sábado, 8 de maio de 2010

NBA ► Pau que dá em Chico dá em Francisco: Cavaliers arrasa Celtics em Boston e faz 2 x 1 na série

Cleveland Cavaliers 124 x 95 Boston Celtics
Semifinal Conferência Leste
( 2 x 1)

O jogo 3 da série semifinal da Conferência Leste entre Cleveland Cavaliers e Boston Celtics foi uma espécie de jogo 2 às avessas.

Se na segunda partida, realizada em Cleveland, o Celtics surpreendeu e dominou do início ao fim, roubando uma vitória na quadra adversária, a partida de ontem mostrou exatamente o contrário: com início arrasador, o Cavaliers ignorou o mando do Celtics e foi embora, sem sequer permitir que seu adversário chegasse perto a ponto de ser visto pelo retrovisor. Não deu nem para os verdinhos esboçarem uma reação.

O Cavs fez uma partida de sonho. Comandados por LeBron James (38 pontos, oito rebotes e sete assistências), todos os jogadores estiveram bem e contribuíram para a importante vitória. No total,. seis deles anotaram duplo dígito, algo não muito comum no time, com destaque pata Antawn Jamison, com seus 20 pontos e 12 rebotes. Foi uma atuação tão boa do grupo que, por incrível que pareça, Mo Williams teve um papel apenas discreto nessa peça, com módicos 12 pontos e mais sete assistências.

Já o Celtics... foi uma desgraceira só. Não, exagero. Rajon Rondo (18 pontos e oito assistências) e Kevin Garnett (19 pontos, acertando oito de 11 arremessos) tiveram atuações decentes. Mas o que dizer de Paul Pierce? Apenas 11 pontos, acertando quatro chutes em 15? E Ray Allen (sete pontos, duas tentativas certas em nove)? Alguém o viu em quadra? Com ridículos dois pontos, Rasheed Wallace não prestou nem para receber falta técnica.

Pelo que se lê na internet, inclusive dito por um desapontado Doc Rivers, técnico do Celtic, o Cavs entrou com a mentalidade de quem enfrenta um jogo 7, enquanto o time de Boston...

Resta agora ao Celtics fazer o dever de casa, vencer o jogo 4 e igualar a série novamente, para, na volta a Cleveland, começar a capinar sentado em busca de nova vitória na quadra adversária. Se não, esquece.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

NBA ► Hawks luta, mas é abatido pela magia do Super-Homem: Magic faz 2 x 0 na série

Atlanta Hawks 98 x 112 Orlando Magic
Semifinal Conferência Leste
(0 x 2)

Agora sim começou a semifinal da Conferência Leste entre Orlando Magic e Atlanta Hawks! No jogo 2 da série, ainda em orlando, o Hawks mostrou ao que veio e até nove minutos do fim da partida esteve enroscado no placar. Mas aí falou mais alto o melhor basquete e os melhores jogadores do adversário. Comandado por Dwight Howard e Vince Carter, o Magic venceu, fez 2 x 0 e agora vai tranquilo para Atlanta, de onde pode até voltar com a vaga na mão.

Se outro dia tivemos um Suns x Spurs de três contra três, ontem pode-se dizer que rolou um quatro contra quatro.

Josh Smith (foto), AlHorford, Joe Johnson (este com um aproveitamento bem abaixo do habitual) e Jamal Crawford (o melhor sexto homem da temporada) somaram 84 pontos. Horford ainda pegou 10 rebotes. Foram bem ajudados no garrafão pelos 11 rebotes de Marvin Williams. Mas faltou armador. Mike Bibby sequer saiu do banco no último quarto. Qualquer pretensão que tenha o Hawks passa pela melhor produção de Bibby, questionado pela dificuldade em marcar bem os armadores do adversário.

Mas a atuação do Hawks poderia ter sido suficiente para arrancar a vitória na quadra adversária, não fosse a ótima produção de Howard, Carter, Jameer Nelson e Rashard Lewis, que marcaram mais de 20 pontos cada um (93 juntos), algo raríssimo de acontecer. Inclusive foi a primeira vez que com Orlando Magic conseguiu esse feito em um jogo de playoffs. Dwight Howard (foto) teve um atuação de Super-Homem: quase perfeito dos arremessos de quadra, acertando oito de nove tentativas, terminou com 29 pontos e 17 rebotes.

