quinta-feira, 22 de abril de 2010

NBA ► O velho, chato e bom Spurs de sempre

Na segunda partida da série entre Santo Antonio Spurs e Dallas Mavericks, o Spurs mostrou que talento não depende de idade e às vezes nem de condição física. Dominando o jogo do início ao fim, o time do veterano ala de força Tim Duncan, que teve uma ótima atuação, não deu chances ao Dallas do fanafarrão proprietário Mark Cuban, que na véspera declarara que odiava o San Antonio Spurs. Bem, ele tem mais um motivo para isso agora.

Podemos dizer que na NBA de hoje LeBron James é o astro solo, Kobe Bryant e Pau Gasol formam a melhor dupla, mas o melhor trio, já há alguns anos, é o formado pelo argentino Manu Ginobili, o francês Tony Parker e o natural das Ilhas Virgens Tim Duncan (alguém pensou mesmo que ia arriscar o gentílico de lá?). Para muitos, não sem razão, Duncan é melhor ala de força da história da NBA. 

Bom e técnico no ataque à cesta no garrafão, eficiente nos rebotes e muito consistente, Duncan tem aquela indefectível cara de sonso, parece que está alheio a tudo ao seu redor (na foto ao lado, Duncan é flagrado em um de seus momentos de maior expressividade), mas ainda consegue dominar uma partida como o fez na noite de ontem em Dallas. Com seu trio mestre saudável e bem das pernas, o Spurs é páreo para qualquer um. Principalmente na tal hora do “vamos ver”. Com a série empatada, Dirk Nowtzki vai precisar mostrar seu melhor jogo para sua equipe recuperar-se em San Antonio.

Na outra partida da noite, os atuais vice-campeões seguem dominando o calouro em playoffs Charlotte Bobcats. Com um jogo muito consistente e bem distribuído, o Orlando Magic não está dando chances ao seu adversário, mesmo com discretíssimas atuações do super-homem Dwight Howard, e agora vai tranquilo para as primeiras (ou serão as últimas?) partidas em Charlotte. Mais que tudo, manda um recado sério à toda sua conferência de que seu objetivo é buscar o anel que perdeu para o Lakers na temporada passada.

Resultados (mando de quadra sempre do segundo time e entre parênteses o placar da série):

Charlotte Bobcats 77 x 92 Orlando Magic (0 x 2)
San Antonio Spurs 102 x 88 Dallas Mavericks (1 x 1)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

NBA ► Campeão sua a camisa, mas mantém vantagem do mando de quadra contra o futuro da NBA

Se o olho grande não tomar conta da franquia ou dos jogadores, o Oklahoma City Thundercats tem tudo para brilhar nas próximas temporadas – mais ainda que nesta, onde, afinal, ainda luta nos playoffs.

O time mais jovem da história da NBA é muito talentoso e atlético e conta entre seus titulares com quatro jogadores que estiveram entre as três primeiras escolhas nos últimos drafts. Destaque, claro, para o incrível Kevin Durant. Um homem daquele tamanho com aquela habilidade, velocidade, força, talento e... chute de três? O homem vai longe.

No jogo 2 da série contra o atual campeão Los Angeles Lakers, o Thunder fez tudo como mandava o figurino: entupiu o garrafão para diminuir os espaços para Gasol, Bynum e mesmo Odom, jogou um monte de gente em cima do Kobe, torceu para as bolas de 3 de Los Angeles não caírem e correu muito quando tinha a posse de bola. Quase deu certo.

Ficou no quase porque o time do Lakers fez valer sua experiência na hora de fechar o jogo (é o time da liga com melhor retrospecto em partidas apertadas), Gasol achou um jeito de prevalecer embaixo da cesta, Ron Artest foi ótimo na marcação em momentos decisivos e Kobe foi... Kobe na hora de decidir.



Vale o registro que meu dedo dói só de ver as condições em que o astro do Lakers está jogando (na foto ao lado, ainda marcando Durant). A temporada passada inteira jogou com dois dedos enfaixados, um servindo de apoio para o que estava “avariado”, mas esta temporada tem sido pra lá de dolorosa. Sua fratura no dedo indicador da mão direita piora a cada semana, diríamos até que a olhos vistos, mas não como a parar. Aquele dedo nesta temporada já foi imobilizado de diversas maneiras e em diversas posições diferentes para permitir que Kobe continue em quadra. Mas ultimamente tem sido mais difícil essa condição. E, sim, Kobe é destro. Quem joga ou já jogou basquete sabe a dor de jogar com aquela torçãozinha básica no dedo que sempre rola em uma disputa de bola, Agora imagine com o dedo fraturado de verdade.

