Lá no início campeonato brasileiro eu comecei a escrever um post intitulado "Abertura do Brasileirão mostra o de sempre: juízes manipulando resultados". E citaria três jogos para exemplificar: Ceará 1 x 0 Fluminense, Internacional 1 x 2 Cruzeiro e Corinthians 2 x 1 Atlético-PR. Mas logo vi que isso era meio que chover no molhado. E ainda pareceria choro em nome dos derrotados naquelas partidas.
Essa manipulação sempre ocorreu. Intencionalmente ou não, o fato é que juízes manipulam resultados desde sempre por aqui. E não necessariamente para beneficiar um clube ou prejudicar outro especificamente. Veja o caso do Ceará: beneficiado na estreia contra o Fluminense, foi absurdamente garfado no jogo seguinte contra o Santos, na Vila Belmiro. E os árbitros que cometem esses erros - ou não - que os fazem manipular resultados seguem impunes e apitando normalmente.
Mas não dá para deixar passar coisas absurdas que acontecem quando elas não impedem o bom resultado do clube prejudicado. Aí a queixa tem mais valor, não passa por simples chororô. Alguém me diz como enxergar credibilidade em um campeonato no qual um juiz como Gutemberg de Paula Fonseca (que tanto conhecemos aqui no Rio de Janeiro) segue apitando após inventar o pênalti que inventou a favor do Corinthians na partida contra o Atlético Goianiense neste meio de semana passado?
Não foi um lance duvidoso nem nada. Ele simplesmente achou de marcar um pênalti que poderia ter alterado o resultado da partida, só não o fazendo porque Chicão bateu e o goleiro Márcio defendeu. A pergunta que fica é: o que faz um juiz de futebol assinalar um pênalti daqueles?
Não considerando má intenção, pode ser por interpretação. Só que se ele interpreta alguma coisa naquela jogada como pênalti, jamais deveria estar apitando um jogo de futebol. Talvez intimidação, daí o inconsciente trabalhando para um melhor resultado do clube mais forte - bem mais forte - nos bastidores.
Não lembro se era João Saldanha ou Sandro Moreira quem dizia que o time de mais torcida, especialmente nos tempos dos estádios mais acanhados, não precisava se dar ao trabalho de subornar árbitros. A própria torcida intimidava os homens de preto, que, instintivamente, na dúvida ou até sem dúvida, acabavam se deixando influenciar pela massa arfando no seu cangote. Hoje isso pode estar acontecendo em relação à força nos bastidores. O que faz sentido por "n" fatores.
Agora, considerando-se má intenção, ele poderia estar fazendo o trabalho a favor de quem tem mais força mesmo - ou trabalhando para aquela máfia de apostas que tinha em seus quadros Edilson Pereira de Carvalho. Ou alguém aqui acha que SÓ Edílson Pereira de Carvalho fabricava resultados para tal máfia?
São hipóteses. Apenas hipóteses.
O fato é que segue o campeonato com arbitragens que nos fazem morrer de saudade dos piores juízes que vimos na Copa do Mundo recém-finda. É um tal de apitar com o apito na boca, soprando para assinalar falta ao menor espirro...
E para completar, juízes abusando de um critério totalmente sem critério, de tal forma que a expressão "dois pesos e duas medidas" torna-se insuficiente para ilustrar o modo como esses homens de preto, amarelo, rosa, verde e que tais dirigem uma partida de futebol.
Daí que não é difícil entender como jogos como o Fluminense x Botafogo de ontem no Engenhão (o que era aquilo que deveria ser o gramado daquele campo?) quase terminam em pancadaria. Não há equilíbrio emocional de jogador que resista a um juiz como o carioca Rodrigo Nunes de Sá (socorro!). Difícil entender mesmo é como o jogo NÃO acabou em pancadaria.
Enfim, não vale a pena se estender mais no assunto. Haveria linhas sem fim para escrever. São mazelas de nosso futebol. E não vai ser na administração Ricardo Teixeira que isso vai mudar.
Blog que o jornalista David Telio Duarte utiliza como registro de memórias sobre assuntos de seu interesse, como esporte, política, cinema, escolas de samba ou qualquer coisa que lhe venha à cabeça.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
FUTEBOL ► Amigo é para essas coisas: aliado e candidato à sucessão de Ricardo Teixeira abre as portas da seleção brasileira para Mano Menezes
Quem acompanha os bastidores do futebol, procurando ler diversas fontes, sabe que Andrés Sanches é um dos principais braços - senão o principal - de Ricardo Teixeira no Clube dos Treze. Tão aliado que se especula ser o presidente do Corinthians o candidato de Teixeira à sua sucessão.
