sábado, 26 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Quando um não quer, dois não brigam: vitória da Espanha por 2 x 1 contra o Chile classifica os dois

O jogo realizado em Pretória foi tenso e disputado até o segundo minuto da etapa final, quando Millar, que havia entrado no intervalo e acabara de furar bisonhamente dentro da área, ajeitou uma bola na meia-lua e colocou. A Jabulani desviou na zaga e matou Casillas. Assim o Chile diminuía a desvantagem no placar e fazia uma aposta interessante. Com um a menos em campo, a derrota por diferença mínima com um gol marcado o classificaria se a Suíça não derrotasse Honduras por dois gols de diferença. Então, a arriscar-se no ataque em busca de um empate que poderia ser desnecessário e assim abrir a guarda para levar mais gols, preferiu encolheu-se atrás confiando na incompetência suíça de transformar seu ferrolho em abridor de latas. E contando, também, com o desinteresse espanhol de arriscar a vitória que lhe dava a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo atacando uma equipe que não saía mais para o jogo. Bingo!

Com características parecidas, o jogo começou equilibrado, sendo que o Chile, apesar de menos talentosos, estava até um pouco melhor. Tanto que aos 9' desperdiçou uma boa chance de abrir o marcador, quando Valdívia lançou Beausejour na direita e o canhoto tocou na área para Gonzalez perder. Só que os nervos começavam a trair o futebol chileno e isso era visível na maneira como seus jogadores entravam nas divididas. Em 20 minutos, Medel, Ponce e Estrada já haviam sido amarelados. Aos 27' o árbitro mexicano Marco Rodriguez quebrou o galho de Estrada, louco para ser expulso.

Assim não foi surpresa a saída desesperada e desnecessária do goleiro Bravo na lateral direita para interceptar lançamento para Fernando Torres quando um zagueiro chegava para disputar a jogada, depois que Valdívia perdeu uma bola na frente e deu o contra-ataque. A bola tocada por Bravo foi até a intermediária, onde David Villa, apesar d alonga distância, tocou colocado de primeira, com a bola morrendo no fundo da rede. Essa era a principal diferença entre os times: enquanto um estava com os nervos á flor da pela, mesmo tendo a vantagem do empate, o outro, que precisava vencer, tinha tranquilidade e sangue frio para uma finalização dessas.

Aos 33', o Chile teve uma grande oportunidade para empatar. Após Pique cabecear para fora um escanteio cobrado por Villa, a reposição foi rápida e pegou a defesa espanhola aberta. Beausejour foi lançado na esquerda e na hora de bater foi travado por Pique, com a bola ainda saindo tirando tinta do poste direito de Casillas.

Mas o Chile errava nas saídas de bola, o que é sempre muito temeroso contra uma equipe que tem um ataque habilidoso e envolvente com sua rápida troca de bola. Como aconteceu aos 36'. Bola roubada na intermediária chilena, Iniesta recebeu, tabelou com Torres, recebeu de volta, acionou Villa na esquerda e recebeu de novo para concluir com muita categoria com o pé direito no cantinho esquerdo de Bravo. Para piorar, o juizão decidiu dar o segundo amarelo e depois o vermelho que Estrada tanto procurava ao considerar que o camisa 13 havia derrubado intencionalmente por trás Fernando Torres durante a jogada do gol. Não achei lance de cartão, mas, pelo conjunto da obra... Depois o juiz mostrou como há árbitros sem critérios, porque Ponce, já amarelado e tudo, entrou deslealmente sobre Xabi Alonso e nada além da simples marcação de falta aconteceu.

Para o segundo tempo, em busca de um gol, o técnico Marcelo Bielsa substituiu Valdívia e Hernandez por Paredes e Millar. E Millar achou aquele gol com o qual comecei o post. E foi um presente dos Céus. E daí para frente o jogo foi desacelerando da 5ª para a 4ª marcha, para a 3ª, 2ª, 1ª... até parar em ponto morto.

Hoje a Espanha foi pragmática. Fez o placar e aproveitou a circunstância para colocar a bola no chão e fazer o tempo passar. A volta de Iniesta é um grande ganho para a equipe, que ainda tenta recolocar Fernando Torres em suas melhores condições e dar ritmo a Fabregas. É um time com um tremendo toque de bola e muito talento. Vai pegar Portugal e acho que tem amis chances de passar.

