quarta-feira, 23 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Vitória emocionante classifica EUA e elimina Argélia e Eslovênia

É, o título ficou estranho, mas não saiu errado. Foi como matar dois coelhos com uma só cajadada. O jogo dos EUA era contra a Argélia, mas a vitória com o gol de Donovan nos acréscimos não só acabou de vez com as esperanças do país africano, como derrubou a Eslovênia, que perdera para a Inglaterra e aguardava o apito final em Pretória para comemorar a classificação, caso se mantivesse a igualdade no placar.

Foi emocionante. E justo, muito justo. Os EUA procuraram o gol desde que o fraco juiz belga Frank de Bleeckere autorizou o início da partida, mesmo quando erravam muitos passes até a marcados 15, 20 minutos. No segundo tempo, o técnico Bob Bradley foi jogando o time para frente na medida em que o tempo passava e o gol não saía. A impressão que dava era que a cada chance desperdiçada entrava alguém para ajudar a continuar a perder gols.

Já a Argélia passou a maior parte da Copa jogando de forma apática, quadrada, esperando primeiro para tentar fazer depois. Hoje até criou chances, esteve até melhor nos primeiros momentos, mas a iniciativa maior sempre esteve do outro lado. Por ironia, sofreu o gol da derrota num raro contra-ataque que concedeu aos norte-americanos, quando finalmente foi com vontade em busca do gol.

Duas coisas eu havia comentado com minha esposa. Primeira: "Os EUA estão dando azar porque a bola final não está caindo nos pés do Donovan, quando cair ele marca." Segunda: "Alguma hora esse time da Argélia vai ter que partir com tudo para o ataque." Foi no fim da partida - e perdeu no contra-ataque.

Mas a primeira grande chance que o ex-presidente americano Bill Clinton ver ser desperdiçada foi da Argélia. Logo aos 5', Djebbour recebeu nas costas da zaga, matou no peito e, sem deixar cair, mandou um balaço no travessão. Na resposta, Gomez bateu forte entrando pela meia-direita e M'Bolhi colocou a escanteio. O centroavante Gomez não estava muito feliz nas finalizações (assim como os demais atacantes americanos, o tempo mostraria isso...). Aos 16', voleou para fora um cruzamento da direita e aos 20' perdeu sozinho após ficar com uma bola espirrada pela zaga, chutando em cima do goleiro. Na sequência, ele tocou para Dempsey, que recebeu na pequena área e marcou, um gol bem mal anulado em minha opinião, pois Dempsey estava na mesma linha de Bougherra.

A essa altura - e até o fim -, os dois times estavam sendo eliminados com o empate. Aos 34' foi a vez da Argélia ameaçar: Matmour recebeu no lado esquerdo da área e cruzou forte, com perigo. Aos 35', Donovan deixou Dempsey livre com goleiro, mas o goleiro venceu o duelo. Aos 36', lance incrível: Donovan tabelou pela meia direita com Bradley, recebeu na área, tirou o goleio com um toque por cima e, quando ia finalizar com o pé esquerdo, Altidore apareceu para salvar e isolar por cima do travessão. Aos 37', Matmour viu o goleiro adiantado e bateu forte da intermediária, mas Howard mandou para escanteio. Aos 42', Dempsey chutou de longe. Mesmo escorreghando na hora de bater, a Jabulani fez várias curvas antes e depois de quicar, mas M'Bolhi defendeu com firmeza. E aos 43' foi Ziani que bateu da meia-direita, quase encontrando o ângulo superior esquerdo de Howard.

No segundo tempo, os EUA tiveram o sentido de urgência e partiram logo em busca do gol, dando o tom do que seria o restante da partida e a opção do contra-ataque à Argélia. Aos 11', Altidore fez uma grande arrancada pela esquerda e rolou macio para a meia-lua. Dempsey recebeu, entrou na área e na saída de M'Bolhi tocou no poste esquerdo. A bola voltou para a perna esquerda de Dempsey, que, desequilibrado, perdeu de novo. Aos 19', nova grande chance americana: Feilhaber, que entrara no intervalo, invadiu a área pela direita e do fundo tentou achar Altidore, mas M'Bolhi cortou antes. Donovan cobrou o escanteio e Dempsey, que, como quem estiver lendo já deve ter percebido, também não estava num dia muito feliz e cabeceou para fora. Aos 23', Cherundolo apareceu bem do lado esquerdo da aérea e centrou para Buddle, sozinho, cabecear em cima do goleiro. No contragolpe, Ziani recebeu na direita, entrou na área e bateu cruzado, perdendo boa chance.

