A seleção uruguaia venceu o México por 1 x 0 e terminou em primeiro no grupo A da Copa do Mundo. Agora espera o segundo colocado do grupo B, que pode ser Coréia do Sul, Nigéria e até Grécia. Já a seleção mexicana vai enfrentar a Argentina, a não ser que o frio na África do Sul chegue ao ponto de nevar.
A partida de hoje começou animada, com as equipes a princípio ignorando a possibilidade de um jogo de compadres pelo empate, o que garantiria de vez a classificação de ambas. Mas aos poucos o Uruguai revelava-se melhor em campo.
Logo aos 5', o zagueiro mexicano Rodriguez falhou bisonhamente e Luís Suárez, sozinho, invadiu pela direita da área e bateu cruzado para fora, quando a melhor opção seria passar para Diego Forlan completar. O veterano Blanco começou jogando (prova talvez de que o México não estivesse tão concentrado para a partida) e aos 6' não alcançou na pequena área perigoso cruzamento da direita. Aos 9', Salcido entrou pela esquerda e centrou rasteiro, mas Lugano pôs a escanteio. Aos 12', Forlan cobrou falta da intermediária no meio de um monte de gente, mas Perez saiu bem.
A partir daí, o Uruguai começou a tomar conta do campo e aos 18' Forlan cobrou escanteio que Victorino cabeceou para fora, sozinho. A melhor chance mexicana veio aos 22', quando Guardado acertou de fora da área um balaço que explodiu no travessão, quicou fora do gol e saiu. Ainda no esforço para equilibrar o jogo, Giovani dos Santos recebeu bem na direita, mas estava de pé trocado e foi desarmado antes de finalizar.
E foi aos 43' que o Uruguai chegou a primeiro gol, com Suárez cabeceando para o chão ótimo centro de Calvani, caído pela direita.
No segundo tempo, o México mostrou sua face de monstro. Já registrei aqui a característica destemida com que os mexicanos enfrentam adversários teoricamente poderosos e de mais tradição. Por outro lado, sempre costuma se enrolar em condições mais simples. Apesar da situação ainda estar longe de ser desesperadora (a África do Sul teria que fazer três gols de diferença sobre a França), o time ficou uma pilha de nervos e passou a ser dominado pelo Uruguai, que poderia ter ampliado.
Aos 8', Perez fez uma grande defesa em cabeçada forte de Lugano. Aos 18', Rodriguez perdeu uma chance incrível de empatar, jogando fora de cabeça cruzamento de Barrera, que entrara pela direita. Após saber do gol de empate da França, o México relaxou, enquanto Uruguai também tirava um pouco o pé do acelerador.
Aos 32', Hernandez agrediu Victorino dentro da área, mas recebeu apenas amarelo. Aos 38', Franco não conseguiu dominar a bola na frente do goleiro Muslera e aos 42' Cavani arriscou de longe e Perez defendeu. No fim o México pressionou em busca do empate, mas nada conseguiu.
Do que vi, Forlan foi mais uma vez destaque na seleção uruguaia e Suárez parece cada vez mais à vontade na Copa. Acho que Uruguai ainda pode pagar caro pelo, digamos, excesso de vontade de Lugano. No México, Perez evitou o pior e o time enervou-se sem razão para isso.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 33: México 0 x 1 Uruguai.
Blog que o jornalista David Telio Duarte utiliza como registro de memórias sobre assuntos de seu interesse, como esporte, política, cinema, escolas de samba ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça.
terça-feira, 22 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 ► Espanha derrota facilmente Honduras, mas economiza no placar
A Espanha não teve a menor dificuldade para derrotar Honduras no mais antigo estádio sul-africano, o tradicional Ellis Park, onde o time de rúgbi nacional conquistou o histórico campeonato mundial de 1995. Melhor dizendo, a Espanha encontrou uma "menor dificuldade", sim: a pontaria de seus jogadores. Assim como na estreia, quando foi batida pela Suíça por 1 x 0, a seleção espanhola desperdiçou um caminhão de chances de gol. Para Honduras, menos mal que não saiu goleada de campo, recompensando em parte o esforço de seus jogadores, que não deixaram de correr e até se adiantar em busca de um golzinho o tempo inteiro.
Sem Iniesta, David Villa jogou aberto pela esquerda, com Fernando Torres entrando no meio e Jesus Navas como autêntico ponta-direita. E bastou a bola rolar para a Espanha começar a criar - e a desperdiçar - oportunidades de gol. Antes do primeiro minuto, David Villa já cruzava com perigo para Torres, com a zaga salvando antes da finalização. Em seguida, num lance confuso, os espanhóis pediram pênalti no toque com a mão na bola de um defensor hondurenho. Até agora não cheguei a uma conclusão, então o juiz japonês Yuichi Nishimura está absolvido por unanimidade - ou seja, meu voto. No ataque seguinte, Torres recebeu na esquerda, mas chutou fraco para Valladares defender. Aos 6', David Villa acertou de fora da área um balaço no travessão. Aos 8', Sérgio Ramos foi empurrado por Mendoza dentro da área, mas o juiz nada marcou. Como foi naquela muvuca, o absolvo novamente. Aos 10', Xavi cruzou da esquerda para Sérgio Ramos sozinho no segundo pau cabecear para fora.
A pressão era total. David Villa jogava fácil pela esquerda, como aos 13', quando cortou para dentro e bateu com muito perigo. Aos 14' Casillas saiu estranho para interceptar um cruzamento de Martinez para Wilson Palacios e deu de joelhos na bola, que caiu nos pés de Suazo, que não aproveitou o gol vazio para finalizar. Logo em seguida, contra-ataque bom hondurenho: Suazo entrou tabelando com Martinez e quase ficou na cara do gol, mas Casillas dessa vez saiu bem e salvou.
Apesar desses raros ataques de Honduras, o gol espanhol era questão de tempo - ou questão de acertar o pé. E ele saiu aos 17', um golaço: David Villa foi mais uma vez acionado na esquerda, partiu para cima da marcação, passou entre Guevara e Mendoza, invadiu a área, driblou Chavez para dentro e bateu cruzado no ângulo superior esquerdo de Valladares.
Daí para frente, a Espanha só fez desperdiçar novas chances, como aos 23', quando Navas driblou seu marcador e centrou para Xavi furar a cabeçada. Visivelmente fora de forma, Fernando Torres perdeu duas oportunidades consecutivas, aos 32' e aos 33'. Na primeira, Sérgio Ramos deu um drible da vaca em seu marcador e cruzou para Torres cabecear muito mal para o chão, quando estava na cara do gol. Na sequência, Valladares saiu errado, Torres recuperou a bola e chutou por cima, novamente livre para marcar.
