quarta-feira, 25 de agosto de 2010

FÓRMULA INDY ► Will Power vence mais uma e aumenta a liderança a quatro provas do fim da temporada

Eu gosto muito de acompanhar a Fórmula Indy. Há alguns anos, bem mais que a Fórmula 1. Mas os horários das corridas da Indy quase sempre me derrubam. Como a maioria ocorre nas tardes de domingo, muitas vezes não consigo assistir.

Como no domingo passado, quando Will Power venceu sua quinta prova na temporada, desta vez o GP de Sonoma (na Califórnia, EUA), e ficou mais perto do campeonato de 2010. A quatro corridas do fim, o australiano lidera com 514, 59 à frente do escocês Dario Franchitti, seu mais próximo perseguidor.

Na prova de Sonoma, o neozelandês Scott Dixon chegou em segundo lugar e Franchitti completou o pódio. Hélio Castroneves foi o quinto colocado, Tony Kannan, o sétimo, Mário Moares, 11º, e Vitor Meira, 15º. Fechando a participação brasileira, Raphael Mattos não cruzou a linha de chegada do circuito misto, já que deixou a pista após um acidente na 67ª volta.

Abaixo, os melhores momentos da prova. Repare no incrível acidente de Dan Wheldon logo na largada.


A classificação da corrida (em negrito, os pilotos brasileiros):

1º) Will Power (AUS/Penske) – 75 voltas, 1h54min32s2568
2º) Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi) – a 0s7432
3º) Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi) – a 6s6132
4º) Ryan Briscoe (AUS/Penske) – a 7s8607
5º) Hélio Castroneves (BRA/Penske) – a 10s4594
6º) Justin Wilson (ING/Dreyer-Reinbold) – a 10s9095
7º) Tony Kanaan (BRA/Andretti) – a 11s5246
8º) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti) – a 11s8938
9º) Graham Rahal (EUA/ Newman-Haas) – a 17s5019
10º) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne) – a 18s2069
11º) Mário Moraes (BRA/KV) – a 20s2411
12º) Marco Andretti (EUA/Andretti) – a 20s6759
13º) Simona de Silvestro (SUI/HVM) – a 21s8239
14º) Alex Tagliani (CAN/FAZZT)- a 22s4858
15º) Vitor Meira (BRA/AJ Foyt) – a 24s2879
16º) Danica Patrick (EUA/Andretti) – a 46s1339
17) Hideki Mutoh (JAP/Newman-Haas) – a uma volta
18º) Takuma Sato (JAP/KV) – a 1 volta
19º) E.J. Viso (VEN/KV) – 22 voltas Adam Carroll (IRL/Andretti) – a 1 volta

Não completaram:

20º) Francesco Dracone (ITA/Conquest) – 71 voltas
21º) Raphael Matos (BRA/Luczo Dragon) – 67 voltas
22º) Milka Duno (VEN/Dale Coyne Racing) – 67 voltas
23º) Bertrand Baguette (BEL/Conquest) – 65 voltas
24º) J.R. Hildebrand (EUA/ Dreyer-Reinbold) – a 38 voltas
25º) Dan Wheldon (ING/Panther) – 1 volta

Link para a classificação completa do campeonato na página oficial da Fórmula Indy: http://www.indycar.com/schedule/standings/.

Além da pontuação pela ordem de chegada ao encerramento de uma corrida, cada piloto da Fórmula Indy que liderar o maior número de voltas em cada prova receberá um bônus de 2 pontos, somados à pontuação normal. Além disso, há um ponto extra para quem conquistar a pole-position. Com isso, é possível que um piloto some 53 pontos em uma corrida. (Fonte: http://www.band.com.br/esporte/formula-indy/classificacao.asp)

POLÍTICA ► Abandonada à própria sorte e repetitiva, campanha de José Serra só falta apelar novamente para Regina Duarte

O PSDB e o DEM são partidos com os quais democraticamente não me identifico, seja em nível de ideologias, propostas, práticas políticas ou o que for. Mas isso não me impede de observar que a campanha para tornar José Serra presidente do Brasil parece claramente abandonada e equivocada.

