quarta-feira, 26 de maio de 2010

NBA ► Banco do Phoenix Suns acaba com o Los Angeles Lakers e empata final da Conferência Oeste

Los Angeles Lakers 106 x 115 Phoenix Suns
Final Conferência Oeste
(2 x 2)

Quem disse que os números não mentem jamais? Vejam que curioso: na página da NBA do site da ESPN referente a cada rodada, costuma aparecer os bonequinhos com as fotos e as estatísticas dos jogadores que se destacam, os top performers. Em relação à noite de ontem, lá estão: Kobe Bryant (38 pts, 7 reb, 10 ast), Lamar Odom (15 pts, 10 reb, 3 ast) e Pau Gasol (15 pts, 5 reb, 3 ast), todos do Los Angeles Lakers. Mas quem jogou melhor e venceu foi o Phoenix Suns, que empatou em 2 x 2 a série e encheu de expectativa os próximos confrontos (ao menos mais dois) entre as equipes pela final da Conferência Oeste da NBA.

E vamos um pouco mais além: segundo os números, os
top perfomers do Suns foram Amare Stoudemire (21pts, 8 reb) e Steve Nash (15 pts, 4 reb, 8 ast) Verdade? Mentira, Terta... (referência de gente velha, ninguém que ler deve saber quem é a Terta da história...)

A verdade é que foi um jogo decidido pelos coadjuvantes. Como já disse aqui uma vez em relação a essa série, as maiores esperanças do Phoenix Suns passavam, necessariamente, por seus maiores trunfos em relação ao adversário: o aproveitamento da linha de 3 (um dos melhores times de toda a história da NBA nessa categoria) e a maior rotatividade - e qualidade - de seu banco de reservas. Pois ontem foi uma noite de sonhos no Arizona.

Começando pelo Phoenix Suns. Steve Nash e Amare Stoudemire estavam ok na partida. Mas o quinteto titular do Suns não parece capaz de fazer frente ao do Lakers. Um suposto placar apenas entre os titulares apontaria 86 x 61 para o time californiano. Mais absurdo que isso só a diferença entre o desempenho dos dois bancos de reservas: 54 x 20 para aqueles que um dia entraram em quadra como Los Suns. Foi algo tão impressionante que o jogo foi decidido no quarto período com o time inteiro de reservas do Suns destroçando os titulares do Lakers com suas bolas de 3. Tudo comandado pelo até então desaparecido Chenning Frye, que terminou com 14 pontos (acertando quatro de seus oito chutes, todos de 3). Nosso Leandro Barbosa também fez sua primeira partida de verdade na série, somando mais 14 pontos. Todos foram bem: Goran Dragic conseguiu oito pontos e oito assistências, Jared Dudley, 11 pontos e seis rebotes; e Louis Amundson (foto), sete pontos e sete rebotes. Os titulares, inclusive, se deram ao luxo de descansar bastante, voltando apenas no final da partida. Enquanto o máximo que as estrelas do Suns jogaram foi 31 minutos, Kobe teve que ficar 45 minutos em quadra para manter o Lakers na partida. Mas, sem ajuda, não conseguiu.

Mas como assim "sem ajuda"? E os números de Odom, Gasol...? Desta vez, foram apenas números, quase tão sem noção quanto os do Data Folha costumam ser. Kobe passou o primeiro quarto inteiro tentando fazer seus companheiros jogarem, sem muito sucesso. Como o primeiro time do Suns também estava meio enrolado, enrolado ficou o primeiro período inteiro, que terminou emaptado. Nesse tempo, Kobe chutou apenas um bola para a cesta - e errou. No segundo período, entrou em cena a força auxiliar do time da casa e ameaçou deslanchar no placar. Aí Kobe chamou o jogo para si, fazendo uma força danada para impedir que isso acontecesse. Ainda assim, o Suns virou o primeiro tempo com nove pontos de vantagem. No terceiro quarto, Kobe foi mais além (foram 31 pontos nesses dois períodos) e o jogo foi para os últimos 12 minutos com o Suns liderando por apenas um ponto.


