segunda-feira, 24 de maio de 2010

NBA ► Stoudemire brilha e Phoenix Suns diminui vantagem do Los Angeles Lakers na final da Conferência Oeste

Los Angeles Lakers 109 x 118 Phoenix Suns
Final Conferência Oeste
(2 x 1)

Discretíssimo nas primeiras partidas da série em Los Angeles, onde só apareceu perdendo ótima chance de ficar calado (a tal história de dizer que Lamar Odom havia tido um "dia de sorte" no jogo 1), Amare Stoudemire finalmente deu as caras na final da Conferência Oeste da NBA. O ala de força jogou como o All Star que é e levou o Phoenix a Suns à vitória no jogo 3, diminuindo a vantagem do Los Angeles Lakers para 2 x 1.

Bastante agressivo o jogo inteiro, cedo Stoudemire (brigando com Ron Artest na foto) carregou em faltas Odom e, principalmente, Andrew Bynum. Somando as faltas ao joelho baleado, Bynum praticamente não pôde jogar. Possivelmente preocupado em poupar-se nos contatos para evitar também pendurar-se, Pau Gasol não forçou a marcação e isso abriu caminho para um show do astro do Suns. Na verdade, se no jogo 2 Gasol deitou e rolou sobre Stoudemire, desta vez ocorreu o contrário. Stoudemire fez o que quis no garrafão, terminando a partida com 42 pontos e 11 rebotes, com direito a pelo menos um "golaço": entrando pela direita da área pintada, gingou como um atacante de futebol por um lado, saiu pelo outro deixando Gasol a ver navios e fez a cesta no revés. Aproveitem enquanto está no Youtube:


Um detalhe na partida foi a patética contribuição dos bancos das duas equipes, com os jogadores atuando em um nível que nem em pelada do aterro conseguiriam vaga. Os cinco da rotação do Suns acertaram ridículos três arremessos em 21 tentativas, com destaque negativo absoluto para Channing Frye: além de errar todos seus sete chutes, chegou à bizarra marca de uma cesta convertida em 20 arremessos nos três jogos da série. Frye precisa desesperadamente de umas duas ou três cestas seguidas para recuperar a confiança, porque seus arremessos não dão pinta de que vão cair desde o momento que a bola sai de suas mãos. Mas Leandro Barbosa, Louis Amundson,Jared Dudley, Goran Dragic e Jarron Collins também podiam ter ficado em casa, porque praticamente em nada contribuíram na vitória do time. Dudley ainda conseguiu três roubadas de bola. E foi tudo.

Pelo lado do Lakers, o banco (ou seja: Odom, Shannon Brown e Jordan Farmar) não ficou atrás: acertou sete em 24 arremessos e cometeu sete erros não forçados, além de uma série de bobagens que acabaram comprometendo decisivamente o desempenho do time, principalmente no segundo período, quando o Suns pegou gosto pelo jogo, passou à frente e nunca mais foi ultrapassado no placar. O bom Odom foi o capitão do festival de tolices cometidos, atuando a maior parte do tempo de forma errática e optando por jogadas bem equivocadas. Brown só apareceu numa improvável enterrada no rebote de um lance livre desperdiçado por Bynum, num lance bem constrangedor para a defesa do Suns:


A crônica americana tem destacado a alteração da defesa do Suns, com o técnico Alvin Gentry optando pela zona e finalmente conseguindo diminuir o ritmo do Lakers a partir do segundo quarto. Pode ser, claro. Mas, na minha leiga opinião, acho que o resultado passa mais pelo desempenho individual dos jogadores. Desde o início a série destaca-se pelo aproveitamento dos times e pelo fato, já comentado aqui, do Suns nunca desistir de tentar impor seu ritmo de jogo, não permitindo assim ao Lakers o que chamo de "piscar" na partida, como num duelo. tanto que pontuar, o Suns pontuou bem em Los Angeles - só que o Lakers pontuou bem mais. Com Ron Artest muito irregular e Bynum fora de um lado e Grant Hill com imensos problemas para jogar marcando Kobe Bryant do outro, o jogo resumiu-se a quatro Suns contra três Lakers, todos jogando muito bem.