A única coisa que se alterou no segundo tempo foi a baliza na qual a Espanha continuaria a perder gols. Mas logo aos 5' a Fúria conseguiria ampliar o placar. Em um rápido contra-ataque, David Villa armou a jogada para Navas na direita e pediu de volta, na altura da meia-lua, de onde bateu forte. A bola desviou na zaga e entrou sem chance de defesa para Valladares. Logo no reinício de jogo, Sérgio Ramos avançou livre pelo meio e chutou forte da entrada da área, com a bola saindo à esquerda do gol. Aos 15', Navas invadiu a área e foi derrubado por Izaguirre. Pênalti que David Villa cobrou rasteiro no canto esquerdo de Valladares, que caiu para o lado oposto. Mas a bola foi fora, tirando tinta do poste direito.
Aos 19', a única chance realmente boa de gol para os hondurenhos sequer foi bem finalizada, porque Suazo matou um ataque de quatro contra três cortando para a perna esquerda e chutando para fora, quando a melhor opção teria sido enfiar para alguns de seus colegas que se deslocavam à frente. Fábregas entrou no lugar de Xavi aos 20' e aos 20' mesmo perdeu um gol feito, ao receber na área , driblar o goleiro e chutar para a meta, mas Chávez salvou para escanteio.
A Espanha tirou um pouco o pé, mas não deixou de perder gols. Aos 41' David Villa ainda desperdiçou mais uma chance incrível, após nova investida pela direita de Jesus Navas. O ponta deixou o artilheiro do jogo na cara do gol, mas Villa demorou a chutar e Mendoza foi quem salvou desta vez.
David Villa seria meu maior destaque espanhol. Jogou muito bem, principalmente na primeira etapa, mas perdeu a chance de sair de campo como o maior artilheiro da seleção espanhola de todos os tempos. Ele está a quatro gols de Raul e com certeza teve ótimas chances de alcançar essa marca nesta partida mesmo. Assim, ele cai para o segundo posto, deixando a honra de melhor em campo para Jesus Navas, que cansou de criar jogadas de gol para seus companheiros, do início ao fim do jogo. O lateral Sérgio Ramos também teve atuação destacada, chegando várias vezes ao ataque em condições de finalizar com perigo.
Honduras até tentou sair mais para o jogo na segunda etapa, em busca ao menos de um golzinho de honra, mas suas limitações só fizeram dar espaços para a Espanha contra-atacar. Em minha opinião, o zagueiro Figueroa foi o melhor da defesa e o bom goleiro Valladares foi bastante seguro em suas intervenções, apesar de não ter sido tão exigido quanto o volume de jogo adversário faz supor. O que prova que a seleção espanhola bem merecia ouvir aquele grito histérico do torcedor vindo lá do alto da arquibancada: "Bota o pé na forma!"
Tomara para os espanhóis que esses gols perdidos não façam falta mais adiante.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 32: Espanha 2 x 0 Honduras.
Sem Iniesta, David Villa jogou aberto pela esquerda, com Fernando Torres entrando no meio e Jesus Navas como autêntico ponta-direita. E bastou a bola rolar para a Espanha começar a criar - e a desperdiçar - oportunidades de gol. Antes do primeiro minuto, David Villa já cruzava com perigo para Torres, com a zaga salvando antes da finalização. Em seguida, num lance confuso, os espanhóis pediram pênalti no toque com a mão na bola de um defensor hondurenho. Até agora não cheguei a uma conclusão, então o juiz japonês Yuichi Nishimura está absolvido por unanimidade - ou seja, meu voto. No ataque seguinte, Torres recebeu na esquerda, mas chutou fraco para Valladares defender. Aos 6', David Villa acertou de fora da área um balaço no travessão. Aos 8', Sérgio Ramos foi empurrado por Mendoza dentro da área, mas o juiz nada marcou. Como foi naquela muvuca, o absolvo novamente. Aos 10', Xavi cruzou da esquerda para Sérgio Ramos sozinho no segundo pau cabecear para fora.
A pressão era total. David Villa jogava fácil pela esquerda, como aos 13', quando cortou para dentro e bateu com muito perigo. Aos 14' Casillas saiu estranho para interceptar um cruzamento de Martinez para Wilson Palacios e deu de joelhos na bola, que caiu nos pés de Suazo, que não aproveitou o gol vazio para finalizar. Logo em seguida, contra-ataque bom hondurenho: Suazo entrou tabelando com Martinez e quase ficou na cara do gol, mas Casillas dessa vez saiu bem e salvou.
Apesar desses raros ataques de Honduras, o gol espanhol era questão de tempo - ou questão de acertar o pé. E ele saiu aos 17', um golaço: David Villa foi mais uma vez acionado na esquerda, partiu para cima da marcação, passou entre Guevara e Mendoza, invadiu a área, driblou Chavez para dentro e bateu cruzado no ângulo superior esquerdo de Valladares.
Daí para frente, a Espanha só fez desperdiçar novas chances, como aos 23', quando Navas driblou seu marcador e centrou para Xavi furar a cabeçada. Visivelmente fora de forma, Fernando Torres perdeu duas oportunidades consecutivas, aos 32' e aos 33'. Na primeira, Sérgio Ramos deu um drible da vaca em seu marcador e cruzou para Torres cabecear muito mal para o chão, quando estava na cara do gol. Na sequência, Valladares saiu errado, Torres recuperou a bola e chutou por cima, novamente livre para marcar.
A única coisa que se alterou no segundo tempo foi a baliza na qual a Espanha continuaria a perder gols. Mas logo aos 5' a Fúria conseguiria ampliar o placar. Em um rápido contra-ataque, David Villa armou a jogada para Navas na direita e pediu de volta, na altura da meia-lua, de onde bateu forte. A bola desviou na zaga e entrou sem chance de defesa para Valladares. Logo no reinício de jogo, Sérgio Ramos avançou livre pelo meio e chutou forte da entrada da área, com a bola saindo à esquerda do gol. Aos 15', Navas invadiu a área e foi derrubado por Izaguirre. Pênalti que David Villa cobrou rasteiro no canto esquerdo de Valladares, que caiu para o lado oposto. Mas a bola foi fora, tirando tinta do poste direito.
Aos 19', a única chance realmente boa de gol para os hondurenhos sequer foi bem finalizada, porque Suazo matou um ataque de quatro contra três cortando para a perna esquerda e chutando para fora, quando a melhor opção teria sido enfiar para alguns de seus colegas que se deslocavam à frente. Fábregas entrou no lugar de Xavi aos 20' e aos 20' mesmo perdeu um gol feito, ao receber na área , driblar o goleiro e chutar para a meta, mas Chávez salvou para escanteio.
A Espanha tirou um pouco o pé, mas não deixou de perder gols. Aos 41' David Villa ainda desperdiçou mais uma chance incrível, após nova investida pela direita de Jesus Navas. O ponta deixou o artilheiro do jogo na cara do gol, mas Villa demorou a chutar e Mendoza foi quem salvou desta vez.