Antes de enfrentar o Brasil, o Chile deveria promover umas sessões de terapia em grupo. Os nervos quase jogam fora uma campanha que começou muito bem. Seu jogo não costuma encaixar contra os brasileiros. Para passar por esse obstáculo, precisa jogar o seu jogo e passar a responsabilidade para o adversário, claramente favorito. Como dizia o treinador do time de futebol de um seriado britânico de TV, o Chile deve jogar o jogo, não a ocasião. Se fizer isso, como tem jogadores talentosos e que sabem marcar gols, pode surpreender.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 47: Chile 1 x 2 Espanha.

COPA DO MUNDO 2010 ► Costa do Marfim se despede com tranquila vitória sobre Coreia do Norte

Costa do Marfim precisava de uma vitória histórica sobre a Coreia do Norte. Os norte-coreanos, por sua vez, só não queria sofrer outra goleada histórica. Como se vê, os objetivos meio que se anulavam e o placar do jogo ficou no meio do caminho. A Costa do Marfim venceu com tranquilidade por 3 x 0 em Nelspruit e se despediu bem da Copa. A Coreia do Norte teve que se contentar com uma derrota mais modesta desta vez.

Mal o jogo começou e Costa do Marfim começou a perder gols. Um atrás do outro, literalmente. E o pior é que o time não estava com essa vontade toda de marcar, não. Tocava, se aproximava e ia criando chances. Criando e desperdiçando, criando e desperdiçando, criando e desperdiçando... Enquanto isso, a Coreia mal ultrapassava o meio do campo, visivelmente vacinada contra a dose de ingenuidade que a levou a atacar Portugal e resultou naquela hecatombe de 7 x 0 a favor dos portugueses

Isso até os 14', quando Boka cruzou rasteiro da esquerda para Yaya Touré receber na risca da grande área e colocar com categoria no cantinho esquerdo de Ri Myong Guk.

Mesmo sem forçar, as chances seguiram aparecendo para a Costa do Marfim, que ampliou aos 19'. Um pouco além da intermediária, Boka jogou a bola alta na área, Drogba fez uma linda dominada com o pé esquerdo e girou no sentido contrário sobre o zagueiro, soltando uma bomba com o pé direito que explodiu no travessão e quicou, sobrando para Romaric subir e marcar de cabeça.

A essa altura e até o fim dos primeiros 45 minutos, foi um tal da bola viver ameaçando o gol coreano... Ela batia numa trave, na outra, cruzava a pequena área, o goleiro defendia, raspava de um lado, do outro, passava por cima... Enquanto isso, apenas o esforçado Jong Tae Se procurava alguma coisa pela seleção asiática. Mas vale mencionar duas faltas bem cobradas pelo camisa 10 Yong Jo.

No segundo tempo, a Coreia teve maior posse de bola que no primeiro, tentando algo sempre através de Tae Se, que até teve sua chance de marcar, mas não encontrou posição correta para o chute após dominar na pequena área. Mas isso acontecia menos por seus próprios méritos que por acomodação da Costa do Marfim, cujos jogadores não apreciam empenhados em correr atrás da necessária goleada - ou não acreditavam conseguir ou que Portugal fosse derrotado pelo Brasil.

Até que aos 36', Boka lançou na entrada da área para Kalou chegar escorando e dar números finais à partida.

Na Costa do Marfim, o lateral esquerdo Boka foi o destaque, com três assistências, e Eboué, do lado direito, também apoiou bastante. Uma pena Drogba não ter se apresentado nesta Copa em sua melhor forma, mas o simples fato de participar praticamente uma semana após uma delicada cirurgia no cotovelo já vale uma menção honrosa.

Na Coreia do Norte, os únicos destaques individuais foram Tae Se na frente e Yong Jo no meio, batendo bem na bola em chutes de bola parada ou meia distância.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 46: Coreia do Norte 0 x 3 Costa do Marfim.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Brasil e Portugal empatam jogo do "Foi bom pra você?"

A partida que Brasil e Portugal realizaram em Durban foi dura não só de ver, mas de doer de verdade, dor física mesmo, tantos foram os pontapés desferidos por ambas as equipes, que se quase nada arriscaram no ataque, arriscaram à vontade a integridade de pernas e canelas próprias e do adversário. No fim, 0 x 0 no placar e todo mundo satisfeito.

