quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BASQUETE ► Meu ídolo Ubiratan no Hall da Fama do Basquete dos EUA

Quase deixei passar batido, mas ficou no quase. Semana passada, o eterno ídolo de nosso basquetebol Ubiratan Pereira Maciel (18 de janeiro de 1944 / 17 de julho de 2002) foi entronizado no seletíssimo Hall da Fama do Basquete em Springfield (Massachusetts/EUA). Dentre as 259 personalidades já eternizadas ali, apenas outro nome brasileiro se faz presente: a Rainha Hortência.

Ubiratan foi um dos meus ídolos do basquete. Pensando melhor, foi o meu ídolo no basquete brasileiro, especialmente devido ao grande desempenho do pivô no Campeonato Mundial das Filipinas, em 1978. Foi uma competição que acompanhei com o ouvido colado ao radinho de pilha (é, o basquete aqui já foi tão popular que as rádios transmitiam os principais jogos) e de olho nas raras partidas transmitidas pela TV.

Ubiratan foi um dos grandes destaques daquele Mundial, que marcou também a popularização da chamada "ponte aérea", com Oscar jogando a bola por cima do aro para Marcel completar e vice-versa. Foi nesse campeonato uma das minhas maiores emoções no basquete, com a vitória do Brasil sobre a Itália na decisão do terceiro lugar. O Brasil perdia por um ponto de diferença a poucos segundos do fim, quando Marcel recebeu o fundo bola e arremessou do meio da quadra, com o cronômetro zerando para conquistar a vitória e garantir nosso lugar no pódio. Foi também ali nas Filipinas que me tornei admirador de um dos jogadores mais talentosos que vi em quadra, o canhoto iugoslavo Mirza Delibasic.

Mas o lance aqui é lembrar o velho Bira, que foi um monstro na briga debaixo do garrafão contra os gigantes americanos na grande vitória por 92 x 90 contra os EUA. Nosso pivô, que sempre foi mais um facilitador ofensivo que um cestinha e possuía uma notável capacidade defensiva, teve uma grande atuação naquela partida que ouvi pelo radinho.

Naquele time que saiu com o bronze do Mundial, Marcel e Oscar começavam a despontar, mas havia, além do velho Bira, nomes como Carioquinha, Hélio Rubens, Adílson e Marquinhos, que tanto vi jogar aqui nas quadras cariocas, assim como seu irmão Paulão. Também fazia parte daquele grupo o hoje comentarista da ESPN Brasil Eduardo Agra.

Foram bons tempos para o basquete brasileiro, um tempo em que os jogadores jogavam com muito mais paixão. Não à toa, cansei de pegar o desgastante ônibus 634 para me despencar à noite da Ilha do Governador para as quadras do Maracanãzinho, Tijuca e América para acompanhar jogos do Fluminense pelo campeonato carioca. E um dos grandes símbolos daqueles tempos foi Ubiratan, agora eternizado na terra do basquetebol.

Nestas mal traçadas linhas, sem muita inspiração, apenas faço questão de deixar registrada minha admiração pelo nosso grande pivô, um dos meus ídolos no esporte nacional.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MÚSICA ► Há 33 anos partia Elvis Presley, o Rei do Rock'n'Roll

"Antes de Elvis, não havia nada." John Lennon.

Desde criança eu sou fã de Elvis Presley. Sei lá exatamente por quê. Meu pai gostava, mas não era fã. Minha mãe também, mas da mesma forma não era fã. Talvez por influência dos filmes da Sessão da Tarde. Mas sei que o álbum duplo "Elvis 40 Greatest Hits" que pedi para meu comprar para mim assim que passou o anúncio na TV, em 1975, durante muitos anos não saída da vitrola.

Depois eu fui crescendo e à idolatria infantil somou-se a admiração pelo incrível talento e versatilidade interpretativa de Elvis Presley, que foi muito mais do que "apenas" (como se fosse pouco) o Rei do Rock'n'Roll - uma marca registrada, inclusive.

Quando Elvis morreu, em 16 de agosto de 1977, lembro que eu estava assistindo, se não me engano (a memória infantil confunde-se um pouco com o tempo), ao Capitão Aza (assim, com Z), na extinta e saudosa TV Tupi. A edição especial, urgente, anunciava a morte de Elvis Presley. Só sei que fiquei chocado. E mais nada me recordo até o dia seguinte. Também sei, pelo que meus pais contam, que chorei muito e fiquei tão consternado que minha Tia Ester, beatlemaníaca e também admiradora de Elvis, veio com o saudoso tio Michel lá da Glória até a Ilha do Governador por pura preocupação.


