quarta-feira, 28 de abril de 2010

NBA ► Sozinho não deu para Wade: Celtics domina e fecha o caixão do Heat

Miami Heat 86 x 96 Boston Celtics (1 x 4)


Para não dizer que jogou sozinho, Dwyane Wade (31 pontos, 10 assistências e oito rebotes) teve a colaboração dos 20 pontos do armador reserva Mario Chalmers. E esse foi o drama vivido por Wade ao longo de toda a temporada: suas ajudas são sempre sazonais, sem qualquer regularidade ou confiabilidade. Um dia aparece um, depois é outro, mas sempre apresentações esporádicas. Normalmente, não aparece ninguém mesmo. Só o talento de Wade explica o Miami Heat ter chegado tão longe.


O Boston Celtics é que não tem nada a ver com isso. Jogou firme, venceu o jogo 5 e cravou seus olhos direto em Lebron e os Cavs. Com seu trio de veteranos saudável (Kevin Garnett, Paul Pierce e Ray Allen) e Rajon Rondo bem, o Celtics parece ter encontrado sua melhor forma justo nos playoffs. Melhor momento, impossível. 


Quanto a Miami Heat, é óbvia a frustração de Dwyane Wade (na foto, recebendo o abraço de Paul Pierce). Free agent na próxima temporada, o supercraque bem pode esfriar o basquete em Miami e levar seu jogo de campeão para outra franquia.

Agora os campeões da temporada retrasada vão com tudo contra o Cavaliers, em uma série já marcada por grande rivalidade e que promete muitas emoções.

terça-feira, 27 de abril de 2010

NBA ► Suns segurando a onda em casa e faz 3 x 2 contra o valente Trail Blazers

Portland Trail Blazers 88 x 107 Phoenix Suns (2 x 3)


De volta a Phoenix para o jogo 5 da série, o Suns fez valer seu mando de quadra e dominou o Portland Trail Blazers, obtendo uma tranquila vitória.

O mais curioso na partida foi o Trail Blazers ter mandado nada menos que 12 jogadores para a quadra. Não é nada, não é nada, mas para quem há algum tempo mal tinha cinco em boas condições de jogo já é alguma coisa.

O que preocupa em Phoenix é a discrição de suas principais estrelas. Nem Steve Nash nem Amare Stoudemire têm brilhado nos playoffs como podem. Não que estejam jogando mal propriamente dito, mas estão rendendo bem abaixo de seu potencial. O que pode ser até bom sinal, pois o time está em vantagem apesar disso. 

O Suns, porém, está mais do que nunca dependente de uma terceira via, que por sorte tem encontrado em Jason Richardson, que faz uma grande pós-temporada. Ontem o time contou com a atemporal colaboração de dois reservas, o pivô Channing Frye (enterrando aí na foto) e o ala Jared Dudley, que contribuíram com importantes 20 e 19 pontos, respectivamente,
Agora os times voltam para Portland, onde não acredito que o Trail Blazers deixem de empatar a série e levar a definição apenas para o jogo 7 no calor do Arizona. 

NBA ► “Aqui, não, violão”, teria dito o cervo para o falcão: Milwaukee Bucks empata a série contra o Atlanta Hawks

Atlanta Hawks 104 x 111 Milwaukee Bucks (2 x 2)


Jogando em casa, o Milwaukee Bucks resistiu à pressão e à grande atuação de Joe Johnson (29 pontos e nove assistências) para vencer o jogo 4 e empatar com o Atlanta Haws, mostrando que na terra deles falcões não têm vida fácil, não, e que essa série será mais longa do que parecia à primeira vista.


Vale destacar que três jogadores do Bucks marcaram mais de 20 pontos (Carlos Delfino e John Salmons, 22; Brandons Jennings, 23). Delfino (foto) encestou seis de suas oito tentativas de três pontos. Dificilmente um time que tem três jogadores anotando mais de 20 pontos numa partida sai de quadra derrotado. A boa atuação do trio garantiu o Hawk, que agora vão mais confiantes para Atlanta.

E a pressão agora cai toda sobre o time da casa, como costuma ocorrer  na 5ª partida de uma disputa empatada. O Hawks sabe que um tropeço pode custar caro, pois dificilmente o Bucks deixaria de fechar a série em casa.

NBA ► Kriptonita detona Super-Homem, mas Magic varre o Bobcats assim mesmo

Orlando Magic 99 x 90 Charlotte Bobcats (4 x 0)


E não deu mesmo para o novato Charlotte Bobcats em sua estreia em playoffs. Mostrando mais uma vez que não está para brincadeiras, o Orlando Magic resistiu à garra do Bobcats diante de sua torcida, venceu a partida e varreu o adversário com inapeláveis 4 x 0 na série.

Curiosamente, o Magic fez tudo isso com uma discretíssima colaboração de sua estrela Dwight Howard, o Super-Homem. Talvez afetado por alguma coisa contendo kriptonita, o homem de aço de Orlando passou mais tempo da série no banco enrolado com o número excessivo de faltas do que marcando pontos ou pegando rebotes.



