Foi até fácil. O Boston Celtics começou em marcha lenta e o Los Angeles Lakers entrou atropelando, fechando o garrafão e saindo em velocidade. Resultado: o Lakers fechou o primeiro quarto com 10 pontos de frente e foi o mais perto que o Celtics conseguiu estar no placar até o fim da partida. Daí para frente, a vantagem californiana só aumentou, chegando a 26 pontos e terminado em 22, a maior diferença em um jogo 6 que levou a um decisivo jogo 7 na história das finais da NBA.
Como tem ocorrido em toda a série, esta partida também teve seu toque surpreendente: o banco do Lakers surrou o do Boston por 25 x 13, com o primeiro reserva verde pontuando apenas no final do terceiro período, quando a partida já estava praticamente decidida. E isso fez a diferença, apesar dos titulares amarelos também se saírem muito bem: 64 x 54. Os rebotes foram outro fator decisivo a favor do time da casa, que suplantou o visitante por 52 x 39, uma diferença muito grande em um jogo decisivo.
Kobe Brtyant foi mais uma vez muito bem e desta vez teve importante ajuda, além do banco, de Ron Artest, e Pau Gasol, este com quase um triplo-duplo. Os números dos principais Lakers:
Kobe Bryant – 26 pontos, 11 rebotes , 3 assistências, 4 roubos
Pau Gasol – 17 pontos, 13 rebotes, 9 assistências
Derek Fisher (discretíssimo) – 4 pontos, 2 rebotes e 2 roubos
Andrew Bynum (o joelho só o deixou ficar 16 minutos em quadra) – 2 pontos, 4 rebotes
Lamr Odom – 8 pontos, 10 rebotes, 2 tocos
Sasha Vujacic – 9 pontos
Kevin Garnett, Ray Allen e Paul Pierce não estiveram tão mal, especialmente Allen, que finalmente voltou a acertar bolas de 3, mas foram incapazes de manter o time no jogo. Com a produção que tiveram, precisavam do banco, que só deu as caras com o jogo definido. A rotação do Lakers deixou Rajon Rondo chutar bastante e a tática funcionou: o bom armador acertou apenas 5 de 15 bolas.O Celtics sentiu na pele um pouco da dor que aflige o Lakers, quando o pivô Kendrik Perkins caiu sobre o joelho com apenas sete minutos de jogo e está praticamente fora do jogo decisivo. Bynum, com ele na jogada, lamentou a contusão do adversário, pois sabe muito bem o que ele está passando. Na imagem da TV, inclusive, dá para notar o susto do pivô do Lakers ao ver a queda de Perkins. Números dos principais Celtics:
Paul Pierce - 13 pontos, 4 rebotes, 2 assistências
Rajon Rondo - 10 pontos, 5 rebotes, 6 assistências, 2 roubos
Kevin Garnett – 12 pontos, 6 rebotes, 3 assistências
Ray Allen - 19 pontos, 2 rebotes, 3 assistências
Nate Robinson - 6 pontos, 4 rebotes, 3 assistências
Glen Davis – 9 rebotes, 2 tocos
Rasheed Wallace – 0 pontos (0/7), 3 rebotes
Agora, para o bem de todos e felicidade geral da nação, especialmente do comissário da NBA David Stern e das emissoras de TV, Los Angeles e Boston Celtics, uma das maiores rivalidades de todo o esporte dos EUA, decidem o campeonato no jogo 7 da série, quinta-feira à noite no Staples Center, em Los Angeles. Para o Celtics, uma boa notícia é que nas quatro vezes em que se enfrentaram num jogo 7 (1962, 1966, 1969, 1984), o Celtics venceu. Para o Lakers, o retrospecto de Phil Jackson, que nunca perdeu uma série após vencer o jogo 1.
Sem Perkins, o Celtics terá novamente grandes problemas no garrafão se Bynum conseguir entrar em quadra, pelo tempo que for. O que mais pode acontecer? Não dá para imaginar muito. O que ainda não aconteceu nesta série foi os principais jogadores de ambos os times jogarem bem numa mesma noite. Nem creio que aconteça. Os que porventura estiverem bem decidirão a partida.
Para não ficar em cima do muro, deixo minha opinião. Como sobreviveu ao jogo de ontem, quando uma derrota daria o título ao Celtics, não acredito que o Lakers vá perder a chance de tornar-se bicampeão jogando em casa. Agora é aguardar para ver.
