terça-feira, 24 de agosto de 2010

BRASIL ► Estes indivíduos merecem nova chance para conviver em sociedade?

Deu na internet (clique aqui para ver texto original):
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22/08/2010 12h48 - Atualizado em 22/08/2010 12h52
Homem é morto após parar carro com defeito em rua no interior de SP
Motorista de micro-ônibus teria se irritado com bloqueio e atirado.
Caso aconteceu em Serrana, no interior de SP, na noite de sábado (21).
Do G1 SP, com informações da EPTV

Um ajudante de caminhoneiro de 28 anos foi morto na noite deste sábado (21) em Serrana, a 313 km de São Paulo, depois que seu carro teve um defeito e parou no meio da rua. O motorista de um micro-ônibus é suspeito do crime.

De acordo com testemunhas, o motorista do coletivo, que levava funcionários de uma transportadora, se irritou com o veículo da vítima parado no meio da rua. O pai do suspeito desceu do veículo e mandou o ajudante de caminhoneiro tirar o carro do caminho. Como isso não foi feito, o motorista do micro-ônibus atirou e atingiu a cabeça da vítima.

Em seguida, o pai do motorista tirou o carro da rua para dar passagem ao coletivo. Ele e o filho ainda não foram localizados.

O homem foi socorrido e levado para a unidade de emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, também a 313 km de São Paulo, onde morreu na madrugada deste domingo (22). Ele será enterrado nesta tarde.
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Até quando a justiça brasileira será condescendente com assassinos assim? Em qualquer lugar do mundo a sociedade não correria o risco de ver novamente em liberdade esse tipo de gente.

Mas será gente mesmo?

sábado, 21 de agosto de 2010

CARNAVAL ► Morre o baluarte Aurinho da Ilha, autor de "Domingo"

Vítima de problemas decorrentes de diabetes, morreu esta semana no Rio de Janeiro o compositor Aurinho da Ilha, autor de 11 sambas campeões na União da Ilha do Governador e mais dois na Acadêmicos do Salgueiro. Entre suas composições, verdadeiros clássicos dos sambas-enredos, como "Domingo" (União da Ilha, 1977) e "Dona Beija, a Feiticiceira de Araxá" (Salgueiro, 1968).

Nascido Áureo Campagnag de Souza, o compositor é de uma geração que já faz muita falta nas quadras da cidade. Foi o maior parceiro do também saudoso mestre Didi (o procurador da República Adolfo de Carvalho Baeta das Neves), com quem assinou 10 de seus sambas na Ilha do Governador. O primeiro, em 1955, "Fundação da Cidade do Rio de Janeiro". O último, o bonito " Um herói, um Enredo, uma Canção", em 1985, com a colaboração de Aritana.

No Salgueiro, além de "Dona Beija", Aurinho também foi o responsável pelo não menos belo e marcante "História da Liberdade no Brasil", em 1967.

Mas o maior sucesso de Aurinho é mesmo "Domingo", hino com o qual a União da Ilha encantou o país no amanhecer da segunda-feira de carnaval de 1977 e fincou seu nome na história dos desfiles de escolas de samba. E é com ele, criado em parceria com Waldyr da Vala, Ione do Nascimento e Adhemar Vinhaes, que ilustro este registro em memória de um daqueles compositores que nos deixam muitas saudades e obras de qualidade - o que pouco ouço hoje em dia. Abaixo, trechos daquela antológica passagem da Ilha pela Marquês de Sapucaí, com som ao vivo, direto do YouTube.


E a propósito:

1 - Atentem para a bateria batendo samba, com cadência de samba. Hoje as baterias batem forte e rápido. Cadência, melodia, suingue... Tá difícil.
2 - Salvem o samba-enredo!

Enfim, a morte de Aurinho enlutece todo o mundo do samba nacional, mas especialmente a Ilha do Governador. Na imaginação da poesia insulana, quem sabe Aurinho, agora lá em Cima, não volte a compor com Didi sambas maravilhosos para Aroldo Melodia cantar?

É o meu desejo.