As jogadas de área se sucediam com maior ou menor perigo, sempre com maior iniciativa norte-americana. Aos 33', Bradley chutou forte em cobrança de falta da meia-esquerda e M'Bolhi bateu roupa. Aos 44', Buddle ficou sozinho dentro da área pela esquerda, mas errou o passe para Altidore. Os EUA se atiravam e a Argélia tinha espaços para revidar. Numa dessas, aos 45', a Argélia atacou pela direita e Saifi cabeceou do lado esquerdo da área nas mãos de Howard, que armou o contra-ataque. Donovan avançou pelo campo adversário e aprofundou para Altidore, que invadiu a área e centrou para Dempsey chutar, mas M'Bolhi abafou. A bola sobrou para Donovan, que escorou no canto direito e saiu para comemorar. Não deu tempo para mais nada.

Nos EUA, gosto muito de Donovan. Sem ser um fenômeno, é um meia habilidoso, consistente, sereno, disciplinado taticamente e bom finalizador. Howard foi um goleiro seguro. Altidore e Dempsey apareceram bem em diversos momentos, mas o objetivo de um chute é fazer a bola entrar no gol... No time da Argélia, M'Boulhi fez grandes intervenções e Matmour incomodou bastante, mas vale para ele o mesmo que para Dempsey e Altidore.

Os EUA conseguem uma justa classificação e em primeiro lugar no grupo, até porque foram garfados contra a Eslovênia e a anulação daquele gol de Dempsey hoje não me convenceu. Já a Argélia pagou pela falta de ousadia, de vontade de vencer, especialmente na partida contra de estreia contra os eslovenos.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 38: EUA 1 x 0 Argélia.

COPA DO MUNDO 2010 ► Inglaterra joga bem, supera Eslovênia e está nas oitavas de final

A Inglaterra finalmente deu o ar de sua graça na África do Sul, derrotou a Eslovênia e se classificou para próxima fase em segundo lugar no grupo C. Em segundo porque os EUA venceram a Argélia também por 1 x 0, eliminaram os eslovenos e chegou em primeiro. A classificação dos inventores do futebol é muito boa para Copa do Mundo.

Na partida realizada em Porto Elizabeth, a Inglaterra foi quase sempre melhor. Digo que foi quase sempre porque o time inglês deu uma pregada no final de ambos os tempos de jogo e aí poderiam ter feito falta os gols - muitos gols! - perdidos durante os 90 minutos. Mas sempre procurou atacar, ao contrário da Eslovênia, que ficou ali meio como quem não quer nada, parecendo esperar mais por um empate ou uma vitória pela vantagem mínima da Argélia no outro jogo do grupo.

Fábio Capello entrou com Milner na meia, caindo pela direita, e Defoe no lugar do apenas esforçado Heskey e a seleção inglesa aos poucos foi acentuando seu domínio e criando chances, enquanto a Eslovênia esperava e contava até com certa tolerância do árbitro alemão Wolfgang Stark com entradas mais duras de seus jogadores, como o lateral Brecko, que fez de tudo para ser expulso, mas não teve competência para isso, ao menos na opinião do juiz.

A partir dos 15', a Inglaterra, que já dominavam, começou a ameaçar mais e mais a meta adversária. Aos 17', Rooney limpou na esquerda e centrou para Gerrard, mas Jokic cortou antes. Aos 19, Johnson, que apoiou bem, colocou na perna esquerda e bateu firme. A bola quicou antes, mas Handanovic pegou bem, assim como uma falta cobrada de longe por Lampard logo depois. Rooney dominou uma bola espirrada na frente da área, limpou dois jogadores, mas o chute foi desviado a córner. Aos 22', o gol que acabou dando a classificação aos ingleses: Milner centrou bem da direita e Defoe se antecipou a Suler para marcar. Que estrela a de Capello, hein?

