quarta-feira, 23 de junho de 2010

COPA DO MUNDO 2010 ► Vitória emocionante classifica EUA e elimina Argélia e Eslovênia

É, o título ficou estranho, mas não saiu errado. Foi como matar dois coelhos com uma só cajadada. O jogo dos EUA era contra a Argélia, mas a vitória com o gol de Donovan nos acréscimos não só acabou de vez com as esperanças do país africano, como derrubou a Eslovênia, que perdera para a Inglaterra e aguardava o apito final em Pretória para comemorar a classificação, caso se mantivesse a igualdade no placar.

Foi emocionante. E justo, muito justo. Os EUA procuraram o gol desde que o fraco juiz belga Frank de Bleeckere autorizou o início da partida, mesmo quando erravam muitos passes até a marcados 15, 20 minutos. No segundo tempo, o técnico Bob Bradley foi jogando o time para frente na medida em que o tempo passava e o gol não saía. A impressão que dava era que a cada chance desperdiçada entrava alguém para ajudar a continuar a perder gols.

Já a Argélia passou a maior parte da Copa jogando de forma apática, quadrada, esperando primeiro para tentar fazer depois. Hoje até criou chances, esteve até melhor nos primeiros momentos, mas a iniciativa maior sempre esteve do outro lado. Por ironia, sofreu o gol da derrota num raro contra-ataque que concedeu aos norte-americanos, quando finalmente foi com vontade em busca do gol.

Duas coisas eu havia comentado com minha esposa. Primeira: "Os EUA estão dando azar porque a bola final não está caindo nos pés do Donovan, quando cair ele marca." Segunda: "Alguma hora esse time da Argélia vai ter que partir com tudo para o ataque." Foi no fim da partida - e perdeu no contra-ataque.

Mas a primeira grande chance que o ex-presidente americano Bill Clinton ver ser desperdiçada foi da Argélia. Logo aos 5', Djebbour recebeu nas costas da zaga, matou no peito e, sem deixar cair, mandou um balaço no travessão. Na resposta, Gomez bateu forte entrando pela meia-direita e M'Bolhi colocou a escanteio. O centroavante Gomez não estava muito feliz nas finalizações (assim como os demais atacantes americanos, o tempo mostraria isso...). Aos 16', voleou para fora um cruzamento da direita e aos 20' perdeu sozinho após ficar com uma bola espirrada pela zaga, chutando em cima do goleiro. Na sequência, ele tocou para Dempsey, que recebeu na pequena área e marcou, um gol bem mal anulado em minha opinião, pois Dempsey estava na mesma linha de Bougherra.

A essa altura - e até o fim -, os dois times estavam sendo eliminados com o empate. Aos 34' foi a vez da Argélia ameaçar: Matmour recebeu no lado esquerdo da área e cruzou forte, com perigo. Aos 35', Donovan deixou Dempsey livre com goleiro, mas o goleiro venceu o duelo. Aos 36', lance incrível: Donovan tabelou pela meia direita com Bradley, recebeu na área, tirou o goleio com um toque por cima e, quando ia finalizar com o pé esquerdo, Altidore apareceu para salvar e isolar por cima do travessão. Aos 37', Matmour viu o goleiro adiantado e bateu forte da intermediária, mas Howard mandou para escanteio. Aos 42', Dempsey chutou de longe. Mesmo escorreghando na hora de bater, a Jabulani fez várias curvas antes e depois de quicar, mas M'Bolhi defendeu com firmeza. E aos 43' foi Ziani que bateu da meia-direita, quase encontrando o ângulo superior esquerdo de Howard.

No segundo tempo, os EUA tiveram o sentido de urgência e partiram logo em busca do gol, dando o tom do que seria o restante da partida e a opção do contra-ataque à Argélia. Aos 11', Altidore fez uma grande arrancada pela esquerda e rolou macio para a meia-lua. Dempsey recebeu, entrou na área e na saída de M'Bolhi tocou no poste esquerdo. A bola voltou para a perna esquerda de Dempsey, que, desequilibrado, perdeu de novo. Aos 19', nova grande chance americana: Feilhaber, que entrara no intervalo, invadiu a área pela direita e do fundo tentou achar Altidore, mas M'Bolhi cortou antes. Donovan cobrou o escanteio e Dempsey, que, como quem estiver lendo já deve ter percebido, também não estava num dia muito feliz e cabeceou para fora. Aos 23', Cherundolo apareceu bem do lado esquerdo da aérea e centrou para Buddle, sozinho, cabecear em cima do goleiro. No contragolpe, Ziani recebeu na direita, entrou na área e bateu cruzado, perdendo boa chance.

As jogadas de área se sucediam com maior ou menor perigo, sempre com maior iniciativa norte-americana. Aos 33', Bradley chutou forte em cobrança de falta da meia-esquerda e M'Bolhi bateu roupa. Aos 44', Buddle ficou sozinho dentro da área pela esquerda, mas errou o passe para Altidore. Os EUA se atiravam e a Argélia tinha espaços para revidar. Numa dessas, aos 45', a Argélia atacou pela direita e Saifi cabeceou do lado esquerdo da área nas mãos de Howard, que armou o contra-ataque. Donovan avançou pelo campo adversário e aprofundou para Altidore, que invadiu a área e centrou para Dempsey chutar, mas M'Bolhi abafou. A bola sobrou para Donovan, que escorou no canto direito e saiu para comemorar. Não deu tempo para mais nada.

Nos EUA, gosto muito de Donovan. Sem ser um fenômeno, é um meia habilidoso, consistente, sereno, disciplinado taticamente e bom finalizador. Howard foi um goleiro seguro. Altidore e Dempsey apareceram bem em diversos momentos, mas o objetivo de um chute é fazer a bola entrar no gol... No time da Argélia, M'Boulhi fez grandes intervenções e Matmour incomodou bastante, mas vale para ele o mesmo que para Dempsey e Altidore.

Os EUA conseguem uma justa classificação e em primeiro lugar no grupo, até porque foram garfados contra a Eslovênia e a anulação daquele gol de Dempsey hoje não me convenceu. Já a Argélia pagou pela falta de ousadia, de vontade de vencer, especialmente na partida contra de estreia contra os eslovenos.

Link da página da Fifa sobre o jogo: Jogo 38: EUA 1 x 0 Argélia.

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