sábado, 24 de abril de 2010

CINEMA ► “O Curioso Caso de Benjamin Button”: Deus deu a Brad Pitt beleza e bom coração, talento já seria demais

Outro dia estava assistindo ao filme “O Curioso Caso de Benjamin Button”. O enredo do filme é interessante, mas foi mal desenvolvido, mal explorado... e longo. Resumindo a história, um homem nasce velho e rejuvenesce com o passar dos anos. Isso daria margem a um monte de situações interessantes que poderiam ter sido bem exploradas. Não ficou um filme ruim, mas deixou aquela sensação de desperdício de uma ideia.

O mais chama a atenção é mais uma má atuação de Brad Pitt, intérprete principal, do referido Benjamin Button do título. Sem querer revelar nada a quem ainda não assistiu e ainda pretende fazê-lo (pode ser assistido sem sustos, não chega a fazer mal à saúde), é bastante sintomático o comentário da minha esposa quando o protagonista chega à idade de bebê: “O bebê interpreta melhor que o Brad Pitt.”

Todos dizem que Brad Pitt é um cara legal, gente boa mesmo. Vive envolvido em projetos de causas humanitárias. Após a devastadora passagem do furacão Katrina por New Orleans, ele, que é da cidade, foi o primeiro figurão a chegar à região atingida, e não apenas para fazer marketing. Pitt criou uma fundação para auxiliar na reconstrução da cidade e estabeleceu-se por lá durante um bom período para ajudar no que pudesse.

Para as mulheres, Brad Pitt é um padrão básico de beleza masculina. Isso com certeza abriu as portas do cinema para ele. Pena que não veio o pacote completo, pois se esqueceram de enviar uma mínima dose de talento junto. Não passa de um ator esforçado.

Nunca reparei em qualquer dose de expressividade em suas atuações. Ou melhor: sempre reparei na mesma expressão, independente de filme ou personagem. Como no filme “Encontro Marcado”, em que encarnava a morte. Se viva, a morte teria vontade de matar-se, tal a sua inexpressividade, ainda mais acentuada pela infelicidade de contracenar com um monstro chamado Anthony Hopkins.

Brad Pitt jura que não conhecia o passado nazista de Heinrich Harrer, personagem que interpretou em “Sete Anos no Tibete” e que lhe valeu uma certa saia justa. Casado com a bela e complicada Angelina Jolie, filha desafeta de do ator John Voight e que o roubou da também atriz Jennifer Aniston após conhecerem-se durante as gravações de “Sr. e Sra. Smith”, Pitt segue se esforçando para mostrar que há talento por trás daquele modelo de beleza masculina, o que não seria justo para nós, pobres mortais, pois significaria uma absurda proteção divina ao ator.

Bem, não vejo muita chance desse talento aparecer. Quem sabe com o tempo? Mas pelo menos não é um desses atores endeusados sem talento que passam doses maciças de pretensão a cada cena. Curiosamente, Brad Pitt parece estar sempre se esforçando para atuar bem, tipo um estudante de interpretação concentrado em atuar direito, o que é legal. Há coisa muito pior por aí no meio da chamada Sétima Arte.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

FUTEBOL ► Flamengo 3 x 2 Caracas: a vitória que só a torcida queria


Há muito quem acompanha futebol com mais atenção ao que ocorre nos bastidores tem a impressão de que dirigente de clube grande não veste camisa. Só quer saber de si, sua carreira esportiva no clube ou não e o resto fica em segundo plano, mesmo os resultados dentro de campo.

Os exemplos cada vez mais surgem por aí (ia dizer “abundam por aí”, mas não ficaria legal...). O meu Fluminense é um pote cheio, estou tomando até fôlego para refletir sobre isso em forma de post. Mas aqui me deu vontade de falar rapidamente sobre o Flamengo.

Às vésperas de uma partida decisiva para as pretensões do clube na Taça Libertadores e em meio a um turbilhão de eventos que têm tumultuado o dia a dia do clube, fiquei com a nítida impressão que uma vitória, principalmente uma boa vitória (o que, afinal, não aconteceu), desagradaria tanto à direção atual como dirigentes que lhe fazem oposição.