Mesmo com o gol, a Inglaterra continuou em cima. Aos 26', mais um bom cruzamento de Milner, mas desta vez Handanovic cortou antes de Defoe chegar. Na sobra, Lampard chutou com o pé esquerdo e perdeu. Aos 30', Defoe soltou uma bomba da meia-lua que Handanovic salvou. No rebote, Rooney limpou e ofereceu a bola rolando com açúcar e com afeto para Lampard, que a colocou rasteira no cantinho esquerdo, mas Handanovic foi lá buscar. Daí até o fim dessa etapa, a Inglaterra tirou um pouco pé e pouco mais aconteceu, a não ser uma cotovelada de Cesar em Defoe que ninguém viu - ninguém que tivesse autoridade para fazer alguma coisa.

Se alguém achava que a Eslovênia entraria no segundo tempo disposta a empatar a partida, acert... Brincadeirinha, se enganou redondamente. Logo no início, um lance estranho: Handanovic precisou sair da área para tentar evitar um escanteio, mas não conseguiu. Com o goleiro fora do gol, Rooney cobrou rápido para área. Handanovic ainda conseguiu rebater e Defoe não aproveitou na cara do gol. Aos 3', tabela entre Ashley Cole, Lampard e Rooney que terminou com Defoe jogando a bola na rede, mas estava impedido. Aos 8', nova tabela, com Lampard deixando Rooney em condições de marcar, mas ele foi travado na hora H. Aos 12', Terry escorou de cabeça no segundo pau a cobrança de um escanteio da direita e Handanovic fez mais uma grande defesa. Em seguida, Lampard deixou Rooney sozinho com o goleiro, mas, precipitado, Rooney acabou acertando o poste direito.

Lá pelos 20', a Eslovênia deu uma despertada para a vida e apareceu na área inglesa. Primeiro com um chute fraco de Birsa, da entrada da área, para tranquila defesa de James, desperdiçando boa chance. Pouco depois, Dedic ajeitou de cabeça para Novakovic, que cortou para o pé esquerdo e foi travado na hora do chute. Dedic pegou o rebote e bateu firme, mas Johnson salvou. O novo rebote foi de Birsa, que chutou à esquerda de James.

A partir daí, a Inglaterra pareceu sentir um pouco as pernas e tirou o pé do acelerador. Até porque deve ter achado mais seguro não se arriscar tanto se atirando de qualquer forma em busca de uma vantagem maior, preferindo ir só na boa. No finalzinho, a Eslovênia tentou uma pressão, mas muito tímida. Quando o juiz apitou o fim de logo, ambas as equipes estavam classificadas. Mas logo veio a notícia do gol da classificação norte-americana e da eliminação eslovena. Achei tudo muito justo.

Rooney jogou uma bela partida pela Inglaterra, mas pareceu ansioso para marcar e desperdiçou bolas que normalmente colocaria na rede. Lampard e Gerrard também apareceram bem e dos três dependerá o futuro do time na competição. Já na Eslovênia, destaque absoluto para o goleiro Handanovic, com uma grande atuação.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 37: Eslovênia 0 x 1 Inglaterra.

terça-feira, 22 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Sem muito esforço, Argentina bate apáticos gregos e garante 100%

Incrível como a Grécia conseguiu vencer a Nigéria. Esse incrível resultado deve ser debitado à expulsão de do nigeriano Keita, ainda no primeiro tempo, quando seu time vencia por 1 x 0. De outro modo, impossível imaginar os gregos triunfando em uma partida de Copa do Mundo.

Mas se alguém estiver lendo poderia perguntar; "Ué, mas o post não é sobre Argentina x Grécia?". É, mas não há muito que dizer de um jogo no qual quem sabia não estava lá muito a fim e quem precisava nem mostrou que queria.

Dependendo apenas de si para se classificar, a Grécia viveu um dilema o tempo inteiro: "Como atacar? E Se atacarmos, como defender?" E assim, pouco fez durante os 90 minutos. Para felicidade grega, o goleiro Tzorvas deixou essas questões filosóficas de lado e preocupou-se com os aspectos mais práticos da vida, como parar o ataque argentino. Parar de verdade, ele não conseguiu, já que foi vazado duas vezes. Mas foi por pouco. Com grandes defesas, o goleiro grego foi o melhor em campo e ainda impediu que Messi finalmente marcasse seu primeiro gol na Copa.