Agora a série vai para Atlanta. Se o Hawks ameaçar repetir ou produzir algo parecido com o que mostrou no jogo 1, a série acaba por lá mesmo. Mas se entrar em quadra o Hawks de ontem, aí "
habemus jogo", mesmo com o favoritismo do Orlando Magic.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

HISTÓRIA ► U.S.S. Maine: outro capítulo do duelo entre a História como ela é e a história que os governos gostam de contar

Praticamente por acaso, tive chance de assistir neste fim de semana a mais um programa da ótima série “Reescrevendo a História”, do canal por assinatura Discovery Civilization, canal 86 da Net. Desta vez, o programa investigava a explosão do encouraçado da marinha norte-americana U.S.S. Maine, ocorrida em fevereiro de 1898 nas águas de Havana, em Cuba.

Na época, a ilha cubana lutava contra o domínio espanhol e os norte-americanos, claro, preocupavam-se em defender seus interesses e seus cidadãos naquela ilha – lembra alguma(s) história(s) recente(s)?

Para lá, então, foi enviado o U.S.S. Maine, uma nave de guerra de grande porte para aqueles tempos, construída numa leva que resultara de pressões sofridas pelo governo dos EUA, muito criticado pela inferioridade naval do país em relação a outras potências.

O Maine chegou a águas cubanas em janeiro daquele ano e em 15 fevereiro uma grande explosão afundou o navio, matando 260 de seus marinheiros.

A princípio, os americanos em Havana não informaram ao país a causa da explosão, o que gerou muita especulação. A principal delas, que o Maine fora vítima de uma mina espanhola propositalmente armada para minar (mina usada para minar, faz todo sentido...) a influência norte-americana na questão Cuba-Espanha.

Para o governo dos EUA, era muito mais simples abraçar essa versão do que aceitar que a tragédia pudesse ter ocorrido por falha de construção, até porque havia nos mares outros barcos da mesma família do Maine.

E essa “ação espanhola”, seguida de um histérico clamor por vingança, teria sido um dos estopins da Guerra Hispano-Americana, que resultou no controle norte-americano sobre as colônias espanholas no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico. Na foto, reprodução da capa do New York Journal de 17 de janeiro de 1898, acusando explicitamente os espanhóis pelo afundamento do navio.

Pouco mais de uma década depois, uma comissão foi nomeada pelo senado norte-americano para apurar a verdadeira causa da explosão que destruiu o Maine. Essa comissão deixou registros muito importantes para a História, principalmente registros fotográficos dos destroços, o que viria a ser fundamental para futuras investigações sobre o caso.

Mas, muito pressionada pelo governo, que não queria admitir que um de seus pretextos para ir àquela guerra fora uma trágica farsa, a comissão acabou apenas corroborando a versão oficial de que o navio foi vítima de uma mina espanhola.

No início dos anos 1970, nova investigação foi feita, mas, apesar dos avanços e das desconfianças, não obteve indícios conclusivos de que a história não ocorrera exatamente como fora contada.

Um século depois da explosão do Maine, porém, munidos de recursos computadorizados e das antigas fotografias, engenheiros realizaram uma verdadeira autópsia forense dos destroços, descobrindo que seria impossível o navio ter sido vítima de uma mina. E mais: uma falha em sua construção teria sido a causa do acidente.

Infelizmente para a História, apesar de todos os indícios e resultados apresentados, o governo norte-americano refuta a nova – e verdadeira - versão da tragédia do Maine, alegando não haver provas físicas evidentes de que ocorrera o que os modernos investigadores descobriram.

Uma pena que a tragédia do U.S.S. Maine até hoje seja usada pelos EUA como peça de manobra política e que o país não permita que a verdade seja oficialmente sacramentada, o que seria o mínimo a fazer em nome daquelas 260 vítimas fatais e da própria verdade.

Bem, foi o que entendi de um navio de guerra do qual muito já tinha ouvido falar, mas sem fazer real ideia do que ocorrera com ele. Quem quiser saber mais sobre a história completa dessa investigação deve ficar de olho em eventuais reprises no Discovery Civilization - ou então sair dando “googleadas” pela internet.

Mas lembre-se: cuidado com as páginas onde for cair. A história contada ali pode ser assim, com H minúsculo, e não a História como ela realmente aconteceu, com H maiúsculo.

