Fazia um fim de tarde lindo em Porto Elizabeth. Sol, céu azul, temperatura amena. De repente, nuvens, chuva, vento, frio... Assim como o clima, o panorama em campo também variou bastante na abertura das oitavas de final da Copa do Mundo da África do Sul entre Uruguai e Coreia do Sul. O jogo começou aberto, com a Celeste Olímpica um pouco melhor e aproveitando uma falha do goleiro coreano para abrir o placar. Mas a seleção sul-americana ainda no fim da etapa final começou a ceder espaços e no segundo tempo foi intensamente pressionado pela Coreia do Sul, que não desistiu até alcançar o empate. A partir desse instante, porém, o Uruguai voltou a atacar e o fez até desempatar com um golaço de Luís Suarez. Um bom jogo que com certeza agradou o público presente ao estádio.
Antes do primeiro minuto, as duas defesas já haviam dado indícios de que poderiam colaborar para a emoção da partida, a coreana com uma furada espetacular e a uruguaia com um passe no pé de um adversário, falhas não aproveitadas pelos ataques. Talvez ajudasse a dificultar a vida especialmente dos zagueiros (por que dos zagueiros, não sei, estou tentando arrumar uma desculpa para eles) o gramado em mau estado. As duas equipes movimentavam-se abertamente, até que aos 7' o Uruguai inaugurou o placar. Cavani rolou para Diego Forlan na ponta-esquerda e o atacante canhoto fez um improvável cruzamento de perna direita. A Jabulani passou por trás da linha de defesa e pelo goleiro Jung Sung Ryong, que perdeu o tempo de bola e não achou nada. A bola se ofereceu para Luís Suarez, que, quase sem ângulo, chapou de primeira para o gol.
A essa altura, o ataque uruguaio incomodava bastante, com Calvani municiando Forlan e Luís Suarez à frente. Já do outro lado, a Coreia pecava sempre na penúltima bola, aquela que deixaria alguém em condições de dar sequência a um lance de gol. Aos poucos, entretanto, a linha de volantes uruguaia, formada por Pérez, Arévalo e Alvaro Pereira, recuava e ia se fixando como uma linha mesmo, bem à frente dos zagueiros, fazendo um ótimo trabalho nesse sentido, mas isolando-se de Calvani, Suarez e Forlan e os abandonando no momento do contra-ataque. Apenas no fim do primeiro tempo os uruguaios acertaram uma raríssima resposta, com Maxi Pereira se aventurando ao ataque, recebendo na entrada da área e dando um lindo lençol num zagueiro. Na sequência, Maxi chutou antes da bola cair e o zagueiro interceptou a jogada com o braço. Foi pênalti, mas o juiz alemão Wolfgang Stark, bem colocado, achou que não.
Na Coreia do Sul, destacava-se o camisa 10 Park Chu Young, que logo aos 4' fez uma linda cobrança de falta da meia esquerda que chocou-se com o poste direito, com o goleiro Muslera podendo apenas fazer golpe de vista. Mas o time precisava caprichar nos passes para ameaçar mais.
No segundo tempo, o Uruguai vestiu a horrível fantasia de time pequeno que tem usado nas últimas décadas, ignorando a tradição e a força de sua camisa e recuando inteiramente para seu campo de defesa, sem sequer armar-se para contra-atacar. Por isso não foi surpresa que as chance de empatar para a Coreia, que apertava a marcação na saída de jogo adversária, fossem surgindo. A principal ocorreu aos 5', quando Lugano cortou mal um cruzamento, cabeceando nos pés de Park Chu Young, que dominou e de dentro da área bateu por cima, uma chance incrível que o bom camisa 10 não costuma desperdiçar. Mas outras chances ocorreram, principalmente aos 4', quando o lateral esquerdo Lee Young Pyo foi driblando até a linha de fundo e colocou a bola na pequena área sem que ninguém completasse para o gol, e aos 13', na cabeçada de Park Ji Sung no canto esquerdo que Muslera voou para pegar.
O gol de empate surgiu aos 22', num lance que revela um dos maiores problemas uruguaios: o excesso de vontade que às vezes provoca faltas idiotas, simplesmente assim. Como a que Lugano cometeu, saindo quase na intermediária para derrubar o adversário que estava de costas para o gol e próximo à linha lateral do campo. Na cobrança lá da esquerda, a defesa rebateu mal, Lugano se colocou pior e Muslera saiu errado, ficando fácil para Lee Chung Yong cumprimentar para o gol. E logo na saída de bola a Coreia voltou ao ataque e Park Ji Sung deixou Lee Chung Yong em ótimas condições para desempatar, mas o meia chutou em cima de Muslera. O Uruguai pagava caro por sua covardia e a chuva aumentava, assim como o vento. Ainda bem para a torcida que o jogo era bom.
Como num passe de mágica, porém, a seleção uruguaia lembrou que não era proibido atacar e que podia fazer isso muito bem. E aí foi sua vez de desperdiçar oportunidades, principalmente com Suarez, que se movimentava muito à vontade pelo gramado. Assim o 9 uruguaio ameaçou duas vezes: uma aos 27', quando recebeu impedido pela direita, levou uma fração de tempo para perceber que o bandeira nada assinalara e acabou batendo sem ângulo, forte, para Jung Sung Ryong espalmar; outra, logo no minuto seguinte, quando recebeu agora na esquerda, quase na pequena área, sozinho, e se precipitou ao cabecear em vez de dominar antes de finalizar. Uma hora o bom centroavante ia acertar - e acertou em grande estilo. Aos 34', o escanteio cobrado da direita foi parar em seus pés no lado oposto. Ele cortou dois zagueiros para dentro e da risca da grande área colocou de curva, com muita categoria, no canto esquerdo de Jung Sung Ryong. A bola ainda tocou na trave antes de morrer no fundo da rede. Golaço.