David Villa seria meu maior destaque espanhol. Jogou muito bem, principalmente na primeira etapa, mas perdeu a chance de sair de campo como o maior artilheiro da seleção espanhola de todos os tempos. Ele está a quatro gols de Raul e com certeza teve ótimas chances de alcançar essa marca nesta partida mesmo. Assim, ele cai para o segundo posto, deixando a honra de melhor em campo para Jesus Navas, que cansou de criar jogadas de gol para seus companheiros, do início ao fim do jogo. O lateral Sérgio Ramos também teve atuação destacada, chegando várias vezes ao ataque em condições de finalizar com perigo.
Honduras até tentou sair mais para o jogo na segunda etapa, em busca ao menos de um golzinho de honra, mas suas limitações só fizeram dar espaços para a Espanha contra-atacar. Em minha opinião, o zagueiro Figueroa foi o melhor da defesa e o bom goleiro Valladares foi bastante seguro em suas intervenções, apesar de não ter sido tão exigido quanto o volume de jogo adversário faz supor. O que prova que a seleção espanhola bem merecia ouvir aquele grito histérico do torcedor vindo lá do alto da arquibancada: "Bota o pé na forma!"
Tomara para os espanhóis que esses gols perdidos não façam falta mais adiante.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 32: Espanha 2 x 0 Honduras.
COPA DO MUNDO 2010 ► Arbitragem erra e Chile fura ferrolho da Suíça
No primeiro minuto de jogo, o péssimo árbitro saudita Khalil Al Ghamdi amarelou Suazo após uma dividida dura com o adversário, mas sem sequer acertá-lo, um lance que passaria batido pela grande maioria dos árbitros trabalhando na África do Sul. Sinal de que ele estava em grande forma para estragar mais um jogo, como já o fizera na vitória do México contra a França.
No Chile, Suazo voltava de contusão, com Valdívia sendo sacado. Com Beausejour aberto na esquerda e Sanchez na direita, o time tentaria furar um previsível ferrolho suíço que tentaria quebrar o recorde de partidas sem sofrer gols em Copas do Mundo. E o tom do jogo era esse: Chile atacando, Suíça defendendo. Quer dizer, o tom seria esse se o jogo pudesse ser jogado, porque Khalil Al Ghamdi truncava muito a partida, muitas faltinhas brasileiras, cartões exagerados, critérios diferenciados... Tudo coisa de juiz que não tem pulso e que não sabe se impor, além de ser ruim tecnicamente.
Quando os jogadores podiam jogar... Aos 10, Vidal bateu forte da meia-esquerda e Benaglio espalmou para fora da área, de onde Carmona encheu o pé, para mais uma grande defesa do goleiro suíço. No minuto seguinte, Suazo, completamente sem ritmo de jogo, furou dentro da área após bom passe de Sanchez.
Entre um pontapé aqui, uma falta inventada ali, o bandeira que acompanhava o ataque chileno perpetrou a façanha de assinalar impedimento de Suazo em uma bola recuada por um jogador suíço. Enfim, sigamos...
Só aos 27' a Suíça chegou com período e graças a uma bola mal atrasada que fez o goleiro Bravo sair aos pés de Nkufo. Aos 27', atabalhoadamente o meia Behrami protegeu-se numa jogada na lateral, primeiro com a mão esquerda no rosto de Beausejour, depois na cara de Vidal, que fez aquele teatro básico e conseguiu o que queria: a expulsão do adversário.
Com um a mais, o Chile partiu para o abafa, mas sem conseguir chegar em boas condições de marcar. As melhores jogadas saíam dos pés de Beausejour pela esquerda, que chegava ao fundo e centrava perigosamente, como aos 38', quando Suazo cabeceou por cima, aos 39', com Sanchez matando no peito e chutando para a defesa de Benaglio, e aos 45', com Suazo batendo fraco na direita da área.
No segundo tempo, o Chile voltou com Valdívia no lugar de Suazo e Mark Gonzalez no de Vidal. As alterações deram maior movimentação ao ataque, mas as chances de gol rareavam. Valdívia corria e driblava (caía também, como sempre), mas sem objetividade e o time ressentia-se da má atuação do lateral Islas, que foi muito bem contra Honduras. Como a Suíça deu uma fechada nos caminhos de Beausejour, o recurso passou a ser jogar bola alta na área, o que tornava mais fácil o trabalho da defesa adversária.
Aos 22', a Suíça quebrou oficialmente o recorde de tempo sem sofrer gol em jogos de Copa do Mundo, chegando a 551 minutos (os quatro últimos minutos de 1994, todos os quatro jogos da Copa de 2006 e o restante desta Copa), superando os 550 minutos alcançados pela Itália entre 1986 e 1990.
O Chile seguia dominando o jogo, mas era um domínio absolutamente estéril, tanto que Benaglio praticamente não trabalhava. Isso seguiu até os 30', quando Valdívia fez bom lançamento na diagonal para o canhoto Paredes, que entrou rasgando para direita, driblou o goleiro e da linha de fundo, sem ângulo para chutar, colocou na cabeça de Gonzalez, que fechava pelo lado esquerdo da área. Gonzalez cabeceou para o chão e venceu o zagueiro Lichtsteiner, que cobria a ausência do goleiro. Só que Paredes estava adiantado no momento do passe de Valdívia e esse erro da arbitragem acabou decidindo o jogo. Não era um lance difícil para o bandeira.
Com a Suíça partindo em busca do empate, o Chile teve algumas ótimas chances de melhorar seu saldo de gols, critério que pode decidir a classificação do grupo. Aos 38', Gonzalez deixou Paredes sozinho com o goleiro, mas ele chutou por cima. Aos 44', Paredes tornou a desperdiçar grande oportunidade, ao invadir pela direita, driblar para dentro e bater forte para fora.
Como quem não marca, leva e não está morto quem peleia, no último minuto, a Suíça entrou tabelando na área chilena, Barnetta rolou meio de calcanhar, meio de letra, e Derdiyok, na altura da marca do pênalti, perdeu um gol daqueles chamados feitos, chutando rasteirinho, sem muita convicção, à direita de Bravo, que só fez o golpe de vista. Valdívia ainda arranjou tempo de receber aquele amarelo básico por simular um pênalti e mais não aconteceu.
O destaque no Chile, para mim, foi a estrela do treinador Marcelo Bielsa. Na jogada do gol, participaram Valdívia, Paredes e Gonzalez, os três jogadores que ele colocou em campo durante a partida. E eles foram bem além do lance do gol. Mas Valdívia continua caindo demais e Paredes perdeu ao menos dois gols fáceis. Beausejour foi muito bom na fase inicial e foi mais marcado no segundo tempo. Sanchez batalhou muito o jogo todo e merecia até ter marcado um gol - um gol legal, porque o que marcou foi corretamente anulado. Além de Islas, Fernandez também não repetiu a boa atuação da estreia.
Na Suíça, apesar de toda a pressão, o ótimo goleiro Benaglio pouco trabalhou, mas foi bem sempre que exigido. A defesa se destacou como um bloco quase intransponível, até o bandeira errar. O lateral da Lazio Lichtsteiner foi o melhor dos defensores. Não entendi a saída de Barnetta, que só entrou quando o time ficou em desvantagem numérica. O meio-campista do Bayer Leverkusen é forte na marcação e consegue chegar na frente para reforçar o ataque, como no lance que quase deu o empate ao seu time no fim da partida.