Aí o minimovie da NBA do jogo 6:
Blog que o jornalista David Telio Duarte utiliza como registro de memórias sobre assuntos de seu interesse, como esporte, política, cinema, escolas de samba ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 ► Favorita Espanha perde para o ferrolho suíço na primeira zebra do Mundial
Finalmente um jogo de Copa do Mundo. Fora a emoção da estreia dos anfitriões, nada havia ocorrido nesse sentido até aqui. Mas Espanha e Suíça fizeram um grande duelo ataque x defesa em Durban - e deu zebra (afinal, estamos na África - não resisti): Espanha 0 x 1 Suíça.
Foi uma zebra, porém, com alguns detalhes nem tão “zebrados” assim. Apesar de todo o favoritismo, a Espanha não tinha desde o início o craque Fernando Torres em campo. Recém-operado, o atacante fora de forma ficou no banco, deixando o time sem sua maior e melhor referência ofensiva para o punhado de jogadas que cria durante uma partida. Iniesta, outra peça mestra, também voltava de contundido e não estava com total ritmo de jogo, apesar de eu ter achado que jogou muito bem, bastante lúcido e talentoso em suas ações. Depois, era o último jogo da primeira rodada. Quando uma primeira rodada inteira de Copa do Mundo é jogada sem uma boa zebra? Fora a triste sina espanhola de transformar o “agora vai” em “de novo, não” em campeonatos mundiais.
Do outro lado, a Suíça descaradamente montada em cima da melhor tradição do... ferrolho suíço. A quase sexagenária estratégia para brecar ataques demolidores foi executada com grande perfeição em sua versão. 2.0.10. Há uma nova geração de jogadores suíços com atacantes bastante habilidosos crescendo, vencedores de categorias de base e tudo, alguns deles até compondo o elenco na África do Sul. Mas, por ora, a boa e velha tática defensiva faz a equipe manter seu gol invicto há cinco jogos de Copa do Mundo: quatro na Alemanha (quando só foi eliminada pela Ucrânia nos pênaltis) e mais um agora.
E assim foi o jogo; Espanha atacando, Suíça defendendo, sem qualquer escrúpulo. A Espanha começou - e terminou – com imensa posse de bola, muitos toques, movimentação, mas sem muito espaço para finalizar. David Villa não conseguia ser referência na área e o time não criava à altura de seu domínio. Em minha opinião, inclusive, mesmo com Fernando Torres, o grande pecado do time treinado por Vicente del Bosque é a falta de um centroavante de verdade. Um Zamorano cairia muito bem. Ainda assim Piqué perdeu um gol feito após grande passe de Iniesta aos 23’. Só aso 25’ a Suíça deu seu primeiro (e único na primeira etapa) chute a gol, em cobrança de falta de Ziegler. E aos 44’ Villa desperdiçou a melhor chance, tentando encobrir o goleiro Benaglio após driblar um zagueiro.
O segundo tempo começou com total pressão espanhola, que desperdiçava chances na mesma proporção em que às criava. Parecia até que o ferrolho cedia espaços, até que um tiro de meta, Derdiyok dividiu com Casillas e a bola espirrou para Gelson Fernandes empurrar para a rede. A o jogo cresceu.
Partindo com tudo, a Espanha cedeu espaço para contra-ataques suíços, com os atacantes Fernandes e Derdiyok recebendo finalmente bolas e companhia (principalmente Barnetta) que os faziam ameaçar a meta espanhola. Sem conseguir impor velocidade sobre a pesada zaga – toda a equipe - adversária, o técnico espanhol colocou Fernando Torres e Navas em campo. Logo depois, Iniesta não aguentou e saiu, para a entrada do garoto Pedro.
Com Navas jogando como verdadeiro ponta na direita, Iniesta (e depois Pedro) na esquerda, Torres e Villa no meio, a Espanha foi com tudo e perdeu um caminhão de gols. Para se ter uma ideia, no momento do gol suíço, a Espanha já havia finalizado 21 vezes, contra apenas duas finalizações da Suíça, segundo os créditos da geração de imagens. Aos 24’ Xavi Alonso mandou um petardo no travessão. Aos 29’, Derdiyok ia fazendo um gol de placa, mas a trave esquerda de Casillas salvou o gol espanhol.
Daí até o fim, foi assim. A Espanha atacava, atacava, atacava e a Suíça de vez em quando ia lá e estourava quase na cara do gol. Até o apito final da boa arbitragem do inglês Howard Webb.