A Coreia do Sul, que precisou correr muito em busca do empate, novamente foi à frente atrás de nova igualdade, mas parecia cansada, se não física, mentalmente. Pressionou bastante, com muita garra, mas não chegou lá. Apesar de ter criado uma excelente oportunidade para marcar aos 41', quando Park Ji Sung fez um passe de cinema para Lee Dong Cook, que ficou sozinho na meia direita da grande área, mas se afobou e chutou de cabeça baixa, quando poderia ter dominado com calma e concluído melhor. A bola acabou batendo em Muslera e rolando por baixo do goleiro em direção ao gol, mas lenta o suficiente para a zaga aliviar.
Luís Suarez foi o destaque absoluto do Uruguai e da partida. Forlan e Calvani sofreram com o abandono a que foram relegados durante a maior parte do tempo, o que obrigava Forlan a fugir mais ainda de suas características e recuar para tentar jogar com Calvani. Lugano foi muita garra, coração, caras e bocas, mas falhou duas vezes no lance do gol coreano, como já havia feito antes, na bola que Park Chu Young desperdiçou.
Na Coreia do Sul, Park Chu Young deu uma apagada no final do jogo, mas foi bem a maior parte do tempo. Park Ji Sung fez dois ótimos lançamentos que deixaram seus colegas sozinhos com o goleiro. O meia do Manchester United realmente tem muita qualidade no apsse. E o lateral direito Cha Du Ri, apesar de limitado tecnicamente, apoiou o tempo inteiro. Mas os zagueiros estiveram inseguros e sofreram com Luís Suarez.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 49: Uruguai 2 x 1 Coreia do Sul.
Blog que o jornalista David Telio Duarte utiliza como registro de memórias sobre assuntos de seu interesse, como esporte, política, cinema, escolas de samba ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça.
sábado, 26 de junho de 2010
COPA DO MUNDO 2010 ► Meus três melhores momentos da primeira fase do Mundial
Acho um pouco de pedantismo afirmar "os melhores momentos", pois os meus melhores momentos muito provavelmente são diferentes dos de fulano, que também acha diferente de sicrano e por aí a coisa vai. Cada um tem sua opinião e seus próprios melhores momentos. Esses aqui formam meu pódio do que achei mais marcante na primeira fase da Copa do Mundo da África do Sul.
3 - Atuação do Japão contra a Dinamarca
Para surpresa de todo mundo, o futebol mais bonito da Copa até agora foi jogado pelo Japão, no segundo tempo da partida em que derrotou a Dinamarca por justo - e até modesto - placar de 3 x 1 em Rustemburgo.
A atuação do meio-campo do CSKA Moscou Honda, camisa 18 japonês, foi de abrir os olhos - os nossos, não havia intenção de qualquer trocadilho aqui. E o drible de letra que deu em Rommedahl no lance do terceiro gol é de entrar em qualquer antologia de jogadas mais bonitas dos Mundiais.
E um detalhe: foram dois gols de falta, um de Honda e um de Endo. Sempre que vejo os japoneses cobrando faltas assim (e cobram bem) me lembro da passagem de Zico por lá, como técnico e jogador, e tenho certeza que essa cultura de treinar cobranças de falta o craque brasileiro ajudou a difundir no futebol nipônico.
2 - Empate da Nova Zelândia com a Itália
Quem está acostumado a ver seu país sempre jogando com as honras de favorito às vezes não percebe o que significa um ponto, um resultado ou uma atuação honrosa mesmo em uma derrota para quem está do outro lado da corda. Isso aconteceu na partida Itália 1 x 1 Nova Zelândia.
O simples fato de marcar um gol e ainda arrancar um empate no final do jogo contra a Eslováquia já foi motivo de orgulho para o insipiente e praticamente amador futebol neozelandês. Empatar com os tetracampeões mundiais, onde se disputa um dos campeonatos mais ricos do planeta, então...
Reproduzo mais uma vez o início da matéria do New Zeland Herald, de Auckland, na manhãzinha daquele dia (o jogo foi realizado durante a madrugada de lá): “All Whites 1 x 1 Itália . Dê uma olhada na tabela. Olhe de novo. Em segundo lugar, empatada com a Itália, está a Nova Zelândia.” O jornal faz questão de salientar a diferença entre o futebol dos dois países: enquanto a Itália tem 3.541 jogadores profissionais de futebol, a Nova Zelândia tem... 25! E o segundo parágrafo termina assim: Um país que disputara apenas quatro partidas de Copa do Mundo antes desta manhã empatou com um que tem quatro títulos mundiais. Loucura.”
Pois é, apenas 25 jogadores profissionais, todos pertencentes ao mesmo e único clube profissional do país. E onde esse clube disputa partidas oficiais, então? Na liga profissional da vizinha Austrália. E ainda assim empataram mais uma vez na terceira rodada contra o Paraguai e voltaram para casa invictos e como verdadeiros heróis do esporte nacional.
E vamos combinar assim: no frigir dos ovos, acabaram não se classificando para as oitavas de final apenas por causa daquele pênalti bem safado marcado a favor da Itália. Se não...
1 - Vitória nos acréscimos dos EUA sobre a Argélia
O parágrafo que usei para abrir o texto sobre a Nova Zelândia acima serve para começar aqui também. Lógico que os EUA estão bem mais adiantados, mas ainda não possuem qualquer resultado de maior expressividade e seu futebol profissional sofre em busca de investimentos que o fortaleçam e o torne atraente e mercadologicamente competitivo como os esportes de elite norte-americanos, como basquete, futebol americano, beisebol...