Segue o link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 31: Chile 1 x 0 Suíça.
No Chile, Suazo voltava de contusão, com Valdívia sendo sacado. Com Beausejour aberto na esquerda e Sanchez na direita, o time tentaria furar um previsível ferrolho suíço que tentaria quebrar o recorde de partidas sem sofrer gols em Copas do Mundo. E o tom do jogo era esse: Chile atacando, Suíça defendendo. Quer dizer, o tom seria esse se o jogo pudesse ser jogado, porque Khalil Al Ghamdi truncava muito a partida, muitas faltinhas brasileiras, cartões exagerados, critérios diferenciados... Tudo coisa de juiz que não tem pulso e que não sabe se impor, além de ser ruim tecnicamente.
Quando os jogadores podiam jogar... Aos 10, Vidal bateu forte da meia-esquerda e Benaglio espalmou para fora da área, de onde Carmona encheu o pé, para mais uma grande defesa do goleiro suíço. No minuto seguinte, Suazo, completamente sem ritmo de jogo, furou dentro da área após bom passe de Sanchez.
Entre um pontapé aqui, uma falta inventada ali, o bandeira que acompanhava o ataque chileno perpetrou a façanha de assinalar impedimento de Suazo em uma bola recuada por um jogador suíço. Enfim, sigamos...
Só aos 27' a Suíça chegou com período e graças a uma bola mal atrasada que fez o goleiro Bravo sair aos pés de Nkufo. Aos 27', atabalhoadamente o meia Behrami protegeu-se numa jogada na lateral, primeiro com a mão esquerda no rosto de Beausejour, depois na cara de Vidal, que fez aquele teatro básico e conseguiu o que queria: a expulsão do adversário.
Com um a mais, o Chile partiu para o abafa, mas sem conseguir chegar em boas condições de marcar. As melhores jogadas saíam dos pés de Beausejour pela esquerda, que chegava ao fundo e centrava perigosamente, como aos 38', quando Suazo cabeceou por cima, aos 39', com Sanchez matando no peito e chutando para a defesa de Benaglio, e aos 45', com Suazo batendo fraco na direita da área.
No segundo tempo, o Chile voltou com Valdívia no lugar de Suazo e Mark Gonzalez no de Vidal. As alterações deram maior movimentação ao ataque, mas as chances de gol rareavam. Valdívia corria e driblava (caía também, como sempre), mas sem objetividade e o time ressentia-se da má atuação do lateral Islas, que foi muito bem contra Honduras. Como a Suíça deu uma fechada nos caminhos de Beausejour, o recurso passou a ser jogar bola alta na área, o que tornava mais fácil o trabalho da defesa adversária.
Aos 22', a Suíça quebrou oficialmente o recorde de tempo sem sofrer gol em jogos de Copa do Mundo, chegando a 551 minutos (os quatro últimos minutos de 1994, todos os quatro jogos da Copa de 2006 e o restante desta Copa), superando os 550 minutos alcançados pela Itália entre 1986 e 1990.
O Chile seguia dominando o jogo, mas era um domínio absolutamente estéril, tanto que Benaglio praticamente não trabalhava. Isso seguiu até os 30', quando Valdívia fez bom lançamento na diagonal para o canhoto Paredes, que entrou rasgando para direita, driblou o goleiro e da linha de fundo, sem ângulo para chutar, colocou na cabeça de Gonzalez, que fechava pelo lado esquerdo da área. Gonzalez cabeceou para o chão e venceu o zagueiro Lichtsteiner, que cobria a ausência do goleiro. Só que Paredes estava adiantado no momento do passe de Valdívia e esse erro da arbitragem acabou decidindo o jogo. Não era um lance difícil para o bandeira.
Com a Suíça partindo em busca do empate, o Chile teve algumas ótimas chances de melhorar seu saldo de gols, critério que pode decidir a classificação do grupo. Aos 38', Gonzalez deixou Paredes sozinho com o goleiro, mas ele chutou por cima. Aos 44', Paredes tornou a desperdiçar grande oportunidade, ao invadir pela direita, driblar para dentro e bater forte para fora.
Como quem não marca, leva e não está morto quem peleia, no último minuto, a Suíça entrou tabelando na área chilena, Barnetta rolou meio de calcanhar, meio de letra, e Derdiyok, na altura da marca do pênalti, perdeu um gol daqueles chamados feitos, chutando rasteirinho, sem muita convicção, à direita de Bravo, que só fez o golpe de vista. Valdívia ainda arranjou tempo de receber aquele amarelo básico por simular um pênalti e mais não aconteceu.
O destaque no Chile, para mim, foi a estrela do treinador Marcelo Bielsa. Na jogada do gol, participaram Valdívia, Paredes e Gonzalez, os três jogadores que ele colocou em campo durante a partida. E eles foram bem além do lance do gol. Mas Valdívia continua caindo demais e Paredes perdeu ao menos dois gols fáceis. Beausejour foi muito bom na fase inicial e foi mais marcado no segundo tempo. Sanchez batalhou muito o jogo todo e merecia até ter marcado um gol - um gol legal, porque o que marcou foi corretamente anulado. Além de Islas, Fernandez também não repetiu a boa atuação da estreia.
Na Suíça, apesar de toda a pressão, o ótimo goleiro Benaglio pouco trabalhou, mas foi bem sempre que exigido. A defesa se destacou como um bloco quase intransponível, até o bandeira errar. O lateral da Lazio Lichtsteiner foi o melhor dos defensores. Não entendi a saída de Barnetta, que só entrou quando o time ficou em desvantagem numérica. O meio-campista do Bayer Leverkusen é forte na marcação e consegue chegar na frente para reforçar o ataque, como no lance que quase deu o empate ao seu time no fim da partida.
Segue o link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 31: Chile 1 x 0 Suíça.
COPA DO MUNDO 2010 ► Portugal massacra Coreia do Norte e está praticamente classificada para as oitavas de final
Na última partida da Copa do Mundo 2010 no nosso horário de 8h30min (13h30min lá), em Durban, debaixo de muita chuva, Portugal aplicou sobre a Coreia do Norte uma das maiores goleadas da história das Copas e ficou muito próximo da próxima fase. Para perder a vaga, precisa ser derrotado pelo Brasil e a Costa do marfim precisa vencer os norte-coreanos por oito gols de diferença, em caso de derrota portuguesa pela diferença mínima. No caso de vitória do Brasil, Portugal termina em primeiro lugar no grupo.
Ao contrário da partida contra o Brasil, a seleção asiática entrou jogando aberto em busca do gol. Por um momento (uns 30 minutos), os portugueses meio que se surpreenderam com essa postura, pois mesmo desperdiçando chances, viam a meta de Eduardo ser ameaçada algumas vezes.