Quem estivesse assistindo, porém, perceberia que àquela altura era muito Kobe para pouco Lakers. Seus compnaheiros pareciam todos em ritmo de cruzeiro, sem sequer conseguirem anotar a placa das lanchas que passavam voando por eles, optando por jogadas equivocadas e desperdiçando uma série de arremessos livres de marcação da linha de 3. Ressalva seja feita à valentia de Andrew Bynum (foto), que teve boa atuação nos 25 minutos que conseguiu ficar em quadra (12 pts, 8 reb). Fora isso... De seus três reservas (não vamos considerar aqui a tímida entrada de Luke Walton), Odom ainda se salvou pelos números, apesar dos decisivos arremessos abertos que errou no último período. Mas Shannon Brown e Jordan Farmar formaram uma dupla trágica, que contribuiu efetivamente para a derrota do time: chutaram 12 e acertaram apenas dois arremessos, além de um monte de bobagens. Empenhado na marcação de Nash (o que até fez bem), Derek Fisher não conseguia arremessar de 3. Ron Artest foi outro que desperdiçou uma série decisiva de chutes abertos e livres. Apesar dos pontos, Gasol foi mal, optou por jogadas erradas e voltou a ser soft na defesa. Aliás, o Lakers conseguiu ser goleado em rebotes por um time bem mais baixo: 51 x 36. Uma vergonha.

E pior de tudo: na hora em que a vaca ia para o brejo com sino e tudo, o time do Lakers simplesmente tirou a bola das mãos de Bryant, que pelo menos duas vezes pudemos ver agitando os braços ao alto pedindo a bola e não recebendo, enquanto alguém forçava uma jogada pelo meio (Gasol, Artest...) e era desarmado para tomar mais um rápido contra-ataque e mais uma boa de 3 nas costas. Assim o Suns abria, abria, abria... até não ser mais alcançado e vencer com justiça.

Muitos creditam o sucesso do Suns ontem, mais uma vez, à marcação por zona que teria empacado o ataque do Lakers. Efetivamente, a marcação por zona diminuiu um pouco o ritmo dos atuais campeões, mas acho que esse não foi o fator fundamental para a igualdade no confronto. Tanto que Kobe (na foto encarando Stoudemire) tem jogado muito bem e à vontade contra essa marcação. A meu ver, tudo passa pelo desempenho dos jogadores. Principalmente, a defesa do Lakers está devendo, até porque, como se diz por aí, não espera-se muita defesa do lado do Suns, seu jogo não é esse, premissa que não vale para os comandados de Phil Jackson. Desde o início da série, a defesa do Lakers mostrou-se frouxa na marcação, mesmo nas vitórias em Los Angeles, com o time parecendo optar por apostar no ataque, numa verdadeira disputa de cestas que estão resultando em placares elevados. Bastou, então, um enfraquecimento na força ofensiva do Lakers, não compensada pela defesa, para que o Suns reagisse.

E agora, José? Amanhã é dia do jogo 5, no Staples Center, em Los Angels, onde alguns jogadores do Lakers costumam jogar o que não jogam regularmente fora de casa - e onde o Phoenix Suns não tem se sentido muito à vontade. Algumas coisas podemos imaginar que vá ocorrer. Como Phil Jackson mais uma vez criticou o critério da arbitragem na marcação de faltas e creditando a nova derrota ao número de lances livres que o Suns teve a seu favor (32 x 13, que resultaram em 15 pontos a mais), podemos esperar o Lakers mais vezes na linha de lance livre. Também acredito em marcação mais forte e física por parte dos campeões.

Mas acho que tudo pode ser decidido pelos fatores banco de reservas do Suns e colegas de Kobe Bryant. O banco do Suns tem que mostrar que não acertou tudo ontem apenas porque a maré estava a favor. Sabemos como isso funciona em alguns esportes, como o basquete: com o time bem, na frente, tem jogador que cresce e começam a cair bolas chutadas até de costas. No aperto, na hora da pressão, porém, o mesmo jogador começa a errar até bandeja sozinho. É hora da força B do Arizona mostrar seu valor e que a vibração de jogadores como Jared Dudley (foto) não seja apenas caseira, até porque até agora o time principal não mostrou a mesma força e velocidade para superar o adversário. Acredito que tudo vai depender da primeira bola (ou segunda, vá lá). Ganhando confiança e as bolas longas caindo, eles podem deixar o Lakers em péssimos lençóis, já que a veloz movimentação de bola deles invariavelmente para com alguém livre para chutar de 3. E um time que chuta muito de 3 com moral e as bolas caindo é muito difícil de ser batido.