Elvis é de um tempo em que um cantor ou intérprete efetivamente cantava, não dublava usando playback. Isso era totalmente inaceitável. Aliás, em se tratando de canto, mesmo, continua totalmente inaceitável. Hoje cantores dançarinos usam e abusam desse recurso, mas sendo avaliados e idolatrados mais pelo espetáculo que proporcionam do que por seu talento interpretativo.

Mas lá nos anos 1950 não era assim. E não foi até a morte de Elvis Presley. Tanto que, já doente e com dificuldade para recordar-se de letras de músicas que cantava já há décadas, jamais cogitou-se à sua volta o uso de playback. Como todo artista deve fazer, Elvis dava a cara ao subir ao palco. E mais vale um artista errar e seguir em frente do que fazer uma apresentação fake calcada em uma perfeita gravação dublada nem sempre com perfeição.

Se Elvis fisicamente morreu ou não, pode haver dúvida. Mas seu legado é eterno. Elvis Presley foi a marca do século 20. Sua obra influenciou as mais diferentes vertentes do rock, de Paul McCartney, John Lennon, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Bono Vox, Mick Jagger, Janis Joplin, Steven Tyler, Roberto Carlos...

Tornou-se um ícone tão impregnado na cultura americana que seu nome é comumente citado em filmes, músicas e mesmo no dia-a-dia das pessoas. "Elvis não morreu" é uma máxima aqui em nossa terra. "Elvis has left the bulding", como anunciado ao fim de cada apresentação, é uma frase das mais conhecidas na música. Seus sanduíches, seus extravagantes hábitos alimentares, sua personalidade resvalando para a bipolaridade, os presentes dados a desconhecidos (a velhinha negra que ganhou um cadillac zero porque apreciava um no mostruário da loja onde Elvis estava), os tiros na TV ... Tudo em Elvis foi superlativo e marcante.


Musicalmente, Elvis Presley foi pioneiro em um sem número de coisas. Uma espécie de "Cidadão Kane", a inigualável obra-prima de Orson Welles, da música. O primeiro show transmitido ao vivo para todo o mundo, o primeiro acústico, o uso de orquestra, de som quadrifônico...

Principalmente, seu carisma e incrível talento para interpretar com feeling inigualável rock, country, gospel, baladas ou o gênero musical que fosse o faz único. Como disse alguém cujo nome infelizmente não recordo (lembrando eu atualizo aqui), Elvis era desses raros intérpretes cuja interpretação transcendia a qualidade do material com que trabalhava.

FUTEBOL ► Nada justifica que nos dias atuais o futebol brasileiro não adote o calendário europeu, só a vocação para perder dinheiro

Há muito tempo discute-se a necessidade do futebol brasileiro adotar o calendário europeu, mas sempre há vozes retrógradas e até carregadas de um bobo nacionalismo que se levantam em contrário. No profissionalismo globalizado de hoje, não adotar o calendário europeu é desperdício de dinheiro e de possibilidade de internacionalizar a marca dos nossos clubes. Fora a questão de que isso permitiria um maior planejamento para o Brasileirão, que tanto sofre com o sem número de jogadores transferidos para o Velho Mundo no meio do campeonato.

Eu cresci tentando acompanhar pelos jornais e pelo radinho de pilha os muitos amistosos que o Fluminense fazia fora do país, em especial na Europa, mas até no continente africano, e nos meses de julho e agosto. O Fluminense e todos os grandes do futebol nacional. Hoje, pesquisando o passado, é fácil observar que desde os anos 1950 até os clubes de menor expressão estavam sempre na estrada. No Rio de Janeiro, não era raro Bonsucesso, Bangu e Madureira aventurarem-se além-mar atrás de faturamento. Sempre foi assim. Até a já quase ditatorial gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF.

Coincidência ou não, de lá para cá o calendário brasileiro passou a não dar brechas aos clubes para faturar em excursões ao exterior. Pior: com o recesso europeu ocorrendo justo no momento em que o campeonato nacional engrena, passamos a sofrer com o até patético desmantelamento de nossos maiores clubes em meio à competição. A tal ponto que virou lugar comum dizer que o campeonato brasileiro só começa de verdade após o fim da janela de transferência do mercado europeu e do impacto que isso provoca por aqui. Ridículo.

Mas o que mais me irrita, particularmente, não é nem a perda de jogadores no meio da principal competição do futebol mais vezes campeão do mundo. É perder a oportunidade de internacionalizar o nome dos clubes brasileiros numa época globalizada e marcada por inúmeros torneios e amistosos internacionais na Europa, na Ásia e na América do Norte.

