quarta-feira, 5 de maio de 2010

NBA ► Alguém anotou a chapa? Magic depena Hawks no jogo 1 da série

Atlanta Hawks 71 x 114 Orlando Magic
Semifinal Conferência Leste
(0 x 1)



A dúvida era: o Orlando Magic iria se beneficiar do cansaço do Atlanta Hawks por causa da extensiva série do adversário contra o Milwaukee Bucks ou o Hawks ia se dar bem com a falta de ritmo do Magic, que eliminara o Charlotte Bobcats por 4 x 0?

É o tipo da resposta que só é dada após o jogo: o Magic massacrou o Hawks, logo, tirou vantagem do cansaço do adversário. Fácil comentar assim, hein?

Mas, claro, não foi isso – ou “só” isso. O Magic é mais time, é, a meu ver, o que tem mais chances de vencer a Conferência leste, e não imagino o Hawks conseguindo roubar uma vitória sequer em Orlando. O que surpreendeu foi o absurdo placar, que apontou ao final 43 pontos de diferença!

Lógico que, apesar do favoritismo, os números favoráveis ao Magic são absurdos. Acho que isso deve-se a dois fatores básicos: o time da casa entrou muito concentrado, enquanto o Hawks, aparentemente, ainda relaxava após a vitória – muito fácil, lembrem-se - no jogo 7 contra o Bucks. Daí que acabou atropelado sem dó nem piedade.



Do jogo, não há muito o que dizer: não houve. Os juízes até deixaram Dwight Howard (na foto, enterrando sobre Josh Smith) jogar desta vez. O astro do Magic outro dia reclamara, com razão, que ele deve ser a estrela da NBA menos protegida pela arbitragem e contra a qual são imputadas faltas que normalmente não o são contra LeBron James, Kevin Garnett, Kobe Bryant, Tim Duncan, Carlos Boozer... Ontem ele cometeu apenas três faltas e pôde jogar 29 minutos com absoluta tranquilidade, assinalando 21 pontos, 12 rebotes e cinco tocos.

Vamos aguardar agora que o Atlanta Hawks entre efetivamente em quadra no jogo 2 da série, quinta-feira, ainda em Orlando, e mostre seu bom basquete. O Magic novamente é favorito, mas não creio que vá encontrar essa moleza de novo pela frente.

terça-feira, 4 de maio de 2010

NBA ► Sai pra lá, pé-de-pato, mangalô, três vezes! Suns espanta reação do Spurs e vence verdadeiro duelo de três contra três

San Antonio Spurs 102 x 111 Phoenix Suns
Semifinal Conferência Oeste
(0 x 1)

Todo mundo que acompanha a NBA sabe que rola uma freguesia já um tanto histórica entre Phoenix Suns e San Antonio Spurs. Joguem o que estiverem jogando, por melhor que o Suns esteja, sempre o Sol tem se posto mais cedo em Phoenix quando encontram o Spurs pela frente.

No jogo 1 da série por uma das semifinais da Conferência Oeste, realizado ontem á noite, parecia que toda essa história fazia parte de um passado distante. O Suns jogava muito bem e até o início do terceiro quarto liderava com uma vantagem confortavelmente estabelecida acima dos 10 pontos. Mas, na metade do quarto, o Spurs simplesmente viraram o jogo e ainda abriram três pontos de diferença. Pânico em Phoenix: "De novo?"



Comandado por um estupendo Steve Nash (33 pontos e 10 assistências, na foto marcado por Tony Parker), porém, o Suns segurou a onda, ampliou mais ainda a vantagem que estabelecera no início e a 8min do fim vencia por tranquilos 14 pontos: 94 x 80. Tudo caminhava para um final feliz na terra do Sol no Arizona, se não houvesse um verdadeiro eclipse total do time local, que incrivelmente passou os quatro minutos seguintes sem marcar um ponto sequer e viu a diferença cair para um apavorante e mísero pontinho: 94 x 93! Haja coração, hein?

Mas o Suns conseguiu segurar mais essa reação do Spurs e garantiu a vitória no jogo 1 de uma série que promete bastante.