No outro lado, Kobe vem fazendo ótimas partidas nos playoffs. Ontem mais uma vez mostrou-se seguro e preciso, inclusive cometendo apenas dois
turnovers, um número insignificante diante do tempo que ficou em quadra e do volume de jogo que imprimiu. Seus companheiros não podem desperdiçar um trunfo assim. Foram duas grandes atuações de Kobe em Phoenix que só não foram jogadas no lixo porque ficam registradas na História e servem como recado para os adversários. Gasol, Bynum, Artest, Fisher, Odom e até Brown e Farmar precisam dominar os rebotes e aproveitar os chutes abertos e livres que a marcação dupla e até tripla que Kobe recebe oferece a eles. Se não, que ao menos não atrapalhem e na hora H deixem a bola com quem não tem medo de decidir - e que sabe como fazer isso. Mas o ideal é que esse elenco de apoio, que deixou o Arizona com o filme bem chamuscadinho, jogue bem, até para calar a pergunta que corre por aí, como no Daily Dime da ESPN: "Onde está a ajuda de Kobe?"

Lembrando para quem quiser acompanhar ao vivo que os canais por assinatura Space e Space HD estão transmitindo as finais da Conferência Oeste.

terça-feira, 25 de maio de 2010

NBA ► Ainda havia magia na cartola: Orlando Magic surpreende, vence Celtics em Boston e ganha sobrevida na final da Conferência Leste da NBA

Orlando Magic 96 x 92 Boston Celtics
Semifinal da Conferência Leste
(1 x 3)

Com um atuação realmente heroica de Dwight Howard, o Orlando Magic surpreendeu o Celtics diante da própria torcida em Boston e calou os gritos de "Beat L.A.!" para mostrar que seu time ainda respira na série que define o campeão da Conferência Leste da NBA, mesmo que ainda o faça por aparelhos.

O Super-Homem justificou o apelido, marcando 32 pontos, pegando 16 rebotes e ainda distribuindo quatro tocos. Principalmente, Howard não desistiu de qualquer jogada, salvando muitos arremessos equivocados de seus companheiros. Na foto aí abaixo, parece até que ele chega voando para enterrar. A partida, decidida na prorrogação, teve muitas das características a que nos acostumamos ver na Conferencia Leste, como defesa forte e muito contato, mas também foi disputada com muitos erros.

Pela primeira vez na série, o Magic conseguiu sair na frente no primeiro quarto, o que deve ter dado moral à equipe. Por alguns momentos, chegou a lembrar o Magic habitual das últimas duas temporadas, girando a bola em busca de um homem livre para arremessar de três e com Dwight Howard dominando a área pintada na briga por possíveis rebotes.

O jogo ganhou ares de dramaticidade quando o Magic deixou escapar uma vantagem de seis pontos a menos de três minutos do fim, graças, principalmente, a uma série de bobagens do armador Jameer Nelson, que parecia concentradíssimo no papel de Médico e Monstro do basquete. Os números dizem que Nelson foi bem: 23 pontos, acertando 50% de seus arremessos, cinco rebotes e nove assistências. E realmente foi. Mas, como diria a personagem Sally de "Harry e Sally, Feitos um para o Outro", em partes. Hum... Não, pelo que lembro, Sally diria "à parte". Mas se alguém estiver lendo, acho que entendeu.