Enfim, a morte de Aurinho enlutece todo o mundo do samba nacional, mas especialmente a Ilha do Governador. Na imaginação da poesia insulana, quem sabe Aurinho, agora lá em Cima, não volte a compor com Didi sambas maravilhosos para Aroldo Melodia cantar?

É o meu sonho.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

POLÍTICA ► Fernando Gabeira é a grande decepção das eleições 2010

Essa frase que dá título ao post eu posso falar de cadeira porque fiz muita campanha para Fernando Gabeira, desde sua primeira candidatura ao governo do estado do Rio de Janeiro em 1986.

Naquela época, fazia pouco que Gabeira fora fundador do recém-criado Partido Verde. Eu logo adotei a ideia de um partido ecológico no Brasil, nos moldes dos que já existiam na Europa.

Mas o PV não era levado muito a sério. Tinha uma aura meio elitista, meio inconsequente. Foi daí que surgiu uma oportuna coligação com o também ainda jovem Partido dos Trabalhadores: se o PV tinha uma imagem não muita séria, o PT, por sua vez, possuía imagem oposta, de um partido sério demais, dogmático demais, inflexível demais, ameaçador até para quase todas as camadas sociais do país.

Pois a coligação com o PV deu a leveza e a imagem de flexibilidade que o PT precisava para aliviar o peso carregado de sua estrutura e seu forte enraizamento ideológico e o PT, em troca, deu ao PV a chancela de um partido sério, que não estava ali apenas para brincadeiras.

Foi uma campanha muito bonita, com momentos marcantes, como a Passeata das Rosas na Avenida Rio Branco e o abraço à Lagoa Rodrigo de Freitas. Eu fiz muita campanha. Distribuí panfletos, usei broches e camisa. Gabeira não levou, mas amealhou mais de meio milhão de votos e fincou a bandeira do PV no Rio de Janeiro como um partido com um jeito diferente de fazer política. E se não elegi Gabeira naquele momento, ajudei a eleger Carlos Minc, depois elegi Alferdo Sirkis e, mais tarde, o próprio Gabeira, quando se candidatou a deputado federal em 1994.

Antes, em 1989, Gabeira saiu candidato à presidência da República. Era uma candidatura ideológica, não pragmática. Ninguém achava que houvesse qualquer chance de chegar ao menos ao segundo turno, mas era importante marcar posição pelas causas ambientais nacionalmente.

Na época, fui algumas vezes à sede do partido, ali na Lapa, pegar material para campanha. Fiz boca de urna, empunhei bandeira, fui a eventos e tudo o mais. O meu voto "pra valer" seria para Luís Inácio Lula da Silva, que eu tinha certeza que iria para o segundo turno, apesar da acirrada disputa com Fernando Collor e Leonel Brizola. Mas, antes disso, fiz o que achava importante na defesa de ideais ecológicos com os quais me identificava e resistindo a uma forte campanha pelo voto útil ainda no primeiro turno.

Por essas e outras, posso tomar emprestado sem muita cerimônia os versos de Chico Buarque e dizer: "Quem te viu, quem te vê, Fernando Gabeira." Quem diria que o Partido Verde tornar-se-ia só mais um partido na política nacional, e não o partido diferente. E quem diria ainda que chegaria o dia em que veria Fernando Gabeira fazer uma campanha em que renegaria nacionalmente o seu PV, passando a mim e a muita gente a ideia de um político pragmático e carreirista, coisas contra as quais tanto lutara no passado. O político Gabeira há um bom tempo vinha guinando à direita. Até apoio e capa da Veja recebeu. E parece que agora chegou ao seu destino - totalmente oposto ao seu ponto de partida.

Assistindo ao horário eleitoral gratuito (é, eu assisto quando posso e confesso que gosto, por favor, não tentem me internar!) não há como não ficar chocado ao ver Fernando Gabeira ignorar a candidata do PV à presidência, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina da Silva, e veladamente (ou nem tanto) apoiar a candidatura José Serra, da aliança PSDB e DEM, o DEM de Cesar maia, de quem Gabeira virou uma espécie de "peixe", como diria o ex-jogador e hoje político (?) Romário. Acho algo muito triste de ver. Não é questão de reformular opiniões e ideias ou de flexibilizar seu jeito de fazer política, mas de como fazer isso.