Apesar de cansar no fim, gostei muito de Iniesta, sempre lúcido e perigoso. Navas entrou muito bem pela ponta e despejou um punhado de bolas de tudo que foi jeito na área: altas, baixas, primeiro pau, segundo pau, rolada para trás... Na Suíça, difícil destacar alguém em um time tão compacto. Parece que todos formam um só bloco. Mas a jogada que Derdiyok fez... Vale lembrar ainda a precisão dos zagueiros, que não erraram, o que é fundamental para quem se propõe a defender assim, e a segurança de Benaglio no gol.
Por mais paradoxal que possa parecer, não acho que a Espanha deva desesperar-se. Seu próprio treinador aparentava serenidade após a partida. E por que digo isso? Por que a Espanha fez seu jogo. Dominou a bola, atacou, criou muito, finalizou bastante... Até demais contra uma equipe especialista em defender, mas hoje não deu. Difícil imaginar que as defesas de Chile e Honduras consigam resistir ao futebol espanhol. Salvo alguma pane emocional, aposto na vitória da Fúria nas duas próximas rodadas. Nesse ponto, há muita seleção de grife que empatou ou até venceu na estreia que deverá encontrar maiores problemas pela frente.
Quanto à Suíça, parabéns. Entrou para se defender e se defendeu bem. Quando teve chance, matou o jogo. Cumpriu o planejado. Foi competente, venceu com justiça.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 16: Espanha 0 x 1 Suíça.
Foi uma zebra, porém, com alguns detalhes nem tão “zebrados” assim. Apesar de todo o favoritismo, a Espanha não tinha desde o início o craque Fernando Torres em campo. Recém-operado, o atacante fora de forma ficou no banco, deixando o time sem sua maior e melhor referência ofensiva para o punhado de jogadas que cria durante uma partida. Iniesta, outra peça mestra, também voltava de contundido e não estava com total ritmo de jogo, apesar de eu ter achado que jogou muito bem, bastante lúcido e talentoso em suas ações. Depois, era o último jogo da primeira rodada. Quando uma primeira rodada inteira de Copa do Mundo é jogada sem uma boa zebra? Fora a triste sina espanhola de transformar o “agora vai” em “de novo, não” em campeonatos mundiais.
Do outro lado, a Suíça descaradamente montada em cima da melhor tradição do... ferrolho suíço. A quase sexagenária estratégia para brecar ataques demolidores foi executada com grande perfeição em sua versão. 2.0.10. Há uma nova geração de jogadores suíços com atacantes bastante habilidosos crescendo, vencedores de categorias de base e tudo, alguns deles até compondo o elenco na África do Sul. Mas, por ora, a boa e velha tática defensiva faz a equipe manter seu gol invicto há cinco jogos de Copa do Mundo: quatro na Alemanha (quando só foi eliminada pela Ucrânia nos pênaltis) e mais um agora.
E assim foi o jogo; Espanha atacando, Suíça defendendo, sem qualquer escrúpulo. A Espanha começou - e terminou – com imensa posse de bola, muitos toques, movimentação, mas sem muito espaço para finalizar. David Villa não conseguia ser referência na área e o time não criava à altura de seu domínio. Em minha opinião, inclusive, mesmo com Fernando Torres, o grande pecado do time treinado por Vicente del Bosque é a falta de um centroavante de verdade. Um Zamorano cairia muito bem. Ainda assim Piqué perdeu um gol feito após grande passe de Iniesta aos 23’. Só aso 25’ a Suíça deu seu primeiro (e único na primeira etapa) chute a gol, em cobrança de falta de Ziegler. E aos 44’ Villa desperdiçou a melhor chance, tentando encobrir o goleiro Benaglio após driblar um zagueiro.
O segundo tempo começou com total pressão espanhola, que desperdiçava chances na mesma proporção em que às criava. Parecia até que o ferrolho cedia espaços, até que um tiro de meta, Derdiyok dividiu com Casillas e a bola espirrou para Gelson Fernandes empurrar para a rede. A o jogo cresceu.
Partindo com tudo, a Espanha cedeu espaço para contra-ataques suíços, com os atacantes Fernandes e Derdiyok recebendo finalmente bolas e companhia (principalmente Barnetta) que os faziam ameaçar a meta espanhola. Sem conseguir impor velocidade sobre a pesada zaga – toda a equipe - adversária, o técnico espanhol colocou Fernando Torres e Navas em campo. Logo depois, Iniesta não aguentou e saiu, para a entrada do garoto Pedro.
Com Navas jogando como verdadeiro ponta na direita, Iniesta (e depois Pedro) na esquerda, Torres e Villa no meio, a Espanha foi com tudo e perdeu um caminhão de gols. Para se ter uma ideia, no momento do gol suíço, a Espanha já havia finalizado 21 vezes, contra apenas duas finalizações da Suíça, segundo os créditos da geração de imagens. Aos 24’ Xavi Alonso mandou um petardo no travessão. Aos 29’, Derdiyok ia fazendo um gol de placa, mas a trave esquerda de Casillas salvou o gol espanhol.