Jameer Nelson (nessa primeira foto, em momento Médico) cometeu seis erros não forçados e nos momentos finais da partida tomou decisões que eu achei totalmente estapafúrdias. Ignorando o modo como o time estava ressuscitando na série, o armador simplesmente tomou a bola para si e parou de armar as jogadas, além de cometer erros bobos que poderiam ter custado a vida do Magic. Primeiro, errou um lance livre. Depois fez uma falta tola em Paul Piece, um tapinha daqueles que só servem para o adversário finalizar um ataque com três pontos. Já com a partida empatada, errou um passe forçado que por sorte foi recuperado no rebote defensivo por Rashard Lewis. Para completar as bobagens nesse fim de tempo normal, precipitou um chute com quase 10 segundos de posse bola restantes, errando e permitindo ao Celtics 17 segundos para atacar, o que só não foi decisivo porque um cansado Paul Pierce praticamente tropeçou nas próprias pernas, levando o jogo para a prorrogação.

E aí a faceta Médico e Monstro de Nelson ficou mais evidente: um pombo sem asas nem patas deu tabela e cesta de três,seguida de outra cesta de três, desta vez, digamos, com um arremesso decente, o que colocou  o Magic com seis pontos de vantagem a dois minutos do fim. Com a diferença em dois pontos, errou uma bandeja (recuperada por Howard) e teve a bola roubada de suas mãos nas duas posses seguintes, o que não foi aproveitado pelo Celtics. Enfim: Jameer Nelson, para o bem e para o mal, um dos destaques do jogo, garantia de fortes emoções.

Curiosamente, as ações tresloucadas de Nelson (na segunda foto, um momento Monstro) pelo Magic foi o que pareceu faltar ao Celtics. Por mais paradoxal que possa parecer, o forte jogo coletivo do time de Boston, sua maior força, foi seu pecado na hora de definir a partida. Não havia alguém que pegasse a bola e dissesse: "Deixa comigo agora." E não precisava ser um Kobe Bryant. Bastava um Jameer Nelson. Nos momentos finais do tempo normal e especialmente no último minuto da prorrogação, o Celtics seguiu com o plano coletivo, fazendo a bola rodar, sem preocupar-se com quem fosse parar, a despeito até das mãos quentes de Ray Allen no tempo extra, quando acertou duas cestas de três seguidas. O resultado é que, com quatro pontos de vantagem e faltando ainda 52 segundos, o Magic não precisou mais pontuar. Na rotação de bola do Celtics, dois chutes seguidos acabaram nas mãos de Paul Pierce, àquela altura visivelmente cansado, que acabou chutando aquelas bolinhas de braço curto que dão bico no aro. E pior: o último chute de esperança da linha de 3 acabou sendo de... Glen Davis!

No Orlando Magic, vale destacar J.J. Redick, que segue fazendo seus pontinhos lá do banco de reservas. Desta vez foram 12 (o mesmo que todo o banco do Celtics), acertando três de seis arremessos, todos os certos da linha de três pontos. E não dá para deixar de lado a péssima, horrível,desastrosa partida de Vince Carter, acertando apenas um arremesso em nove tentativas. Se o Magic ainda sonha com alguma coisa além de uma vitória de honra para evitar a varrida, Carter em hipótese alguma pode repetir essa atuação.

Pelo lado do Boston Celtics, aparentemente um tanto surpreendido pela resistência do Orlando Magic, um fato que pode ser preocupante: a visível queda de produção de suas veteranas estrelas no final da partida. Paul Pierce, que anotara 32 pontos e 11 rebotes até então, errou todos os seus quatro arremessos na prorrogação, sem que nenhum deles desse a impressão de que entraria, tal a forma errada com que saíam de suas mãos - além daquela perda de bola que revelou-se fatal no fim do quarto período. Kevin Garnett, que fizera 14 pontos acertando cinco em cinco, errou todos os seus últimos sete arremessos, alguns à sua feição, ficando sem sequer pontuar a partir do final do terceiro quarto, além de cometer erros de principiante, como um decisivo passe para as cadeiras faltando 42 segundos para a acabar o tempo extra. Problemas aparentemente físicos, de cansaço mesmo. Jogador de menor desgaste, Ray Allen (na foto acima), que poderia ter sido mais aproveitado, terminou com 22 pontos, acertando cinco bolas de três, inclusive aquelas duas na prorrogação. Pesou muito também para o Celtics a discretíssima atuação de Rajan Rondo, que realiza uma grande pós-temporada. Mas ontem ele ficou devendo e seus escassos nove pontos (errou sete de 10 arremessos) não foram suficientes para ajudar o time.