Aos 15' do primeiro tempo, por exemplo, Aguero avançou pela esquerda e bateu forte para Tzorvas defender espalmar para escanteio. No rebote da cobrança, Veron acertou uma bomba de longe que fez Tzorvas novamente mandar para fora. Aos 31', Diego Milito recebeu na linha de fundo e cruzou rasteiro e forte, mas Tzorvas salvou. Na sobra, Arguero bateu para nova defesa do goleiro. Aos 44', foi a vez de Maxi Rodriguez fazer o goleirão trabalhar muito bem com um chute forte de dentro da área. Na sequência, Messi fez a primeira de suas várias tentativas de marcar, esbarrando em Tzorvas. Nesse tempo todo, a única fez que a Grécia deu o ar de sua graça no ataque com algum perigo foi quando Katsouranis cobrou uma falta do lado direito da intermediária que obrigou Romero a cortar de soco.

No segundo tempo só não aconteceu menos porque o misto argentino conseguiu colocar duas bolas para dentro. Mas antes, uma surpresa: Samaras deixou dilemas de lado e avançou pela esquerda da área batendo cruzado com muito perigo, com a bola saindo à esquerda de Romero. Aí tudo voltou ao normal. Aos 11', Clemente Rodriguez cortou do meio para a esquerda e chutou à direita do gol. Aos 24', Messi cobrou falta por cima. E aos 32', gol do zagueiro Demichelis, que subiu após cobrança de escanteio e cabeceou em cima de Palermo. Na volta, ele mesmo chutou para a rede. Messi sonhava com seu primeiro gol no Mundial e aos 40' entrou driblando pela esquerda e achou o poste direito. Aos 43', acertou um violento chute da entrada da área, mas Tzorvas pegou. Na sobra, Palermo completou com o pé direito para o gol.

Messi quando resolveu jogar foi bem, mas ainda não foi desta vez que marcou. Tzorvas salvou-se mais uma vez na fraca seleção grega. Agora os argentinos enfrentam os chatos mexicanos, um confronto perigoso. E a Grécia não volta de bolsos vazios: ao menos arrancou seus primeiros pontos numa Copa do Mundo

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 36: Grécia 0 x 2 Argentina.

COPA DO MUNDO 2010 ► Partida dramática classifica Coreia do Sul e elimina Nigéria do Mundial

Foi o primeiro mata-mata da Copa. Como até o caos tem uma certa lógica, a derrota da Grécia para a Argentina era só uma questão de tempo: os 90 minutos que a partida duraria. E, obviamente, não deu outra. Assim, Coreia do Sul e Nigéria disputaram a segunda vaga do grupo B em 90 minutos de muita emoção alternância no placar.

Tentarei sintetizar as coisas até para não atrapalhar minhas lembranças. A Nigéria começou melhor, abriu o placar, teve chances de ampliar, a Coreia se reequilibrou na partida, virou, também poderia ter ampliado e definido o jogo, sofreu o empate e suportou a pressão final nigeriana. Foi muito legal.

O domínio inicial nigeriano deveu-se à boa movimentação de seus meias e laterais, talvez motivados pela presença do veterano Kanu e sua tradicionalíssima camisa 4 em campo. Aos 34 anos e sem o mesmo fôlego dos anos 90, lógico, Kanu procurava organizar as jogadas de frente do time, segurando a bola e não permitindo o natural afobamento de seu time. Mas talvez a escalação de um dos maiores jogadores da história do futebol do país tenha sido mais uma homenagem do treinador que estratégia. Kanu foi muito aplaudido ao deixar o campo na segunda etapa, mesmo com a Nigéria em desvantagem naquele momento.
Já a Coreia do Sul tem valorizado bastante a posse de bola. É um time não muito afeito a retranca e que naturalmente costuma se soltar para frente, talvez até por não ter um setor defensivo muito confiável. Assim, procurava valorizar a posse de bola no ataque, alternando bem os dois lados do campo na hora de atacar, com o avanço dos laterais e a caída de atacantes ou meias pelas pontas.

Com essa figuração, o jogo ficou parecendo aqueles games em que os avatares se equivalem na força total, mas com habilidades diferentes. Assim, acabaram se atacando bastante criaram muitas chances de gol. Vou registrar apenas algumas delas, além dos gols.