A impressão que me dá, impressão de quem observa "do lado de cá", é que o candidato está abandonado à própria sorte, sem nenhum esforço estratégico por parte da cabeça da coligação. Fica ainda a impressão de que nomes coroados dos dois partidos evitam se expor em uma campanha aparentemente perdida, salvo um imenso acidente de percurso eleitoral. O que é uma covardia com o ex-governador de São Paulo.

Uma coisa que respeito em políticos mesmo que de orientação contrária à minha é a fidelidade a seus princípios e a seus pares. Um exemplo é a postura de Roberto Jefferson (PTB) no impeachment de Fernando Collor. Jamais votei e jamais votarei em Roberto Jefferson (se fizer isso, internem-me, porque provavelmente terei perdido o juízo), mas até hoje o respeito por não ter participado daquele espetáculo patético que foi protagonizado por diversos políticos da base governamental de Collor.

Vendo que o impeachment passaria, muitos decidiram abandonar o barco na última hora e surfar na onda popular do movimento, votando pela derrubada do presidente que apoiavam, com direito a inflamados e hipócritas discursos moralistas. Ao votar "não", Jefferson justificou dizendo que não fazia sentido votar contra o homem que ele apoiara até ali. Legal. Discordo totalmente do voto, mas democraticamente o respeito, sentimento que não tenho em relação àquela enxurrada de falsos "sim".

Por isso acho que a participação - ou, no caso, a não participação - de nomes como Aécio Neves na campanha do candidato de seu partido à presidência da República é simplesmente vergonhosa. Enquanto Aécio mantém-se distante do pleito principal do país, vai garantindo com imensa folga sua vaga no Senado em Brasília por Minas Gerais - onde José Serra aparece atrás de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas.

E muitos peessedebistas estão agindo como Aécio. A intenção, na minha interpretação, é clara: ficar distante de uma candidatura que eles mesmos julgam derrotada, evitar se expor em um palanque contrário ao popularíssimo presidente Lula e assim seguir "imaculado" rumo a futuras eleições.

Ao lado de Serra, mas já sem o mesmo ânimo, apenas os chamados "jornalões" de Mino Carta (leia aqui).

Sem apoio político e sem criatividade, a campanha José Serra cai em discursos vazios, repetindo contra Dilma Rousseff mesmos argumentos usados contra Lula em eleições passadas: inexperiência, despreparo, ameaça de choque econômico, choque fiscal... Só falta ressuscitar Regina Duarte e seu vergonhosamente histórico bordão: "Eu tenho medo!" Em um ato que denuncia já certo desespero, até Lula Serra jogou em sua campanha.

Melhor seria que o candidato da coligação PSDB/DEM se prendesse a uma campanha de propostas efetivas, minimizando críticas como as citadas acima e mostrando suas ideias para mudar o que acha que está errado e aperfeiçoar o que julgar estar correto nas ações do atual governo. Simples assim, de maneira técnica. Até porque - como Dilma, aliás - Serra é considerado técnico competente. Só que Dilma está muito amparada pelos seus e Serra, não. Então faria mais sentido fazer campanha como um técnico e não como um político tradicional, papel em que não se sente nada à vontade, nunca representou bem e no qual sente imensa falta de uma direção ao menos interessada.

Posso estar completa e redondamente enganado, mas é assim que vejo a coisa.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

BRASIL ► Estes indivíduos merecem nova chance para conviver em sociedade?

Deu na internet (clique aqui para ver texto original):
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22/08/2010 12h48 - Atualizado em 22/08/2010 12h52
Homem é morto após parar carro com defeito em rua no interior de SP
Motorista de micro-ônibus teria se irritado com bloqueio e atirado.
Caso aconteceu em Serrana, no interior de SP, na noite de sábado (21).
Do G1 SP, com informações da EPTV

Um ajudante de caminhoneiro de 28 anos foi morto na noite deste sábado (21) em Serrana, a 313 km de São Paulo, depois que seu carro teve um defeito e parou no meio da rua. O motorista de um micro-ônibus é suspeito do crime.

