de dirigir a seleção, "Quem não gostaria?".

Muricy deixou a cena e Ricardo Teixeira, através do órgão oficial de divulgação da CBF, a Rede Globo de Televisão (voltaram às boas com a saída de Dunga), anuncia que a seleção brasileira tem um novo técnico, que renovação é a palavra chave, que segunda-feira será anunciada a lista de convocados para o amistoso contra os EUA... E espera aí! Está faltando algo nesse enredo. E o Muricy? Já deu o sim? E o Fluminense?

Muricy não recebeu qualquer garantia de permanência até 2014 ("vai depender dos resultados..."). Não gostou de sua decisão ter sido antecipada. O agente do treinador entrou em contato com o clube e seu patrocinador e confirmou o que haviam acertado no início da semana: a prorrogação do contrato assinado até dezembro deste ano até o fim de 2012. E ponto.

Há quem diga que o Fluminense bateu o pé. Provavelmente. O que faz muito bem, por sinal, pois Ricardo Teixeira ignorou totalmente o clube. Um clube que é seu filiado. Um clube que disputa a liderança do Campeonato Brasileiro, a maior competição promovida pela CBF, o que deveria ter alguma importância para Teixeira. Assim ele deveria cuidar dos interesses de seu filiado também. Fosse um dirigente ético e preocupado com nosso futebol, teria costurado a negociação primeiro com o clube, depois com o treinador.

Mas o Fluminense votou contra Kléber Leite, candidato de Teixeira à sucessão no Clube dos 13. Assim como o São Paulo, de quem Teixeira tenta de todo modo tirar a honra de ver o Morumbi como sede e palco da abertura do Mundial de 2014.

Acabaram sendo duas derrotas numa semana, pois além do "não" de Muricy, o governo de São Paulo negou qualquer hipótese da construção de um novo estádio apenas para a Copa. Até o presidente Lula alfinetou as ameaças de Teixeira: "Não estou entendendo essa discussão sobre São Paulo ficar fora da Copa." Não vai ficar. E Teixeira vai engolir o Morumbi. Vejam que ele conseguiu a façanha de PSDB e PT ficarem do mesmo lado. Mas o post não é exatamente sobre isso.

Voltando: então Teixeira não estava nem aí para o Fluminense. Pior: não estava nem aí para Muricy ou qualquer que fosse o treinador escolhido.

Do alto de sua presunção, Teixeira pensa assim: "Sexta de manhã, tomo café no meu clube, chamo alguém e o nomeio técnico da seleção." Simples assim. Tratando a todos como capachos e submissos. Todos aos seus pés. É como a arrogância de Ricardo Teixeira vê o nosso futebol.

Fosse eu Muricy ramalho e me sentiria humilhado. Talvez Muricy tenha sentido algo parecido. E daí o "não". Há quem diga que "o Fluminense bateu o pé" e por isso Muricy não foi. Fala sério! Santa ingenuidade. Se Muricy quisesse, ia. Não há como um clube segurar um treinador que queira sair. Desesperado com o vislumbre do fracasso, Teixeira ainda comunicou que pagaria a multa para Muricy deixar o Fluminense. Mas não era esse o problema.

Muricy pôde usar o louvável pretexto de dizer que jamais traiu com sua palavra ou que "tenho que dar o exemplo para minhas filhas", como Paulo Vinícius Coelho postara em seu blog às 14h30min. Em meio à disseminação da notícia de que "a seleção brasileira já tem um novo técnico", mesmo sem o "sim" de Muricy, PVC advertia que a situação poderia mudar. E mudou.

Foi bom para todos - menos a CBF e Ricardo Teixeira. Não faltavam argumentos relevantes para Muricy e o Flu darem o "não".

parece meio óbvio para mim que Ricardo Teixeira quer, neste momento, apenas um técnico tampão. Esse técnico até pode dar certo, mas o plano não é esse. É só ocupar o cargo para que lá na frente um eventual tropeço ou outro facilite a demissão e um convite provavelmente a Luís Felipe Scolari (que, se chamado agora, responderia com o mesmo "não" de Muricy) para dirigir a seleção brasileira na Copa do Mundo.