Portugal ainda necessitava do empate para garantir sua vaga nas oitavas de final sem depender do resultado de Costa do Marfim e Coreia do Norte, que jogavam em Nelspruit. Afinal, ninguém sabia se a Coreia entraria como a Muralha da China que enfrentou o Brasil ou como kamikazes, maneira suicida com que encarou os portugueses. Vai que o time de Drogba mete oito gols e vaga portuguesa ia para o brejo com certeza em caso de derrota.

Com vaga garantida, a maior motivação brasileira era manter-se em primeiro e ir para a fase seguinte com a moral inabalada. Quer dizer: o empate estava de bom tamanho para todo mundo. Jogo bom para técnicos aproveitarem e pouparem jogadores. Deco continuou de fora de um lado, Simão também, Robinho ficou no banco do outro.

O jogo em si acabou se desenvolvendo como coisa de compadre mesmo. Se fosse combinado, poderia jurar que fora combinado assim: o Brasil finge que ataca no primeiro tempo, enquanto Portugal finge que só quer se defender; na etapa final, invertem-se os papéis. Combinado não foi, mas foi assim que aconteceu. O Brasil no primeiro tempo mantinha mais a posse de bola e criava algumas chances, enquanto Portugal vivia de jogadas esporádicas no ataque.

No segundo tempo, a coisa inverteu-se mesmo, até a posse de bola passou a ser maior do time luso. O Brasil sempre explorava mais Maicon e Daniel Alves pela direita e Cristiano Ronaldo era a válvula de escape portuguesa, normalmente nas costas dessa dupla brasileira. Para marcar maior "vontade" de atacar, Portugal até fez entrar o atacante titular Simão para fazer companhia a Ronaldo, que aproveitou para cair pelo outro lado também.

Se no primeiro tempo Luís Fabiano fez grande jogada pela direita e centrou para Nilmar bater e Eduardo espalmar a bola, que ainda bateu na trave esquerda antes de sair, na segunda etapa foi Raul Meireles quem errou sozinho no lado esquerdo da pequena área, tocando para Júlio Cesar fazer grande defesa, após ótima jogada de Ronaldo pelo lado oposto. Foram duas das melhores chances de ambas as equipes.

No mais, um vigor surpreendente, provavelmente alimentado pela mídia sensacionalista e a cabeça inocente de alguns jogadores, que se deixaram levar por um clima de rivalidade que não havia sentido para uma partida disputada nessas circunstâncias. Assim, cada dividida parecia final de campeonato entre inimigos eternos. E tome pontapé, cartão amarelo, carrinho, cartão amarelo, puxão, cartão amarelo, canelada... Mas Lúcio jura que nada houve de desleal em campo. Bem, se ele diz, a canela é dele, não minha.

E o juiz mexicano Benito Archundia lá, distribuindo e deixando de distribuir cartões, com um critério difícil de decifrar. O pior erro acabou sendo a não expulsão de Juan, que até ingenuamente cortou um lançamento que deixaria Cristiano Ronaldo livre em direção ao gol de Júlio Cesar com cortada de vôlei. Ficou só no amarelo, uma verdadeira pechincha.

E assim vou me lembrar dessa partida.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 45: Portugal 0 x 0 Brasil.

COPA DO MUNDO 2010 ► Sem forçar, Holanda derrota Camarões e segue 100%

Na Cidade do Cabo, Camarões queria vencer para ao menos se despedir menos mal da Copa do Mundo, mas ficou na vontade. Mesmo sem forçar muito e priorizando um tipo de jogo muito mais concentrado e sereno do que a habitual volúpia ofensiva, a Holanda venceu mais uma e terminou a primeira fase com três vitórias. Melhor: aproveitou para promover a estreia de seu maior jogador, o atacante Robben. Em fase final de recuperação de uma séria contusão, Robben entrou a 15 minutos do fim e mostrou que é um jogador que pode elevar a Holanda a um nível acima.

O jogo em si andou bem desanimado a maior parte do tempo. Camarões enfrentava os crônicos problemas africanos nesta Copa: falta de criatividade e de objetividade. O time tocava, tocava, tocava... e nada acontecia. Apesar da pegadinha que foi a finalização da entrada da área de Chedjou, que tabelou com Eto'o, limpou na meia-lua e bateu de esquerda para segura defesa de Stekelenburg. Isso aos 4'. Mas quem achou que Camarões neste jogo finalmente seria uma seleção criativa e finalizadora, desperdiçou tempo achando.