Eu, particularmente, nem me posiciono contra ou a favor de Sanches. Acho que ele tem umas ideias que acho interessantes, enquanto outras, não. Principalmente, ele sabe defender o clube dele - e muito bem, por sinal. Basta ver os enganos cometidos pela arbitragem a favor do Corinthians neste Brasileirão, por exemplo. Trabalho de bastidor é assim: sendo forte, na dúvida, o árbitro decide que a bola é "nossa". Ou melhor, "deles".
Mas o fato é que o plano B de Ricardo Teixeira após a recusa de Muricy Ramalho foi correr atrás de Sanches e valer-se da ótima relação entre os dois para conseguir uma liberação sem qualquer problema do treinador mano Menezes para preencher o não tão cobiçado no momento cargo de técnico da seleção brasileira de futebol. E assim evitar um constrangimento maior que aquele provocado por sua arrogância e prepotência no caso Muricy Ramalho & Fluminense.
Acho mesmo que Sanches se surpreendeu com o fato de Mano não ter sido escolhido antes, por isso já tinha a saída do treinador engatilhada, assim como conversas com possíveis substitutos. Adílson Batista era um deles e logo foi contratado para a vaga.
Vamos seguir a vida, então. E de olho nas arbitragens (vai valer um post rápido já, já) dos jogos de aliados e desafetos de Ricardo Teixeira no campeonato brasileiro.
Eu, particularmente, nem me posiciono contra ou a favor de Sanches. Acho que ele tem umas ideias que acho interessantes, enquanto outras, não. Principalmente, ele sabe defender o clube dele - e muito bem, por sinal. Basta ver os enganos cometidos pela arbitragem a favor do Corinthians neste Brasileirão, por exemplo. Trabalho de bastidor é assim: sendo forte, na dúvida, o árbitro decide que a bola é "nossa". Ou melhor, "deles".
Mas o fato é que o plano B de Ricardo Teixeira após a recusa de Muricy Ramalho foi correr atrás de Sanches e valer-se da ótima relação entre os dois para conseguir uma liberação sem qualquer problema do treinador mano Menezes para preencher o não tão cobiçado no momento cargo de técnico da seleção brasileira de futebol. E assim evitar um constrangimento maior que aquele provocado por sua arrogância e prepotência no caso Muricy Ramalho & Fluminense.
Acho mesmo que Sanches se surpreendeu com o fato de Mano não ter sido escolhido antes, por isso já tinha a saída do treinador engatilhada, assim como conversas com possíveis substitutos. Adílson Batista era um deles e logo foi contratado para a vaga.
Vamos seguir a vida, então. E de olho nas arbitragens (vai valer um post rápido já, já) dos jogos de aliados e desafetos de Ricardo Teixeira no campeonato brasileiro.
sábado, 24 de julho de 2010
BRASIL ► Por que as Organizações Globo e a chamada "grande mídia" só repercutem pesquisas do Ibope e do Datafolha?
Nesta sexta-feira foram divulgadas nova rodada de pesquisas eleitorais sobre a próxima eleição presidencial realizadas por dois institutos, Datafolha e Vox Populi. Com resultados bem diferentes. O Datafolha aponta empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O Vox Populi aponta a candidata do governo com oito pontos à frente.
Mas a "grande mídia", também conhecida como "Pig" (Partido da Imprensa Golpista, ver mais no link do Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, aí ao lado nos meus favoritos), só repercute pesquisas Datafolha e Ibope. Lá no Jornal Nacional fica bonitinho, com gráficos e tudo. Aquele mesmo Jornal Nacional de tantos podres na nossa História.
Será porque seus candidatos (da Globo e de colegas do Pig) se saem melhor sempre nas pesquisas desses institutos? Por que não divulgar pesquisas dos institutos CNT/Sensus e Vox Populi? Será pelo motivo oposto? O bom jornalismo não mandaria isso, divulgar pesquisas dos diferentes institutos? Ah, desculpe a piada, coloquei no mesmo parágrafo a palavra "Globo" e a expressão "bom jornalismo".