Daí até o fim, foi assim. A Espanha atacava, atacava, atacava e a Suíça de vez em quando ia lá e estourava quase na cara do gol. Até o apito final da boa arbitragem do inglês Howard Webb.
Apesar de cansar no fim, gostei muito de Iniesta, sempre lúcido e perigoso. Navas entrou muito bem pela ponta e despejou um punhado de bolas de tudo que foi jeito na área: altas, baixas, primeiro pau, segundo pau, rolada para trás... Na Suíça, difícil destacar alguém em um time tão compacto. Parece que todos formam um só bloco. Mas a jogada que Derdiyok fez... Vale lembrar ainda a precisão dos zagueiros, que não erraram, o que é fundamental para quem se propõe a defender assim, e a segurança de Benaglio no gol.
Por mais paradoxal que possa parecer, não acho que a Espanha deva desesperar-se. Seu próprio treinador aparentava serenidade após a partida. E por que digo isso? Por que a Espanha fez seu jogo. Dominou a bola, atacou, criou muito, finalizou bastante... Até demais contra uma equipe especialista em defender, mas hoje não deu. Difícil imaginar que as defesas de Chile e Honduras consigam resistir ao futebol espanhol. Salvo alguma pane emocional, aposto na vitória da Fúria nas duas próximas rodadas. Nesse ponto, há muita seleção de grife que empatou ou até venceu na estreia que deverá encontrar maiores problemas pela frente.
Quanto à Suíça, parabéns. Entrou para se defender e se defendeu bem. Quando teve chance, matou o jogo. Cumpriu o planejado. Foi competente, venceu com justiça.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 16: Espanha 0 x 1 Suíça.
COPA DO MUNDO 2010 ► Após 48 anos, Chile volta a vencer em Mundiais, mas faltaram mais gols contra Honduras
Após 48 anos, o Chile voltou a vencer uma partida de Copa do Mundo, ao bater por 1 x 0 a fraca e pouco ambiciosa seleção de Honduras. O time sul-americano dirigido pelo argentino Carlos Bielsa é bem intencionado, tem jogadores leves e habilidosos, valoriza a posse de bola e joga para frente, mas, talvez pela ausência do artilheiro Suazo, mostrou pouco poder de conclusão e perdeu a chance de marcar gols que poderão fazer falta mais adiante.
O Chile sempre teve a posse de bola e com ela rondava a área adversária, mas ciscava muito e finalizava pouco. Valdivia era o maior exemplo disso, sem mostrar qualquer objetividade durante o jogo inteiro. Mas outros chilenos foram mais eficientes. Após o ritmo dar uma caída, uma boa enfiada de bola de Matiaz Fernandez para Isla ir ao fundo cruzar rasteiro deu origem ao gol de Beasejour.
Quem esperava que Honduras fosse sair mais para o jogo, enganou-se totalmente. A defesa chilena até dava espaços para finalizações de fora da área, que os hondurenhos aproveitaram (mal) algumas vezes. No segundo tempo, nem isso. O time caribenho seguiu sempre na mesma toada: todo recuado, apenas com o veterano centroavante Pavon à frente (fez muita falta o contundido atacante Suazo). Foi o tempo inteiro assim, sem encaixar um contra-ataque sequer, esperando algo acontecer – e nada aconteceu em momento algum.
No segundo tempo, o Chile forçou mais, mas não teve capacidade para transformar em gols seu domínio territorial e boas triangulações de seu ataque, muitas vezes procurando o fundo. Destaque para as jogadas especialmente feitas pela direita, com Alexis Sanchez criando um punhado de boas jogadas ( todas devidamente desperdiçadas por seus colegas), bem auxiliado pelo lateral Islas, para mim os melhores jogadores em campo, memo com Sanchez também pecando nas finalizações.
Aos 181, o melhor momento do jogo foi uma defesa espetacular do goleiro hondurenho Valladares, que espalmou uma cabeçada de peixinho praticamente à queima-roupa do zagueiro Ponce, após cobrança de falta pela esquerda no segundo pau tocada de volta para o centro da área. Além de Valladares, o zagueiro Figueroa, do Wigan, da Inglaterra,foi outra boa figura na equipe de Honduras.