De acordo com testemunhas, o motorista do coletivo, que levava funcionários de uma transportadora, se irritou com o veículo da vítima parado no meio da rua. O pai do suspeito desceu do veículo e mandou o ajudante de caminhoneiro tirar o carro do caminho. Como isso não foi feito, o motorista do micro-ônibus atirou e atingiu a cabeça da vítima.

Em seguida, o pai do motorista tirou o carro da rua para dar passagem ao coletivo. Ele e o filho ainda não foram localizados.

O homem foi socorrido e levado para a unidade de emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, também a 313 km de São Paulo, onde morreu na madrugada deste domingo (22). Ele será enterrado nesta tarde.
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Até quando a justiça brasileira será condescendente com assassinos assim? Em qualquer lugar do mundo a sociedade não correria o risco de ver novamente em liberdade esse tipo de gente.

Mas será gente mesmo?

sábado, 21 de agosto de 2010

CARNAVAL ► Morre o baluarte Aurinho da Ilha, autor de "Domingo"

Vítima de problemas decorrentes de diabetes, morreu esta semana no Rio de Janeiro o compositor Aurinho da Ilha, autor de 11 sambas campeões na União da Ilha do Governador e mais dois na Acadêmicos do Salgueiro. Entre suas composições, verdadeiros clássicos dos sambas-enredos, como "Domingo" (União da Ilha, 1977) e "Dona Beija, a Feiticiceira de Araxá" (Salgueiro, 1968).

Nascido Áureo Campagnag de Souza, o compositor é de uma geração que já faz muita falta nas quadras da cidade. Foi o maior parceiro do também saudoso mestre Didi (o procurador da República Adolfo de Carvalho Baeta das Neves), com quem assinou 10 de seus sambas na Ilha do Governador. O primeiro, em 1955, "Fundação da Cidade do Rio de Janeiro". O último, o bonito " Um herói, um Enredo, uma Canção", em 1985, com a colaboração de Aritana.

No Salgueiro, além de "Dona Beija", Aurinho também foi o responsável pelo não menos belo e marcante "História da Liberdade no Brasil", em 1967.

Mas o maior sucesso de Aurinho é mesmo "Domingo", hino com o qual a União da Ilha encantou o país no amanhecer da segunda-feira de carnaval de 1977 e fincou seu nome na história dos desfiles de escolas de samba. E é com ele, criado em parceria com Waldyr da Vala, Ione do Nascimento e Adhemar Vinhaes, que ilustro este registro em memória de um daqueles compositores que nos deixam muitas saudades e obras de qualidade - o que pouco ouço hoje em dia. Abaixo, trechos daquela antológica passagem da Ilha pela Marquês de Sapucaí, com som ao vivo, direto do YouTube.


E a propósito:

1 - Atentem para a bateria batendo samba, com cadência de samba. Hoje as baterias batem forte e rápido. Cadência, melodia, suingue... Tá difícil.
2 - Salvem o samba-enredo!

Enfim, a morte de Aurinho enlutece todo o mundo do samba nacional, mas especialmente a Ilha do Governador. Na imaginação da poesia insulana, quem sabe Aurinho, agora lá em Cima, não volte a compor com Didi sambas maravilhosos para Aroldo Melodia cantar?

É o meu desejo.

Enfim, a morte de Aurinho enlutece todo o mundo do samba nacional, mas especialmente a Ilha do Governador. Na imaginação da poesia insulana, quem sabe Aurinho, agora lá em Cima, não volte a compor com Didi sambas maravilhosos para Aroldo Melodia cantar?

É o meu sonho.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

POLÍTICA ► Fernando Gabeira é a grande decepção das eleições 2010

Essa frase que dá título ao post eu posso falar de cadeira porque fiz muita campanha para Fernando Gabeira, desde sua primeira candidatura ao governo do estado do Rio de Janeiro em 1986.

Naquela época, fazia pouco que Gabeira fora fundador do recém-criado Partido Verde. Eu logo adotei a ideia de um partido ecológico no Brasil, nos moldes dos que já existiam na Europa.

Mas o PV não era levado muito a sério. Tinha uma aura meio elitista, meio inconsequente. Foi daí que surgiu uma oportuna coligação com o também ainda jovem Partido dos Trabalhadores: se o PV tinha uma imagem não muita séria, o PT, por sua vez, possuía imagem oposta, de um partido sério demais, dogmático demais, inflexível demais, ameaçador até para quase todas as camadas sociais do país.