Mesmo em ritmo mais lento que o normal, a Holanda acabava chegando mais vezes à área adversária. Como aos 18', quando Van Bronckhorst lançou Van Persie entre a zaga e o atacante do Arsenal perdeu na cara do goleiro Souleymanou, que caiu no canto esquerdo e defendeu bem. Aos 25', Van der Vaart cobrou falta da meia direita para nova defesa sem rebote de Souleymanou. Só aos 30' Camarões voltava a conseguir alguma coisa, quando Geremi centrou da direita para Makoun se antecipar a Stekelenburg e cabecear por cima. Aos 32', Sneidjer armou pelo meio, acionou Boulahrouz na direita e o lateral esticou na área para Kuyt, que chutou rasteiro, cruzado, com grande perigo. Até que, aos 35', os holandeses chegaram ao gol: Van Persie recebeu na direita, entrou na área, recuou para Van der Vaart e recebeu na frente, colocando de pé direito no fundo da rede, na saída de Souleymanou. Aos 40', Eto'o dominou na área, mas foi desarmado antes de finalizar.

Assim foi o primeiro tempo e assim seguiria o segundo: Camarões com muita dificuldade para finalizar e a Holanda, mesmo sem muito interesse, aos poucos impondo-se em campo e ameaçando a meta adversária. Aos 5', Van Persie recebeu em contra-ataque, avançou pela meia direita e bateu da entrada da área para outra intervençãoa segura de Souleymanou. Aos 16, a seleção africana chegou: Aboubakar fez ótima jogada pela direita e lançou Makoun na cara de Stekelenburg, que fez grande defesa no chute cruzado do meio-campo do Lyon, da França.

Aos 18', Camarões empatou de uma das poucas formas que poderia chegar ao gol: Geremi cobrou falta da meia esquerda e Van der Vaart colocou a mão na bola dentro da área. Pênalti que Eto'o cobrou bem e ao menos deixou seu nome na história da Copa da África do Sul. Aos 22', Van der Vaart cobrou falta da intermediária, a linha de impedimento saiu errado e Heitinga veio de trás para perder sozinho. Depois, Robben entrou e deixou seu cartão de visitas aos 37', quando recebeu lançamento de Sneidjer na meia direita, fez a volta em cima do veterano Rigobert Song e da meia-lua colocou com grande categoria no poste direito de Souleymanou. A bola voltou no lado oposto e Huntelaar não teve trabalho para empurrar para o gol vazio. E assim terminou a história de Camarões na Copa do Mundo.

Registro aqui a segura atuação do goleiro Souleymanou pela equipe de Camarões e o gol de Eto'o. Não seria legal o ótimo atacante passar a competição sem deixar sua marca. Também vale destacar a quarta participação de Rigobert Song numa Copa do Mundo. Na Holanda, Van Persie jogou melhor que nas partidas anteriores e se Robben realmente estiver recuperado, o time poderá crescer mais na competição.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 44: Camarões 1 x 2 Holanda.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Japão joga bonito e elimina Dinamarca

Quem diria? As jogadas mais bonitas da Copa até aqui vêm do Japão, que, comandado pelo camisa 18 Honda, deitou e rolou em cima da defesa da Dinamarca, a ponto de o 3 x 1 do placar final ter sido bem modesto para a diferença entre as equipes. O público que compareceu ao Estádio Royal Bafokeng, em Rustemburgo, com certeza gostou do que viu.

Como a Dinamarca precisava da vitória, era de se esperar que partisse para o ataque. O Japão também esperava isso. Mas a Dinamarca... Sabe como é... Aquele jogo quadrado que em nada lembra a Dinamáquina que foi um dia (acho que já usei essa mesma frase em outro jogo, fazer o quê...). Hoje está bem mais para uma Suíça que para a uma Holanda. Com a diferença que a Suíça ao menos sabe se defender.

Como sempre bem distribuído em campo, o Japão pretendia explorar contra-ataques. Não sendo ameaçado, foi aos poucos impondo seu melhor futebol. Aos 12', já deu um aviso: Okubo armou pela esquerda e lançou Matsui, que entrava em facão até a risca da pequena área para completar e o goleiro Sorensen saiu com precisão e abafou. Logo no ataque seguinte, Matsui avançou pela meia direita e fez grande esticada dentro da área para Hasebe, que bateu por cima. Aos 14', a Dinamarca fez realizou uma de suas únicas três jogadas realmente perigosas, quando Tomasson recebeu dentro da área pela esquerda e ajeitou o corpo para bater com o pé direito rasteirinho no canto oposto, com a bola passando muito perto da trave.