Para mim, era tudo questão de quem marcasse primeiro, porque um jogo de futebol vive muito de circunstâncias. Será que se a Nova Zelândia não marcasse logo no início, em seu primeiro ataque, a Itália teria uma atuação tão desestruturada tática, técnica e, principalmente, emocionalmente?
Por isso até imagino qual poderia ter sido a ideia do treinador da Coreia do Norte: arriscar sair na frente e depois cair naquela compacta retranca que quase empacou a seleção brasileira, jogando em cima de um possível nervosismo português. Assim teria chance de conseguir um bom resultado e até lutar pela classificação. O problema, ao meu ver, é que o time pareceu não saber como agir após o primeiro gol de Portugal. Ingenuamente seguiu atacando, só que com as pernas mais cansadas, o que abriu verdadeiros latifúndios para contra-ataques que acabaram se revelando mortais, especialmente no segundo-tempo. Faltou um sensato toque de recuar.
Até o gol de Raul Meireles, aos 29' da primeira etapa, os norte-coreanos tiveram suas chances. Por exemplo, aos 10', o lateral Cha Jong Hyok quase acertou o ângulo superiro esquerdo de Eduardo, chutando de fora da área. Aos 13', após uma boa tabela, Jong Tae Se não dominou quando estava livre à frente do gol. Aos 17', Tae Se lançou na direita o capitão Hong Yong Jo, que soltou uma bomba que Eduardo rebateu para frente e a bola ainda foi cabeceada por cima. Aos 20' foi a vez de An Yong Hak bater rasteiro de perna esquerda, assustando o goleiro português. Três minutos depois foi o lateral esquerdo Kwang Chon que cortou para a perna direita e chutou com perigo. Bom número para um time limitado e bem mais fraco que o adversário.
Aos 28', um lance que poderia ter feito valer a estratégia norte-coreana. Yong Jo tabelou e recebeu dentro da área na direita do ataque. Um zagueiro português já chegava atrasado e derrubando o adversário, quando o bandeira assinalou um impedimento absolutamente inexistente. Havia três defensores dando condição de jogo. Cobrada a infração, Tiago enfiou uma bola simplesmente maravilhosa entre os zagueiros para Simão Sabrosa bater de primeira e marcar. Aí acabou o jogo. Daí até o fim do primeiro tempo Portugal já podia ter ampliado. Ficou para depois do intervalo.
Antes do gol, claro, Portugal também tinha desperdiçado boas chances, tanto que logo aos 2' Ricardo Carvalho cabeceou no travessão, após cobrança de escanteio e péssima saída do goleiro Myonge Guk. Sem Deco, machucado, Carlos Queiroz fez o meio com Pedro Mendes, Raul Meireles e Tiago, optando ainda por Miguel na lateral direita e sacando Liedson para a entrada de Hugo Almeida Com Cristiano Ronaldo apagado (só apareceu depois que a porteira coreana estava arrombada), as melhores jogadas do time saíam dos pés do lateral esquerdo Fabio Coentrão, que chegou várias vezes à linha de fundo, como aos 25', quando foi driblando como verdadeiro ponta até o fundo e cruzou para a zaga salvar antes da conclusão de Almeida. Jogada que repetiu aos 43', com a bola cruzando toda a pequena área sem ninguém completar para o gol. Pela direita, Simão também levava perigo, como aos 44', quando entrou driblando e centrou com muito perigo.
No segundo tempo, só vale recordar os gols, que já foram muitos, senão o post não termina. Aos 8', Raul Almeida tabelou com Almeida e deixou Simão livre para marcar. Aos 11', Coentrão escapou pela esquerda e colocou a bola na cabeça de Almeida: 3 x 0. Aos 15', contra-ataque rápido pela esquerda, Ronaldo avançou e recuou a bola para Tiago chapar para a rede. Aí Portugal deu uma respirada para um último arranque nos minutos finais. Aos 36', Duda mandou para a área, o zagueiro furou e Liedson fuzilou de primeira: 5 x 0. Aos 42', finalmente Ronaldo deixou o seu, após uma saída de bola da defesa que o deixou sozinho com o goleiro. E, finalmente, aos 44' Tiago cabeceou para dar números finais ao placar, completando cruzamento mais uma boa jogada de Coentrão: 7 x 0.
Na Coreia do Norte, enquanto o time conseguiu jogar, apareceu bem o capitão Hong Yong Jo. Alguns números interessantes: apesar do massacre e das 26 finalizações portuguesas, a Coreia ainda conseguiu chutar 15 bolas para o gol adversário. No primeiro tempo, os norte-coreanos não fizeram uma falta sequer, cometendo a primeira infração apenas aos 13' da fase final. No total, foram apenas três faltas, contra 18 cometidas pelos jogadores de Portugal. Foi um desastre, mas não uma humilhação, como alguns veículos de imprensa gostam de "manchetar", sempre à busca de sensacionalismo barato. Humilhação é mentir, vilipendiar, conspirar e outros verbos deprimentes que, infelizmente, são recorrentes na história da imprensa brasileira.
Na seleção de Portugal, o melhor foi o lateral esquerdo Fabio Coentrão, bem desde o início e chegando várias vezes à linha de fundo, participando ativamente da goleada. Tiago também teve muita boa atuação, Meireles se apresentou bem para as jogadas ofensivas e Simão tentou o tempo inteiro. Os demais cumpriram seu papel, aparecendo mais à medida que o jogo ficava mais fácil, como Cristiano Ronaldo.
Mas o melhor no estádio, mesmo, foi Eusébio, o lendário centroavante que tantas alegrias deu aos portugueses, um fenômeno de verdade, que assistiu feliz à goleada lusa.
Segue o link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 30: Portugal 7 x 0 Coreia do Norte.
Ao contrário da partida contra o Brasil, a seleção asiática entrou jogando aberto em busca do gol. Por um momento (uns 30 minutos), os portugueses meio que se surpreenderam com essa postura, pois mesmo desperdiçando chances, viam a meta de Eduardo ser ameaçada algumas vezes.
Para mim, era tudo questão de quem marcasse primeiro, porque um jogo de futebol vive muito de circunstâncias. Será que se a Nova Zelândia não marcasse logo no início, em seu primeiro ataque, a Itália teria uma atuação tão desestruturada tática, técnica e, principalmente, emocionalmente?
Por isso até imagino qual poderia ter sido a ideia do treinador da Coreia do Norte: arriscar sair na frente e depois cair naquela compacta retranca que quase empacou a seleção brasileira, jogando em cima de um possível nervosismo português. Assim teria chance de conseguir um bom resultado e até lutar pela classificação. O problema, ao meu ver, é que o time pareceu não saber como agir após o primeiro gol de Portugal. Ingenuamente seguiu atacando, só que com as pernas mais cansadas, o que abriu verdadeiros latifúndios para contra-ataques que acabaram se revelando mortais, especialmente no segundo-tempo. Faltou um sensato toque de recuar.