O raciocínio é simples: com um técnico de nome como Muricy no mercado, a direção atual não queria perder a chance de esconder a crise interna com a contratação do renomado treinador. Mas Muricy sempre diz que não negocia com clube que tem treinador sob contrato. Daí o interesse pela demissão de Andrade, ídolo do Flamengo como jogador e que à beira do campo levou há apenas quatro meses o rubro-negro a uma improvável conquista do Campeonato Brasileiro. E ainda passaria o patético recibo que a culpa de tudo de errado que acontece na Gávea se resumia ao treinador. Por isso para a direção atual seria um mau resultado contra o possante Caracas – diga-se de passagem, um time fraquíssimo, ainda mais com a formação mista que veio ao Rio de janeiro que incluía um goleiro (reserva) sem sequer estatura e fundamentos para a posição.

Já para os dirigentes da oposição, muitos dos quais que revezam-se há anos no poder, quanto pior, melhor. A impressão que passam é de que não estão nem aí para títulos e sucesso rubro-negro. O que importa é conseguir armas para atacar a administração de Patrícia Amorim.

Patrícia Amorim meio que deixou a Gávea se transformar numa casa da Mãe Joana, mas nada muito diferente do que administrações anteriores faziam. Curioso é que quatro meses atrás a situação era praticamente a mesma e o time tornou-se campeão brasileiro. Agora a culpa é do treinador...

Pobre dos torcedores, únicos realmente interessados apenas nas vitórias de seu clube, seja em que situação se encontre.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

HISTÓRIA ► Há vulcões que até fazem arte, outros ficam só na destruição mesmo


Os recentes transtornos provocados pela erupção do vulcão na Islândia (que decepção, ninguém dá um nome ao bicho?) me fez lembrar outro cataclisma semelhante, ocorrido em 1991: a erupção do vulcão do Monte Pinatubo, nas Filipinas.

Erupções vulcânicas constituem uma força terrível e possuem grande poder de destruição. Além de destruição, causam transtornos, mas também podem gerar um pouco de arte. Basta uma olhada em vídeos e fotos desse fenômeno da natureza para ficarmos magnetizados pelo impacto que visual que provoca.

Este mesmo vulcão islandês – além de caos - tem gerado belas imagens. Mas nada comparado ao que o Pinatubo provocou ainda meses após sua última e monstruosa erupção, ocorrida bem no Dia dos Namorados de 1991. O Pinatubo matou mais de 800 pessoas e provocou sérios danos ao meio ambiente. Liberou a maior quantidade de gás tóxico na estratosfera registrada desde a mítica erupção do Krakatoa (“o inferno de Java”!) em 1883, alterou a temperatura do planeta... e gerou efeitos sentidos durante muitos meses.

Lembro que na época trabalhava de frente para a Lagoa Rodrigo de Freitas e pela janela do Estúdio de VT da então Faculdade da Cidade pudemos apreciar durante semanas um fim de tarde e consequente anoitecer mais fascinante que o outro, com o céu variando em diversos tons, ora para o azul, ora para o rosa, laranja... Tudo provocado pelos gases ainda remanescentes na estratosfera.

Que o tempo aplaque a dor das perdas de vidas humanas e ignore o caos provocado, deixando apenas na lembrança a arte produzida pela mãe natureza.

Na foto que abre o post, lá no alto, uma das belas imagens do vulcão islandês. Abaixo, um flagrante da erupção do Pinatubo.


NBA ► O velho, chato e bom Spurs de sempre

Na segunda partida da série entre Santo Antonio Spurs e Dallas Mavericks, o Spurs mostrou que talento não depende de idade e às vezes nem de condição física. Dominando o jogo do início ao fim, o time do veterano ala de força Tim Duncan, que teve uma ótima atuação, não deu chances ao Dallas do fanafarrão proprietário Mark Cuban, que na véspera declarara que odiava o San Antonio Spurs. Bem, ele tem mais um motivo para isso agora.

Podemos dizer que na NBA de hoje LeBron James é o astro solo, Kobe Bryant e Pau Gasol formam a melhor dupla, mas o melhor trio, já há alguns anos, é o formado pelo argentino Manu Ginobili, o francês Tony Parker e o natural das Ilhas Virgens Tim Duncan (alguém pensou mesmo que ia arriscar o gentílico de lá?). Para muitos, não sem razão, Duncan é melhor ala de força da história da NBA. 