Mas o quase eterno presidente da CBF não precisa ficar desesperado. Um chinelo velho sempre encontra um bom capacho. E não é nem no mau sentido que digo isso. Para alguns treinadores o valor da aposta vale o risco. Não valia para Muricy Ramalho.

Quem também perdeu nessa história toda foi a imprensa como um todo. Péssimo trabalho, salvo exceções. Mas isso não chega a ser novidade. Nenhuma novidade.

É a minha opinião.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

MUNDO ► Não é uma ameaça ao planeta que os EUA continuem a explorar petróleo?

Os fatos recentes dizem que não. Mas o “mundo” parece preocupado em impedir que o Irã eleve o enriquecimento de urânio: “Eles não são confiáveis, não são responsáveis.”

Esse “mundo” capacho dos EUA acha que o Irã pode desenvolver a bomba atômica e atacar Israel, EUA e ameaçar o planeta inteiro.

Ora, mas a tragédia ambiental provocada pela irresponsabilidade norte-americana na exploração petrolífera, usando material de quinta categoria para economizar alguns cents, não é tão ameaçadora ao planeta quanto uma guerra atômica? Foi só a maior catástrofe ambiental da História. Mas isso não rendeu tanta manchete quanto a importância do fato faz supor.

E por que os EUA e seus asseclas se recusam a sentar à mesa com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad?

Me parecem bem radicais dirigentes que recusam o diálogo. Ah, como é? Radicalismo é coisa de terrorista? Pois é. Parece lógico, então, supor a intenção beligerante do governo norte-americano e de seus colegas “mais chegados”.

Assim volto à pergunta que deu título ao post: “Os EUA são responsáveis para explorar petróleo?”

Os fatos e eu achamos que não.

FUTEBOL ► Globalização do futebol descaracteriza a Copa do Mundo

Antigamente, podemos dizer assim, a Copa do Mundo era uma verdadeira festa do futebol. Ou melhor dizendo: uma verdadeira feira. Não no mau sentido. Uma feira porque apresentava seleções com um jeito de jogar característico do futebol de seu país. Tipo a Feira da Providência no Rio de Janeiro, com barracas apresentando coisas típicas da cultura de cada nação, de alimentação a souvenires. Mas isso foi nesses tais tempos de antigamente. Porque hoje a Copa do Mundo está muito mais para o mais do mesmo do que para o diferente. Efeitos da globalização. O futebol não poderia passar ao largo disso.

Hoje todo mundo vê todo o mundo jogar e todo mundo joga em todo o mundo. Assim, aos poucos as características peculiares a cada país vão desaparecendo e você é capaz de ver o mesmo jogo sendo jogado da mesma maneira em praticamente qualquer canto do planeta.

Um exemplo? Outro dia estava acompanhando uma partida do campeonato russo. Se você tirar o som e ignorar os créditos da transmissão, prestar atenção apenas na armação das equipes e na movimentação e habilidade dos jogadores, tem como não dizer que aquela seja uma partida do campeonato italiano? Ou espanhol? Turco? Pouca coisa anda diferenciando o futebol de um país para outro.

E onde mais notamos essa globalização é na Copa do Mundo, a maior festa desse esporte. Mais uma Copa se passou e vimos praticamente todos os times jogando da mesmíssima maneira. Fosse europeu, sul-americano, africano, asiático ou até da Oceania, não havia muito que diferenciar no futebol mostrado pelas seleções que estiveram na África do Sul.