O resultado de tudo isso é que Kobe cada vez mais bate a bola com a mão esquerda e a protege à esquerda do corpo nas infiltrações, as quais realiza com extrema dificuldade, porque não é mole manter a bola com a mão boa sem firmeza. Por isso tem levado tocos que normalmente evitaria. O simples arremessar, em si, já é um incômodo, pois o indicador é o dedo de apoio no arremesso de qualquer jogador normal. Sorte do Lakers que Kobe está longe de ser um jogador normal.

Los Angeles fez 2 x 0 e agora vai para Oklahoma, onde foi atropelado na última vez que se encontraram pela temporada regular. Tenho para mim que o Thunder perdeu uma grande chance nesta terça em LA. Tiveram uma bola de 3 para vencer e uma outra para levar o jogo para a prorrogação. Mas certo, apenas, é que o jogo 3 será de grande intensidade.



Também na terça, mais três partidas. Satisfeito com vitória na abertura da série, o Trail Blazers folgou na partida 2 contra o Suns e não viu o adversário fazer anotar 30 pontos de vantagem sobre... ninguém. Agora os times vão de Phoenix para Portland, onde o Suns precisará cortar um bom dobrado para recuperar a vitória que lhe foi tirada em casa. Mas quem não viu nada mesmo, principalmente a placa da jamanta que o atropelou sem dó nem piedade, foi o Miami Heat. No jogo da série, ainda em Boston, o time de Dwyane Wade foi humilhado por um Celtics que sequer contou com seu principal jogador, Kevin Garnett, suspenso por uma partida após a confusão no último quarto da primeira partida. Mas dava para ver antes da bola subir que o pessoal do Celtics não estava lá com muito boas intenções (vejam a foto ao lado). O Heat não conseguiu marcar mais de 76 pontos nas partidas da série, que coisa... Abrindo a noite, o Atlanta Hawks controlou bem a segunda partida contra o o Bucks e vai para Milwaukee com a confortável vantagem de 2 x 0.


Na segunda-feira, dois jogos abriram as emoções da sengunda rodada dos playoffs. Assim como o favorito Lakers contra o jovem Thunders, o Cavaliers de LeBron James precisou da superforça de seu astro para desgarrar-se de um bravo Chicago Bulls. Segundo as resenhas da partida, os jogadores do Cavs caíram no velho truque de apenas assistir seu colega talentoso jogar. Pela foto aí à direita, parece que foi isso mesmo que ocorreu. Sempre que isso acontece, as coisas ficam difíceis em Cleveland. LeBron anotou 40 pontos, 8 rebotes e 8 assistências, mas quase não foi suficiente  para superar o limitado Bulls. LeBron precisa de ajuda para conquistar seu primeiro anel.


No outro jogo da noite, a série que realmente está fervendo: Utah Jazz x Denver Nuggets. Após o jogão de abertura, o Jazz consegui dar a volta por cima, mesmo com o desfalque do pivô Mehmet Okur. Num final emocionante, venceu por 114 x 111, contando com a frieza dos jovens C.J. Miles e Kyle Korver, que converteram dois lances livres cada um nos segundos finais e decisivos da partida. Vale ressaltar que o Denver fez muita coisa errada nesse minuto e meio final do último quarto. A 1’20” do fim, com dois pontos de desvantagem e posse de bola, o astro Carmelo Anthony cometeu uma desastrada falta de ataque. Mas Melo recuperou-se e conseguiu nova posse, que resultou em dois lances livres para o veterano craque Chauncey Billups, que desperdiçou um deles. Na sequência, nosso Nenê cavou uma excelente falta de ataque do Jazz quando restavam apenas 40”, mas Billups, infeliz como poucas vezes na carreira, cometeu uma infantil falta ofensiva. Para piorar, na saída de bola do Jazz, Melo cometeu sua sexta falta e deixou a partida. Nesse finalzinho, Nenê ainda cravou uma enterrada, mas os lances livres de Miles, Korver e ainda Deron Williams (uma partida monstro do armador da foto!) garantiram a importante vitória do Jazz, que volta para Utah com a série empatada.