No Suns, ajudando Stoudemire, o pivô Robin Lopez teve muito boa atuação, marcando 20 pontos e brigando muito no garrafão, apesar disso não ter sido retratado em números, pois pegou apenas três rebotes. Jason Richardson é outro que finalmente apareceu na série, anotando importantes 19 pontos (mas continuo achando uma grande roubada a troca que o Suns fez para obtê-lo, perdendo o ótimo marcador Raja Bell e o mais versátil Boris Diaw). E Steve Nash comandou o time com suas 15 assistências e mais 17 pontos. Acabou sendo muito para o Lakers.

E foi muito para o Lakers mesmo com uma soberba atuação de Kobe Bryant. Muito seguro, o astro de Los Angeles ficou muito próximo de um triplo-duplo, anotando 36 pontos, nove rebotes e 11 assistências. Mesmo com problema de faltas, Derek Fisher foi outro jogador consistente, com 18 pontos, mais cinco rebotes e três passes decisivos. E Gasol, soft na defesa, foi muito bem nas ações ofensivas, terminando com 23 pontos e mais nove rebotes.

Agora a série ameaça ganhar corpo e o Suns certamente vai com tudo para o jogo 4, ainda diante de sua torcida. O time, um dos melhores da história da NBA da linha de 3, ainda tem a esperança de que uma hora qualquer essas suas bolas longas voltem a cair, o que pode fazer uma diferença danada a seu favor.

Pelo lado do Lakers, o time está acostumado a situações como essa e tanto pode jogar tudo para vencer a próxima partida e fechar a série sem precisar voltar ao Arizona (até porque o Boston Celtics deve "finalizar" o Orlando Magic em quatro jogos e ganhar precioso tempo a mais de descanso), como, se achar que as coisas estiverem se tornando muito difíceis, segurar-se como um tenista com uma quebra de saque a seu favor para apenas fazer valer seu mando de quadra no jogo 5. Assim a pressão voltaria toda aos ombros de Steve Nash, Amare Stoudemire e seus companheiros no jogo 6, ficando o time de Kobe ainda com o trunfo da "Bola 7" em casa para decidir a série.

domingo, 23 de maio de 2010

FUTEBOL ► Deco? Cléber Santana? O Fluminense não sabe investir mesmo...

O neutro site baiano Jornal da Mídia (http://www.jornaldamidia.com.br) destacou em manchete: "Juiz erra muito e Fluminense perde para o Corinthians". Pois é, falar sobre o futebol brasileiro é como falar em apostas em jogos de azar: você sabe que é ilegal, que os resultados são viciados e que, sempre que não vencer, vai ficar com a suspeita de que foi roubado. Isso porque chega a ser patético acreditar que apenas um árbitro (no caso, Edílson Pereira de Carvalho) e mais ninguém ligado ao futebol profissional estava envolvido na máfia de resultados desse esporte. Qualquer pedaço de concreto de arquibancada neste país sabe que o buraco é mais embaixo. Jornalista que acredita no contrário só posso reputar como muito ingênuo, bobo, incompetente ou suspeito.

Assim começou mais um Campeonato Brasileiro, sobre o qual eu disse a mim mesmo que não perderia tempo escrevendo. Tanta coisa mais interessante, divertida e honesta por aí... Mas continuaria, claro, torcendo pelo meu time, no caso, o Fluminense, na doce ilusão de que ao menos façam resultados ou errem - e errem com e sem aspas - a nosso favor.

Mas "erros" ou erros só costumam acontecer com frequência contra clubes de pouca força nos bastidores, apenas esporadicamente ocorrem contra clubes fortes. E sigo torcendo mesmo sabendo que o Fluminense de Roberto Horcades tornou-se um clubeco, habitualmente prejudicado por arbitragens tanto em jogos contra clubes fortes como contra outros de menor expressão.

