segunda-feira, 10 de maio de 2010

NBA ► Com atuação espetacular de Rajon Rondo, Celtics vence Cavaliers e iguala série

Cleveland Cavaliers 87 x 97 Boston Celtics
Semifinal Conferência Leste
(2 x 2)

Jogando em casa a partida 4 da série que decide uma vaga na semifinal da Conferência  Leste, o Boston Celtics venceu o Cleveland Cavaliers e empatou em 2 x 2 o confronto.



O time da casa abriu nove pontos no primeiro quarto e agarrou-se a essa vantagem até o final, segurando o adversário mesmo quando nosso Anderson Varejão conseguiu um ataque de três pontos e reduziu para dois a diferença a 4min33seg do fim. Mas daí para a frente os campeões da temporada retrasada fecharam a defesa e o Cavs só anotou mais três pontos, todos através de lances livres.

O destaque absoluto da partida foi a incrível, impressionante, espetacular ou qualquer adjetivo afim que se queira usar, do armador Rajon Rondo, que terminou simplesmente com 29 pontos, 13 assistências e absurdos 18 rebotes! Sozinho, o baixo armador Rondo pegou mais rebotes que Shaquille O'Neal, LeBron James e Anderson Varejão juntos! Um triplo duplo daqueles que entram para a história dos playoffs da NBA.


Kevin Garnett e Ray Allen terminaram com 18 pontos e o armador reserva Tony Allen contribuiu com mais 15, acertando seis de sete arremessos tentados. A lamentar - ou não - pelo lado do Celtics mais uma pífia partida de Rasheed Wallace e Paul Pierce. A parte boa da coisa é que o time segue com a série enroscada, mesmo com dois de seus principais jogadores não jogando praticamente nada.

No Cavaliers, até que houve boa participação ofensiva do conjunto, mas faltou Mo Williams. Como sempre digo, o time precisa que Mo produza o suficiente para permitir que LeBron decida os jogos. Ontem, Mo marcou apenas 13 pontos e, assim, sobrecarregou LeBron, que, apesar de ficar próximo de um triplo duplo (22 pontos, oito assistências e nove rebotes), pontuou bem abaixo do que precisava, acertando apenas sete de 18 arremessos.

A série volta para Cleveland totalmente aberta. O Cavs ainda é o favorito: basta fazer valer seu mando. Mas LeBron (na foto, criativamente perturbado pela torcida) segue precisando que seu braço direito Mo Williams produza para poder levar o time à vitória. E o Celtics parece ter retomado o foco depois do choque de realidade que foi a surra que levou no jogo 3, em sua própria quadra.

Arrisco a dizer que a serie está nas mãos de Mo Williams, Paul Pierce e Rasheed Wallace. Esses jogadores, que estão produzindo abaixo do esperado - no caso de Wallace e Pierce, sequer estão produzindo - farão a diferença, para o bem ou para o mal.

NBA ► Em partida emocionante, Los Angeles Lakers vence o Jazz em Utah e abre 3 x 0 na semifinal da Conferência Oeste

Los Angeles Lakers 111 x 110 Utah Jazz
Semifinal Conferência Oeste
(3 x 0)


Jogando em Salt Lake City, o Utah Jazz fez um grande jogo contra o Los Angeles Lakers, uma das melhores partidas dos playoffs desta temporada, mas não teve como evitar nova derrota para seu tradicional rival e agora vê-se obrigado àquilo que ninguém acredita que vá acontecer: vencer quatro jogos seguidos contra os atuais campeões da NBA.

Apesar do jogo acirrado até o fim, quando teve duas chances de vencer a partida, no arremesso de Deron Williams que deu aro e no tapinha errado de Wesley Matthews, sozinho no rebote quando zerava o cronômetro, o Jazz desperdiçou sua chance no quarto inicial, quando ninguém no Lakers parecia ter entrado em quadra, errando todos os arremessos durante absurdos oito minutos. Quer dizer, ninguém, exceto Kobe Bryant.

Mesmo muito marcado, Kobe (foto) segurou o Lakers na partida até seus companheiros efetivamente começarem a jogar e no final o astro reapareceu com bolas decisivas, fechando a partida com 35 pontos e sete assistências. O Lakers contou com ótimas colaborações ofensivas de Derek Fisher e Ron Artest, que acertaram importantes bolas de três e terminaram com 20 pontos cada. Pau Gasol pegou 17 rebotes e anotou mais 14 pontos. Vale observar o sacrifício de Andrew Bynum. Visivelmente sem condições ideais, o pivô claramente evitou atacar a cesta, errando o único arremesso que tentou, mas ainda assim contribuiu com sete rebotes.