Restou em Boston o silêncio da torcida no final. Calaram-se os gritos de "Beat L.A.!", mas certamente ficou a certeza de que a definição do encontro com o histórico rival pelo título da temporada foi apenas adiada. Uma pulga atrás da orelha, porém, acho que está incomodando os torcedores verdes: a derrota de ontem seria sinal do temido desgaste físico do veterano trio de estrelas? Resposta na próxima quarta-feira em Orlando, quando o Magic também responderá se a vitória de ontem foi apenas aquele gol de honra para evitar uma humilhação maior ou o indício de que ainda há muita briga pela frente.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

NBA ► Stoudemire brilha e Phoenix Suns diminui vantagem do Los Angeles Lakers na final da Conferência Oeste

Los Angeles Lakers 109 x 118 Phoenix Suns
Final Conferência Oeste
(2 x 1)

Discretíssimo nas primeiras partidas da série em Los Angeles, onde só apareceu perdendo ótima chance de ficar calado (a tal história de dizer que Lamar Odom havia tido um "dia de sorte" no jogo 1), Amare Stoudemire finalmente deu as caras na final da Conferência Oeste da NBA. O ala de força jogou como o All Star que é e levou o Phoenix a Suns à vitória no jogo 3, diminuindo a vantagem do Los Angeles Lakers para 2 x 1.

Bastante agressivo o jogo inteiro, cedo Stoudemire (brigando com Ron Artest na foto) carregou em faltas Odom e, principalmente, Andrew Bynum. Somando as faltas ao joelho baleado, Bynum praticamente não pôde jogar. Possivelmente preocupado em poupar-se nos contatos para evitar também pendurar-se, Pau Gasol não forçou a marcação e isso abriu caminho para um show do astro do Suns. Na verdade, se no jogo 2 Gasol deitou e rolou sobre Stoudemire, desta vez ocorreu o contrário. Stoudemire fez o que quis no garrafão, terminando a partida com 42 pontos e 11 rebotes, com direito a pelo menos um "golaço": entrando pela direita da área pintada, gingou como um atacante de futebol por um lado, saiu pelo outro deixando Gasol a ver navios e fez a cesta no revés. Aproveitem enquanto está no Youtube:


Um detalhe na partida foi a patética contribuição dos bancos das duas equipes, com os jogadores atuando em um nível que nem em pelada do aterro conseguiriam vaga. Os cinco da rotação do Suns acertaram ridículos três arremessos em 21 tentativas, com destaque negativo absoluto para Channing Frye: além de errar todos seus sete chutes, chegou à bizarra marca de uma cesta convertida em 20 arremessos nos três jogos da série. Frye precisa desesperadamente de umas duas ou três cestas seguidas para recuperar a confiança, porque seus arremessos não dão pinta de que vão cair desde o momento que a bola sai de suas mãos. Mas Leandro Barbosa, Louis Amundson,Jared Dudley, Goran Dragic e Jarron Collins também podiam ter ficado em casa, porque praticamente em nada contribuíram na vitória do time. Dudley ainda conseguiu três roubadas de bola. E foi tudo.

Pelo lado do Lakers, o banco (ou seja: Odom, Shannon Brown e Jordan Farmar) não ficou atrás: acertou sete em 24 arremessos e cometeu sete erros não forçados, além de uma série de bobagens que acabaram comprometendo decisivamente o desempenho do time, principalmente no segundo período, quando o Suns pegou gosto pelo jogo, passou à frente e nunca mais foi ultrapassado no placar. O bom Odom foi o capitão do festival de tolices cometidos, atuando a maior parte do tempo de forma errática e optando por jogadas bem equivocadas. Brown só apareceu numa improvável enterrada no rebote de um lance livre desperdiçado por Bynum, num lance bem constrangedor para a defesa do Suns:


A crônica americana tem destacado a alteração da defesa do Suns, com o técnico Alvin Gentry optando pela zona e finalmente conseguindo diminuir o ritmo do Lakers a partir do segundo quarto. Pode ser, claro. Mas, na minha leiga opinião, acho que o resultado passa mais pelo desempenho individual dos jogadores. Desde o início a série destaca-se pelo aproveitamento dos times e pelo fato, já comentado aqui, do Suns nunca desistir de tentar impor seu ritmo de jogo, não permitindo assim ao Lakers o que chamo de "piscar" na partida, como num duelo. tanto que pontuar, o Suns pontuou bem em Los Angeles - só que o Lakers pontuou bem mais. Com Ron Artest muito irregular e Bynum fora de um lado e Grant Hill com imensos problemas para jogar marcando Kobe Bryant do outro, o jogo resumiu-se a quatro Suns contra três Lakers, todos jogando muito bem.


No Suns, ajudando Stoudemire, o pivô Robin Lopez teve muito boa atuação, marcando 20 pontos e brigando muito no garrafão, apesar disso não ter sido retratado em números, pois pegou apenas três rebotes. Jason Richardson é outro que finalmente apareceu na série, anotando importantes 19 pontos (mas continuo achando uma grande roubada a troca que o Suns fez para obtê-lo, perdendo o ótimo marcador Raja Bell e o mais versátil Boris Diaw). E Steve Nash comandou o time com suas 15 assistências e mais 17 pontos. Acabou sendo muito para o Lakers.

E foi muito para o Lakers mesmo com uma soberba atuação de Kobe Bryant. Muito seguro, o astro de Los Angeles ficou muito próximo de um triplo-duplo, anotando 36 pontos, nove rebotes e 11 assistências. Mesmo com problema de faltas, Derek Fisher foi outro jogador consistente, com 18 pontos, mais cinco rebotes e três passes decisivos. E Gasol, soft na defesa, foi muito bem nas ações ofensivas, terminando com 23 pontos e mais nove rebotes.

Agora a série ameaça ganhar corpo e o Suns certamente vai com tudo para o jogo 4, ainda diante de sua torcida. O time, um dos melhores da história da NBA da linha de 3, ainda tem a esperança de que uma hora qualquer essas suas bolas longas voltem a cair, o que pode fazer uma diferença danada a seu favor.

Pelo lado do Lakers, o time está acostumado a situações como essa e tanto pode jogar tudo para vencer a próxima partida e fechar a série sem precisar voltar ao Arizona (até porque o Boston Celtics deve "finalizar" o Orlando Magic em quatro jogos e ganhar precioso tempo a mais de descanso), como, se achar que as coisas estiverem se tornando muito difíceis, segurar-se como um tenista com uma quebra de saque a seu favor para apenas fazer valer seu mando de quadra no jogo 5. Assim a pressão voltaria toda aos ombros de Steve Nash, Amare Stoudemire e seus companheiros no jogo 6, ficando o time de Kobe ainda com o trunfo da "Bola 7" em casa para decidir a série.

domingo, 23 de maio de 2010

FUTEBOL ► Deco? Cléber Santana? O Fluminense não sabe investir mesmo...

O neutro site baiano Jornal da Mídia (http://www.jornaldamidia.com.br) destacou em manchete: "Juiz erra muito e Fluminense perde para o Corinthians". Pois é, falar sobre o futebol brasileiro é como falar em apostas em jogos de azar: você sabe que é ilegal, que os resultados são viciados e que, sempre que não vencer, vai ficar com a suspeita de que foi roubado. Isso porque chega a ser patético acreditar que apenas um árbitro (no caso, Edílson Pereira de Carvalho) e mais ninguém ligado ao futebol profissional estava envolvido na máfia de resultados desse esporte. Qualquer pedaço de concreto de arquibancada neste país sabe que o buraco é mais embaixo. Jornalista que acredita no contrário só posso reputar como muito ingênuo, bobo, incompetente ou suspeito.

Assim começou mais um Campeonato Brasileiro, sobre o qual eu disse a mim mesmo que não perderia tempo escrevendo. Tanta coisa mais interessante, divertida e honesta por aí... Mas continuaria, claro, torcendo pelo meu time, no caso, o Fluminense, na doce ilusão de que ao menos façam resultados ou errem - e errem com e sem aspas - a nosso favor.