A ideia de traição ao partido e sua causas aumenta ao vermos vários candidatos do PSDB e do DEM com o painel ao fundo estampando o nome de Gabeira e até José Serra falando em prol de sua candidatura. Enquanto isso, os candidatos do PV seguem pedindo votos para si, para Marina e para o próprio Gabeira.

Hoje, vendo o programa de Fernando Gabeira, tive a sensação de ver apenas mais um político carreirista e fisiológico, sensação agravada pelo deprimente apoio a José Serra, desrespeitando seus eleitores, seu próprio partido e uma candidata como Marina Silva, que verdadeiramente não merecia isso.

Por isso, eu, que tanto votei nele, posso dizer de cadeira que Fernando Gabeira é a grande decepção das Eleições 2010. Tão decepcionante que deve estar deixando o V da bandeira do partido vermelho de vergonha.

Seria agora a minha vez de perguntar: "O que é isso, companheiro?"

É a minha opinião.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BASQUETE ► Meu ídolo Ubiratan no Hall da Fama do Basquete dos EUA

Quase deixei passar batido, mas ficou no quase. Semana passada, o eterno ídolo de nosso basquetebol Ubiratan Pereira Maciel (18 de janeiro de 1944 / 17 de julho de 2002) foi entronizado no seletíssimo Hall da Fama do Basquete em Springfield (Massachusetts/EUA). Dentre as 259 personalidades já eternizadas ali, apenas outro nome brasileiro se faz presente: a Rainha Hortência.

Ubiratan foi um dos meus ídolos do basquete. Pensando melhor, foi o meu ídolo no basquete brasileiro, especialmente devido ao grande desempenho do pivô no Campeonato Mundial das Filipinas, em 1978. Foi uma competição que acompanhei com o ouvido colado ao radinho de pilha (é, o basquete aqui já foi tão popular que as rádios transmitiam os principais jogos) e de olho nas raras partidas transmitidas pela TV.

Ubiratan foi um dos grandes destaques daquele Mundial, que marcou também a popularização da chamada "ponte aérea", com Oscar jogando a bola por cima do aro para Marcel completar e vice-versa. Foi nesse campeonato uma das minhas maiores emoções no basquete, com a vitória do Brasil sobre a Itália na decisão do terceiro lugar. O Brasil perdia por um ponto de diferença a poucos segundos do fim, quando Marcel recebeu o fundo bola e arremessou do meio da quadra, com o cronômetro zerando para conquistar a vitória e garantir nosso lugar no pódio. Foi também ali nas Filipinas que me tornei admirador de um dos jogadores mais talentosos que vi em quadra, o canhoto iugoslavo Mirza Delibasic.

Mas o lance aqui é lembrar o velho Bira, que foi um monstro na briga debaixo do garrafão contra os gigantes americanos na grande vitória por 92 x 90 contra os EUA. Nosso pivô, que sempre foi mais um facilitador ofensivo que um cestinha e possuía uma notável capacidade defensiva, teve uma grande atuação naquela partida que ouvi pelo radinho.

Naquele time que saiu com o bronze do Mundial, Marcel e Oscar começavam a despontar, mas havia, além do velho Bira, nomes como Carioquinha, Hélio Rubens, Adílson e Marquinhos, que tanto vi jogar aqui nas quadras cariocas, assim como seu irmão Paulão. Também fazia parte daquele grupo o hoje comentarista da ESPN Brasil Eduardo Agra.

Foram bons tempos para o basquete brasileiro, um tempo em que os jogadores jogavam com muito mais paixão. Não à toa, cansei de pegar o desgastante ônibus 634 para me despencar à noite da Ilha do Governador para as quadras do Maracanãzinho, Tijuca e América para acompanhar jogos do Fluminense pelo campeonato carioca. E um dos grandes símbolos daqueles tempos foi Ubiratan, agora eternizado na terra do basquetebol.