Logo no primeiro minuto, Afolabi errou na saída de bola pela esquerda, Lee Chung Yong recebeu nas costas dele e tocou para fora na saída do goleiro Enyeama. Aos 12′, a Nigéria saiu na frente, após ótima jogada de Odiah pela direta, deixando para trás Park Ji Sung e Kim Jung Woo e centrando rasteiro para Uche se antecipar à zaga e da marca do pênalti marcar. Aos 22′, Obasi entrou muito bem pela direita e chutou forte, rente ao poste esquerdo do goleiro Jung Sung Ryong. Aos 31′, Enyeama precisou sair e fazer falta ao lado da área. Ki Sung Yueng cobrou com perigo, mas Enyeama cortou o cruzamento.

Aos 35′, um dos muitos lances que poderiam ter mudado o destino da partida. Uche recebeu de Kanu fora da área, limpou e mandou uma bomba na trave esquerda de Jung Sung Ryong. Pouco depois, Ki Sung Yueng cobrou outra falta pela esquerda de ataque, desta vez no segundo pau, onde Afolabi falhou e Lee Jung Soo entrou de cabeça e de pé (acertou com o pé…) para colocar a bola na rede.

Como diria aquela socialite, o segundo tempo foi uma loucura. Mas prometi escrever pouco e já estou aqui… Vou tentar ir direto ao que de mais importante aconteceu. Logo aos 3′, Park Chu Young cobrou muito bem uma falta na meia-esquerda da entrada da área, de curva, com a bola descaindo e quicando antes de chegar ao gol, sem chances de defesa para Enyeama.

As jogadas se alternavam entre as duas áreas, até que, aos 21′, Uche enfiou nas costas da zaga para Ayla, que rolou rasteiro para o a pequena área. A bola venceu o goleiro e Yakubu Ayegbeni chapou para fora com o gol escancarado à frente, no gol mais perdido da Copa, aliás, provavelmente, o gol mais perdido de todas as Copas. Mas no minuto seguinte, Oba Oba Martins arrancou pela direita e esticou para Obasi, que perdeu para Kim Nam Il. Só que o volante coreano tentou sair jogando, Obasi tomou a frente e foi derrubado por trás. Pênalti. Com uma louvável confiança, pelas circunstâncias (o gol que acabara de perder), Ayegbeni cobrou com surpreendente tranquilidade e deslocou o goleiro, jogando a bola no lado direito e virando e empatando o jogo.

A Coreia resolveu mostrar que estava viva. Aos 25′, Chaa Du Ri avançou e pela direita e cruzou com muito perigo, mas Shittu salvou. Aos 30′, Park Ji Sung recebeu em diagonal dentro da área pela direita, cortou para Etuhu para dentro e bateu com perigo de pé esquerdo, rente ao pé da trave esquerda. Na saída de bola, os coreanos recuperaram e Lee Chung Yong recebeu livre na esquerda e da risca da área tocou de pé direito procurando o canto inferior esquerdo de Enyeama, que fez grande defesa. Foi a última chance asiática. Daí para frente, a Nigéria foi com o que pôde atrás do empate, já com Obinna também em campo.

E aos 34′ o lance que provavelmente foi o mais decisivo de todos, quando a Nigéria recuperou uma bola no meio e Obasi enfiou linda bola para Oba Oba Martins por trás da zaga e… Oba Oba tocou por cima do goleiro, mas abola saiu ao lado do poste esquerdo do gol, desperdiçando uma imensa chance. Abatida e agora desesperada, a seleção nigeriana ainda daria dois últimos suspiros, ambos através de Obinna, em duas perigosas finalizações de fora da área, a primeira aos 44′, após limpar da esquerda para a direita e acertar a rede pelo lado de fora, e a segunda ao encher o pé de frente pouco além da intermediária, após arrancar desde o meio-campo, com a bola triscando (triscando é muito bom…) a trave esquerda de Jung Sung Ryong.

Segue a Coreia do Sul na Copa, sua primeira classificação às oitavas de final fora de seu país. Boa atuação de vários jogadores. O melhor deles, o camisa 10 Park Chu Young. Na Nigéria, quem mais gostei foi o lateral direito Odiah, que fez a jogada do primeiro gol e apoiou o ataque com muita qualidade. Só fico com uma pergunta na cabeça: não dava para Oba Oba Martins e Obinna terem entrado um pouco antes? Tipo assim… no início da partida contra a Argentina? São atacantes de muito mais peso (no caso de Oba Oba, literalmente) que os que estiveram jogando.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 35: Nigéria 0 x 2 Coreia do Sul.