Mas "erros" ou erros só costumam acontecer com frequência contra clubes de pouca força nos bastidores, apenas esporadicamente ocorrem contra clubes fortes. E sigo torcendo mesmo sabendo que o Fluminense de Roberto Horcades tornou-se um clubeco, habitualmente prejudicado por arbitragens tanto em jogos contra clubes fortes como contra outros de menor expressão.

Neste campeonato, nosso choro começou na estreia contra o simpático Ceará: um lance de falta sobre um jogador nosso não marcada deu origem a um pênalti cavado pelo atacante adversário, seguido de uma contestada expulsão do zagueiro que teria cometido o pênalti, uma posterior repetição da cobrança após a defesa de nosso goleiro por se adiantar antes da cobrança, mesmo com o cobrador tendo feito a irregular, patética e idiota presepada que chamam de paradinha, o que praticamente impossibilita fisicamente o goleiro de não se mover para a frente. Diversas variáveis, todas decididas pelo renomado infeliz árbitro - só sendo muito infeliz para tantas atuações confusas ao longo da carreira, né mesmo? - Paulo Cesar de Oliveira contra o Fluminense.

Hoje, no Pacaembu, os gaúchos Leonardo Gaciba da Silva, Marcelo Bertanha Barison e João Monteiro de Souza Júnior garantiram nossa derrota contra o Corinthians. Mesmo o narrador e o comentarista do Premiere SporTV desde o início da partida apontavam os seguidos "erros" (as aspas são minhas, tenho o direito de duvidar de tudo que vejo em nosso futebol...) da arbitragem, sempre contra o Fluminense: uma falta que não houve que resultou no gol da vitória corintiana, um impedimento mal marcado aqui, um impedimento estupidamente assinalado ali (coisa difícil de perceber, "apenas" mais de dois metros e meio de condição de jogo para o atacante) ali, falta inexistente pra lá, falta não marcada pra cá... Vira o lado: que coisa, parece até que o bandeirinha também virou! mas , não, era outro, cometendo dois outros erros terríveis em lances de gol! São muitos lances em que, com boa vontade, podemos conceder o benefício da dúvida, mas sempre decididos a favor do mesmo lado. Quanta coincidência, é muito azar, caramba! Esse time precisa se benzer! (Sentiram o sarcasmo?)

E o pior é que um lance cavado dentro da área no final da partida por um atacante do Corinthians (o que está ficando conhecido, felizmente, por "pênalti à brasileira") ainda vai dar margem a jornalistas bobos, ingênuos ou comprometidos de dizer: "Errou para os dois lados." Oh, sim, claro, gerou uma vantagem de um gol para o adversário, impediu um possível empate em mais de uma ocasião e um suposto erro no fim iguala tudo... Santa falta de perspectiva, diria o Menino Prodígio.

Obviamente, não é só nos jogos do meu Fluminense que isso acontece. São erros tão descarados que nos dá o direito de suspeitar de que a máfia de resultados segue a todo vapor, com ou sem Edílson Pereira de Carvalho. O próprio Ceará, beneficiado contra o Flu, foi vítima de uma suspeita arbitragem do mineiro Ricardo Marques Ribeiro. Como não suspeitar de um juiz que num domingo assassina as possibilidades do Ipatinga de ser campeão mineiro em um jogo contra o Corinthians, não assinalando, entre outras situações, lances claros de pênalti contra o Cruzeiro e no outro erra duas vezes marcando pênaltis inexistentes cavados pelo "Neymarscaicairado", Rei do Cai Cai de nosso futebol, no jogo do Ceará contra o Santos na Vila Belmiro? Pelo menos aqui vemos um padrão de comportamento: o infeliz árbitro dá o azar de errar seguidamente contra os clubes ditos de menor expressão, favorecendo os grandes... Sorte deu o Ceará que ainda conseguiu sair com um pontinho do litoral paulista.