Pelo lado do Jazz, a frustração de não ter aproveitado seu melhor momento no início da partida para abrir frente no placar. É o melhor meio de derrotar o Lakers, principalmente jogando em casa: abrir vantagem suficiente para irritar os jogadores de Los Angeles, que muitas vezes, nessas circunstâncias, deixam de lado qualquer planejamento tático e largam tudo nas mãos de Kobe, o que às vezes não resolve. Foi o que o Thundercats conseguiu fazer ao longo da temporada, por exemplo. Deron Williams foi ótimo, com 28 pontos e 9 rebotes, mas talvez a bola do jogo devesse ir parar nas mãos de Kyle Kover, que acertara nada menos de nove em 10 arremessos tentados, inclusive todos os cinco que fez da linha de três.

O forte time do Jazz, agora, tem a missão quase impossível de virar a série, mas não vai rolar. Tudo bem que ano passado o Fluminense não caiu no Brasileirão e até hoje tem gente que não acredita nisso, mas não vai rolar. Mesmo a torcedora com o cartaz na foto antes de começar o jogo 3, será que ela ainda acredita?

NBA ► Magic depena de novo o Hawks e fica perto da final da Conferência Leste

Orlando Magic 105 x 75 Atlanta Hawks
Semifinal Conferência Leste
(3 x 0)

Não deu nem para a saída. O primeiro tempo terminou com o placar apontando 52 x 33 para o Orlando Magic contra o Atlanta Hawks, mesmo jogando na casa do adversário. Agora o Magic abriu 3 x 0 na série e nem que... Na verdade, nem imagino que hecatombe possa ocorrer no planeta que mude o destino do Hawks.

Com seus 21 pontos e 16 rebotes, Dwight Howard (foto) foi o destaque do Magic, que se deu ao luxo de ter Vince Carter em uma jornada discretíssima, marcando apenas sete pontos.

Pelo lado do Hawks, o sexto homem da temporada, Jamal Crawford, com seus 22 pontos, foi a única figura realmente decente em quadra. Josh Smith notou 15 e pegou 11 rebotes, mas ainda assim ficou devendo, com um fraco aproveitamento nos arremessos, acertando apenas 7 de 17 tentativas.

O Orlando Magic já carimbou a passagem para a final da Conferência Leste. Resta ao Hawks ao menos evitar a varrida no jogo 4, quarta-feira que vem. Acho difícil. 

sábado, 8 de maio de 2010

RIO DE JANEIRO ► Viatura de polícia para carro particular e multa motorista por falar ao celular dirigindo? Só em novela mesmo...

Minha esposa outro dia comentou comigo: "Que absurdo! Até parece que é assim." Demorou um pouquinho para que eu pescasse que era algo que estava rolando numa novela a que ela assiste. Qual? Sinceramente, não faço a menor ideia.

"Uma cena aqui. Um carro da polícia para um motorista que estava falando no celular e multa ele." É, só em novela mesmo. E em se tratando de Rio de Janeiro, até em novela é uma situação completamente fora da realidade. Inimaginável.

Até porque não há policiamento móvel de trânsito no Rio - e creio que em todo o Brasil. Um motorista pode cometer as sandices que quiser ao volante, ameaçar a vida de Deus e o mundo, velhinhos e criancinhas incluídos, que nada acontece se ele não for flagrado por algum pardal eletrônico.

Recordo que uma vez, décadas atrás... Ups, melhor retirar esse "décadas atrás", é meio bandeiroso demais...

Recomeçando: recordo que uma vez, nos anos 80... Não, esse "recordo" também é bandeiroso e hoje estou me sentindo bem engraçadinho.

Agora vai: uma vez nos anos 80, se não me engano, um repórter da Rede Manchete fez uma matéria sobre isso para um dos programas da extinta emissora. Se não me engano (outra vez...), foi o Ronaldo Rosas. Ele pegou um carro e um cinegrafista e saiu cometendo várias infrações de trânsito pelas ruas da cidade. Avançou sinal, estacionou em local proibido, cruzou faixas sem sinalizar, ultrapassou limites de velocidade... Enfim, fez tudo aquilo que vemos os motoristas impunemente fazerem no selvagem dia a dia das ruas do Rio de Janeiro de hoje - acrescido da praga dos telefones celulares.