Resultados (mando de quadra sempre do segundo time e entre parênteses o placar da série):

Chicago Bulls 102 x 112 Cleveland Cavaliers (0 x 2)
Milwaukee Bucks 86 x 96 Atlanta Hawks (0 x 2)
Miami Heat 77 x 106 Boston Celtics (0 x 2)
Utah Jazz 114 x 111 Denver Nuggets (1 x 1)
Oklahoma City Thundercats 92 x 95 Los Angeles Lakers (0 x 2)
Portland Trail Blazers 90 x 119 Phoenix Suns (1 x 1)

terça-feira, 20 de abril de 2010

HISTÓRIA ► “Os Esquadrões do Holocausto”: há coisas que não podem ser esquecidas

Eu sou pela tolerância zero em praticamente tudo. Se não, é aquela coisa: você dá a mão, levam o braço, depois o tronco, a cabeça... e por aí vai. Foi assim que Hitler destruiu parte do mundo. Felizmente, só destruiu, não conquistou.

Por isso abomino e não relevo sob hipótese alguma o que as preconceituosas estrelinhas do Santos fizeram. Deveriam ser punidas, se não vivêssemos em um regime de impunidade social.

Neste fim de semana, tive a oportunidade de assistir no National Geographic Channel ao ótimo e trágico documentário “Os Esquadrões do Holocausto”. É de revirar o estômago. Sem entrar em maiores detalhes, esses esquadrões foram os precursores dos mais baixos métodos de execução da Solução Final de Hitler e seus demoníacos asseclas: grupos militares iam de vilarejo em vilarejo, especialmente na União Soviética, exterminando famílias inteiras de judeus. Ou qualquer judeu que encontrassem. Verdadeiras bestas humanas, esses esquadrões encarnavam a palavra horror em toda sua maléfica acepção.

O choque aumentava porque as vítimas eram parte do dia a dia dessas comunidades, algumas estabelecidas desde o século 14 nessas regiões. E o restante da população, sem entender o porquê de tudo aquilo, ainda era obrigada a participar, cavando valas e jogando corpos sobre corpos a toque de caixa para que a “produção” não diminuísse.
Mas os alemães chegaram à conclusão de que esse tipo de tarefa dava muito trabalho e prejuízo aos cofres do Reich. Afinal, havia um ”desperdício” imenso de munição e alguns soldados chocavam-se com a tarefa. Era preciso mais eficiência: matar mais, gastar menos, não ferir a moral da tropa. Daí  o surgimento dos campos de concentração, das câmeras de gás... E toda uma nação acabou entrando permanentemente pela porta dos fundos em uma sala de triste destaque na História.

Esses esquadrões, porém, não eram oficializados em registros pelo regime nazista. Por isso estima-se que ainda existam centenas de valas comuns ainda não encontradas. Inclusive, por não serem oficializados, os esquadrões continuaram a agir impunemente mesmo após o estabelecimento dos atrozes campos de concentração, até o momento da inexorável derrota final de Hitler.

Para quem quiser saber mais, a página do programa no site da NatGeo:
http://www.natgeo.com.br/br/synopsis/469/54971.

FÓRMULA INDY ► Brasileiros discretos no GP de Long Beach

No tradicional circuito de rua de Long Beach, o americano Ryan Hunter-Reay chegou em primeiro, com o inglês Justin Wilson e o australiano Will Power completando o pódio. Como sempre, tudo bem apertado: do 1º ao 10º colocado a diferença foi de apenas 20 segundos.

O melhor brasileiro foi Tony Kanaan, em 5º, seguido por Mario Moraes e Hélio Castroneves . Vitor Meira chegou em 11º, Raphael matos em 20º e Mario Romancini tirou Graham Rahal do sério e da prova na 59ª das 85 provas. Mas Romancini jura que Rahal é que freou cedo demais, tornando inevitável o choque. Vejam aí:



Não pude assistir direito porque estava conectado nos playoffs da NBA, deixei apenas uma janela para olhar de vez em quando, ainda bem que a qualidade do streaming estava ótima, parecia HD. Estranho que a transmissão estava sem crédito algum. Logo a Indy, cujas informações de tela costumam dispensar narração e internet. Mesmo na transmissão do Terra TV estava assim. Uma pena a Band não ter reprisado em um bom horário na TV aberta.