Aos 16', falta quase na intermediária pela meia direita do ataque japonês. Honda cobrou com muita categoria e a bola descaiu à meia altura, no canto direito de Sorensen, que foi, mas não conseguiu defender. Falha? Jabulanice? Um pouco dos dois. O bom goleiro Sorensen não viveria neste jogo um de seus melhores dias na Copa. Como na vida de um goleiro nada é tão ruim que não possa piorar, as coisas pioraram para o goleirão. Depois de Bendtner desperdiçar um ótimo lançamento de Christian Polsen furando na cara do goleiro Kawashima (e isso ninguém vai lembrar, que bom ser atacante), Endo cobrou com precisão uma falta de pouco além da meia-lua no canto esquerdo de Sorensen, que não tinha qualquer possibilidade de defesa - mas, por causa do primeiro gol, vai ter gente somando erradamente um mais um e pronto: vai para a conta do goleiro também. Com tudo dominado, Matsui fez outro bom passe na direita, desta vez para o lateral Komano, que entrou em velocidade e, mesmo sem ângulo, bateu forte para o gol, obrigando Sorensen a colocar para escanteio.

Logo no início do segundo tempo, Sorensen foi displicente num levantamento de bola quase do meio de campo e a Jabulani escapou de suas mãos, por sorte caindo na trave direita dele e não dentro da rede. Aos 6', a segunda jogada perigosa dinamarquesa, quando Romedahl recebeu a única boa bola em todo o jogo e centrou do fundo para Tomasson ser travado na hora do chute por Hasebe. Aos 13', Jakob Poulsen (muito Poulsen nesse time) chutou forte de fora e Kawashima espalmou. Este chute do Jakob Poulsen não entra na minha relação de perigo provocado pela Dinamarca, até porque não foi, registrei aqui só para dar uma força, porque o Japão dominava a partida, jogando com tranquilidade, só errando o passe final lá perto do gol, às vezes até por certo preciosismo.

Enquanto isso, a Dinamarca jogava bolas e mais bolas sobre a área japonesa. Jogava de tudo quanto era lugar, especialmente de laterais. Era tanta bola pelo alto que até deve estar provocando agora forte dor de cabeça na dupla de zaga Nakazawa e Túlio Tanaka: eles não perderam uma. Apesar do tamanho, os dinamarqueses não conseguiram cabecear decentemente uma única bola no ataque.

Aos 33', a terceira jogada de perigo da Dinamarca, quando Bendtner realizou sua única boa jogada durante os 90 minutos, matando no peito na meia direita, próximo à grande área, e acertando um lindo chute no travessão. Talvez querendo aproveitar o momento e animar a partida, o juiz sul-africano Jerome Damon inventou, na sequência, um pênalti num mergulho que o zagueiro Agger deu à frente de Hasebe. Tomasson foi lá e vez... Não, quero dizer, não fez: Kawashima defendeu. Foi só no rebote que Tomasson, que perdeu muitos gols nesta Copa, empurrou para a rede.

Mas mais a Dinamarca não fez, nem ameaçou fazer. O Japão desperdiçava algumas boas oportunidades de ampliar, até que, aos 42', Okubo enfiou para Honda, que recebeu na entrada da área e, com um só toque de letra, deu um drible desconcertante em Romedahl (o que o ponta Romedahl fazia ali?) e na saída do goleiro rolou para Okasaki fechar com chave de ouro uma bela atuação da equipe.

Na Dinamarca, hoje, não dá para salvar nada. Já no sempre disciplinado taticamente Japão, muita gente foi bem, a começar pelos zagueiros Túlio Tanaka e Nakazawa, que ganharam todas. Matsui fez ótimos passes, Hasebe andou bem na frente e atrás, Endo foi muito bom... Mas o melhor mesmo foi Honda, que atormentou os defensores dinamarqueses com muita habilidade. Honda teve uma das maiores atuações individuais desta Copa, se não a maior.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 43: Dinamarca 1 x 3 Japão.