E ao contrário da rejeição que normalmente o país desperta por sua política externa, o esforço dos profissionais americanos de futebol costuma gerar simpatia mesmo em quem vê com contrariedade essa atuação do país no campo da política externa (expressão repetida, foi mal), como o blogueiro aqui.
O futebol é o esporte mais praticado pela garotada de lá, mas como não há perspectivas profissionais, quando os jovens crescem deixam o esporte de lado. E assim passou a ser considerado apenas um hobby infantil e adolescente. Mas as coisas andam melhorando e a Major League Soccer tem se esforçado bastante para tornar seu campeonato mais atraente. Até por isso essa vitória sofrida, dramática e emocionante - e justa - foi importante.
Os norte-americanos gostam de vencer e seu futebol é sempre coadjuvante. E gostam de muitos pontos, por isso costumam ver com maus olhos um esporte em que o jogo pode acabar 0 x 0. Mas agora estão aprendendo que um simples 1 x 0 pode provocar emoções inimagináveis.
Para todos que gostam de futebol e acompanham com certa isenção ainda ficou aquela sensação de até ingênua de justiça, de acreditar que os deuses do futebol não jogam, mas fiscalizam (apesar de uns cochilos aqui ou ali). Afinal, contra a Eslovênia os EUA estavam conseguindo uma grande virada, quando foram incrivelmente garfados no final e tiveram um gol anulado de forma absurda. E mesmo contra a Argélia já haviam tido um gol mal anulado.
Assim, depois de dominar a maior parte do jogo (especialmente na etapa final), sempre procurar o gol que lhe daria a classificação e desperdiçar uma chance atrás da outra (sempre fez falta um artilheiro a essa seleção), conseguiu finalmente marcar com o bom Donovan já nos acréscimos, não sem antes desperdiçar mais uma oportunidade no próprio lance do gol, o que tornou o desfecho ainda mais emocionante.
Há quem ache que esse negócio de futebol nunca vai pegar nos EUA. Eu acho que isso um dia pega, sim. Esse vídeo muito legal que foi postado no YouTube mostra que já quem sinta o futebol como nós, por exemplo.
3 - Atuação do Japão contra a Dinamarca
Para surpresa de todo mundo, o futebol mais bonito da Copa até agora foi jogado pelo Japão, no segundo tempo da partida em que derrotou a Dinamarca por justo - e até modesto - placar de 3 x 1 em Rustemburgo.
A atuação do meio-campo do CSKA Moscou Honda, camisa 18 japonês, foi de abrir os olhos - os nossos, não havia intenção de qualquer trocadilho aqui. E o drible de letra que deu em Rommedahl no lance do terceiro gol é de entrar em qualquer antologia de jogadas mais bonitas dos Mundiais.
E um detalhe: foram dois gols de falta, um de Honda e um de Endo. Sempre que vejo os japoneses cobrando faltas assim (e cobram bem) me lembro da passagem de Zico por lá, como técnico e jogador, e tenho certeza que essa cultura de treinar cobranças de falta o craque brasileiro ajudou a difundir no futebol nipônico.
2 - Empate da Nova Zelândia com a Itália
Quem está acostumado a ver seu país sempre jogando com as honras de favorito às vezes não percebe o que significa um ponto, um resultado ou uma atuação honrosa mesmo em uma derrota para quem está do outro lado da corda. Isso aconteceu na partida Itália 1 x 1 Nova Zelândia.
O simples fato de marcar um gol e ainda arrancar um empate no final do jogo contra a Eslováquia já foi motivo de orgulho para o insipiente e praticamente amador futebol neozelandês. Empatar com os tetracampeões mundiais, onde se disputa um dos campeonatos mais ricos do planeta, então...
Reproduzo mais uma vez o início da matéria do New Zeland Herald, de Auckland, na manhãzinha daquele dia (o jogo foi realizado durante a madrugada de lá): “All Whites 1 x 1 Itália . Dê uma olhada na tabela. Olhe de novo. Em segundo lugar, empatada com a Itália, está a Nova Zelândia.” O jornal faz questão de salientar a diferença entre o futebol dos dois países: enquanto a Itália tem 3.541 jogadores profissionais de futebol, a Nova Zelândia tem... 25! E o segundo parágrafo termina assim: Um país que disputara apenas quatro partidas de Copa do Mundo antes desta manhã empatou com um que tem quatro títulos mundiais. Loucura.”
Pois é, apenas 25 jogadores profissionais, todos pertencentes ao mesmo e único clube profissional do país. E onde esse clube disputa partidas oficiais, então? Na liga profissional da vizinha Austrália. E ainda assim empataram mais uma vez na terceira rodada contra o Paraguai e voltaram para casa invictos e como verdadeiros heróis do esporte nacional.
E vamos combinar assim: no frigir dos ovos, acabaram não se classificando para as oitavas de final apenas por causa daquele pênalti bem safado marcado a favor da Itália. Se não...
1 - Vitória nos acréscimos dos EUA sobre a Argélia
O parágrafo que usei para abrir o texto sobre a Nova Zelândia acima serve para começar aqui também. Lógico que os EUA estão bem mais adiantados, mas ainda não possuem qualquer resultado de maior expressividade e seu futebol profissional sofre em busca de investimentos que o fortaleçam e o torne atraente e mercadologicamente competitivo como os esportes de elite norte-americanos, como basquete, futebol americano, beisebol...