Não há mais, em especial ao nível de selecionados nacionais, o futebol que represente o estilo de jogar de um país. O maior exemplo disso é a completa descaracterização das seleções africanas. Todos sabemos como o africano gosta de jogar um futebol feito de dribles, divertyido, para frente, alegre mesmo... Ou gostava? Pelo futebol que Gana, África do Sul, Camarões, Costa do Marfim e Argélia mostraram, gostavam, não gostam mais. Totalmente europeizadas, não há nada no futebol mostrado por essas equipes que lembrem a cultura de jogar de seu povo.


Acho tudo isso uma pena. Até a Holanda, uma das raras seleções a manter um padrão algo diferenciado, sempre escalando três atacantes, submeteu-se ao establishment atual e puxou seus homens de frente para ajudar na marcação, optando por jogar no erro no adversário em vez de buscar o resultado, como sempre fez.

Uma ou outra coisa ainda se pôde observar que nos lembrasse de que uma seleção era diferente da outra. Como os tais três atacantes de sempre da seleção holandesa. Ou a objetividade alemã, que parece eterna. Quem vê seu campeonato nacional sabe disso. Os alemães praticam o futebol mais objetivo do planeta, dificilmente deixam de finalizar quando têm a posse de bola. E sua seleção ainda mostra isso.

A campeã Espanha fugiu um pouco da mesmice, mas não necessariamente mostrando um futebol que representasse o seu futebol. Muito pelo contrário. A seleção espanhola atuou de forma mais semelhante a uma equipe de décadas passadas que gostasse de jogar sempre com a bola no pé: muito toque de bola, muita habilidade para manter a redonda (no caso, a Jabulani) sob controle. Isso foi bom porque foi diferente em relação às demais.

Este post é apenas uma reflexão. No momento, nem vem muita coisa à cabeça no sentido de uma conclusão sobre o assunto. Claro que eu preferia ver em cada seleção - ou ao menos em seleções de cada continente - um futebol que a diferenciasse das demais. Isso tornaria a Copa do Mundo muito mais atraente, como um dia já foi. Mas não creio que isso tenha volta, apesar de torcer muito pelo contrário. Nesse sentido, a vitória da Fúria foi um sopro de esperança. Ao menos seu futebol foi bem diferente do apresentado pelas demais seleções.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

MUNDO ► A vida passa, o tempo voa e os EUA continuam matando numa boa

O Campeonato Mundial de Futebol da África do Sul ia ocupando as atenções de quase todo mundo, inclusive a minha, mas lá nas notas pequenas dava para saber o que acontecia no resto do planeta. E não é que nesse meio tempo os EUA executaram mais um homem condenado à morte? E pelo moderno e humano método do... pelotão de fuzilamento.

Não, não estou falando de nada que tenha lido num velho livro de História. Foi há duas ou três semanas. 2010. Século 21.

Repare quem estiver lendo em um detalhe do texto acima que saiu de forma completamente espontânea: lá nas notas pequenas.

É, nas notas pequenas, porque alguém acha que "O Globo", "Folha de São Paulo" e coleguinhas afins iam dar primeira página ou destacar mais uma violação aos direitos humanos vinda lá da terra do Tio Sam? Não, né?

Essa turminha reacionária aí, sempre curiosamente de acordo com interesses norte-americanos (santa coincidência, Batman!), está muito mais preocupada com a falta de liberdade na China, com a energia nuclear no Irã, com o nacionalismo de Hugo Chavez, com Fidel Castro insistindo em não morrer...

Enquanto isso, longe das manchetes, os EUA, tão preocupados com direitos humanos no quintal dos outros, segue matando através de pelotões de fuzilamento e permitindo que ainda exista - e até recrudesça - uma coisa abjeta chamada Ku Klux Klan.

Um dia isso acaba. Não deve ser no meu tempo, claro, mas acaba. A humanidade, por incrível que pareça e por mais que alguns fatos deponham em contrário, caminha para frente. E evolui. Sempre. E aí chegará o dia em que os meios de comunicação brasileiros ao menos tratarão a todos de maneira equidistante.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

FUTEBOL ► Fluminense, 108 anos

Hoje é aniversário do meu Fluminense. São 108 anos de glórias e venturas que sobreviveram a algumas administrações catastróficas no final dos anos 80 e nos anos 90. O Fluminense sobreviveu e está cada vez mais forte no coração de sua torcida. Mas não vou derramar loas sem fim aqui porque, literalmente, seriam sem fim mesmo...