Até o gol de Raul Meireles, aos 29' da primeira etapa, os norte-coreanos tiveram suas chances. Por exemplo, aos 10', o lateral Cha Jong Hyok quase acertou o ângulo superiro esquerdo de Eduardo, chutando de fora da área. Aos 13', após uma boa tabela, Jong Tae Se não dominou quando estava livre à frente do gol. Aos 17', Tae Se lançou na direita o capitão Hong Yong Jo, que soltou uma bomba que Eduardo rebateu para frente e a bola ainda foi cabeceada por cima. Aos 20' foi a vez de An Yong Hak bater rasteiro de perna esquerda, assustando o goleiro português. Três minutos depois foi o lateral esquerdo Kwang Chon que cortou para a perna direita e chutou com perigo. Bom número para um time limitado e bem mais fraco que o adversário.
Aos 28', um lance que poderia ter feito valer a estratégia norte-coreana. Yong Jo tabelou e recebeu dentro da área na direita do ataque. Um zagueiro português já chegava atrasado e derrubando o adversário, quando o bandeira assinalou um impedimento absolutamente inexistente. Havia três defensores dando condição de jogo. Cobrada a infração, Tiago enfiou uma bola simplesmente maravilhosa entre os zagueiros para Simão Sabrosa bater de primeira e marcar. Aí acabou o jogo. Daí até o fim do primeiro tempo Portugal já podia ter ampliado. Ficou para depois do intervalo.
Antes do gol, claro, Portugal também tinha desperdiçado boas chances, tanto que logo aos 2' Ricardo Carvalho cabeceou no travessão, após cobrança de escanteio e péssima saída do goleiro Myonge Guk. Sem Deco, machucado, Carlos Queiroz fez o meio com Pedro Mendes, Raul Meireles e Tiago, optando ainda por Miguel na lateral direita e sacando Liedson para a entrada de Hugo Almeida Com Cristiano Ronaldo apagado (só apareceu depois que a porteira coreana estava arrombada), as melhores jogadas do time saíam dos pés do lateral esquerdo Fabio Coentrão, que chegou várias vezes à linha de fundo, como aos 25', quando foi driblando como verdadeiro ponta até o fundo e cruzou para a zaga salvar antes da conclusão de Almeida. Jogada que repetiu aos 43', com a bola cruzando toda a pequena área sem ninguém completar para o gol. Pela direita, Simão também levava perigo, como aos 44', quando entrou driblando e centrou com muito perigo.
No segundo tempo, só vale recordar os gols, que já foram muitos, senão o post não termina. Aos 8', Raul Almeida tabelou com Almeida e deixou Simão livre para marcar. Aos 11', Coentrão escapou pela esquerda e colocou a bola na cabeça de Almeida: 3 x 0. Aos 15', contra-ataque rápido pela esquerda, Ronaldo avançou e recuou a bola para Tiago chapar para a rede. Aí Portugal deu uma respirada para um último arranque nos minutos finais. Aos 36', Duda mandou para a área, o zagueiro furou e Liedson fuzilou de primeira: 5 x 0. Aos 42', finalmente Ronaldo deixou o seu, após uma saída de bola da defesa que o deixou sozinho com o goleiro. E, finalmente, aos 44' Tiago cabeceou para dar números finais ao placar, completando cruzamento mais uma boa jogada de Coentrão: 7 x 0.
Na Coreia do Norte, enquanto o time conseguiu jogar, apareceu bem o capitão Hong Yong Jo. Alguns números interessantes: apesar do massacre e das 26 finalizações portuguesas, a Coreia ainda conseguiu chutar 15 bolas para o gol adversário. No primeiro tempo, os norte-coreanos não fizeram uma falta sequer, cometendo a primeira infração apenas aos 13' da fase final. No total, foram apenas três faltas, contra 18 cometidas pelos jogadores de Portugal. Foi um desastre, mas não uma humilhação, como alguns veículos de imprensa gostam de "manchetar", sempre à busca de sensacionalismo barato. Humilhação é mentir, vilipendiar, conspirar e outros verbos deprimentes que, infelizmente, são recorrentes na história da imprensa brasileira.
Na seleção de Portugal, o melhor foi o lateral esquerdo Fabio Coentrão, bem desde o início e chegando várias vezes à linha de fundo, participando ativamente da goleada. Tiago também teve muita boa atuação, Meireles se apresentou bem para as jogadas ofensivas e Simão tentou o tempo inteiro. Os demais cumpriram seu papel, aparecendo mais à medida que o jogo ficava mais fácil, como Cristiano Ronaldo.
Mas o melhor no estádio, mesmo, foi Eusébio, o lendário centroavante que tantas alegrias deu aos portugueses, um fenômeno de verdade, que assistiu feliz à goleada lusa.
Segue o link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 30: Portugal 7 x 0 Coreia do Norte.
domingo, 20 de junho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 ► Brasil vence bem Costa do Marfim em jogo atrapalhado por árbitro horroroso
Que a seleção de futebol francesa anda mal das pernas, até o Papa sabe. Mas pior é saber que a participação ruim do país na Copa se estende também aos homens de preto – no caso de hoje, de preto e vermelho. O péssimo trio de arbitragem formado pelo horrível juiz Stephane Lannoy e os bandeiras Eric Dansault e Laurent Ugo fez de tudo para acabar com o jogo em que o Brasil derrotou com justiça a Costa do Marfim por 3 x 1 e se garantiu nas oitavas de final da competição.
Com menos de 1’ de bola rolando, Robinho chutou de longe e quase surpreendeu o goleiro Barry. Mas as esperanças de quem esperava um jogo aberto e repleto de lances de perigo logo teve que tirar o cavalinho da chuva.
Tendo o empate como um bom resultado, Costa do Marfim optava por tocar a bola com lentidão, sem ameaçar a seleção brasileira, pois irremediavelmente errava os passes à medida que avançava. Mas, curiosamente, apesar de recuada, Costa do Marfim não estava retrancada e cautelosa da mesma forma como se apresentou contra Portugal, quando não abria espaços em seu campo para as ações do adversário. E o decorrer do jogo iria provar isso.
Já o Brasil, apesar da necessidade de vitória para não se complicar na tabela de classificação, preferiu jogar dentro da sua zona de conforto, esperando a Costa do Marfim, sem partir para cima, até porque não tem muitos recursos para isso. Seu forte são as escapadas rápidas na recuperação de bola na defesa. E foi nisso que apostou.
Assim, o jogo deu aquela enroscada básica que tanto tem caracterizado diversas partidas nesta Copa do Mundo. Era preciso acontecer algo. E aconteceu pelos pés de Kaká. Eu costumo dizer em relação a Kaká e a seleção de Dunga que “alguma coisa” que Kaká faça já é melhor que “coisa inteira e o tempo todo” do resto do time. Neste jogo, Kaká fez duas “alguma coisa”. A primeira, aos 25’, quando, com um toque sutil e preciso, deixou Luís Fabiano na acara do gol. Mesmo sem um ângulo dos melhores, o centroavante enfiou o pé e abriu o placar. Esperava-se que a Costa do Marfim saísse atrás do empate, mas ainda não foi nesse instante e nada de relevante aconteceu até o intervalo.