NBA ► Não deu para o Fluminense:o trabalho nas Laranjeiras começa difícil para Muricy

E o Fluminense parou mesmo no Grêmio na Copa do Brasil. No Olímpico, o time gaúcho venceu novamente (2 x 0), e segue na competição. Para o Flu, o negócio é pensar no Ceará, estreia do time no Campeonato Brasileiro no próximo domingo, em Fortaleza.

As alterações de Muricy, inclusive de esquema, deixaram o time mais rápido e mais forte na marcação, mesmo com apenas dois zagueiros, pois a presença de Digão deu mais velocidade à zaga, protegida por um meio mais combativo. A entrada de Thiaguinho na lateral direita (Mariano estava suspenso) e Marquinho na esquerda também ajudou na pegada. Assim, o jogo foi muito equilibrado e disputado no primeiro tempo, mas com poucas chances de gol.

E a chance clara que surgiu - e que poderia ter mudado a história do confronto - foi para o Flu, no fim desse primeiro tempo. Mas o garoto Wellington Silva chutou para fora na cara do gol e o tricolor carioca perdeu ótima chance de virar na frente e colocar pressão sobre o adversário.

O jogo foi tão disputado na etapa inicial que Silas, treinador do Grêmio, optou por fazer duas alterações no intervalo para manter o gás. E o segundo tempo seguia na mesma toada, até que Hugo acertou um chute incrivelmente forte, do tipo que tem vitimado o Fluminense com impressionante e irritante constância, e decidiu a partida.

Alguns reforços estão chegando e em breve estarão à disposição de Muricy para socorrer o reduzido elenco, mas o problema do Fluminense é hoje: domingo começa o Brasileirão e sem Fred e Alan, o time não parece ter muita vocação para o gol. Conca precisa de alguém para dividir a armação, pois sem seus atacantes titulares, o Flu terá muitos problemas contra qualquer um que grampear o argentino. Começar o campeonato assim pode ser lamentável.

NBA ► "Los" Suns vence novamente o Spurs e vai para San Antonio com 2 x 0 na série

San Antonio Spurs 102 x 110 Phoenix Suns
Semifinal Conferência Oeste
(0 x 2)

Numa noite em que travestiu-se de Los Suns em apoio aos imigrantes da região, ameaçados por uma estúpida lei restritiva promulgada pelo governo do Arizona, o Phoenix Suns novamente derrotou o tradicional algoz San Antonio Spurs e agora viaja para disputar duas partidas na casa do adversário com uma confortável vantagem de 2 x 0 na série que indicará um dos finalistas da Conferência Oeste da atual temporada da NBA.

Desta vez, o jogo não foi decidido pelo trio de astros de cada equipe, mas pelo elenco de apoio. Steve Nash, Amare Stoudemire e Jason Richardson venceram Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginobili apenas por 61 x 60. Mas o Los Suns contou com valiosa contribuição do veterano, mas sempre muito talentoso, Grant Hill (18 pontos e seis rebotes) e do pivô reserva Channing Frye, com seus 15 pontos. Ao todo, seis jogadores do Suns pontuaram em duplo dígito, comandados por um Stoudemire (cravando na foto) que anotou 23 pontos e 11 rebotes.

Já o Spurs teve finalmente uma efetiva colaboração de Richard Jefferson (18 pontos e 10 rebotes) e George Hill anotou 14 pontos. Tim Duncan foi o principal destaque, com seus 29 pontos e 10 rebotes. Faltou ao time, desta vez, um pouco mais de Manu Ginobili. Apesar da 11 assistências, o craque argentino teve aproveitamento pífio nos arremessos de quadra, acertando apenas duas de oito tentativas, o que acabou se revelando fatal no fim da partida.

Agora a série vai para San Antonio. Dizer que o Spurs está contra a parede é um clichê que talvez não se aplique, pois normalmente insinua que um time estará afetado pela necessidade de um resultado positivo e o Spurs não é de abalar por essas coisas. Se tiver que vencer ou perder, o fará praticando o mesmo basquetebol frio e competente de sempre. O problema mesmo é a confiança do adversário. Após abrir 2 x 0, o Los Suns (veja foto com o uniforme de ontem à noite na loja da franquia) acha, mais do que nunca, que agora a coisa vai.