Bom e técnico no ataque à cesta no garrafão, eficiente nos rebotes e muito consistente, Duncan tem aquela indefectível cara de sonso, parece que está alheio a tudo ao seu redor (na foto ao lado, Duncan é flagrado em um de seus momentos de maior expressividade), mas ainda consegue dominar uma partida como o fez na noite de ontem em Dallas. Com seu trio mestre saudável e bem das pernas, o Spurs é páreo para qualquer um. Principalmente na tal hora do “vamos ver”. Com a série empatada, Dirk Nowtzki vai precisar mostrar seu melhor jogo para sua equipe recuperar-se em San Antonio.

Na outra partida da noite, os atuais vice-campeões seguem dominando o calouro em playoffs Charlotte Bobcats. Com um jogo muito consistente e bem distribuído, o Orlando Magic não está dando chances ao seu adversário, mesmo com discretíssimas atuações do super-homem Dwight Howard, e agora vai tranquilo para as primeiras (ou serão as últimas?) partidas em Charlotte. Mais que tudo, manda um recado sério à toda sua conferência de que seu objetivo é buscar o anel que perdeu para o Lakers na temporada passada.

Resultados (mando de quadra sempre do segundo time e entre parênteses o placar da série):

Charlotte Bobcats 77 x 92 Orlando Magic (0 x 2)
San Antonio Spurs 102 x 88 Dallas Mavericks (1 x 1)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

NBA ► Campeão sua a camisa, mas mantém vantagem do mando de quadra contra o futuro da NBA

Se o olho grande não tomar conta da franquia ou dos jogadores, o Oklahoma City Thundercats tem tudo para brilhar nas próximas temporadas – mais ainda que nesta, onde, afinal, ainda luta nos playoffs.

O time mais jovem da história da NBA é muito talentoso e atlético e conta entre seus titulares com quatro jogadores que estiveram entre as três primeiras escolhas nos últimos drafts. Destaque, claro, para o incrível Kevin Durant. Um homem daquele tamanho com aquela habilidade, velocidade, força, talento e... chute de três? O homem vai longe.

No jogo 2 da série contra o atual campeão Los Angeles Lakers, o Thunder fez tudo como mandava o figurino: entupiu o garrafão para diminuir os espaços para Gasol, Bynum e mesmo Odom, jogou um monte de gente em cima do Kobe, torceu para as bolas de 3 de Los Angeles não caírem e correu muito quando tinha a posse de bola. Quase deu certo.

Ficou no quase porque o time do Lakers fez valer sua experiência na hora de fechar o jogo (é o time da liga com melhor retrospecto em partidas apertadas), Gasol achou um jeito de prevalecer embaixo da cesta, Ron Artest foi ótimo na marcação em momentos decisivos e Kobe foi... Kobe na hora de decidir.



Vale o registro que meu dedo dói só de ver as condições em que o astro do Lakers está jogando (na foto ao lado, ainda marcando Durant). A temporada passada inteira jogou com dois dedos enfaixados, um servindo de apoio para o que estava “avariado”, mas esta temporada tem sido pra lá de dolorosa. Sua fratura no dedo indicador da mão direita piora a cada semana, diríamos até que a olhos vistos, mas não como a parar. Aquele dedo nesta temporada já foi imobilizado de diversas maneiras e em diversas posições diferentes para permitir que Kobe continue em quadra. Mas ultimamente tem sido mais difícil essa condição. E, sim, Kobe é destro. Quem joga ou já jogou basquete sabe a dor de jogar com aquela torçãozinha básica no dedo que sempre rola em uma disputa de bola, Agora imagine com o dedo fraturado de verdade.

O resultado de tudo isso é que Kobe cada vez mais bate a bola com a mão esquerda e a protege à esquerda do corpo nas infiltrações, as quais realiza com extrema dificuldade, porque não é mole manter a bola com a mão boa sem firmeza. Por isso tem levado tocos que normalmente evitaria. O simples arremessar, em si, já é um incômodo, pois o indicador é o dedo de apoio no arremesso de qualquer jogador normal. Sorte do Lakers que Kobe está longe de ser um jogador normal.