E ao contrário da rejeição que normalmente o país desperta por sua política externa, o esforço dos profissionais americanos de futebol costuma gerar simpatia mesmo em quem vê com contrariedade essa atuação do país no campo da política externa (expressão repetida, foi mal), como o blogueiro aqui.
O futebol é o esporte mais praticado pela garotada de lá, mas como não há perspectivas profissionais, quando os jovens crescem deixam o esporte de lado. E assim passou a ser considerado apenas um hobby infantil e adolescente. Mas as coisas andam melhorando e a Major League Soccer tem se esforçado bastante para tornar seu campeonato mais atraente. Até por isso essa vitória sofrida, dramática e emocionante - e justa - foi importante.
Os norte-americanos gostam de vencer e seu futebol é sempre coadjuvante. E gostam de muitos pontos, por isso costumam ver com maus olhos um esporte em que o jogo pode acabar 0 x 0. Mas agora estão aprendendo que um simples 1 x 0 pode provocar emoções inimagináveis.
Para todos que gostam de futebol e acompanham com certa isenção ainda ficou aquela sensação de até ingênua de justiça, de acreditar que os deuses do futebol não jogam, mas fiscalizam (apesar de uns cochilos aqui ou ali). Afinal, contra a Eslovênia os EUA estavam conseguindo uma grande virada, quando foram incrivelmente garfados no final e tiveram um gol anulado de forma absurda. E mesmo contra a Argélia já haviam tido um gol mal anulado.
Assim, depois de dominar a maior parte do jogo (especialmente na etapa final), sempre procurar o gol que lhe daria a classificação e desperdiçar uma chance atrás da outra (sempre fez falta um artilheiro a essa seleção), conseguiu finalmente marcar com o bom Donovan já nos acréscimos, não sem antes desperdiçar mais uma oportunidade no próprio lance do gol, o que tornou o desfecho ainda mais emocionante.
Há quem ache que esse negócio de futebol nunca vai pegar nos EUA. Eu acho que isso um dia pega, sim. Esse vídeo muito legal que foi postado no YouTube mostra que já quem sinta o futebol como nós, por exemplo.
COPA DO MUNDO 2010 ► Blogueiro apostou que Suíça não passava por Honduras - e não passou mesmo
Em dois dos bolões que fiz cravei 1 x 1. No outro, 2 x 1 para Honduras. Só não sei de onde tirei da cabeça que a Suíça poderia marcar. O jogo, fraco tecnicamente, acabou valendo pela movimentação e vontade dos times em marcar de qualquer maneira durante o segundo tempo. Enquanto a Suíça tentava partir para cima, mas não sabia como, por atacar ser um modo de jogo fora de sua programação, a seleção de Honduras desperdiçava caminhões de contra-ataques que poderiam ter levado o país à sua primeira vitória na história das Copas do Mundo. No final, o público pareceu se divertir muito no Free State, em Bloemfontein, cantando e dançando independente do que acontecia - ou não - em campo.
Desde o início a Suíça procurou tomar a iniciativa, mas estava visivelmente fora de sua zona de conforto. Aos poucos, começava a ceder espaços para Honduras, que esbarrava em sua falta de técnica para acertar passes que a levassem a contra-atacar com perigo. Assim, pouca coisa acontecia.
Mas podemos lembrar o chute cruzado de Inler, aos 10', que saiu à esquerda da meta de Valladares, e a cabeçada de Derdiyok para baixo e para fora, após centro de Barnetta da meia direita. Ou duas oportunidades melhores no fim do primeiro tempo, ambas desperdiçadas por Nkufo. A primeira aos 42', quando tentou empurrar para o gol com o peito um cruzamento de Derdiyok (saiu jogando desta vez, o time precisava vencer) da direita que o encontrou bem posicionado no segundo pau. Dois minutos depois, cobrança de falta da intermediária que Nkufo, novamente no segundo pau, cabeceou para fora. Honduras não conseguiu nada de relevante nesta etapa, mas os espaços estavam lá, prontos para serem ocupados.
No segundo tempo, o panorama continuou o mesmo (Suíça atacando, Honduras com espaços para contra-atacar), mas as jogas de área foram se sucedendo na medida em que o tempo passava. Talvez pela necessidade de vitória suíça para se classificar para as oitavas de final de um lado, talvez pela antevisão do fim de Mundial para os hondurenhos do outro. O fato é que finalmente a emoção apareceu em campo. Apareceu e irritou os torcedores dos dois países.
Irritou em relação à Suíça pela imensa dificuldade de criar. E irritou em relação a Honduras pelo sem número de contra-ataques com vantagem numérica desperdiçados ou por jogador tocar na hora de cruzar ou cruzar na hora de chutar ou chutar na hora de tocar e qualquer outra combinação imaginável e ineficaz que se possa imaginar.
A melhor chance de Honduras concretizada em finalização, mesmo, foi aos 8', quando Alvarez recebeu na direita, entortou Grichting e colocou na cabeça de Suazo, que errou a cabeçada já na pequena área. Outra chance incrivelmente jogada fora foi quando encaixou bem um contra-ataque (coisa rara) e Suazo tocou para Alvarez na entrada da área e o meio-campista do Bari, da Itália, dominou e colocou alto no canto esquerdo, para estupenda defesa de Benaglio. As demais oportunidades foram quase inteiramente desperdiçadas naquela triste valsa do tocar-chutar- cruzar na hora errada.