Bem, vamos ver o que a História nos diz.
Qual o instituto de pesquisa visto com eterna desconfiança e mais de uma vez acusado de forjar resultados? Ibope, não?
Qual instituto tem tamanha credibilidade que a última pesquisa sobre futebol no Brasil que realizou apontou a torcida do Corinthians empatada tecnicamente com a do Flamengo? Datafolha, certo?
Para bom entendedor, meia palavra basta.
É a minha opinião.
Mas a "grande mídia", também conhecida como "Pig" (Partido da Imprensa Golpista, ver mais no link do Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, aí ao lado nos meus favoritos), só repercute pesquisas Datafolha e Ibope. Lá no Jornal Nacional fica bonitinho, com gráficos e tudo. Aquele mesmo Jornal Nacional de tantos podres na nossa História.
Será porque seus candidatos (da Globo e de colegas do Pig) se saem melhor sempre nas pesquisas desses institutos? Por que não divulgar pesquisas dos institutos CNT/Sensus e Vox Populi? Será pelo motivo oposto? O bom jornalismo não mandaria isso, divulgar pesquisas dos diferentes institutos? Ah, desculpe a piada, coloquei no mesmo parágrafo a palavra "Globo" e a expressão "bom jornalismo".
Bem, vamos ver o que a História nos diz.
Qual o instituto de pesquisa visto com eterna desconfiança e mais de uma vez acusado de forjar resultados? Ibope, não?
Qual instituto tem tamanha credibilidade que a última pesquisa sobre futebol no Brasil que realizou apontou a torcida do Corinthians empatada tecnicamente com a do Flamengo? Datafolha, certo?
Para bom entendedor, meia palavra basta.
É a minha opinião.
FUTEBOL ► Arrogância e prepotência de Ricardo Teixeira sofrem segunda derrota na mesma semana
A escolha do novo treinador da seleção brasileira de futebol mostrou bem - mais uma vez - o jeito de agir do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O mau jeito.
Veja só: o homem anuncia que na sexta-feira (ontem) divulgaria o nome do novo treinador, que logo no fim de semana esse nome faria a convocação para um dos inúteis amistosos que o Brasil realizará até o fim do ano e que renovação é a palavra chave do novo trabalho...
Qualquer cidadão sensato imagina então que o dirigente maior do nosso futebol estava em negociações já há algum tempo com esse futuro treinador e que provavelmente faltaria acertar apenas um detalhe ou outro para que, na tal sexta-feira, fosse feito o anúncio.
Enquanto isso não ocorria, todos os ditos prováveis candidatos negavam, via imprensa, qualquer convite. E não é que realmente não houvera qualquer convite?
Vai que quinta-feira à noite, no estacionamento do Maracanã, após a vitória do Fluminense sobre o Cruzeiro, Muricy Ramalho é abordado por um homem da CBF. O motivo: um convite de Ricardo Teixeira para encontrá-lo na manhã seguinte no Itanhangá Golf Club, um exclusivista reduto da elite carioca.
Muricy comparece e recebe o tão sonhado convite, objeto de desejo de qualquer treinador nacional. Mas algo não ocorre como o treinador gostaria. As imagens captadas pela ESPN Brasil, no clube para a cobertura de um torneio de golfe, mostram claramente o desconforto na mesa onde se reúnem Ricardo Teixeira, o assessor da CBF Rodrigo Paiva e Muricy. Desconforto que culmina com o constrangedor desdém com que Teixeira ignora o cumprimento de mão de Muricy. Uma cena para entrar na História:
Se um sujeito fizesse isso com você, como você reagiria? Só se realmente eu precisasse desesperadamente de um emprego para aceitar trabalhar com alguém assim...
Muricy saiu dali para o clube com o qual está sob contrato sem um sorriso no rosto e deixando no ar duas frases soltas para a repórter Patrícia Lopes: "Tenho que conversar com o Fluminense" e, perguntado se gostaria de dirigir a seleção, "Quem não gostaria?".
Muricy deixou a cena e Ricardo Teixeira, através do órgão oficial de divulgação da CBF, a Rede Globo de Televisão (voltaram às boas com a saída de Dunga), anuncia que a seleção brasileira tem um novo técnico, que renovação é a palavra chave, que segunda-feira será anunciada a lista de convocados para o amistoso contra os EUA... E espera aí! Está faltando algo nesse enredo. E o Muricy? Já deu o sim? E o Fluminense?