Los Angeles fez 2 x 0 e agora vai para Oklahoma, onde foi atropelado na última vez que se encontraram pela temporada regular. Tenho para mim que o Thunder perdeu uma grande chance nesta terça em LA. Tiveram uma bola de 3 para vencer e uma outra para levar o jogo para a prorrogação. Mas certo, apenas, é que o jogo 3 será de grande intensidade.



Também na terça, mais três partidas. Satisfeito com vitória na abertura da série, o Trail Blazers folgou na partida 2 contra o Suns e não viu o adversário fazer anotar 30 pontos de vantagem sobre... ninguém. Agora os times vão de Phoenix para Portland, onde o Suns precisará cortar um bom dobrado para recuperar a vitória que lhe foi tirada em casa. Mas quem não viu nada mesmo, principalmente a placa da jamanta que o atropelou sem dó nem piedade, foi o Miami Heat. No jogo da série, ainda em Boston, o time de Dwyane Wade foi humilhado por um Celtics que sequer contou com seu principal jogador, Kevin Garnett, suspenso por uma partida após a confusão no último quarto da primeira partida. Mas dava para ver antes da bola subir que o pessoal do Celtics não estava lá com muito boas intenções (vejam a foto ao lado). O Heat não conseguiu marcar mais de 76 pontos nas partidas da série, que coisa... Abrindo a noite, o Atlanta Hawks controlou bem a segunda partida contra o o Bucks e vai para Milwaukee com a confortável vantagem de 2 x 0.


Na segunda-feira, dois jogos abriram as emoções da sengunda rodada dos playoffs. Assim como o favorito Lakers contra o jovem Thunders, o Cavaliers de LeBron James precisou da superforça de seu astro para desgarrar-se de um bravo Chicago Bulls. Segundo as resenhas da partida, os jogadores do Cavs caíram no velho truque de apenas assistir seu colega talentoso jogar. Pela foto aí à direita, parece que foi isso mesmo que ocorreu. Sempre que isso acontece, as coisas ficam difíceis em Cleveland. LeBron anotou 40 pontos, 8 rebotes e 8 assistências, mas quase não foi suficiente  para superar o limitado Bulls. LeBron precisa de ajuda para conquistar seu primeiro anel.


No outro jogo da noite, a série que realmente está fervendo: Utah Jazz x Denver Nuggets. Após o jogão de abertura, o Jazz consegui dar a volta por cima, mesmo com o desfalque do pivô Mehmet Okur. Num final emocionante, venceu por 114 x 111, contando com a frieza dos jovens C.J. Miles e Kyle Korver, que converteram dois lances livres cada um nos segundos finais e decisivos da partida. Vale ressaltar que o Denver fez muita coisa errada nesse minuto e meio final do último quarto. A 1’20” do fim, com dois pontos de desvantagem e posse de bola, o astro Carmelo Anthony cometeu uma desastrada falta de ataque. Mas Melo recuperou-se e conseguiu nova posse, que resultou em dois lances livres para o veterano craque Chauncey Billups, que desperdiçou um deles. Na sequência, nosso Nenê cavou uma excelente falta de ataque do Jazz quando restavam apenas 40”, mas Billups, infeliz como poucas vezes na carreira, cometeu uma infantil falta ofensiva. Para piorar, na saída de bola do Jazz, Melo cometeu sua sexta falta e deixou a partida. Nesse finalzinho, Nenê ainda cravou uma enterrada, mas os lances livres de Miles, Korver e ainda Deron Williams (uma partida monstro do armador da foto!) garantiram a importante vitória do Jazz, que volta para Utah com a série empatada.

Resultados (mando de quadra sempre do segundo time e entre parênteses o placar da série):

Chicago Bulls 102 x 112 Cleveland Cavaliers (0 x 2)
Milwaukee Bucks 86 x 96 Atlanta Hawks (0 x 2)
Miami Heat 77 x 106 Boston Celtics (0 x 2)
Utah Jazz 114 x 111 Denver Nuggets (1 x 1)
Oklahoma City Thundercats 92 x 95 Los Angeles Lakers (0 x 2)
Portland Trail Blazers 90 x 119 Phoenix Suns (1 x 1)