Pois a coligação com o PV deu a leveza e a imagem de flexibilidade que o PT precisava para aliviar o peso carregado de sua estrutura e seu forte enraizamento ideológico e o PT, em troca, deu ao PV a chancela de um partido sério, que não estava ali apenas para brincadeiras.

Foi uma campanha muito bonita, com momentos marcantes, como a Passeata das Rosas na Avenida Rio Branco e o abraço à Lagoa Rodrigo de Freitas. Eu fiz muita campanha. Distribuí panfletos, usei broches e camisa. Gabeira não levou, mas amealhou mais de meio milhão de votos e fincou a bandeira do PV no Rio de Janeiro como um partido com um jeito diferente de fazer política. E se não elegi Gabeira naquele momento, ajudei a eleger Carlos Minc, depois elegi Alferdo Sirkis e, mais tarde, o próprio Gabeira, quando se candidatou a deputado federal em 1994.

Antes, em 1989, Gabeira saiu candidato à presidência da República. Era uma candidatura ideológica, não pragmática. Ninguém achava que houvesse qualquer chance de chegar ao menos ao segundo turno, mas era importante marcar posição pelas causas ambientais nacionalmente.

Na época, fui algumas vezes à sede do partido, ali na Lapa, pegar material para campanha. Fiz boca de urna, empunhei bandeira, fui a eventos e tudo o mais. O meu voto "pra valer" seria para Luís Inácio Lula da Silva, que eu tinha certeza que iria para o segundo turno, apesar da acirrada disputa com Fernando Collor e Leonel Brizola. Mas, antes disso, fiz o que achava importante na defesa de ideais ecológicos com os quais me identificava e resistindo a uma forte campanha pelo voto útil ainda no primeiro turno.

Por essas e outras, posso tomar emprestado sem muita cerimônia os versos de Chico Buarque e dizer: "Quem te viu, quem te vê, Fernando Gabeira." Quem diria que o Partido Verde tornar-se-ia só mais um partido na política nacional, e não o partido diferente. E quem diria ainda que chegaria o dia em que veria Fernando Gabeira fazer uma campanha em que renegaria nacionalmente o seu PV, passando a mim e a muita gente a ideia de um político pragmático e carreirista, coisas contra as quais tanto lutara no passado. O político Gabeira há um bom tempo vinha guinando à direita. Até apoio e capa da Veja recebeu. E parece que agora chegou ao seu destino - totalmente oposto ao seu ponto de partida.

Assistindo ao horário eleitoral gratuito (é, eu assisto quando posso e confesso que gosto, por favor, não tentem me internar!) não há como não ficar chocado ao ver Fernando Gabeira ignorar a candidata do PV à presidência, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina da Silva, e veladamente (ou nem tanto) apoiar a candidatura José Serra, da aliança PSDB e DEM, o DEM de Cesar maia, de quem Gabeira virou uma espécie de "peixe", como diria o ex-jogador e hoje político (?) Romário. Acho algo muito triste de ver. Não é questão de reformular opiniões e ideias ou de flexibilizar seu jeito de fazer política, mas de como fazer isso.

A ideia de traição ao partido e sua causas aumenta ao vermos vários candidatos do PSDB e do DEM com o painel ao fundo estampando o nome de Gabeira e até José Serra falando em prol de sua candidatura. Enquanto isso, os candidatos do PV seguem pedindo votos para si, para Marina e para o próprio Gabeira.

Hoje, vendo o programa de Fernando Gabeira, tive a sensação de ver apenas mais um político carreirista e fisiológico, sensação agravada pelo deprimente apoio a José Serra, desrespeitando seus eleitores, seu próprio partido e uma candidata como Marina Silva, que verdadeiramente não merecia isso.

Por isso, eu, que tanto votei nele, posso dizer de cadeira que Fernando Gabeira é a grande decepção das Eleições 2010. Tão decepcionante que deve estar deixando o V da bandeira do partido vermelho de vergonha.

Seria agora a minha vez de perguntar: "O que é isso, companheiro?"

É a minha opinião.