Para celebrar o aniversário, posto aí embaixo a bonita matéria que o SporTV fez sobre os 80 anos de Escurinho, um dos maiores ícones de nossa história. Escurinho foi um ponta-esquerda veloz e artilheiro que marcou 111 gols com a camisa tricolor (e com a branca também, claro) e conquistou os campeonatos cariocas de 1959 e 1964, além do Rio-São Paulo de 1957 (único campeão invicto da história da competição) e de 1960. Ele jogou ao lado de outras figuras lendárias nas Laranjeiras, como Telê Santana, Castilho, Pinheiro, Altair, Jair Marinho, Valdo… Alguns deles aparecem na matéria.

terça-feira, 20 de julho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Algumas curiosidades do Mundial da África do Sul

Algumas curiosidades sobre o recém-findo Mundial da África do Sul eu não gostaria de esquecer, por isso vou fazer o registro aqui.

- Uma coisa me incomodava no início da competição e não sabia exatamente o quê. Depois me toquei: todo mundo comentava do frio que fazia na Àfrica do Sul, mas as crianças que entravam uniformizadas como jogadores de futebol ao lado dos atletas a cada jogo estavam sempre desagasalhadas! Nos últimos dias de bola rolando alguém se tocou e as crianças passaram a entrar em campo com vistosos e, provavelmente, quentes agasalhos.

- Na estreia da seleção da Sérvia contra Gana (vitória de Gana por 1 x 0), o meia Dejan Stankovic tornou-se o primeiro jogador a disputar três Copas do Mundo defendendo três países diferentes. Sua jornada histórica começou em 1998, na França, com o uniforme da seleção da Iugoslávia. Depois, em 2006, ele voltaria a uma Copa do Mundo, dessa vez com a seleção da Sérvia e Montenegro.

- Essa partida Gana 1 x 0 Sérvia também registrou outro fato curioso e inédito: foi a primeira vez que dois goleiros do mesmo time se enfrentaram em uma Copa do Mundo. Tanto o ganês Kingson quanto o sérvio Stojkovic defendem o Wigan Athletic, da primeira divisão do futebol inglês.

- Por falar em goleiros, os três goleiros nigerianos convocados para o Mundial na África do Sul jogam profissionalmente em Israel. O titular Enyeama é do Hapoel Tel-Aviv, enquanto Ejide e Aiyenugba defendem o Hapoel Petah Tikva e o Bnei Yehuda, respectivamente.

- O treinador hondurenho, Edgar Alvarez, mostrou uma tremenda falta de senso de oportunidade. Se com a bola nos pés não havia muita esperança de sua seleção fazer história, ainda assim havia uma chance boa do país escrever seu nome nos anais dos Mundiais. Para isto, bastaria que Alvarez tivesse colocado juntos em campo os irmãos Wilson Palacios, Jerry Palacios e Jhony Palacios. Wilson e Jerry ainda entraram como titulares contra a Suíça, mas Johny sequer jogou durante a Copa. Seria a primeira vez que três irmãos defenderiam seu país em uma partida de Copa do Mundo. A história que Honduras acabou fazendo foi a de sair da África do Sul sem marcar um gol sequer.

- No quesito irmãos, a partida Alemanha x Gana apresentou o inusitado e inédito duelo entre os irmãos Boateng. Enquanto o irmão mais velho Kevin Prince-Boateng era um dos destaques de Gana, o caçula Jerome Boateng se firmava na lateral esquerda da Alemanha. Os dois nasceram em Berlim, mas têm ascendência ganesa. Prince Boateng chegou a jogar em seleções de base germânicas, mas optou por defender o país africano como profissional.