Muricy não recebeu qualquer garantia de permanência até 2014 ("vai depender dos resultados..."). Não gostou de sua decisão ter sido antecipada. O agente do treinador entrou em contato com o clube e seu patrocinador e confirmou o que haviam acertado no início da semana: a prorrogação do contrato assinado até dezembro deste ano até o fim de 2012. E ponto.
Há quem diga que o Fluminense bateu o pé. Provavelmente. O que faz muito bem, por sinal, pois Ricardo Teixeira ignorou totalmente o clube. Um clube que é seu filiado. Um clube que disputa a liderança do Campeonato Brasileiro, a maior competição promovida pela CBF, o que deveria ter alguma importância para Teixeira. Assim ele deveria cuidar dos interesses de seu filiado também. Fosse um dirigente ético e preocupado com nosso futebol, teria costurado a negociação primeiro com o clube, depois com o treinador.
Mas o Fluminense votou contra Kléber Leite, candidato de Teixeira à sucessão no Clube dos 13. Assim como o São Paulo, de quem Teixeira tenta de todo modo tirar a honra de ver o Morumbi como sede e palco da abertura do Mundial de 2014.
Acabaram sendo duas derrotas numa semana, pois além do "não" de Muricy, o governo de São Paulo negou qualquer hipótese da construção de um novo estádio apenas para a Copa. Até o presidente Lula alfinetou as ameaças de Teixeira: "Não estou entendendo essa discussão sobre São Paulo ficar fora da Copa." Não vai ficar. E Teixeira vai engolir o Morumbi. Vejam que ele conseguiu a façanha de PSDB e PT ficarem do mesmo lado. Mas o post não é exatamente sobre isso.
Voltando: então Teixeira não estava nem aí para o Fluminense. Pior: não estava nem aí para Muricy ou qualquer que fosse o treinador escolhido.
Do alto de sua presunção, Teixeira pensa assim: "Sexta de manhã, tomo café no meu clube, chamo alguém e o nomeio técnico da seleção." Simples assim. Tratando a todos como capachos e submissos. Todos aos seus pés. É como a arrogância de Ricardo Teixeira vê o nosso futebol.
Fosse eu Muricy ramalho e me sentiria humilhado. Talvez Muricy tenha sentido algo parecido. E daí o "não". Há quem diga que "o Fluminense bateu o pé" e por isso Muricy não foi. Fala sério! Santa ingenuidade. Se Muricy quisesse, ia. Não há como um clube segurar um treinador que queira sair. Desesperado com o vislumbre do fracasso, Teixeira ainda comunicou que pagaria a multa para Muricy deixar o Fluminense. Mas não era esse o problema.
Muricy pôde usar o louvável pretexto de dizer que jamais traiu com sua palavra ou que "tenho que dar o exemplo para minhas filhas", como Paulo Vinícius Coelho postara em seu blog às 14h30min. Em meio à disseminação da notícia de que "a seleção brasileira já tem um novo técnico", mesmo sem o "sim" de Muricy, PVC advertia que a situação poderia mudar. E mudou.
Foi bom para todos - menos a CBF e Ricardo Teixeira. Não faltavam argumentos relevantes para Muricy e o Flu darem o "não".
parece meio óbvio para mim que Ricardo Teixeira quer, neste momento, apenas um técnico tampão. Esse técnico até pode dar certo, mas o plano não é esse. É só ocupar o cargo para que lá na frente um eventual tropeço ou outro facilite a demissão e um convite provavelmente a Luís Felipe Scolari (que, se chamado agora, responderia com o mesmo "não" de Muricy) para dirigir a seleção brasileira na Copa do Mundo.
Mas o quase eterno presidente da CBF não precisa ficar desesperado. Um chinelo velho sempre encontra um bom capacho. E não é nem no mau sentido que digo isso. Para alguns treinadores o valor da aposta vale o risco. Não valia para Muricy Ramalho.
Quem também perdeu nessa história toda foi a imprensa como um todo. Péssimo trabalho, salvo exceções. Mas isso não chega a ser novidade. Nenhuma novidade.
É a minha opinião.