COPA DO MUNDO 2010 ► África do Sul despede-se com vitória honrosa sobre a França

A África do Sul chegou a sonhar com a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo, pois em determinado momento o México era derrotado por 1 x 0, enquanto os anfitriões batiam a França por 2 x 0 e tinha um homem a mais em campo. Mais dois gols e o sonho poderia ser alcançado. Mas a bola do jogo (ou, no caso, da classificação) bateu na trave e os Bafana Bafana tropeçaram na própria limitação e foram eliminados. Ao menos despediram-se dando uma alegria à torcida. Já a França do inominável Raymond Domenech...

Cisse finalmente teve uma chance no ataque, mas a França já estava em clima de quem perdeu a festa. Querendo jogo, a África do Sul abriu o placar aos 20', quando Tshabalala cobrou muito bem escanteio de pé trocado e Khumalo voou por cima de Diaby para escorar de cabeça e marcar. Lloris falhoui, saindo mal e deixando o gol vazio.

Aos 23', Cissé tentou o empate, mas chutou para fora a bola que recebeu enfiada na diretita. Aos 24', Mphela rasgou pelo meio e chutou com perigo da meia-lua, com a bola rasteira passando à direita de Lloris. No lance seguinte, Gourcuff deixou o braço ao subir na área adversária e acertou o rosto de Sibaya. O juiz colombiano Oscar Ruiz achou intencional e expulsou o meia francês.

O time da casa se entusiasmou e aos 38' Tshabalala enfiou na direita para Mphela chegar na frente de Diaby e bater prensado em cima de Lloris. Aos 39, raro lance de perigo no ataque francês, quando Ribery cobrou falta e a bola quicou bem á frente de Josephs, que espalmou a escanteio.

E aos 42' a África do Sul ampliava: o lateral Masilela aproveitou bobeira da zaga, avançou e bateu cruzado, para Mphela concluir no meio da área.

No segundo tempo, a Àfrica partiu para ampliar. Aos 3', Parker bateu de longe e Lloris pegou. Aos 5', a bola que poderia ter mudado o destino da Àfrica do Sul na Copa: Tshabalala fez excelente passe nas costas da zaga para Mphle, que entrou livre e chutou na trave, com Lloris completamente batido na jogada.

Os Bafana Bafana ainda não tinham desistido e aos 13' Mphela chutou forte da entrada da área para Lloris espalmar mais uma para escanteio. Aos 16, Mphela de novo invadia pela direita e chutava travado por Lloris. A bola ainda voltou nas pernas do atacante e saiu balançando a rede por fora. Os anfitriões tentavam tocar a bola de primeira, mas as limitações técnicas somadas ao nervosismo começavam a se fazer presente. Pior: aos 25', Sagna fez excelente lançamento para Ribery, que escapava pela direita fugindo da linha da defesa. Na saída do goleiro, Ribery rolou para o meio e Malouda apenas empurrou para o gol vazio. Aí praticamente acabou a história de África do Sul e França nesta Copa do Mundo.

Aos 45' Modise ainda chutou forte da esquerda da área, com a bola passando rente ao poste direito. E no minuto seguinte, Nomvethe invadiu pela direita e rolou para Tshabalala, que, livre na cara do gol, chutou em cima de Llloris.

Consideradas todas as limitações, a Àfrica do Sul despediu-se honrosamente. Quatro pontos ganhos ficou de bom tamanho. Se aquela bola no último lance da estreia contra o México tivesse entrado, se o time não desanimasse no fim do jogo contra o Uruguai, se o chute de Mphela no segundo tempo de hoje não acertasse a trave, mas a rede... Vários "se" poderiam até ter levado os Bafana Bafana mais longe. Fica para a próxima.

Apesar do gol perdido, Mphela foi um tormento para a atordoada defesa francesa e, mesmo cansando no segundo tempo e perdendo aquele gol no finalzinho, Tshabalala fez algumas ótimas jogadas. Na França, Ribery correu muito, mas errou muito também. Acertou ao menos o passe decisivo para Malouda marcar. E mesmo falhando no primeiro gol sul-africano, Lloris foi o melhor do time, evitando uma derrota mais embaraçosa.

Para encerrar, a pergunta que não quer calar: afinal, quem é Raymond Domenech? Ou melhor seria: o que é Raymond Domenech?

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 34: França 1 x 2 África do Sul.