Com Yakin no lugar de Fernandes, a Suíça encontrou mais facilidade para atacar e, mesmo que modestamente, ia criando suas chances. Mas a pressão, conforme aumentava, mais a expunha, porque jamais havia algum helvético na segunda bola à frente da área hondurenha e dali partiam os contra-ataques adversários. Além disso, a equipe centro-americana adiantava a marcação em cima da saída de bola adversária, o que ampliava o campo de jogo e aumentava os espaços para ambos os lados.
Mas o time europeu teve boas oportuinidades, como aos 15', quando Barnetta penetrou na área e chutou para a defesa de Valladares. Ou com o forte chute do lateral Lichtsteiner aos 34', livre pela meia direita da entrada da área, que saiu por cima do travessão. Ou ainda aos 38', quando Derdiyok centrou da direita e a bola cruzou toda a pequena área sem que Frei ou Yakin conseguissem empurrar para a rede. Curiosamente, aos 46', a seleção de Honduras teve uma chance parecida, quando Martinez cobrou escanteio na esquerda e a bola passeou pela pequena área sem que Turcios, Chavez ou Welcome conseguissem fazer o toque final para o gol.
O lance mais incrível de todos, porém, não valeu, pois foi assinalado impedimento antes. Mas a defesa que Valladares fez aos 39' da etapa final, depois que Frei (impedido) pegou uma sobra e chutou quase da marca do pênalti no canto direito do gol, foi qualquer coisa de espetacular. O goleiro voou e espalmou com a ponta dos dedos para escanteio. O detalhe plástico da jogada naquela supercâmera lenta, de frente para a área, é impressionante. Na imagem, vemos Frei se esforçar para bater bem na bola, tendo à frente apenas a rede. A bola vai em direção ao canto e aos poucos surge na tela a mão direita de Valladares, que voou com sensacional plasticidade para praticar a defesa. Incrível, espetacular, impressionante, sensacional... Muitos adjetivos num mesmo parágrafo, mas foi inevitável. Se encontrar algum vídeo com esse lance no YouTube, eu posto aqui.
No esforço suíço, Benaglio fechou uma bela Copa. Barnetta mostrou que não deveria ter sido sacado do time que começo jogando contra o Chile e Lichtsteiner foi bem na defesa e tentou ajudar o ataque. Na seleção de Honduras, Valladares foi, mais uma vez, muito bem e a defesa cuidou bem do ataque adversário durante todos os momentos de pressão. A lamentar, principalmente, os vários erros cometidos em contra-ataques que poderiam ter dado ao país a primeira vitória em Mundiais.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 48: Suíça 0 x 0 Honduras.
Desde o início a Suíça procurou tomar a iniciativa, mas estava visivelmente fora de sua zona de conforto. Aos poucos, começava a ceder espaços para Honduras, que esbarrava em sua falta de técnica para acertar passes que a levassem a contra-atacar com perigo. Assim, pouca coisa acontecia.
Mas podemos lembrar o chute cruzado de Inler, aos 10', que saiu à esquerda da meta de Valladares, e a cabeçada de Derdiyok para baixo e para fora, após centro de Barnetta da meia direita. Ou duas oportunidades melhores no fim do primeiro tempo, ambas desperdiçadas por Nkufo. A primeira aos 42', quando tentou empurrar para o gol com o peito um cruzamento de Derdiyok (saiu jogando desta vez, o time precisava vencer) da direita que o encontrou bem posicionado no segundo pau. Dois minutos depois, cobrança de falta da intermediária que Nkufo, novamente no segundo pau, cabeceou para fora. Honduras não conseguiu nada de relevante nesta etapa, mas os espaços estavam lá, prontos para serem ocupados.
No segundo tempo, o panorama continuou o mesmo (Suíça atacando, Honduras com espaços para contra-atacar), mas as jogas de área foram se sucedendo na medida em que o tempo passava. Talvez pela necessidade de vitória suíça para se classificar para as oitavas de final de um lado, talvez pela antevisão do fim de Mundial para os hondurenhos do outro. O fato é que finalmente a emoção apareceu em campo. Apareceu e irritou os torcedores dos dois países.
Irritou em relação à Suíça pela imensa dificuldade de criar. E irritou em relação a Honduras pelo sem número de contra-ataques com vantagem numérica desperdiçados ou por jogador tocar na hora de cruzar ou cruzar na hora de chutar ou chutar na hora de tocar e qualquer outra combinação imaginável e ineficaz que se possa imaginar.
A melhor chance de Honduras concretizada em finalização, mesmo, foi aos 8', quando Alvarez recebeu na direita, entortou Grichting e colocou na cabeça de Suazo, que errou a cabeçada já na pequena área. Outra chance incrivelmente jogada fora foi quando encaixou bem um contra-ataque (coisa rara) e Suazo tocou para Alvarez na entrada da área e o meio-campista do Bari, da Itália, dominou e colocou alto no canto esquerdo, para estupenda defesa de Benaglio. As demais oportunidades foram quase inteiramente desperdiçadas naquela triste valsa do tocar-chutar- cruzar na hora errada.
Com Yakin no lugar de Fernandes, a Suíça encontrou mais facilidade para atacar e, mesmo que modestamente, ia criando suas chances. Mas a pressão, conforme aumentava, mais a expunha, porque jamais havia algum helvético na segunda bola à frente da área hondurenha e dali partiam os contra-ataques adversários. Além disso, a equipe centro-americana adiantava a marcação em cima da saída de bola adversária, o que ampliava o campo de jogo e aumentava os espaços para ambos os lados.