Veja só: o homem anuncia que na sexta-feira (ontem) divulgaria o nome do novo treinador, que logo no fim de semana esse nome faria a convocação para um dos inúteis amistosos que o Brasil realizará até o fim do ano e que renovação é a palavra chave do novo trabalho...
Qualquer cidadão sensato imagina então que o dirigente maior do nosso futebol estava em negociações já há algum tempo com esse futuro treinador e que provavelmente faltaria acertar apenas um detalhe ou outro para que, na tal sexta-feira, fosse feito o anúncio.
Enquanto isso não ocorria, todos os ditos prováveis candidatos negavam, via imprensa, qualquer convite. E não é que realmente não houvera qualquer convite?
Vai que quinta-feira à noite, no estacionamento do Maracanã, após a vitória do Fluminense sobre o Cruzeiro, Muricy Ramalho é abordado por um homem da CBF. O motivo: um convite de Ricardo Teixeira para encontrá-lo na manhã seguinte no Itanhangá Golf Club, um exclusivista reduto da elite carioca.
Muricy comparece e recebe o tão sonhado convite, objeto de desejo de qualquer treinador nacional. Mas algo não ocorre como o treinador gostaria. As imagens captadas pela ESPN Brasil, no clube para a cobertura de um torneio de golfe, mostram claramente o desconforto na mesa onde se reúnem Ricardo Teixeira, o assessor da CBF Rodrigo Paiva e Muricy. Desconforto que culmina com o constrangedor desdém com que Teixeira ignora o cumprimento de mão de Muricy. Uma cena para entrar na História:
Se um sujeito fizesse isso com você, como você reagiria? Só se realmente eu precisasse desesperadamente de um emprego para aceitar trabalhar com alguém assim...
Muricy saiu dali para o clube com o qual está sob contrato sem um sorriso no rosto e deixando no ar duas frases soltas para a repórter Patrícia Lopes: "Tenho que conversar com o Fluminense" e, perguntado se gostaria de dirigir a seleção, "Quem não gostaria?".
Muricy deixou a cena e Ricardo Teixeira, através do órgão oficial de divulgação da CBF, a Rede Globo de Televisão (voltaram às boas com a saída de Dunga), anuncia que a seleção brasileira tem um novo técnico, que renovação é a palavra chave, que segunda-feira será anunciada a lista de convocados para o amistoso contra os EUA... E espera aí! Está faltando algo nesse enredo. E o Muricy? Já deu o sim? E o Fluminense?
Muricy não recebeu qualquer garantia de permanência até 2014 ("vai depender dos resultados..."). Não gostou de sua decisão ter sido antecipada. O agente do treinador entrou em contato com o clube e seu patrocinador e confirmou o que haviam acertado no início da semana: a prorrogação do contrato assinado até dezembro deste ano até o fim de 2012. E ponto.
Há quem diga que o Fluminense bateu o pé. Provavelmente. O que faz muito bem, por sinal, pois Ricardo Teixeira ignorou totalmente o clube. Um clube que é seu filiado. Um clube que disputa a liderança do Campeonato Brasileiro, a maior competição promovida pela CBF, o que deveria ter alguma importância para Teixeira. Assim ele deveria cuidar dos interesses de seu filiado também. Fosse um dirigente ético e preocupado com nosso futebol, teria costurado a negociação primeiro com o clube, depois com o treinador.
Mas o Fluminense votou contra Kléber Leite, candidato de Teixeira à sucessão no Clube dos 13. Assim como o São Paulo, de quem Teixeira tenta de todo modo tirar a honra de ver o Morumbi como sede e palco da abertura do Mundial de 2014.
Acabaram sendo duas derrotas numa semana, pois além do "não" de Muricy, o governo de São Paulo negou qualquer hipótese da construção de um novo estádio apenas para a Copa. Até o presidente Lula alfinetou as ameaças de Teixeira: "Não estou entendendo essa discussão sobre São Paulo ficar fora da Copa." Não vai ficar. E Teixeira vai engolir o Morumbi. Vejam que ele conseguiu a façanha de PSDB e PT ficarem do mesmo lado. Mas o post não é exatamente sobre isso.
Voltando: então Teixeira não estava nem aí para o Fluminense. Pior: não estava nem aí para Muricy ou qualquer que fosse o treinador escolhido.
Do alto de sua presunção, Teixeira pensa assim: "Sexta de manhã, tomo café no meu clube, chamo alguém e o nomeio técnico da seleção." Simples assim. Tratando a todos como capachos e submissos. Todos aos seus pés. É como a arrogância de Ricardo Teixeira vê o nosso futebol.