Quantas vezes foi abordado por alguma autoridade policial? Nenhuma, ora... Alguém esperava uma resposta diferente?

Um tio contou uma experiência que viveu relacionada a isso quando estava nos EUA visitando a filha. Já à noite, voltava dirigindo para a casa onde estava hospedado. Era uma daquelas vias meio suburbanas deles, com várias casas e mais casas ao longo.

Antes de um cruzamento, o sinal fechou. Sem movimento algum, escuro, achou que não faria mal algum dar uma avançadinha ali. Para quê? Sabem aquelas cenas de filme? Pois é: do nada, saiu uma viatura da polícia e o abordou.

Ficou tudo bem. Levou só um tempinho para explicar que tromba de elefante não é conta-gotas, que era estrangeiro, não teve a intenção e et cetera e tal.

Mas serviu para mostrar, mais uma vez, que o certo existe mesmo, não apenas no cinema. E que errados somos nós, que avaliamos toda a impunidade em nosso trânsito, permitindo verdadeiros assassinos ao volante, por jamais cobrarmos com vigor das autoridades leis realmente severas e policiamento viário ostensivo, para nossa própria proteção.

Acorda enquanto ainda é tempo, cidadão! Porque, do jeito que a coisa vai, um dia a situação foge totalmente ao controle.

E a questão agrava-se quando sabemos, como minha esposa faz sempre questão de lembrar, que a maneira que um motorista guia é o reflexo de sua personalidade. Ou seja: não trata-se de um problema apenas do trânsito em si, é principalmente uma questão de educação e cidadania - o que anda muito em falta no Rio de Janeiro.

Por ora, não custa torcer para que que o Campeonato Mundial de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016 deixem essa boa herança para a cidade: um trânsito civilizado, ocupado por gente de bem e cuidado, competentemente, por quem de direito.

NBA ► Atuação mágica de calouro acaba com o Spurs e deixa Suns com um pé na final da Conferência Oeste

Phoenix Suns 110 x 96 San Antonio Spurs
Semifinal Conferência Oeste
(3 x 0)

O San Antonio Spurs dominou o primeiro quarto, abriu 18 pontos no segundo, se segurou com um pontinho de frente no terceiro e dormiu no quarto, um sono repleto de pesadelos, sendo atropelado pelo Phoenix Suns. Nem no Arizona devem estar acreditando na praticamente irreversível vantagem de 3 x 0 que o time de Steve Nash e Amare Stoudemire abriu sobre Tim Duncan e companhia.

Curiosamente, tanto Nash como Stoudemire estiveram longe de seus grandes dias. Os destaques do Suns foram os coadjuvantes. Jason Richardson, que faz ótima pós-temporada, contribuiu com 21 pontos, acertando cinco de sete arremessos da linha dos três pontos. O veterano Grant Hill mais uma vez disse presente, com seus 18 pontos. E o calouro iugoslavo Goran Dragic (foto), que acertou todos seus cinco chutes de três, literalmente acabou com o jogo, marcando nada menos que 23 de seus 26 pontos no período final, uma das mais impressionantes performances da história dos playoffs da NBA.

E até nosso Leandro Barbosa mandou bem, finalmente destacando-se após uma série de atuações muito discretas. Ontem Leandrinho marcou sete de seus 13 pontos no período decisivo da partida.

No desalentado - e agora à beira de férias forçadas - Spurs, a lamentar a discreta atuação de Tony Parker (10 pontos, seis rebotes e cinco assistências) e a pífia figura de Richard Jefferson: apenas quatro pontos, acertando só um de nove arremessos tentados. Até George Hill (na foto, consolado por Duncan), que também vinha contribuindo bem, também esteve numa noite péssima. Muito pouca gente para ajudar Duncan (15 pontos, 13 rebotes) e Manu Ginobili (27 pontos, cinco assistências).

Agora Inês é morta. As chances do Spurs virar a série são ínfimas. A História joga contra o time. Reverter uma situação dessa numa série de playoffs da NBA é tão frequente quanto a passagem do cometa Harley por nosso planeta. De quebra, o Suns talvez seja, ao lado do Orlando Magic, o time que tem atuado com mais consistência nestes playoffs.

Mas falamos do Spurs, certo? E o Suns costuma alucinar vendo fantasmas de camiseta preto e branca dominando o deserto...