Na volta para o segundo tempo, sim, Costa do Marfim parecia postada mais à frente, mas antes que pudesse ameaçar o gol de Júlio Cesar, Kaká fez sua segunda “alguma coisa” na partida: recebeu na esquerda, foi no fundo e apenas rolou a bola para Elano concluir no meio da área e ampliar. Ainda entorpecida pela recente vantagem, a defesa brasileira (leia-se Maicon e Lúcio) bobeou e Didier Drogba conseguiu cabecear com grande perigo, rente à trave esquerda de Júlio Cesar, após levantamento de bola vindo da direita.
Passado o susto, aí, sim, o jogo ficou à feição da seleção brasileira, que recuava e aproveitava os espaços abertos para contra-atacar com perigo. Como aos 16’, quando Kaká finalizou forte, de dentro da área, para boa defesa de Barry. No minuto seguinte, Luís Fabiano faria o gol que selaria o destino da partida, um golaço para muitos (também para mim), possivelmente um gol com as mãos de Deus, na interpretação “maradonista” da coisa. O centroavante entrou pela direita da área, ganhou no corpo de Tiené amortecendo a bola alta na mão esquerda, deu um balão em Zokora, outro em Kolo Touré, usando o antebraço direito para dominar, e fuzilou o goleiro Barry. Um golaço, mas inteiramente irregular, sem que o juiz e o bandeira daquele lado vissem alguma coisa – ou viram, mas preferiram “não ver”. Segundo Paulo Andrade, jornalista da ESPN Brasil que assistia ao jogo do alto da arquibancada, o bandeira não correu imediatamente para o meio, como de praxe. Aguardou o juiz, o juiz virou-se para o meio e só então, uns 20”, 30” depois, ele também correu para a linha divisória do gramado. Quanto ao senhor Lannoy, há um flagrante da TV que mostra o árbitro supostamente perguntando a Luís Fabiano se ele tinha usado a mão. O artilheiro jurou que não e o juizão saiu rindo. Caramba, isso me lembra de tanta coisa que já vi no futebol... Mas aqui não é o post certo para isso.
Com o 3 x 0, pouco restava à Costa do Marfim fazer. Nervosa, a equipe africana passou a entrar mais duramente nas divididas. Logo depois do terceiro gol, Elano foi deslealmente atingido por Tioné e teve que deixar o campo. Aos 29’, foi a vez de Keita pegar forte Michel Bastos. Pelo menos aqui o juiz aplicou o cartão amarelo. Graças à frouxidão e à falta de pulso e de autoridade de Stephanne Lannoy desde o apito inicial, o jogo ameaçava descambar de vez para a violência.
Com a bola rolando, foi vez da Costa do Marfim marcar, aos 33’. Gervinho levou na corrida quase a defesa inteira brasileira, que só conseguiu se safar graças à intervenção de Juan, que espirrou a bola para o lado. De lá, da esquerda, Gervinho recuou para Yaya Touré, que aproveitou a má colocação de Lúcio e de Felipe Melo para colocar a bola na cabeça de Drogba. Dessa vez o artilheiro não perdoou e cabeceou no canto esquerdo de Júlio Cesar para diminuir o placar.
Esse gol deu uma reaquecida no jogo, o que era um perigo do jeito que atuava a arbitragem. Aos 39’, Kaká levou um cartão amarelo inteiramente infantil ao empurrar o adversário em um lance de bola parada. Um minuto depois, Demel entrou feio em Luís Fabiano e também recebeu o amarelo. Na sequência do lance, Kaká novamente agiu ingenuamente, deixando o cotovelo em Tioté, que corria às suas costas. Confusão generalizada e Kaká é expulso ao receber o segundo cartão amarelo.
A Costa do Marfim ainda tentou alguma coisa, mas já não havia mais tempo. Apenas aos 46’ Júlio Cesar foi obrigado a intervir bem ao cortar um cruzamento de Tiené da direita, já dentro da grande área.
Enfim, não foi um jogo brilhante, mas foi bastante brigado – pena que quase literalmente.
No Brasil, destaque para o artilheiro Luís Fabiano, que fez o que se espera de um centroavante: gols. E dois belos gols. O “alguma coisa” que Kaká jogou nesta partida rendeu dois gols à seleção brasileira, mostrando o quanto necessário ele é nessa equipe e o quanto está acima de seus companheiros. Juan fez mais uma partida muito boa e Elano apareceu bem, inclusive deixando o seu. Destoou na equipe a ingenuidade de Kaká, que levou dois cartões amarelos absolutamente infantis. Lúcio andou se colocando mal e Felipe Melo não podia deixar Drogba livre no lance do gol marfinês.
A Costa do Marfim ficou naquela base do “vou-não vou”: nem fez a retranca que parou Portugal, nem conseguiu sair para ameaçar o Brasil. Assim, foi uma presa previsível, tanto que comentei (modéstia à parte) no intervalo que ele não tinha como virar, seu jogo não encaixava com o da seleção barsileira. O goleiro Barry fez boas intervenções e Drogba é, mesmo fora de sua melhor forma, um atacante diferenciado, tendo seu esforço sido recompensado com o gol que marcou.
Espero não ver mais a figura do senhor Stephanne Lannoy nesta Copa do Mundo. O juiz francês foi duplamente péssimo: péssimo na parte técnica e péssimo na parte disciplinar. Na parte técnica, prejudicou a Costa do Marfim. Na parte disciplinar, prejudicou o Brasil. Ou seja: fez de tudo para estragar o espetáculo. Quase conseguiu.
O melhor da noite no Soccer City? Fácil: Zinedine Zidane, que assistia à partida no estádio. A Copa do Mundo sente muito a falta de um craque como o gênio francês, que além de sofrer vendo o incrível Raymond Domenech acabar com a seleção francesa, ainda paga o mico de presenciar in loco um compatriota de apito na boca manchar mais ainda a história do futebol de seu país na África do Sul.
Segue o link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 29: Brasil 3 x 1 Costa do Marfim.
Com menos de 1’ de bola rolando, Robinho chutou de longe e quase surpreendeu o goleiro Barry. Mas as esperanças de quem esperava um jogo aberto e repleto de lances de perigo logo teve que tirar o cavalinho da chuva.
Tendo o empate como um bom resultado, Costa do Marfim optava por tocar a bola com lentidão, sem ameaçar a seleção brasileira, pois irremediavelmente errava os passes à medida que avançava. Mas, curiosamente, apesar de recuada, Costa do Marfim não estava retrancada e cautelosa da mesma forma como se apresentou contra Portugal, quando não abria espaços em seu campo para as ações do adversário. E o decorrer do jogo iria provar isso.