Neste campeonato, nosso choro começou na estreia contra o simpático Ceará: um lance de falta sobre um jogador nosso não marcada deu origem a um pênalti cavado pelo atacante adversário, seguido de uma contestada expulsão do zagueiro que teria cometido o pênalti, uma posterior repetição da cobrança após a defesa de nosso goleiro por se adiantar antes da cobrança, mesmo com o cobrador tendo feito a irregular, patética e idiota presepada que chamam de paradinha, o que praticamente impossibilita fisicamente o goleiro de não se mover para a frente. Diversas variáveis, todas decididas pelo renomado infeliz árbitro - só sendo muito infeliz para tantas atuações confusas ao longo da carreira, né mesmo? - Paulo Cesar de Oliveira contra o Fluminense.

Hoje, no Pacaembu, os gaúchos Leonardo Gaciba da Silva, Marcelo Bertanha Barison e João Monteiro de Souza Júnior garantiram nossa derrota contra o Corinthians. Mesmo o narrador e o comentarista do Premiere SporTV desde o início da partida apontavam os seguidos "erros" (as aspas são minhas, tenho o direito de duvidar de tudo que vejo em nosso futebol...) da arbitragem, sempre contra o Fluminense: uma falta que não houve que resultou no gol da vitória corintiana, um impedimento mal marcado aqui, um impedimento estupidamente assinalado ali (coisa difícil de perceber, "apenas" mais de dois metros e meio de condição de jogo para o atacante) ali, falta inexistente pra lá, falta não marcada pra cá... Vira o lado: que coisa, parece até que o bandeirinha também virou! mas , não, era outro, cometendo dois outros erros terríveis em lances de gol! São muitos lances em que, com boa vontade, podemos conceder o benefício da dúvida, mas sempre decididos a favor do mesmo lado. Quanta coincidência, é muito azar, caramba! Esse time precisa se benzer! (Sentiram o sarcasmo?)

E o pior é que um lance cavado dentro da área no final da partida por um atacante do Corinthians (o que está ficando conhecido, felizmente, por "pênalti à brasileira") ainda vai dar margem a jornalistas bobos, ingênuos ou comprometidos de dizer: "Errou para os dois lados." Oh, sim, claro, gerou uma vantagem de um gol para o adversário, impediu um possível empate em mais de uma ocasião e um suposto erro no fim iguala tudo... Santa falta de perspectiva, diria o Menino Prodígio.

Obviamente, não é só nos jogos do meu Fluminense que isso acontece. São erros tão descarados que nos dá o direito de suspeitar de que a máfia de resultados segue a todo vapor, com ou sem Edílson Pereira de Carvalho. O próprio Ceará, beneficiado contra o Flu, foi vítima de uma suspeita arbitragem do mineiro Ricardo Marques Ribeiro. Como não suspeitar de um juiz que num domingo assassina as possibilidades do Ipatinga de ser campeão mineiro em um jogo contra o Corinthians, não assinalando, entre outras situações, lances claros de pênalti contra o Cruzeiro e no outro erra duas vezes marcando pênaltis inexistentes cavados pelo "Neymarscaicairado", Rei do Cai Cai de nosso futebol, no jogo do Ceará contra o Santos na Vila Belmiro? Pelo menos aqui vemos um padrão de comportamento: o infeliz árbitro dá o azar de errar seguidamente contra os clubes ditos de menor expressão, favorecendo os grandes... Sorte deu o Ceará que ainda conseguiu sair com um pontinho do litoral paulista.

E vários outros jogos deste campeonato ainda no início já foram definidos pela arbitragem. Um campeonato, portanto, viciado desde o ventre. Por essas e outras que, nos tempos em que o Fluminense jogava nas Laranjeiras e o árbitro entrava em campo bem pertinho de onde eu ficava (na verdade, em estádio pequeno árbitros e jogadores estão sempre pertinho de onde você está), eu pedia: "Meu Deus do Futebol (para não confundir com o de verdade, que tem coisas muito mais sérias com que se preocupar, esse negócio de misturar futebol e religião é papo para um posto um dia desses), faça com que esse ladrão roube para o meu time, senão ele vai roubar para o outro!"