O mais curioso da partida é que, como ainda não ocorrera com nenhuma outra dos playoffs desta temporada, ela resumiu-se basicamente a um duelo de trios. De um lado, Steve Nash, Amare Stoudemire e Jason Richardson, que juntos anotaram nada menos que 83 pontos, 22 rebotes e 10 assistências (todas de Nash) para o Phoenix Suns. Do outro, Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginoboli registraram 73 pontos, 18 rebotes e 12 assistências para o San Antonio Spurs. Grandes atuações de quem que realmente esperamos que jogue assim nesses momentos decisivos da competição. Os demais jogadores praticamente se limitaram a assistir a esse duelo de dentro da quadra ou do banco de reservas. Para o bem geral e felicidade da nação local (e de Jason Richardson, foto), o Suns levou a melhor.

Agora é aguardar o jogo 2 para saber se o Phoenix Suns espanta sua crônica insegurança em relação ao San Antonio Spurs e consegue manter seu mando de quadra, sabendo de antemão que não será sempre que conseguirá abrir no placar a vantagem que conseguiu nesta abertura de série. Mesmo jogando em casa, não pode se dar ao luxo de novos apagões porque, como diria Muricy Ramalho, o basquete pune - e o Spurs também.

NBA ► Mo Williams vai mal, reação do Cavs vem tarde e Celtics rouba uma vitória em Cleveland


Boston Celtics 104 x 86 Cleveland Cavaliers
Semifinal Conferência Leste
(1 x 1)

Outro dia escrevi que alguém “errei” aqui tentando fazer uma previsão de uma das partidas dos playoffs da NBA. Hoje posso dizer que alguém “acertei” por aqui, quando disse que sem Mo Williams atuar bem tudo ficaria mais difícil para o Cleveland Cavaliers, com LeBron James e tudo. Assim como comentei que, se Paul Pierce e/ou Rasheed Wallace tivessem jogado um basquete minimamente à altura da carreira que construíram, o Celtics poderia ter roubado o mando de quadra do Cavs já na primeira partida da série.

Ontem à noite não deu outra: Mo Williams acertou apenas um mísero arremesso em nove tentativas. O Celtics entrou muito ligado e no terceiro quarto foi simplesmente arrasador: 31 x 12. Paul Pierce acertou ao menos razoáveis 14 pontos (mais quatro rebotes e quatro assistências) e Rasheed Wallace contribuiu efetivamente com 17 pontos. Foi muito para um LeBron James sem companhia.

E um parágrafo à parte para Rajon Rondo (foto): que partida! Como disse no post sobre o jogo 1 da série, esse armador pouco badalado melhora a olhos vistos. Ontem foram 13 pontos nada menos que 19 assistências.

Para não dizer que LeBron jogou sozinho de verdade, Antawn Jamison apareceu com 16 pontos e o garoto J.J. Hickson contribuiu com 13, vindo do banco. Mas foi só. Shaquille O’Neal ficou pouco tempo em quadra, nosso Anderson Varejão machucou as costas... Enfim, uma noite para ser esquecida em Cleveland, logo a noite em LeBron James recebeu o seu segundo troféu consecutivo de MVP da temporada.

O Cavaliers ainda lutou bastante. A oito minutos e meio do fim do jogo, perdia por absurdos 25 pontos. Correu muito, o Celtics emplacou quase seis minutos sem marcar e essa diferença caiu para alcançáveis 10 pontos, faltando 4min33seg. Mas já era tarde. O Celtics reequilibrou-se e controlou o jogo até a campainha final.

Sem ajuda para LeBron (na foto mostrando seu troféu de MVP para os torcedores), não vai dar para o Cavs, que ainda deu o azar de ver seu astro realizar uma partida boa apenas para jogadores normais: 24 pontos, 7 rebotes e quatro assistências, muito pouco para uma noite dessas. Especulou-se durante a transmissão que o MVP estaria sentindo os efeitos da contusão no ombro. Pode ser. Mas pode ser também que tenha confiado demais em seus colegas até perceber que eles estavam numa noite bastante infeliz.

Eu tinha arriscado dizer que se o Cavaliers abrisse 2 x 0 a parada estaria praticamente decidida. Agora ficou tudo em aberto. O Celtics vai dar a vida para manter seu mando de quadra e ir à final da Conferência Leste. Apesar de difícil, o Cavaliers pode roubar uma vitória em Boston, mas para isso vai precisar de uma superatuação de LeBron, caso seus companheiros - principalmente Mo - não ajudem.