Segue o link para o ótimo site oficial da Fórmula Indy: 
http://www.indycar.com/.

FÓRMULA 1 ► Chuva garante diversão no GP da China

Eu, com certeza, nunca vi: houve carro fazendo até 6 pit-stops na etapa de Xangai da Fórmula 1, a última nas nossas madrugadas nesta temporada.

Assim, desde o início foi aquele negócio de põe pneu slick, tira pneu slick, coloca biscoito, intermediário, volta slick, agora esse, não, deve ser hora daquele... Diversão garantida em uma categoria que ameaça tornar-se uma “corrida de mocinhas”, tal o exagero do “não pode isso, não pode aquilo”. Querem acabar com a emoção da F1!

Imagine que qualquer disputa, qualquer toque, lá vem a advertência do narrador: “Os comissários vão colocar sob investigação.” Para com isso! Parece episódio de alguma das série C.S.I. Massa x Alonso na entrada dos boxes: nada! Vettel e Hamilton na saída do pit-stop: nada! Não houve nada nessas disputas, só pilotos disputando posição e ponto. Parece que ficaram tão desacostumados a isso na Fórmula 1 que começaram a achar estranho.

No fim de todo aquele “chove-não-molha-tá-molhando-agora”, Jenson Button e Nico Rosberg, que arriscaram com pneus lisos com a pista ainda molhada, saíram na frente. Apesar do melhor rendimento, Button só ultrapassou mesmo o filho de Keke no pit-stop. Com mais uma daquelas incríveis corridas dde recuperação que só o Galvão mesmo para tentar jogar para baixo, Lewis Hamilton acabou superando Nico e chegando em 2º.

Fernando Alonso também foi extremamente agressivo e fechou em 4º, com sua Ferrari quase engavetada na Mercedes de Rosberg. Massa não foi bem e seria bom dar uma recuperada já na próxima prova, em Barcelona (que, aliás, os especialistas já predizem uma chatice só, a não ser que chova...), pois tem sido sistematicamente mais lento que o espanhol.

Os carrinhos amarelinhos da Renault fizeram bonito. Kubica fez outra corrida em que quase ninguém o viu na pista. Faz sentido: o destaque era todo para rodadas, saídas de pista e disputas de posição. O polonês não teve muito com quem disputar e mais uma vez, mesmo sob as condições terríveis que a corrida apresentava, não cometeu erros, recebendo a bandeirada em 5º. Seu companheiro, o impetuoso estreante russo Vitaly Petrov, não teve essa preocupação: saiu da pista aqui, foi na grama ali, deu uma incrível rodada de 360º no entrada de uma reta, segurou o carro, deixou para trás Schumacher, Massa e Webber e somou seus primeiro pontos na categoria, chegando em 7º. Há esperanças de emoção na Fórmula 1! Vejam as diabruras do russo dentro e fora da pista aí:


No mais, Vettel, discretíssimo em 6º, e Webber, somando mais uma barbeiragenzinha para o currículo (não quer dizer que seja mau piloto, mas deu mole de novo) em 8º parecem mostrar que as RBR não estavam bem acertadas para a chuva. Bruno Senna conseguiu levar o seu Hispania até o fim, a apenas duas voltas do líder (parece pouca coisa, mas neste caso não é, não) e duas voltas à frente de seu companheiro, o indiano Karun Chandhok. Os engenheiros da Hispania devem ter ficado felizes da vida com o volume de dados que desta vez conseguiram reunir sobre o carro.

Rubinho fez mais uma corrida daquelas que eu esperava, na particular categoria autista na qual a Williams deve permanecer até acertar seus carros, o que pode levar a temporada inteira. Chegou em 11º. Seu companheiro, o alemão Nico Hulkenberg, foi o 15
º, uma volta atrás do brasileiro. Di Grassi só conseguiu completar 4 voltas e o rápido italiano Vitantonio Liuzzi deveria rasgar as páginas deste fim de semana de sua agenda: pagou o mico de ficar fora do Q2 no treino de classificação e não completou uma volta sequer na prova. Coisas que acontecem aos melhores pilotos, principalmente na chuva.

Link para o site oficial da Fórmula 1:
http://www.formula1.com/.