Vejam só: e o Fluminense alardeando por aí que está negociando com Deco, Cléber Santana... Melhor seria investir nos bastidores, para que pelo menos garanta vencer, empatar  ou perder por seus próprios méritos ou deméritos. E não nos deixar ficar sempre com a pulga atrás da orelha depois de jogos como o de hoje, porque para nós, torcedores, é humilhante ver que nosso clube não tem moral alguma e que, na dúvida (ou mesmo sem dúvida alguma!), a bola é sempre do adversário.

O dia em que alguém se der ao trabalho ou tiver o interesse de levantar comparativamente as atuações e decisões desses árbitros nacionais jogo a jogo... Sei não, acho que não fica pedra sobre pedra na já combalida credibilidade do futebol brasileiro.

NBA ► Boston Celtics humilha Orlando Magic, faz 3 x 0 e põe a mão no título da Conferência Leste

Orlando Magic 71 x 94 Boston Celtics
Final Conferência Leste
(0 x 3)

Consegui assistir a alguns momentos do primeiro quarto e, pelo pouco que vi, não fiquei com nenhuma dúvida: o Orlando Magic ia ser mais uma vez atropelado pelo Celtics. A única diferença é que o jogo agora era em Boston.

Não se via em nenhum momento no time de Orlando qualquer traço de competitividade, de fibra, que mostrasse que aquilo ali era uma partida válida por uma final de conferência da NBA. Apático, cabisbaixo, inseguro, o Magic foi uma caricatura do time forte que varreu dois adversários nos playoffs até encontrar o Celtics pela frente. Entrou derrotado, saiu humilhado, chegando a estar mais de 30 pontos atrás no placar.

Segundo as resenhas e as estatísticas, nada, absolutamente nada a destacar no Orlando Magic.Nada que valha a pena estender-sem neste parágrafo.

Já o Boston mostrou aquela força coletiva que faz com que ninguém precise ser um Kobe Bryant, um LeBron James ou um Dwyane Wade para salvar o time. As atuações foram consistentes e equilibradas. Paul Pierce fez 15 pontos e pegou nove rebotes, Ray Allen conseguiu 14 pontos, e seis rebotes e assistências, Rajon Rondo (que chutou muito mal!) saiu com 11 pontos e 12 assistências... O cestinha, vejam só, foi o rechonchudo ala de força reserva Glen Davis (foto), com 17 pontos - e ainda seis rebotes. Números nada espetaculares, mas que funcionam em conjunto para um time contra o qual o adversário não consegue atacar. O Celtics limitou o Magic a 12 pontos no primeiro quarto e a 13 no terceiro. Como diria uma professora de Português que tive no antigo segundo grau, cujo nome infelizmente não recordo agora, o Orlando Magic está bem encalacrado.

Parece que, a esta altura, Dwight Howard, após uma atuação "sem comentarios", deve ter colocado sua capinha de Super-Homem de molho. Para repetir essas pífias atuações na série no jogo 4, melhor faria o Magic se entrasse com seus reservas, porque assim teria uma desculpa ao conseguir a façanha de ser varrido após varrer dois adversários nas fases anteriores. Só se houver um último e milagroso nas mangas, mas eu, aqui rasgando o teclado, não acredito. Acho que dessa cartola não sai mais nem coelhinho de Páscoa, quanto mais um de verdade. Em Boston, todos têm certeza disso, tanto que o pensamento dos torcedores já está bem distante: "Beat L.A.!" é o grito que sai de seus pulmões.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

CINEMA ► "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura": eu acho muito legal!

Aproveitando uma pausa nos playoffs da NBA, que, conforme qualquer pessoa que se disponha a ler este blog já deve ter percebido, anda consumindo meu tempo livre, me deu vontade de escrever sobre uma coisa legal. Bem, legal para mim.