O problema é que, vamos supor, mesmo que o Cavs volte de Boston com a série empatada, o Celtics já sabe que pode vencer em Cleveland também.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

NBA ► Phil Jackson cochila, time sofre além da conta, mas Kobe decide e Lakers sai na frente do Jazz

Utah Jazz 93 x 101 Los Angeles Lakers
Semifinal Conferência Oeste
(0 x 1)

Tudo parecia bem encaminhado para o Lakers. Jogando em casa após a difícil série contra o Oklahoma City Thundercats, o time enfrentava o também cansado Utah Jazz pós-Denver Nuggets, jogava muito bem e mantinha o adversário a uma segura distância no placar, que girava em torno dos oito, nove pontos de diferença.
As jogadas encaixavam, Kobe parecia novamente em grande noite, Pau Gasol e Andrew Bynum limitavam Carlos Boozer e dominavam o garrafão e o Jazz, apesar das costumeiras boas atuações do ótimo Deron Williams (foto) e do próprio Boozer, não encontrava respostas para o que acontecia em quadra.

Mas a presença do banco de reservas do Lakers em quadra no início do último quarto quase pôs tudo a perder. Com apenas Bynum dentre os titulares em ação, o banco de Los Angeles permitiu que o banco do Jazz não apenas reduzisse a diferença para apenas um ponto, como deixara tudo engatilhado para o adversário assumir a frente do placar, para desespero da torcida local, que implorava ao treinador Phil Jackson pela volta de seus titulares, em especial de Kobe e Gasol.

É que Phil gosta de deixar os jogadores se livrarem sozinhos em quadra dos buracos em que se metem, economizando tempo assim. Só que o time que estava em quadra não era capaz disso. Uma coisa é um time com Kobe, Gasol, Derek Fisher e Ron Artest recuperar-se, outra é esperar que Jordan Farmar, Shannon Brow e Luke Walton segurem a barra sozinhos.



Resultado: a quatro minutos do fim, o Jazz abria quatro pontos de vantagem e dava toda a pinta de que roubaria uma vitória na casa adversária que poderia ser decisiva na série. Até que entrou em cena “o velho truque de dar a bola para o Kobe que ele resolve”. E resolveu. Nesses últimos quatro minutos, Kobe (foto) marcou 11 pontos e até quando errou deu certo, com o rebote de um arremesso caindo à feição para Lamar Odom cravar.

Ficou a impressão de que, assim como nos playoffs das duas últimas temporadas, o Jazz ainda não encontrou respostas para segurar a primeira unidade do Lakers em Los Angeles e sua chance é explorar o irregular e nada confiável banco angelino. Talvez para o próximo jogo o time já possa contar com a volta de Andrei Kirilenko, o que melhora bastante a marcação sobre Kobe Bryant.

A série resume-se a esse desafio: o Jazz roubar uma vitória em Los Angeles, de preferência na segunda partida, para que a pressão de sua torcida faça o time manter seu mando de quadra e enfim superar o tradicional adversário. Caso o Lakers abra 2 x 0, dificilmente deixará de chegar à final da conferência.

Pelo lado do Lakers, Phil deve ficar bem esperto na utilização de seu banco, especialmente no jogo 2, para não permitir uma derrota que pode ser muito difícil de recuperar.

NBA ► Jogo 7? Onde? Atlanta Hawks ignora Milwaukee Bucks e encara Orlando Magic

Milwaukee Bucks 74 x 95 Atlanta Hawks (3 x 4)

Não deu nem para a saída. De crista, ou melhor, de chifre baixo, provavelmente pela chance desperdiçada de fechar a série no jogo 6 em casa, o Milwaukee Bucks não fez frente ao Hawks em Atlanta e foi literalmente atropelado.

O Hawks entrou para mostrar que a brincadeira tinha acabado e em momento algum deu chances ao adversário, acertando quase 50% de seus chutes contra apenas 32% de aproveitamento do Bucks. De quebra, o Hawks bateu facilmente o Bucks em número de rebotes por 55 x 34!

Ninguém se destacou no Bucks, especialmente o bom armador Carlos Delfino, que acertou apenas um de nove arremessos tentados. Sobrou luta, mas faltaram um pouco de força e muito de experiência aos meninos de Milwaukee para fechar a série em casa. Em Atlanta, tudo foi mais difícil.



Agora o Atlanta Hawks de Mike Bibby, Joe Johnson, Al Horford, Josh Smith e Jamal Crawford e companhia vai encarar o Magic do Super-Homem Dwight Howard na semifinal da Conferência Leste. Parada dura, pra lá de indigesta. O duelo começa terça-feira, em Orlando.