E a partida foi seguindo até o fim no mesmo ritmo, com o Chile atacando, mas não decidindo, e Honduras sem ameaçar a meta do arqueiro Bravo. Fica a preocupação em relação ao Chile que, assim como o Brasil, essa falta de gols contra a seleção mais fraca do grupo possa custar caro.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 15: Honduras 0 x 1 Chile. Clique em tudo (MatchCast, resumo, crônica, relatório, estatísticas, fotos, vídeo...), tem muita coisa legal.
O Chile sempre teve a posse de bola e com ela rondava a área adversária, mas ciscava muito e finalizava pouco. Valdivia era o maior exemplo disso, sem mostrar qualquer objetividade durante o jogo inteiro. Mas outros chilenos foram mais eficientes. Após o ritmo dar uma caída, uma boa enfiada de bola de Matiaz Fernandez para Isla ir ao fundo cruzar rasteiro deu origem ao gol de Beasejour.
Quem esperava que Honduras fosse sair mais para o jogo, enganou-se totalmente. A defesa chilena até dava espaços para finalizações de fora da área, que os hondurenhos aproveitaram (mal) algumas vezes. No segundo tempo, nem isso. O time caribenho seguiu sempre na mesma toada: todo recuado, apenas com o veterano centroavante Pavon à frente (fez muita falta o contundido atacante Suazo). Foi o tempo inteiro assim, sem encaixar um contra-ataque sequer, esperando algo acontecer – e nada aconteceu em momento algum.
No segundo tempo, o Chile forçou mais, mas não teve capacidade para transformar em gols seu domínio territorial e boas triangulações de seu ataque, muitas vezes procurando o fundo. Destaque para as jogadas especialmente feitas pela direita, com Alexis Sanchez criando um punhado de boas jogadas ( todas devidamente desperdiçadas por seus colegas), bem auxiliado pelo lateral Islas, para mim os melhores jogadores em campo, memo com Sanchez também pecando nas finalizações.
Aos 181, o melhor momento do jogo foi uma defesa espetacular do goleiro hondurenho Valladares, que espalmou uma cabeçada de peixinho praticamente à queima-roupa do zagueiro Ponce, após cobrança de falta pela esquerda no segundo pau tocada de volta para o centro da área. Além de Valladares, o zagueiro Figueroa, do Wigan, da Inglaterra,foi outra boa figura na equipe de Honduras.
E a partida foi seguindo até o fim no mesmo ritmo, com o Chile atacando, mas não decidindo, e Honduras sem ameaçar a meta do arqueiro Bravo. Fica a preocupação em relação ao Chile que, assim como o Brasil, essa falta de gols contra a seleção mais fraca do grupo possa custar caro.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 15: Honduras 0 x 1 Chile. Clique em tudo (MatchCast, resumo, crônica, relatório, estatísticas, fotos, vídeo...), tem muita coisa legal.
terça-feira, 15 de junho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 ► Sem surpresa, Brasil estreia com vitória sobre Coreia do Norte: 2 x 1
“Mas como assim sem surpresa? Foi só 2 x 1!”, poderá comentar alguém. É, um placar muito apertado em face da imensa disparidade técnica entre as equipes, mas não em relação ao que a seleção brasileira sob o comando de Dunga vem mostrando ao longo dos últimos anos. Sempre que tem pela frente um time com todos os jogadores atrás, fortemente retrancado, esse Brasil se complica. Vimos isso nas Eliminatórias nos pífios 0 x 0 contra Colômbia, Bolívia e Venezuela jogando em casa.
Pior (ou melhor, depende do ponto de vista) que o Brasil não fez nada de menos em comparação ao que tem se visto nesta Copa. Uma atuação burocrática, pouco objetiva, sem criatividade, com dois volantes incapazes de aparecer para o jogo como Gilberto Silva (que nem reparei em campo) e Felipe Mello e todo armação nas costas de Kaká, visivelmente fora de ritmo.
No primeiro tempo, pouco ou quase nada aconteceu, a ponto de nenhuma grande chance ser criada, apesar da boa disposição ofensiva dos laterais, especialmente Michel Bastos, pela esquerda. Na etapa final, com uma maior movimentação e o natural cansaço norte-coreano, houve mais espaços para Kaká jogar alguma coisa e encontrar companheiros livres de marcação. Mas nada de espetacular. Tanto que o gol que praticamente garantiria a vitória e abriria o adversário (era o quês e imaginava) só saiu meio que por acaso, aos 10 minutos, após ótimo passe de Kaká (a “alguma coisa” que ele jogou) para Maicon. Mas como a bola correu muito (olha um dos efeitos Jabulani aí!) e o próprio Maicon admitiu perder a passada, não restou outra opção ao bom lateral senão bater para o gol, pegando muito bem e surpreendendo o goleiro Myonge Guk, que saía para cortar um possível cruzamento.