Mas o time europeu teve boas oportuinidades, como aos 15', quando Barnetta penetrou na área e chutou para a defesa de Valladares. Ou com o forte chute do lateral Lichtsteiner aos 34', livre pela meia direita da entrada da área, que saiu por cima do travessão. Ou ainda aos 38', quando Derdiyok centrou da direita e a bola cruzou toda a pequena área sem que Frei ou Yakin conseguissem empurrar para a rede. Curiosamente, aos 46', a seleção de Honduras teve uma chance parecida, quando Martinez cobrou escanteio na esquerda e a bola passeou pela pequena área sem que Turcios, Chavez ou Welcome conseguissem fazer o toque final para o gol.
O lance mais incrível de todos, porém, não valeu, pois foi assinalado impedimento antes. Mas a defesa que Valladares fez aos 39' da etapa final, depois que Frei (impedido) pegou uma sobra e chutou quase da marca do pênalti no canto direito do gol, foi qualquer coisa de espetacular. O goleiro voou e espalmou com a ponta dos dedos para escanteio. O detalhe plástico da jogada naquela supercâmera lenta, de frente para a área, é impressionante. Na imagem, vemos Frei se esforçar para bater bem na bola, tendo à frente apenas a rede. A bola vai em direção ao canto e aos poucos surge na tela a mão direita de Valladares, que voou com sensacional plasticidade para praticar a defesa. Incrível, espetacular, impressionante, sensacional... Muitos adjetivos num mesmo parágrafo, mas foi inevitável. Se encontrar algum vídeo com esse lance no YouTube, eu posto aqui.
No esforço suíço, Benaglio fechou uma bela Copa. Barnetta mostrou que não deveria ter sido sacado do time que começo jogando contra o Chile e Lichtsteiner foi bem na defesa e tentou ajudar o ataque. Na seleção de Honduras, Valladares foi, mais uma vez, muito bem e a defesa cuidou bem do ataque adversário durante todos os momentos de pressão. A lamentar, principalmente, os vários erros cometidos em contra-ataques que poderiam ter dado ao país a primeira vitória em Mundiais.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 48: Suíça 0 x 0 Honduras.
COPA DO MUNDO 2010 ► Quando um não quer, dois não brigam: vitória da Espanha por 2 x 1 contra o Chile classifica os dois
O jogo realizado em Pretória foi tenso e disputado até o segundo minuto da etapa final, quando Millar, que havia entrado no intervalo e acabara de furar bisonhamente dentro da área, ajeitou uma bola na meia-lua e colocou. A Jabulani desviou na zaga e matou Casillas. Assim o Chile diminuía a desvantagem no placar e fazia uma aposta interessante. Com um a menos em campo, a derrota por diferença mínima com um gol marcado o classificaria se a Suíça não derrotasse Honduras por dois gols de diferença. Então, a arriscar-se no ataque em busca de um empate que poderia ser desnecessário e assim abrir a guarda para levar mais gols, preferiu encolheu-se atrás confiando na incompetência suíça de transformar seu ferrolho em abridor de latas. E contando, também, com o desinteresse espanhol de arriscar a vitória que lhe dava a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo atacando uma equipe que não saía mais para o jogo. Bingo!
Com características parecidas, o jogo começou equilibrado, sendo que o Chile, apesar de menos talentosos, estava até um pouco melhor. Tanto que aos 9' desperdiçou uma boa chance de abrir o marcador, quando Valdívia lançou Beausejour na direita e o canhoto tocou na área para Gonzalez perder. Só que os nervos começavam a trair o futebol chileno e isso era visível na maneira como seus jogadores entravam nas divididas. Em 20 minutos, Medel, Ponce e Estrada já haviam sido amarelados. Aos 27' o árbitro mexicano Marco Rodriguez quebrou o galho de Estrada, louco para ser expulso.
Assim não foi surpresa a saída desesperada e desnecessária do goleiro Bravo na lateral direita para interceptar lançamento para Fernando Torres quando um zagueiro chegava para disputar a jogada, depois que Valdívia perdeu uma bola na frente e deu o contra-ataque. A bola tocada por Bravo foi até a intermediária, onde David Villa, apesar d alonga distância, tocou colocado de primeira, com a bola morrendo no fundo da rede. Essa era a principal diferença entre os times: enquanto um estava com os nervos á flor da pela, mesmo tendo a vantagem do empate, o outro, que precisava vencer, tinha tranquilidade e sangue frio para uma finalização dessas.
Aos 33', o Chile teve uma grande oportunidade para empatar. Após Pique cabecear para fora um escanteio cobrado por Villa, a reposição foi rápida e pegou a defesa espanhola aberta. Beausejour foi lançado na esquerda e na hora de bater foi travado por Pique, com a bola ainda saindo tirando tinta do poste direito de Casillas.
Mas o Chile errava nas saídas de bola, o que é sempre muito temeroso contra uma equipe que tem um ataque habilidoso e envolvente com sua rápida troca de bola. Como aconteceu aos 36'. Bola roubada na intermediária chilena, Iniesta recebeu, tabelou com Torres, recebeu de volta, acionou Villa na esquerda e recebeu de novo para concluir com muita categoria com o pé direito no cantinho esquerdo de Bravo. Para piorar, o juizão decidiu dar o segundo amarelo e depois o vermelho que Estrada tanto procurava ao considerar que o camisa 13 havia derrubado intencionalmente por trás Fernando Torres durante a jogada do gol. Não achei lance de cartão, mas, pelo conjunto da obra... Depois o juiz mostrou como há árbitros sem critérios, porque Ponce, já amarelado e tudo, entrou deslealmente sobre Xabi Alonso e nada além da simples marcação de falta aconteceu.