Já o Brasil, apesar da necessidade de vitória para não se complicar na tabela de classificação, preferiu jogar dentro da sua zona de conforto, esperando a Costa do Marfim, sem partir para cima, até porque não tem muitos recursos para isso. Seu forte são as escapadas rápidas na recuperação de bola na defesa. E foi nisso que apostou.
Assim, o jogo deu aquela enroscada básica que tanto tem caracterizado diversas partidas nesta Copa do Mundo. Era preciso acontecer algo. E aconteceu pelos pés de Kaká. Eu costumo dizer em relação a Kaká e a seleção de Dunga que “alguma coisa” que Kaká faça já é melhor que “coisa inteira e o tempo todo” do resto do time. Neste jogo, Kaká fez duas “alguma coisa”. A primeira, aos 25’, quando, com um toque sutil e preciso, deixou Luís Fabiano na acara do gol. Mesmo sem um ângulo dos melhores, o centroavante enfiou o pé e abriu o placar. Esperava-se que a Costa do Marfim saísse atrás do empate, mas ainda não foi nesse instante e nada de relevante aconteceu até o intervalo.
Na volta para o segundo tempo, sim, Costa do Marfim parecia postada mais à frente, mas antes que pudesse ameaçar o gol de Júlio Cesar, Kaká fez sua segunda “alguma coisa” na partida: recebeu na esquerda, foi no fundo e apenas rolou a bola para Elano concluir no meio da área e ampliar. Ainda entorpecida pela recente vantagem, a defesa brasileira (leia-se Maicon e Lúcio) bobeou e Didier Drogba conseguiu cabecear com grande perigo, rente à trave esquerda de Júlio Cesar, após levantamento de bola vindo da direita.
Passado o susto, aí, sim, o jogo ficou à feição da seleção brasileira, que recuava e aproveitava os espaços abertos para contra-atacar com perigo. Como aos 16’, quando Kaká finalizou forte, de dentro da área, para boa defesa de Barry. No minuto seguinte, Luís Fabiano faria o gol que selaria o destino da partida, um golaço para muitos (também para mim), possivelmente um gol com as mãos de Deus, na interpretação “maradonista” da coisa. O centroavante entrou pela direita da área, ganhou no corpo de Tiené amortecendo a bola alta na mão esquerda, deu um balão em Zokora, outro em Kolo Touré, usando o antebraço direito para dominar, e fuzilou o goleiro Barry. Um golaço, mas inteiramente irregular, sem que o juiz e o bandeira daquele lado vissem alguma coisa – ou viram, mas preferiram “não ver”. Segundo Paulo Andrade, jornalista da ESPN Brasil que assistia ao jogo do alto da arquibancada, o bandeira não correu imediatamente para o meio, como de praxe. Aguardou o juiz, o juiz virou-se para o meio e só então, uns 20”, 30” depois, ele também correu para a linha divisória do gramado. Quanto ao senhor Lannoy, há um flagrante da TV que mostra o árbitro supostamente perguntando a Luís Fabiano se ele tinha usado a mão. O artilheiro jurou que não e o juizão saiu rindo. Caramba, isso me lembra de tanta coisa que já vi no futebol... Mas aqui não é o post certo para isso.
Com o 3 x 0, pouco restava à Costa do Marfim fazer. Nervosa, a equipe africana passou a entrar mais duramente nas divididas. Logo depois do terceiro gol, Elano foi deslealmente atingido por Tioné e teve que deixar o campo. Aos 29’, foi a vez de Keita pegar forte Michel Bastos. Pelo menos aqui o juiz aplicou o cartão amarelo. Graças à frouxidão e à falta de pulso e de autoridade de Stephanne Lannoy desde o apito inicial, o jogo ameaçava descambar de vez para a violência.
Com a bola rolando, foi vez da Costa do Marfim marcar, aos 33’. Gervinho levou na corrida quase a defesa inteira brasileira, que só conseguiu se safar graças à intervenção de Juan, que espirrou a bola para o lado. De lá, da esquerda, Gervinho recuou para Yaya Touré, que aproveitou a má colocação de Lúcio e de Felipe Melo para colocar a bola na cabeça de Drogba. Dessa vez o artilheiro não perdoou e cabeceou no canto esquerdo de Júlio Cesar para diminuir o placar.
Esse gol deu uma reaquecida no jogo, o que era um perigo do jeito que atuava a arbitragem. Aos 39’, Kaká levou um cartão amarelo inteiramente infantil ao empurrar o adversário em um lance de bola parada. Um minuto depois, Demel entrou feio em Luís Fabiano e também recebeu o amarelo. Na sequência do lance, Kaká novamente agiu ingenuamente, deixando o cotovelo em Tioté, que corria às suas costas. Confusão generalizada e Kaká é expulso ao receber o segundo cartão amarelo.
A Costa do Marfim ainda tentou alguma coisa, mas já não havia mais tempo. Apenas aos 46’ Júlio Cesar foi obrigado a intervir bem ao cortar um cruzamento de Tiené da direita, já dentro da grande área.
Enfim, não foi um jogo brilhante, mas foi bastante brigado – pena que quase literalmente.
No Brasil, destaque para o artilheiro Luís Fabiano, que fez o que se espera de um centroavante: gols. E dois belos gols. O “alguma coisa” que Kaká jogou nesta partida rendeu dois gols à seleção brasileira, mostrando o quanto necessário ele é nessa equipe e o quanto está acima de seus companheiros. Juan fez mais uma partida muito boa e Elano apareceu bem, inclusive deixando o seu. Destoou na equipe a ingenuidade de Kaká, que levou dois cartões amarelos absolutamente infantis. Lúcio andou se colocando mal e Felipe Melo não podia deixar Drogba livre no lance do gol marfinês.
A Costa do Marfim ficou naquela base do “vou-não vou”: nem fez a retranca que parou Portugal, nem conseguiu sair para ameaçar o Brasil. Assim, foi uma presa previsível, tanto que comentei (modéstia à parte) no intervalo que ele não tinha como virar, seu jogo não encaixava com o da seleção barsileira. O goleiro Barry fez boas intervenções e Drogba é, mesmo fora de sua melhor forma, um atacante diferenciado, tendo seu esforço sido recompensado com o gol que marcou.
Espero não ver mais a figura do senhor Stephanne Lannoy nesta Copa do Mundo. O juiz francês foi duplamente péssimo: péssimo na parte técnica e péssimo na parte disciplinar. Na parte técnica, prejudicou a Costa do Marfim. Na parte disciplinar, prejudicou o Brasil. Ou seja: fez de tudo para estragar o espetáculo. Quase conseguiu.
O melhor da noite no Soccer City? Fácil: Zinedine Zidane, que assistia à partida no estádio. A Copa do Mundo sente muito a falta de um craque como o gênio francês, que além de sofrer vendo o incrível Raymond Domenech acabar com a seleção francesa, ainda paga o mico de presenciar in loco um compatriota de apito na boca manchar mais ainda a história do futebol de seu país na África do Sul.
Segue o link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 29: Brasil 3 x 1 Costa do Marfim.
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