Feito no final dos anos 60, na esteira dos filmes de divulgação dos Beatles "A Hard Day's Night" e "Help" e no auge da Jovem Guarda, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" foi o primeiro da trilogia que Roberto Carlos protagonizou no cinema, seguido por "Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa" e "Roberto Carlos a 300km por Hora".

Por que estou escrevendo sobre isso? Simples: outro dia cometi o terrível erro de sintonizar no Canal Brasil quando passava mais uma reprise do filme. E lá fui eu, mais uma vez, ficar preso assistindo como que hipnotizado, pela enésima vez, àquele para mim divertidamente costurado desfile despretensioso de clipes de canções irresistíveis. Não por acaso, o álbum de mesmo nome, base da trilha sonora do filme, foi o vencedor em uma votação promovida pelo o Jornal do Brasil em 2005 sobre discos que emplacaram diversos sucessos ao mesmo tempo na música brasileira. (Fonte: Wikipédia)

E em minha opinião, despretensioso é uma palavra-chave. Sempre digo que um filme deve ser avaliado de acordo com sua pretensão. Pelo menos, por mim...rs. Querer analisar filmes como os dos Beatles e de RC sob a rigorosa ótica de estética, visual, roteiro, continuidade e outros blablablás cinematográficos é tolice. Não são filmes feitos com essa preocupação. E esses filmes de RC seguem estritamente essa linha de total despretensiosidade, com a única intenção de divulgar a imagem do cantor de uma maneira leve, divertida, através de sucesso em cima de sucesso, músicas que várias gerações conhecemos de cor e salteado. Nada para se levar a sério. Apenas para divertir aqueles que gostam dessas músicas. Como eu.

Comparando com os originais dos Beatles, meu grande amigo, ex-pupilo e hoje mestre, Paulo Fontenelle que me desculpe, mas acho os de RC bem mais legais. O encadeamento das músicas é mais direto, sem muita pausas. A ingênua história metalinguistica da gravação de um filme de um ídolo da Jovem Guarda (adivinhe quem?) em que o ator que interpreta o vilão tenta de todas as formas matar o mocinho e evitar morrer mais uma vez no final é simples e espirituosa. Além, claro de ser pretexto para mostrar Roberto Carlos pilotando helicóptero, Roberto Carlos dirigindo carrão, Roberto Carlos pilotando avião da Esquadrilha da Fumaça (!),Roberto Carlos a bordo de foguete, Roberto Carlos dirigindo trator (!!), Roberto Carlos guiando barcos,Roberto Carlos dirigindo tanque (!!!), Roberto Carlos cercado de garotas, Roberto Carlos fugindo de bandidos, Roberto Carlos capturado por bandidos, Roberto Carlos batendo em bandidos, Roberto Carlos explodindo... e tem até Roberto Carlos cantando.

O Roberto Carlos propriamente dito, o real, encarnava um mocinho simpático e aventureiro (eu diria "safo", mas não existia essa expressão na época). A direção de Roberto Farias é ágil, sem maiores preocupações além de emendar uma cena à outra, quase sempre através de sucessos contagiantes. Reginaldo Farias, no papel do tresloucado diretor do filme fictício, e José Lewgoy, como o inconformado vilão que não aguenta mais morrer no fim, estão divertidamente impagáveis. Mas o destaque do filme são aquelas canções que marcaram uma época e que não saem da cabeça de muita gente. Inclusive da minha, claro, que cresci ouvindo os discos de Roberto Carlos que mamãe não cansava de ouvir na vitrola.

Êpa! Para quem não está ligando o nome ao significado (ou seja, não tem tanta idade assim), "vitrola", segundo definição do Michaelis: "aparelho elétrico para reprodução de sons gravados em discos." Bem, hoje quem conhece vitrolas chama de pick ups, que sobrevivem principalmente como instrumento de trabalho de DJs (outrora chamados de "disk jóqueis"), mas bem diferentes do exemplo da foto aí ao lado.

Seguindo... Simplesmente acabo não conseguindo mudar de canal com músicas como "Eu sou terrível", "De que vale tudo isso" e "Você Não Serve pra Mim" muitas vezes rechedas de imagens do Rio de Janeiro de 1968 - não fosse eu um apaixonado por imagens antigas da cidade.