O panorama não se alterou depois disso. A Coreia do Norte continuo sem sair para o jogo e o Brasil não mostrava muita criatividade. O time seguia burocraticamente atrás de mais um gol, que acabou saindo através de Elano após um lindo passe de Robinho em diagonal, isso já aos 26’.
Parecia que tudo entrava nos conformes e que naturalmente o Brasil chegaria a um placar mais dilatado. Dunga mexeu no time, saíram Elano, Felipe Mello (ufa!) e Kaká, entraram Daniel Alves, Ramires e Nilmar (este entrou bem, encontrando espaços que Luís Fabiano não achou para finalizar) e uma ou duas chances foram desperdiçadas. Mas, mesmo não se abrindo, surpreendentemente a Coreia do Norte ainda tinha alguns cartuchos para queimar (como diriam os antigos e nada a ver com armamento nuclear). Aos 40’, Jong Tae Se foi lançado nas costas da zaga, Júlio Cesar não saiu e Juan salvou em cima da hora para escanteio um gol praticamente certo. E aos 43’, Jong Tae-Se escorou de cabeça para trás mais um chutão-lançamento que pegou a defesa em linha e sem a devida proteção, Yun Nam dominou e rasgou a área em velocidade para diminuir.
Em minha opinião, os laterais foram os destaques da seleção brasileira, especialmente Maicon, que manteve o ritmo os dois tempos de jogo. O time agora enfrenta Costa do Marfim e Portugal na sequência, numa chave que pode ser definida na diferença de saldo de gols feitos sobre a Coreia. Por isso, obrigatoriamente deverá vencer um desses próximos compromissos, sob pena de ter sua classificação ameaçada.
Na Coreia do Norte, muita vontade, disciplina tática e emoção, na mais marcante imagem da Copa do Mundo até o momento: durante a execução do hino nacional, o atacante Jong Tae-Se chorava copiosamente. Nascido no Japão e filhos de pais sul-coreanos, Jong Tae-Se sempre estudou em estabelecimentos ligados ao regime comunista da Coreia do Norte. Por opção sociopolítica, naturalizou-se norte-coreano e praticamente implorou para ser convocado e ir à Copa, mesmo sendo jogador de um clube japonês, o que não é muito bem visto pela nação que adotou. Jong Tae-Se estava realizando seu sonho e não resistiu àquele momento da execução do hino de sua pátria, uma imagem rara de vermos nestes tempos de atletas superprofissionais e globalizados em que vivemos.
Foi de arrepiar. Daquelas imagens que entram para o almanaque das Copas, como o atacante Petras da comunista Tchecoslováquia comemorando o gol contra o Brasil em 1970 de joelhos e fazendo o sinal da cruz ou a emocionadíssima vibração do já veterano Rashid Yekini em 1994 ao marcar o primeiro gol da Nigéria na história dos campeonatos mundiais.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 14: Brasil 2 x 1 Coreia do Norte.
Pior (ou melhor, depende do ponto de vista) que o Brasil não fez nada de menos em comparação ao que tem se visto nesta Copa. Uma atuação burocrática, pouco objetiva, sem criatividade, com dois volantes incapazes de aparecer para o jogo como Gilberto Silva (que nem reparei em campo) e Felipe Mello e todo armação nas costas de Kaká, visivelmente fora de ritmo.
No primeiro tempo, pouco ou quase nada aconteceu, a ponto de nenhuma grande chance ser criada, apesar da boa disposição ofensiva dos laterais, especialmente Michel Bastos, pela esquerda. Na etapa final, com uma maior movimentação e o natural cansaço norte-coreano, houve mais espaços para Kaká jogar alguma coisa e encontrar companheiros livres de marcação. Mas nada de espetacular. Tanto que o gol que praticamente garantiria a vitória e abriria o adversário (era o quês e imaginava) só saiu meio que por acaso, aos 10 minutos, após ótimo passe de Kaká (a “alguma coisa” que ele jogou) para Maicon. Mas como a bola correu muito (olha um dos efeitos Jabulani aí!) e o próprio Maicon admitiu perder a passada, não restou outra opção ao bom lateral senão bater para o gol, pegando muito bem e surpreendendo o goleiro Myonge Guk, que saía para cortar um possível cruzamento.
O panorama não se alterou depois disso. A Coreia do Norte continuo sem sair para o jogo e o Brasil não mostrava muita criatividade. O time seguia burocraticamente atrás de mais um gol, que acabou saindo através de Elano após um lindo passe de Robinho em diagonal, isso já aos 26’.