A Conferência Leste não é tão disputada quanto a Oeste, há um desnível bem acentuado entre os que têm mando de quadra e seus adversários. São 20 vitórias que separam o primeiro do oitavo colocado, enquanto do outro lado essa diferença é de apenas. Ainda assim acho que o Magic desta temporada está mais consistente e ainda mais forte que na temporada passada, quando venceu a Conferência Leste e só foi batido na grande final pelo Los Angeles Lakers. Vince Carter (foto) é um diferencial, suprindo com vantagem a saída de Hedo Turkoglu. Apesar de Celtics e Cavaliers, o Orlando Magic é minha aposta para ir novamente às finais da NBA.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

FUTEBOL ► Para satisfazer vaidade de patrocinador, Fluminense demite Cuca e expõe sua faceta de clube pequeno

É, porque clube pequeno que é assim: alguém que põe 10 mil réis do próprio bolso manda e desmanda. Põe o filho aqui, a mulher ali, a amante acolá e por aí vai. No futebol, o Fluminense presta-se bem a esse papel, dançando conforme os desejos vaidosos de Celso Barros, em nome da patrocinadora Unimed.

Aliás, o Brasil anda repleto de clubes como o Fluminense, grandes em tradição e torcida, mas pequenos demais em administração e pensamento. Não vou aqui me estender sobre os outros. Cada um sabe o calo que mais o incomoda. Só pretendo reclamar de mais um passo em falso dado pelo meu time.

A desculpa de que o clube foi mal no Campeonato Carioca, além de patética, reforça o processo de apequenamento, já que é a menor competição a ser disputada no ano, de valor incomensuravelmente menor que a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. O Fluminense precisava, inclusive, frequentar umas aulas sobre como demitir um treinador com um mínimo de sutileza ética e inteligência.

Cuca conseguiu no ano passado o maior feito na história do futebol brasileiro, tirando o Fluminense de um rebaixamento tão provável que a missa de sétimo dia já estava até encomendada. E não tirou naquela base de “no peito e na raça” apenas. Houve raça, garra... e bom futebol. Muito bom futebol, por sinal, o que foi ainda mais incrível. O heroico Fluminense de Cuca terminou o ano com aproveitamento de campeão e jogando o melhor futebol no país. O já lendário "time de guerreiros", além de não cair, chegou a um também improvável vice-campeonato da Copa Sul-Americana.

Mas bastou não chegar no pífio Campeonato Carioca (que, como todo campeonato estadual, todo mundo diz não ter valor algum, mas que serve muito bem para atender a interesses imediatistas de dirigentes amadores) para oferecer o pretexto necessário ao patrocinador para mais uma vez dar vazão à sua vaidade e aos seus sonhos de grandeza (?). É, porque quem decide essas coisas de futebol no Flu é o patrocinador, que conseguiu demitir Cuca contra a vontade da diretoria, dos jogadores e da torcida. Só importa a vontade da Unimed, na figura de Celso Barros.

E lá foi a Unimed atrás de mais um nome de grife.

Assim, o Fluminense inicia hoje a Era Muricy, outro bom treinador. E o que será preciso para que sua presença à frente do clube se prolongue? Vitórias? Títulos? Não sei. Isso ajuda, mas no amador Fluminense, clube presidido pelo chamado "presidente de dois neurônios"...

O Fluminense tem tido nos últimos anos elencos e treinadores acima da média, mas sem resultados à altura. A única constante, que não muda nunca, é a direção e a influência do patrocinador.

A Unimed foi fundamental para o Fluminense quando o clube caiu para a terceira divisão. Viabilizou Carlos Alberto Parreira e uma comissão técnica de altíssimo nível e Parreira praticamente resgatou o Fluminense do fundo do abismo. Quem é tricolor conhece a história. Mas daí para frente parece que a tal da mosca azul picou o homem do patrocínio e tudo mudou.

Hoje Celso Barros manda e desmanda no futebol do clube, sem que isso resulte em resultados à altura desse poder. Mina trabalho de treinadores quando quer impor seus nomes, investe alto em nomes já pouco produtivos, mas que dão manchetes... Tão preocupado com mídia e factoides que nada investe em Xerém (não dá manchete investir na base, o lance é o "aqui e agora"), onde realmente se encontra o futuro do Fluminense e que tem gerado talentos e mais talentos, sempre negociados a preço de banana em fim de feira por falta de competência para mantê-los ou vendê-los minimamente bem.



O muitas vezes intragável, mas inegavelmente capaz, Muricy Ramalho pode fazer um bom trabalho? Pode. Vencer? Conquistar títulos? Pode. Até porque, como ele mesmo reconhece, pega uma base feita, bem armada, que sabe jogar e costuma jogar bem. Mas tudo que vier a conseguir será sempre na base do “apesar de” em relação á ridícula administração do clube. Do mesmo modo que “apesar de” o Fluminense quase conquistou uma Taça Libertadores, “apesar de” o Fluminense quase conquistou uma Copa Sul-Americana, “apesar de” o Fluminense não caiu no Campeonato Brasileiro do ano passado... 

Pelo menos a contratação de Muricy Ramalho impediu – por ora - o mico ainda mais patético, o suprassumo da humilhação para nós tricolores, que seria a substituição de Cuca pela cogitada dupla Romário e Joel Santana. Quando esse dia chegar, eu dou um tempo.

E antes que me esqueça: obrigado, Cuca! E boa sorte, Muricy!