Aí embaixo, direto do YouTube, a sequência de "Você Não Serve Pra Mim":



Cenas como o voo de helicóptero que começa no centro da cidade, passa sob o Túnel do Pasmado, vai à Zona Sul, praia, Corcovado, passeia pelo Centro, Santa Teresa, até aterrissar sobre o prédio do então Banco do Estado da Guanabara,  começando com "Namoradinha de um Amigo Meu" e terminando com "Canzone per Te" são irresistíveis. Se bem que, melhor do que eu ficar aqui tentando descrever, mais vale curtir mais uma cortesia do YouTube, essa sequência em duas partes:




Não é um graaaaaaaaaande filme nem foi feito com qualquer pretensão nesse sentido. Mas é agradável pra caramba de ver, mora?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

NBA ► Phoenix Suns continua sem respostas para o ataque do Los Angeles Lakers, que abre 2 x 0 na série

Phoenix Suns 112 x 124 Los Angeles Lakers
Final Conferência Oeste
(0 x 2)

Antes do jogo 2 da série final da Conferência Oeste entre Los Angeles Lakers e Phoenix Suns, a estrela do Arizona Amare Stoudemire fez um comentário pra lá de bobo, deselegante e desnecessário, dizendo que a grande noite de Lamar Odom, vindo do banco, no jogo 1 (19 pontos e 19 rebotes) havia sido sorte. Pois ontem à noite Odom novamente foi muito bem, conseguindo mais um duplo-duplo (17 pontos e 11 rebotes), ampliando seus números como o jogador saído do banco de reservas com maior número de duplo-duplos em partidas de playoffs entre aqueles que estão em atividade. Se isso é só sorte, não creio, mas sei que azar está levando o Suns de encontrar pela frente um time contra o qual não está conseguindo se defender.

Se defender nunca foi mesmo seu forte, atacar até que o Suns está conseguindo. O problema é que, como disse o treinador Alvin Gentry, cada vez que o time calibra seu ataque para igualar-se ao adversário, o Lakers vai lá e cria novas ações ofensivas para as quais Steve Nash, Stoudemire & companhia não encontram respostas.

Ontem foi assim novamente. Após o Lakers abrir 14 pontos ainda no segundo quarto e ameaçar uma nova lavada, o Suns conseguiu manter-se vivo no jogo graças a suas ações ofensivas, sem perder o adversário de vista no placar, com a diferença variando ali entre os sete e os 10 pontos. Até que o Lakers piscou e no final do terceiro quarto o Suns estava vivíssimo na partida, empatada em 90 pontos. Mas quando parecia que o time do nosso Leandrinho (que cortou a cabeça após uma queda sobre os fotógrafos atrás da cesta!) poderia roubar uma sonhada vitória no Staples Center, o Lakers reajustou seu jogo e, comandado por Pau Gasol em noite espetacular e Kobe Bryant jogando em modo Steve Nash (bateu seu recorde de assistências em partidas de playoffs, 13, o maior número alcançado por um angelino desde Magic Johnson em 1986), fechou o jogo com certa tranquilidade.

Sabem aquela briga em que o maior e mais forte estica o braço, põe a mão na cabeça do adversário e apenas se esquiva de socos que não o alcançam? Pois é, o Lakers parece controlar a série assim, mantendo o Suns sempre a uma distância segura.

Mas nem tudo é desespero em Phoenix. Afinal, o time não desiste nunca,  pontuou bastante nesses dois primeiro jogos (107/112) e ontem conseguiu brigar mais pelos rebotes. O problema é segurar o ataque adversário, que marcou mais de 120 pontos duas vezes consecutivas. Jason Richardson e Grant Hill (enterrando na foto, muito bom vê-lo em condições de jogo novamente, grande jogador!) foram os destaques do time. Municiados por Steve Nash (15 assistências), anotaram 27 e 23 pontos respectivamente, com o mesmo aproveitamento de 10 arremessos convertidos em 17 tentativas. Vindo do banco, Jared Dudley conseguiu bons números: 15 pontos, cinco rebotes e quatro assistências). As bolas de três apareceram mais, foram 10 convertidas em 24 tentativas, contra cinco em 22 no jogo passado. A marcação dupla e às vezes tripla sobre Kobe até poderia ter funcionado, se o astro de LA não fosse capaz de distribuir passes decisivos a torto e a direito, especialmente para Gasol.