E vários outros jogos deste campeonato ainda no início já foram definidos pela arbitragem. Um campeonato, portanto, viciado desde o ventre. Por essas e outras que, nos tempos em que o Fluminense jogava nas Laranjeiras e o árbitro entrava em campo bem pertinho de onde eu ficava (na verdade, em estádio pequeno árbitros e jogadores estão sempre pertinho de onde você está), eu pedia: "Meu Deus do Futebol (para não confundir com o de verdade, que tem coisas muito mais sérias com que se preocupar, esse negócio de misturar futebol e religião é papo para um posto um dia desses), faça com que esse ladrão roube para o meu time, senão ele vai roubar para o outro!"

Vejam só: e o Fluminense alardeando por aí que está negociando com Deco, Cléber Santana... Melhor seria investir nos bastidores, para que pelo menos garanta vencer, empatar  ou perder por seus próprios méritos ou deméritos. E não nos deixar ficar sempre com a pulga atrás da orelha depois de jogos como o de hoje, porque para nós, torcedores, é humilhante ver que nosso clube não tem moral alguma e que, na dúvida (ou mesmo sem dúvida alguma!), a bola é sempre do adversário.

O dia em que alguém se der ao trabalho ou tiver o interesse de levantar comparativamente as atuações e decisões desses árbitros nacionais jogo a jogo... Sei não, acho que não fica pedra sobre pedra na já combalida credibilidade do futebol brasileiro.

NBA ► Boston Celtics humilha Orlando Magic, faz 3 x 0 e põe a mão no título da Conferência Leste

Orlando Magic 71 x 94 Boston Celtics
Final Conferência Leste
(0 x 3)

Consegui assistir a alguns momentos do primeiro quarto e, pelo pouco que vi, não fiquei com nenhuma dúvida: o Orlando Magic ia ser mais uma vez atropelado pelo Celtics. A única diferença é que o jogo agora era em Boston.

Não se via em nenhum momento no time de Orlando qualquer traço de competitividade, de fibra, que mostrasse que aquilo ali era uma partida válida por uma final de conferência da NBA. Apático, cabisbaixo, inseguro, o Magic foi uma caricatura do time forte que varreu dois adversários nos playoffs até encontrar o Celtics pela frente. Entrou derrotado, saiu humilhado, chegando a estar mais de 30 pontos atrás no placar.

Segundo as resenhas e as estatísticas, nada, absolutamente nada a destacar no Orlando Magic.Nada que valha a pena estender-sem neste parágrafo.

Já o Boston mostrou aquela força coletiva que faz com que ninguém precise ser um Kobe Bryant, um LeBron James ou um Dwyane Wade para salvar o time. As atuações foram consistentes e equilibradas. Paul Pierce fez 15 pontos e pegou nove rebotes, Ray Allen conseguiu 14 pontos, e seis rebotes e assistências, Rajon Rondo (que chutou muito mal!) saiu com 11 pontos e 12 assistências... O cestinha, vejam só, foi o rechonchudo ala de força reserva Glen Davis (foto), com 17 pontos - e ainda seis rebotes. Números nada espetaculares, mas que funcionam em conjunto para um time contra o qual o adversário não consegue atacar. O Celtics limitou o Magic a 12 pontos no primeiro quarto e a 13 no terceiro. Como diria uma professora de Português que tive no antigo segundo grau, cujo nome infelizmente não recordo agora, o Orlando Magic está bem encalacrado.

Parece que, a esta altura, Dwight Howard, após uma atuação "sem comentarios", deve ter colocado sua capinha de Super-Homem de molho. Para repetir essas pífias atuações na série no jogo 4, melhor faria o Magic se entrasse com seus reservas, porque assim teria uma desculpa ao conseguir a façanha de ser varrido após varrer dois adversários nas fases anteriores. Só se houver um último e milagroso nas mangas, mas eu, aqui rasgando o teclado, não acredito. Acho que dessa cartola não sai mais nem coelhinho de Páscoa, quanto mais um de verdade. Em Boston, todos têm certeza disso, tanto que o pensamento dos torcedores já está bem distante: "Beat L.A.!" é o grito que sai de seus pulmões.