Assim, fomos obrigados a ver no pós-Copa do Mundo deste ano, por exemplo, um sem número de partidas envolvendo grandes clubes europeus e outros nem tanto de países nossos sul-americanos, mexicanos e até do segundo escalão do Velho Mundo.

Bastaria à CBF ter um mínimo de respeito e atenção com nosso futebol para adequar nosso calendário ao europeu. Assim nossos clubes poderiam, como nos velhos tempos, "fazer a Europa". Poderiam, inclusive, sem muita dificuldade, contando apenas com competência e criatividade, fazer uma pré-temporada lá fora, se preparando para o Brasileirão e faturando um bom troco disputando jogos-treinos e amistosos em gramados estrangeiros, fossem nos EUA, na Europa..

Um dia, quem sabe a gente chega lá. Mas com certeza não será na gestão Ricardo Teixeira, porque não interesse para isso.

É minha opinião.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

RIO DE JANEIRO ► Bandalha nas ruas da cidade: será que há uma máfia disso também ou é apenas mais um caso de imensa incompetência?

Fico impressionado com certas situações que presenciamos no dia a dia da cidade do Rio de Janeiro. Parece que a autoridade não existe e a lei que impera é a da bandalha. No trânsito, então...

Quem passa à frente do Ilha Plaza Shopping, por exemplo, na Ilha do Governador, em certos horários, deve imaginar ter chegado à casa da Mãe Joana, tal o número de veículos de transporte alternativo (muitas vezes irregulares) que se acumulam em fila dupla (e até tripla) à frente da entrada do estabelecimento à caça de passageiros.

A Guarda Municipal sabe disso. A Polícia Militar sabe disso. Qualquer anão de jardim daqueles que adornam antigas residências sabe disso. Então? O que falta para pôr fim a isso? Qual a dificuldade?

Isso ocorre não só com transporte alternativo à frente de um shopping da Zona Norte como com carros de madame na porta de caros colégios da Zona Sul da cidade.

Depois não há como querer que o povo não suspeite que haja dinheiro rolando por trás disso. Ou então trata-se apenas de mais uma grande, imensa, gigantesca, colossal prova de incompetência dos órgãos públicos responsáveis.

É minha opinião.

FUTEBOL ► Kaká: mais uma prova de que a mentira tem pernas curtas

Kaká sempre passou a imagem do jogador bonzinho, politicamente correto e, principalmente, temente a Deus, algumas vezes extrapolando ao misturar religião com sua atividade profissional. Mas os últimos meses têm revelado uma imagem que não condiz com uma pessoa que usa o nome de Jesus em praticamente cada discurso que faz.

Na recente Copa do Mundo da África do Sul, Kaká protagonizou um espetáculo absolutamente covarde, religiosamente preconceituoso e, acima de tudo, mentiroso. E que hoje soa ainda mais patético que na ocasião.

Após o jornalista Juca Kfouri escrever que o principal jogador da seleção brasileira enfrentava sério problema físico que poderia levar até à necessidade de cirurgia, comprometendo sua carreira, Kaká aproveitou uma coletiva de imprensa para, na vez de fazer sua pergunta o repórter André Kfouri, filho de Juca, atacar o pai do profissional de imprensa.

Foi covarde porque coletiva de imprensa numa Copa do Mundo não dá direito de réplica aos jornalistas. O profissional faz a pergunta e já passa o microfone para o seguinte. Não que André fosse fazer uso disso, até porque ele portou-se muito bem no decorrer de seu trabalho na África, sem jamais usar de seu espaço com um microfone frente às câmeras para sequer mencionar o incidente em suas reportagens.

Foi preconceituoso porque acusou Juca Kfouri de persegui-lo por ser ele, Juca, ateu e Kaká ser evangélico. Veja o paradoxo: sob pretexto de uma suposta perseguição religiosa de que estaria sendo vítima, ele, Kaká, é quem comete um ato de preconceito religioso explícito, usando a falta de religiosidade de Juca para desqualificá-lo e fazer a grave acusação de perseguição religiosa.

E foi mentiroso porque, como já declarara logo após a competição, jogou mesmo com dor, inclusive recebendo infiltrações. E o balde derramou mesmo agora que o médico belga Marc Martens, que o operou, disse que sua carreira inclusive esteve em risco - como Juca Kfouri havia escrito.

Hoje, 13 de agosto, Kaká se vê completamente desacreditado em suas declarações e ainda apela para o abominável discurso de que fez isso pelo Brasil. Ora essa...

Acho muita mentira e pouca verdade para alguém que vive com Jesus na boca, mas que, como muitos, não mostra O ter em suas ações.

É minha opinião.