Em minha opinião, diminuir o ritmo do Lakers talvez nem fosse necessário para o Suns se suas estrelas estivessem brilhando mais. O elevado placar das partidas da série é até um alento para o Suns, que está habituado a isso. Mostra até que, de algum modo, o Lakers está jogando mais no estilo do adversário que no seu próprio. O problema é que Nash e Stoudemire estão longe de seus melhores momentos. Apesar do ótimo número de assistências, Steve Nash foi pouquíssimo á cesta (apenas oito arremessos) e marcou apenas 11 pontos, pouco para as necessidades do time neste confronto. E alguns dos cinco turnovers que cometeu foram constrangedores para um dos melhores armadores da NBA das últimas décadas. O falastrão Stoudemire, por sua vez, trava uma luta muito inglória contra os homens grandes do adversário. Ontem foram apenas 18 pontos, sem conseguir atacar a cesta como o Suns precisava. Além disso, Gasol (foto) praticamente deitou e rolou em cima dele em alguns momentos do jogo.

Um grande alento para o Suns, não muito alardeado pelos comentaristas (na verdade, ainda não cheguei a ler nada a respeito, mas alguém deve ter comentado) é a rotatividade de seu time. Assim como no jogo 1, Alvin Gentry usou bem 10 jogadores na rotação, enquanto que o Lakers segue apenas com oito. O banco de LA resume-se a Odom (bandejando na foto), o inconstante e às vezes desesperador Jordan Farmar e o abusado Shannon Brown. O resto, basicamente, só no trash time. Como o jogo apertou ontem, Phil Jackson em nenhum momento atreveu-se a pôr em quadra Josh Powell, Sasha Vujacic, D.J. Mbenga e o ainda bem fora de forma Luike Walton. Daí aquela impressão de que o sonho do treinador californiano é acabar mesmo rápido com a série. Até porque, se ela estender-se, o Phoenix Suns pode tirar boa vantagem de sua maior rotatividade, fazendo prevalecer uma melhor condição física.

Sendo mais mais sucinto em relação a quem está na frente: o Lakers segue jogando muito basquete, mantendo o Suns sob controle e contando com grandes atuações de suas estrelas. Além das assistências e da ótima distribuição de bola, Kobe cravou 21 pontos. Gasol fez 29 pontos, pegou nove rebotes e anotou cinco assistências. Ron Artest garantiu mais 18 pontos, Andrew Bynum, incrivelmente jogando com o joelho estourado, contribuiu com outros 13, mais sete rebotes. Enfim, todos que foram à quadra de amarelo e roxo estavam bem, dificultando ainda mais os ajustes tentados pelo Suns.

Agora os times vão para o Arizona. O Suns tem chances, mas precisa acelerar mais ainda o ritmo do jogo e, principalmente, do máximo rendimento de suas estrelas. Frear o ataque de LA é importante, mas Nash e Stoudemire pontuarem mais é fundamental para tentar tirar o Lakers de sua zona de conforto. Se conseguir vencer e prolongar a série, poderá fazer de sua melhor e maior rotação um trunfo decisivo. Mas desde aquele jogo 5 contra o Oklahoma City Thundercats que o Lakers está jogando com muita segurança e em Los Angeles o grito da torcida é um só: "We want Boston!"

Próximo duelo no Oeste marcado para domingo que vem. Para quem estiver acompanhando, lembro que os canais por assinatura Space e Space HD estão transmitindo todos os jogos finais da Conferência Oeste, enquanto a final da Conferência Leste tem suas partidas exibidas na ESPN e na ESPN HD.