Nestas mal traçadas linhas, sem muita inspiração, apenas faço questão de deixar registrada minha admiração pelo nosso grande pivô, um dos meus ídolos no esporte nacional.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MÚSICA ► Há 33 anos partia Elvis Presley, o Rei do Rock'n'Roll

"Antes de Elvis, não havia nada." John Lennon.

Desde criança eu sou fã de Elvis Presley. Sei lá exatamente por quê. Meu pai gostava, mas não era fã. Minha mãe também, mas da mesma forma não era fã. Talvez por influência dos filmes da Sessão da Tarde. Mas sei que o álbum duplo "Elvis 40 Greatest Hits" que pedi para meu comprar para mim assim que passou o anúncio na TV, em 1975, durante muitos anos não saída da vitrola.

Depois eu fui crescendo e à idolatria infantil somou-se a admiração pelo incrível talento e versatilidade interpretativa de Elvis Presley, que foi muito mais do que "apenas" (como se fosse pouco) o Rei do Rock'n'Roll - uma marca registrada, inclusive.

Quando Elvis morreu, em 16 de agosto de 1977, lembro que eu estava assistindo, se não me engano (a memória infantil confunde-se um pouco com o tempo), ao Capitão Aza (assim, com Z), na extinta e saudosa TV Tupi. A edição especial, urgente, anunciava a morte de Elvis Presley. Só sei que fiquei chocado. E mais nada me recordo até o dia seguinte. Também sei, pelo que meus pais contam, que chorei muito e fiquei tão consternado que minha Tia Ester, beatlemaníaca e também admiradora de Elvis, veio com o saudoso tio Michel lá da Glória até a Ilha do Governador por pura preocupação.


Elvis é de um tempo em que um cantor ou intérprete efetivamente cantava, não dublava usando playback. Isso era totalmente inaceitável. Aliás, em se tratando de canto, mesmo, continua totalmente inaceitável. Hoje cantores dançarinos usam e abusam desse recurso, mas sendo avaliados e idolatrados mais pelo espetáculo que proporcionam do que por seu talento interpretativo.

Mas lá nos anos 1950 não era assim. E não foi até a morte de Elvis Presley. Tanto que, já doente e com dificuldade para recordar-se de letras de músicas que cantava já há décadas, jamais cogitou-se à sua volta o uso de playback. Como todo artista deve fazer, Elvis dava a cara ao subir ao palco. E mais vale um artista errar e seguir em frente do que fazer uma apresentação fake calcada em uma perfeita gravação dublada nem sempre com perfeição.

Se Elvis fisicamente morreu ou não, pode haver dúvida. Mas seu legado é eterno. Elvis Presley foi a marca do século 20. Sua obra influenciou as mais diferentes vertentes do rock, de Paul McCartney, John Lennon, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Bono Vox, Mick Jagger, Janis Joplin, Steven Tyler, Roberto Carlos...

Tornou-se um ícone tão impregnado na cultura americana que seu nome é comumente citado em filmes, músicas e mesmo no dia-a-dia das pessoas. "Elvis não morreu" é uma máxima aqui em nossa terra. "Elvis has left the bulding", como anunciado ao fim de cada apresentação, é uma frase das mais conhecidas na música. Seus sanduíches, seus extravagantes hábitos alimentares, sua personalidade resvalando para a bipolaridade, os presentes dados a desconhecidos (a velhinha negra que ganhou um cadillac zero porque apreciava um no mostruário da loja onde Elvis estava), os tiros na TV ... Tudo em Elvis foi superlativo e marcante.


Musicalmente, Elvis Presley foi pioneiro em um sem número de coisas. Uma espécie de "Cidadão Kane", a inigualável obra-prima de Orson Welles, da música. O primeiro show transmitido ao vivo para todo o mundo, o primeiro acústico, o uso de orquestra, de som quadrifônico...

Principalmente, seu carisma e incrível talento para interpretar com feeling inigualável rock, country, gospel, baladas ou o gênero musical que fosse o faz único. Como disse alguém cujo nome infelizmente não recordo (lembrando eu atualizo aqui), Elvis era desses raros intérpretes cuja interpretação transcendia a qualidade do material com que trabalhava.