Para o segundo tempo, em busca de um gol, o técnico Marcelo Bielsa substituiu Valdívia e Hernandez por Paredes e Millar. E Millar achou aquele gol com o qual comecei o post. E foi um presente dos Céus. E daí para frente o jogo foi desacelerando da 5ª para a 4ª marcha, para a 3ª, 2ª, 1ª... até parar em ponto morto.
Hoje a Espanha foi pragmática. Fez o placar e aproveitou a circunstância para colocar a bola no chão e fazer o tempo passar. A volta de Iniesta é um grande ganho para a equipe, que ainda tenta recolocar Fernando Torres em suas melhores condições e dar ritmo a Fabregas. É um time com um tremendo toque de bola e muito talento. Vai pegar Portugal e acho que tem amis chances de passar.
Antes de enfrentar o Brasil, o Chile deveria promover umas sessões de terapia em grupo. Os nervos quase jogam fora uma campanha que começou muito bem. Seu jogo não costuma encaixar contra os brasileiros. Para passar por esse obstáculo, precisa jogar o seu jogo e passar a responsabilidade para o adversário, claramente favorito. Como dizia o treinador do time de futebol de um seriado britânico de TV, o Chile deve jogar o jogo, não a ocasião. Se fizer isso, como tem jogadores talentosos e que sabem marcar gols, pode surpreender.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 47: Chile 1 x 2 Espanha.
Com características parecidas, o jogo começou equilibrado, sendo que o Chile, apesar de menos talentosos, estava até um pouco melhor. Tanto que aos 9' desperdiçou uma boa chance de abrir o marcador, quando Valdívia lançou Beausejour na direita e o canhoto tocou na área para Gonzalez perder. Só que os nervos começavam a trair o futebol chileno e isso era visível na maneira como seus jogadores entravam nas divididas. Em 20 minutos, Medel, Ponce e Estrada já haviam sido amarelados. Aos 27' o árbitro mexicano Marco Rodriguez quebrou o galho de Estrada, louco para ser expulso.
Assim não foi surpresa a saída desesperada e desnecessária do goleiro Bravo na lateral direita para interceptar lançamento para Fernando Torres quando um zagueiro chegava para disputar a jogada, depois que Valdívia perdeu uma bola na frente e deu o contra-ataque. A bola tocada por Bravo foi até a intermediária, onde David Villa, apesar d alonga distância, tocou colocado de primeira, com a bola morrendo no fundo da rede. Essa era a principal diferença entre os times: enquanto um estava com os nervos á flor da pela, mesmo tendo a vantagem do empate, o outro, que precisava vencer, tinha tranquilidade e sangue frio para uma finalização dessas.
Aos 33', o Chile teve uma grande oportunidade para empatar. Após Pique cabecear para fora um escanteio cobrado por Villa, a reposição foi rápida e pegou a defesa espanhola aberta. Beausejour foi lançado na esquerda e na hora de bater foi travado por Pique, com a bola ainda saindo tirando tinta do poste direito de Casillas.
Mas o Chile errava nas saídas de bola, o que é sempre muito temeroso contra uma equipe que tem um ataque habilidoso e envolvente com sua rápida troca de bola. Como aconteceu aos 36'. Bola roubada na intermediária chilena, Iniesta recebeu, tabelou com Torres, recebeu de volta, acionou Villa na esquerda e recebeu de novo para concluir com muita categoria com o pé direito no cantinho esquerdo de Bravo. Para piorar, o juizão decidiu dar o segundo amarelo e depois o vermelho que Estrada tanto procurava ao considerar que o camisa 13 havia derrubado intencionalmente por trás Fernando Torres durante a jogada do gol. Não achei lance de cartão, mas, pelo conjunto da obra... Depois o juiz mostrou como há árbitros sem critérios, porque Ponce, já amarelado e tudo, entrou deslealmente sobre Xabi Alonso e nada além da simples marcação de falta aconteceu.
Para o segundo tempo, em busca de um gol, o técnico Marcelo Bielsa substituiu Valdívia e Hernandez por Paredes e Millar. E Millar achou aquele gol com o qual comecei o post. E foi um presente dos Céus. E daí para frente o jogo foi desacelerando da 5ª para a 4ª marcha, para a 3ª, 2ª, 1ª... até parar em ponto morto.
Hoje a Espanha foi pragmática. Fez o placar e aproveitou a circunstância para colocar a bola no chão e fazer o tempo passar. A volta de Iniesta é um grande ganho para a equipe, que ainda tenta recolocar Fernando Torres em suas melhores condições e dar ritmo a Fabregas. É um time com um tremendo toque de bola e muito talento. Vai pegar Portugal e acho que tem amis chances de passar.
Antes de enfrentar o Brasil, o Chile deveria promover umas sessões de terapia em grupo. Os nervos quase jogam fora uma campanha que começou muito bem. Seu jogo não costuma encaixar contra os brasileiros. Para passar por esse obstáculo, precisa jogar o seu jogo e passar a responsabilidade para o adversário, claramente favorito. Como dizia o treinador do time de futebol de um seriado britânico de TV, o Chile deve jogar o jogo, não a ocasião. Se fizer isso, como tem jogadores talentosos e que sabem marcar gols, pode surpreender.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 47: Chile 1 x 2 Espanha.
COPA DO MUNDO 2010 ► Costa do Marfim se despede com tranquila vitória sobre Coreia do Norte
Costa do Marfim precisava de uma vitória histórica sobre a Coreia do Norte. Os norte-coreanos, por sua vez, só não queria sofrer outra goleada histórica. Como se vê, os objetivos meio que se anulavam e o placar do jogo ficou no meio do caminho. A Costa do Marfim venceu com tranquilidade por 3 x 0 em Nelspruit e se despediu bem da Copa. A Coreia do Norte teve que se contentar com uma derrota mais modesta desta vez.