Fosse eu Muricy ramalho e me sentiria humilhado. Talvez Muricy tenha sentido algo parecido. E daí o "não". Há quem diga que "o Fluminense bateu o pé" e por isso Muricy não foi. Fala sério! Santa ingenuidade. Se Muricy quisesse, ia. Não há como um clube segurar um treinador que queira sair. Desesperado com o vislumbre do fracasso, Teixeira ainda comunicou que pagaria a multa para Muricy deixar o Fluminense. Mas não era esse o problema.
Muricy pôde usar o louvável pretexto de dizer que jamais traiu com sua palavra ou que "tenho que dar o exemplo para minhas filhas", como Paulo Vinícius Coelho postara em seu blog às 14h30min. Em meio à disseminação da notícia de que "a seleção brasileira já tem um novo técnico", mesmo sem o "sim" de Muricy, PVC advertia que a situação poderia mudar. E mudou.
Foi bom para todos - menos a CBF e Ricardo Teixeira. Não faltavam argumentos relevantes para Muricy e o Flu darem o "não".
parece meio óbvio para mim que Ricardo Teixeira quer, neste momento, apenas um técnico tampão. Esse técnico até pode dar certo, mas o plano não é esse. É só ocupar o cargo para que lá na frente um eventual tropeço ou outro facilite a demissão e um convite provavelmente a Luís Felipe Scolari (que, se chamado agora, responderia com o mesmo "não" de Muricy) para dirigir a seleção brasileira na Copa do Mundo.
Mas o quase eterno presidente da CBF não precisa ficar desesperado. Um chinelo velho sempre encontra um bom capacho. E não é nem no mau sentido que digo isso. Para alguns treinadores o valor da aposta vale o risco. Não valia para Muricy Ramalho.
Quem também perdeu nessa história toda foi a imprensa como um todo. Péssimo trabalho, salvo exceções. Mas isso não chega a ser novidade. Nenhuma novidade.
É a minha opinião.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
MUNDO ► Não é uma ameaça ao planeta que os EUA continuem a explorar petróleo?
Os fatos recentes dizem que não. Mas o “mundo” parece preocupado em impedir que o Irã eleve o enriquecimento de urânio: “Eles não são confiáveis, não são responsáveis.”
Esse “mundo” capacho dos EUA acha que o Irã pode desenvolver a bomba atômica e atacar Israel, EUA e ameaçar o planeta inteiro.
Ora, mas a tragédia ambiental provocada pela irresponsabilidade norte-americana na exploração petrolífera, usando material de quinta categoria para economizar alguns cents, não é tão ameaçadora ao planeta quanto uma guerra atômica? Foi só a maior catástrofe ambiental da História. Mas isso não rendeu tanta manchete quanto a importância do fato faz supor.
E por que os EUA e seus asseclas se recusam a sentar à mesa com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad?
Me parecem bem radicais dirigentes que recusam o diálogo. Ah, como é? Radicalismo é coisa de terrorista? Pois é. Parece lógico, então, supor a intenção beligerante do governo norte-americano e de seus colegas “mais chegados”.
Assim volto à pergunta que deu título ao post: “Os EUA são responsáveis para explorar petróleo?”
Os fatos e eu achamos que não.
Esse “mundo” capacho dos EUA acha que o Irã pode desenvolver a bomba atômica e atacar Israel, EUA e ameaçar o planeta inteiro.
Ora, mas a tragédia ambiental provocada pela irresponsabilidade norte-americana na exploração petrolífera, usando material de quinta categoria para economizar alguns cents, não é tão ameaçadora ao planeta quanto uma guerra atômica? Foi só a maior catástrofe ambiental da História. Mas isso não rendeu tanta manchete quanto a importância do fato faz supor.
E por que os EUA e seus asseclas se recusam a sentar à mesa com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad?
Me parecem bem radicais dirigentes que recusam o diálogo. Ah, como é? Radicalismo é coisa de terrorista? Pois é. Parece lógico, então, supor a intenção beligerante do governo norte-americano e de seus colegas “mais chegados”.
Assim volto à pergunta que deu título ao post: “Os EUA são responsáveis para explorar petróleo?”
Os fatos e eu achamos que não.
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