Parecia que tudo entrava nos conformes e que naturalmente o Brasil chegaria a um placar mais dilatado. Dunga mexeu no time, saíram Elano, Felipe Mello (ufa!) e Kaká, entraram Daniel Alves, Ramires e Nilmar (este entrou bem, encontrando espaços que Luís Fabiano não achou para finalizar) e uma ou duas chances foram desperdiçadas. Mas, mesmo não se abrindo, surpreendentemente a Coreia do Norte ainda tinha alguns cartuchos para queimar (como diriam os antigos e nada a ver com armamento nuclear). Aos 40’, Jong Tae Se foi lançado nas costas da zaga, Júlio Cesar não saiu e Juan salvou em cima da hora para escanteio um gol praticamente certo. E aos 43’, Jong Tae-Se escorou de cabeça para trás mais um chutão-lançamento que pegou a defesa em linha e sem a devida proteção, Yun Nam dominou e rasgou a área em velocidade para diminuir.
Em minha opinião, os laterais foram os destaques da seleção brasileira, especialmente Maicon, que manteve o ritmo os dois tempos de jogo. O time agora enfrenta Costa do Marfim e Portugal na sequência, numa chave que pode ser definida na diferença de saldo de gols feitos sobre a Coreia. Por isso, obrigatoriamente deverá vencer um desses próximos compromissos, sob pena de ter sua classificação ameaçada.
Na Coreia do Norte, muita vontade, disciplina tática e emoção, na mais marcante imagem da Copa do Mundo até o momento: durante a execução do hino nacional, o atacante Jong Tae-Se chorava copiosamente. Nascido no Japão e filhos de pais sul-coreanos, Jong Tae-Se sempre estudou em estabelecimentos ligados ao regime comunista da Coreia do Norte. Por opção sociopolítica, naturalizou-se norte-coreano e praticamente implorou para ser convocado e ir à Copa, mesmo sendo jogador de um clube japonês, o que não é muito bem visto pela nação que adotou. Jong Tae-Se estava realizando seu sonho e não resistiu àquele momento da execução do hino de sua pátria, uma imagem rara de vermos nestes tempos de atletas superprofissionais e globalizados em que vivemos.
Foi de arrepiar. Daquelas imagens que entram para o almanaque das Copas, como o atacante Petras da comunista Tchecoslováquia comemorando o gol contra o Brasil em 1970 de joelhos e fazendo o sinal da cruz ou a emocionadíssima vibração do já veterano Rashid Yekini em 1994 ao marcar o primeiro gol da Nigéria na história dos campeonatos mundiais.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 14: Brasil 2 x 1 Coreia do Norte.
COPA DO MUNDO 2010 ► Cautelosos, Portugal e Costa do Marfim não saem do 0 x 0
Jogando no belíssimo Nelson Mandela Stadium, Costa do Marfim e Portugal não saíram do 0 x 0. Provavelmente com receio de uma derrota que os obrigaria a vencer o Brasil de qualquer jeito, as seleções protagonizaram um jogo muito preso taticamente, ora com predomínio de bola de uma, ora da outra.
Portugal teve mais posse de bola no início, mas enfrentava forte marcação da Costa do Marfim, que fechava os espaços a partir de seu campo. Mas os lusitanos pouco criavam e o único lance de gol veio de chute forte de longa distância do irritadiço astro Cristiano Ronaldo, que pouco mais fez na partida, além de receber um cartão amarelo. Aliás, acho difícil Ronaldo enfrentar o Brasil na terceira rodada, pois para isso ele teria que passar 90 minutos contra a Coreia do norte sem ser novamente advertido.
Nesse período, a Costa do Marfim só assustou o adversário numa cobrança de falta de Tiene. Aos poucos a situação se foi invertendo e Portugal cada vez menos chegava perto do gol africano, cuja seleção rondava mais a área adversária. Mas ninguém criava nada de relevante.
O panorama mudou bastante no segundo tempo. A Costa do Marfim adiantou-se em campo, passou a controlar o jogo dentro da intermediária adversária e foi criando lances de perigo. Com apenas quatro minutos, foram três, um deles em forte chute cruzado da esquerda de Gervinho, já dentro da área, que Eduardo espalmou bem. Até pouco antes da metade desse período, o panorama não se modificou, com a Costa do Marfim dominando o meio-campo e pressionando o time luso, que só chegou com relativo perigo em uma cabeçada do isolado Liédson, após cruzamento de Deco da esquerda.