Mal o jogo começou e Costa do Marfim começou a perder gols. Um atrás do outro, literalmente. E o pior é que o time não estava com essa vontade toda de marcar, não. Tocava, se aproximava e ia criando chances. Criando e desperdiçando, criando e desperdiçando, criando e desperdiçando... Enquanto isso, a Coreia mal ultrapassava o meio do campo, visivelmente vacinada contra a dose de ingenuidade que a levou a atacar Portugal e resultou naquela hecatombe de 7 x 0 a favor dos portugueses
Isso até os 14', quando Boka cruzou rasteiro da esquerda para Yaya Touré receber na risca da grande área e colocar com categoria no cantinho esquerdo de Ri Myong Guk.
Mesmo sem forçar, as chances seguiram aparecendo para a Costa do Marfim, que ampliou aos 19'. Um pouco além da intermediária, Boka jogou a bola alta na área, Drogba fez uma linda dominada com o pé esquerdo e girou no sentido contrário sobre o zagueiro, soltando uma bomba com o pé direito que explodiu no travessão e quicou, sobrando para Romaric subir e marcar de cabeça.
A essa altura e até o fim dos primeiros 45 minutos, foi um tal da bola viver ameaçando o gol coreano... Ela batia numa trave, na outra, cruzava a pequena área, o goleiro defendia, raspava de um lado, do outro, passava por cima... Enquanto isso, apenas o esforçado Jong Tae Se procurava alguma coisa pela seleção asiática. Mas vale mencionar duas faltas bem cobradas pelo camisa 10 Yong Jo.
No segundo tempo, a Coreia teve maior posse de bola que no primeiro, tentando algo sempre através de Tae Se, que até teve sua chance de marcar, mas não encontrou posição correta para o chute após dominar na pequena área. Mas isso acontecia menos por seus próprios méritos que por acomodação da Costa do Marfim, cujos jogadores não apreciam empenhados em correr atrás da necessária goleada - ou não acreditavam conseguir ou que Portugal fosse derrotado pelo Brasil.
Até que aos 36', Boka lançou na entrada da área para Kalou chegar escorando e dar números finais à partida.
Na Costa do Marfim, o lateral esquerdo Boka foi o destaque, com três assistências, e Eboué, do lado direito, também apoiou bastante. Uma pena Drogba não ter se apresentado nesta Copa em sua melhor forma, mas o simples fato de participar praticamente uma semana após uma delicada cirurgia no cotovelo já vale uma menção honrosa.
Na Coreia do Norte, os únicos destaques individuais foram Tae Se na frente e Yong Jo no meio, batendo bem na bola em chutes de bola parada ou meia distância.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 46: Coreia do Norte 0 x 3 Costa do Marfim.
Mal o jogo começou e Costa do Marfim começou a perder gols. Um atrás do outro, literalmente. E o pior é que o time não estava com essa vontade toda de marcar, não. Tocava, se aproximava e ia criando chances. Criando e desperdiçando, criando e desperdiçando, criando e desperdiçando... Enquanto isso, a Coreia mal ultrapassava o meio do campo, visivelmente vacinada contra a dose de ingenuidade que a levou a atacar Portugal e resultou naquela hecatombe de 7 x 0 a favor dos portugueses
Isso até os 14', quando Boka cruzou rasteiro da esquerda para Yaya Touré receber na risca da grande área e colocar com categoria no cantinho esquerdo de Ri Myong Guk.
Mesmo sem forçar, as chances seguiram aparecendo para a Costa do Marfim, que ampliou aos 19'. Um pouco além da intermediária, Boka jogou a bola alta na área, Drogba fez uma linda dominada com o pé esquerdo e girou no sentido contrário sobre o zagueiro, soltando uma bomba com o pé direito que explodiu no travessão e quicou, sobrando para Romaric subir e marcar de cabeça.
A essa altura e até o fim dos primeiros 45 minutos, foi um tal da bola viver ameaçando o gol coreano... Ela batia numa trave, na outra, cruzava a pequena área, o goleiro defendia, raspava de um lado, do outro, passava por cima... Enquanto isso, apenas o esforçado Jong Tae Se procurava alguma coisa pela seleção asiática. Mas vale mencionar duas faltas bem cobradas pelo camisa 10 Yong Jo.
No segundo tempo, a Coreia teve maior posse de bola que no primeiro, tentando algo sempre através de Tae Se, que até teve sua chance de marcar, mas não encontrou posição correta para o chute após dominar na pequena área. Mas isso acontecia menos por seus próprios méritos que por acomodação da Costa do Marfim, cujos jogadores não apreciam empenhados em correr atrás da necessária goleada - ou não acreditavam conseguir ou que Portugal fosse derrotado pelo Brasil.
Até que aos 36', Boka lançou na entrada da área para Kalou chegar escorando e dar números finais à partida.
Na Costa do Marfim, o lateral esquerdo Boka foi o destaque, com três assistências, e Eboué, do lado direito, também apoiou bastante. Uma pena Drogba não ter se apresentado nesta Copa em sua melhor forma, mas o simples fato de participar praticamente uma semana após uma delicada cirurgia no cotovelo já vale uma menção honrosa.
Na Coreia do Norte, os únicos destaques individuais foram Tae Se na frente e Yong Jo no meio, batendo bem na bola em chutes de bola parada ou meia distância.
Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 46: Coreia do Norte 0 x 3 Costa do Marfim.
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