Aos poucos, curiosamente após a entrada de Drogba, a situação voltou àquela observada no começo, com a Costa do Marfim recuando e esperando Portugal chegar. Mas assim como a Costa do Marfim, Portugal também não partia com aquela determinação de quem quer vencer a partida. E nada mudou até os últimos minutos, quando os marfineses arriscaram bastante e levaram perigo ao gol português, mas coroando tudo com uma jogada bastante lusitana, se os portugueses me permitirem a piada: escanteio aos 47’30”, com o péssimo juiz uruguaio, nosso conhecido de outros carnavais, Jorge Larrionda doido para acabar o jogo empatado, em vez de cobrar direto, a Costa do Marfim cobrou com aquele quase sempre irritante toquinho de um jogador para outro. Era tudo o que juizão queria para apitar o fim.
Cristiano Ronaldo começou mergulhando tanto nas divididas que até quando recebia falta o péssimo árbitro nada marcava. Acho que Portugal vai sentir muito a ausência de Nani, cortado por contusão, que há algum tempo vinha sendo a melhor figura do time, inclusive sendo o principal nome durante a reta final das Eliminatórias. Depois, omitiu-se bastante em campo. Drogba entrou ainda um pouco inseguro mas deverá contribuir nos próximos jogos de sua equipe. Além de apresentar jogadores bastante fortes fisicamente, muitos com experiência internacional (mesmo de Copa) e um punhado deles com boa habilidade, a seleção de Costa do Marfim mostrou-se muito firme taticamente e pode dar trabalho à seleção brasileira na próxima rodada.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 13: Costa do Marfim 0 x 0 Portugal.
Portugal teve mais posse de bola no início, mas enfrentava forte marcação da Costa do Marfim, que fechava os espaços a partir de seu campo. Mas os lusitanos pouco criavam e o único lance de gol veio de chute forte de longa distância do irritadiço astro Cristiano Ronaldo, que pouco mais fez na partida, além de receber um cartão amarelo. Aliás, acho difícil Ronaldo enfrentar o Brasil na terceira rodada, pois para isso ele teria que passar 90 minutos contra a Coreia do norte sem ser novamente advertido.
Nesse período, a Costa do Marfim só assustou o adversário numa cobrança de falta de Tiene. Aos poucos a situação se foi invertendo e Portugal cada vez menos chegava perto do gol africano, cuja seleção rondava mais a área adversária. Mas ninguém criava nada de relevante.
O panorama mudou bastante no segundo tempo. A Costa do Marfim adiantou-se em campo, passou a controlar o jogo dentro da intermediária adversária e foi criando lances de perigo. Com apenas quatro minutos, foram três, um deles em forte chute cruzado da esquerda de Gervinho, já dentro da área, que Eduardo espalmou bem. Até pouco antes da metade desse período, o panorama não se modificou, com a Costa do Marfim dominando o meio-campo e pressionando o time luso, que só chegou com relativo perigo em uma cabeçada do isolado Liédson, após cruzamento de Deco da esquerda.
Aos poucos, curiosamente após a entrada de Drogba, a situação voltou àquela observada no começo, com a Costa do Marfim recuando e esperando Portugal chegar. Mas assim como a Costa do Marfim, Portugal também não partia com aquela determinação de quem quer vencer a partida. E nada mudou até os últimos minutos, quando os marfineses arriscaram bastante e levaram perigo ao gol português, mas coroando tudo com uma jogada bastante lusitana, se os portugueses me permitirem a piada: escanteio aos 47’30”, com o péssimo juiz uruguaio, nosso conhecido de outros carnavais, Jorge Larrionda doido para acabar o jogo empatado, em vez de cobrar direto, a Costa do Marfim cobrou com aquele quase sempre irritante toquinho de um jogador para outro. Era tudo o que juizão queria para apitar o fim.
Cristiano Ronaldo começou mergulhando tanto nas divididas que até quando recebia falta o péssimo árbitro nada marcava. Acho que Portugal vai sentir muito a ausência de Nani, cortado por contusão, que há algum tempo vinha sendo a melhor figura do time, inclusive sendo o principal nome durante a reta final das Eliminatórias. Depois, omitiu-se bastante em campo. Drogba entrou ainda um pouco inseguro mas deverá contribuir nos próximos jogos de sua equipe. Além de apresentar jogadores bastante fortes fisicamente, muitos com experiência internacional (mesmo de Copa) e um punhado deles com boa habilidade, a seleção de Costa do Marfim mostrou-se muito firme taticamente e pode dar trabalho à seleção brasileira na próxima rodada.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 13: Costa do Marfim 0 x 0 Portugal.
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